Apartamento 707 – Capítulo 01

Divulgando aqui a fic fofa e linda da minha amiga Karoline xD

Por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 ela decidiu deletar a fic no site em que postava xD

Boa leitura a todos~~ (a fic é linda, eu recomendo xD)

 

Sinopse: Uma viagem de ônibus para Seul; o interesse no mesmo apartamento, foi assim que surgiu a história de Luhan e Sehun, que só se fortificou a cada dia que viviam juntos naquele apartamento 707.

 

Capítulo Um: Viagem para Seul.

 

Sexta-feira, 23 de novembro de 2012, 19h00min.

 

Aquela sexta-feira era o dia mais esperado por Luhan, tanto que ele não conseguia se aguentar de felicidade. O rapaz fechou a lojinha de livros que trabalhava de maneira tão rápida que quase precisou expulsar os últimos clientes; foi correndo para casa sem se importar com o frio que passava por entre seus casacos grossos, afinal a adrenalina o aquecia. Chegou em casa e guardou tudo o que ainda estava pra fora em sua mala, se despediu de sua mãe ouvindo os conselhos de juízo e os pedidos de cuidado e depois correu novamente, querendo chegar logo à rodoviária, pois aquele dia era o mais esperado por ele. Luhan finalmente se mudaria para Seul e viveria com seu namorado, Jongin. O moreno havia se mudado para a capital um ano atrás para conquistar um futuro melhor, mais amplo do que a cidadezinha do interior onde vivia. Com essa escolha ele e Luhan começaram a namorar à distância, de vez em quando se viam em algum feriado ou final de semana, mas como o dinheiro era escasso para ambos ficava cada vez mais difícil manter contato físico. Agora Jongin estava trabalhando e havia conseguido alugar um apartamento somente pra ele – antes ele vivia em república com alguns rapazes – e assim Luhan poderia ir morar com ele, finalmente. E o grande diga era hoje. Aquela sexta-feira fria com a neve caindo de maneira despreocupada e forrando as ruas com camadas brancas era, definitivamente, o dia mais esperado por Luhan.

 

O chinês, que vivia na Coréia desde os cinco anos de idade, chegou na rodoviária esbaforido. Como sua casa era próxima da rodoviária, achou melhor economizar o dinheiro do táxi, mas não queria perder tempo, então novamente correu. Pelo menos ele não era um sedentário, então logo recuperou o fôlego que perdeu por correr tanto e sem preparo. Ficou sentado na fileira de bancos em frente do terminal cinco por aproximadamente trinta minutos, tempo este que passou trocando mensagens de texto com o namorado. Quando o transporte que levaria Luhan para o seu paraíso particular chegou, ele deu um pulo do banco e correu para ser o primeiro da fila, onde o motorista ia conferir a passagem e a documentação.

 

Não quis guardar a pequena mala embaixo do ônibus então subiu com ela, pois a guardaria no compartimento em cima da sua poltrona. Olhou novamente a passagem e viu que seu lugar era no meio do ônibus, caminhou até lá e quando chegou viu um rapaz que usava um boné preto que tampava parte do rosto, ele estava com os braços cruzados em frente ao peitoral e parecia estar dormindo.

 

“Mas ele mal entrou no ônibus e já está dormindo?” – Luhan pensou consigo. Ficou algum tempo encarando aquela pessoa e encarando o lugar ao lado dela, que era seu, mas que estava ocupado por algum instrumento, uma guitarra, se Luhan não estivesse enganado. – “Hm, é… Com licença?” – Sua voz melodiosa saiu baixa devido a vergonha de ter que acordar aquele rapaz, mas mesmo assim ele ouviu e levantou a cabeça, e Luhan precisou se concentrar um pouco e tentar se lembrar de como respirava, como piscava, como pensava, como falava… Pois a beleza do desconhecido embaralhou toda a mente do chinês, que se via atordoado e completamente encantado ao olhá-lo.

 

“Desculpa. O ônibus veio de outra cidade e não tinha ninguém, então coloquei minha guitarra aí.” – Deu um mínimo sorriso enquanto retirava o instrumento e o colocava no meio de suas pernas. Luhan se sentiu mal por ter ‘julgado’ o outro e pensado que era um dorminhoco, sendo que na verdade foi o próprio chinês o errado, pois, devido sua empolgação não havia percebido que o ônibus já tinha passageiros acomodados quando ele entrou.

 

“T-Tudo bem.” – Arrumou sua mala no compartimento e depois sentou-se de maneira tímida no banco ao lado do desconhecido. O rapaz tirou o boné preto que usava e Luhan conseguiu ver mais ainda daquele rosto que era impecavelmente lindo. Seu cabelo curto e em tom loiro claro, quase branco, o deixava com mais cara de sério, porém lhe dava um charme incrível, ainda mais em contraste com as sobrancelhas em castanho escuro. Seu rosto era perfeito, tudo simetricamente no lugar e no tamanho certo; sua boca pequena que não demonstrava um sorriso e seus olhos, também pequenos, eram harmoniosos em seu rosto oval. Sua pele branquinha ficava em contraste naquela roupa preta, fazendo os olhos de Luhan não conseguirem parar de encará-lo. Ah, tinha também as pintinhas. Luhan se perdida contando as pintinhas visíveis e se pegou perguntando mentalmente quantas mais ele teria pelo corpo. – “Como ele é perfeito!” – O chinês pensava consigo mesmo.

 

O desconhecido tirou um cigarro do maço e ia acendê-lo quando viu que olhos pequenos e escuros caíam sobre si.

 

“Han, você tem problema com cigarros?”

 

“N-Não!” – Respondeu sem graça e virando a cabeça pra frente. O rapaz apenas sorriu e achou melhor guardar o cigarro. Luhan decidiu ignorar a beleza divina do rapaz à sua frente e pegou seu celular, digitando uma mensagem de texto pra Jongin saber que ele já estava no ônibus e que o mesmo começava a se movimentar, saindo da rodoviária.

 

“Tem que avisar os pais mesmo que já está no ônibus… É o que jovens do colegial fazem.” – Riu torto, fazendo Luhan corar com a liberdade tomada.

 

“Han, eu… Não sou jovem do colegial.” – Luhan comentou envergonhado. – “E-Eu tenho 22 anos…”

 

“QUE?” – O desconhecido se exaltou devido a surpresa e depois pigarreou, tentando se recompor. – “D-Desculpa.”

 

“T-Tudo bem.”

 

“Eu achei que tinha minha idade ou era mais novo ainda… Você tem cara de bebezinho.”

 

“Você também!” – Falou inflando as bochechas. – “Qual sua idade?”

 

“Dezoito.”

 

“Você não só parece, como é um bebezinho!” – Falou com risinhos.

 

“Ei!” – Encarou Luhan emburrado e o chinês só conseguiu corar ao ver aquele rosto perfeito.

 

“E-Está indo para Seul a passeio?” – Se atreveu a perguntar, pois sentiu uma vontade inexplicável de puxar conversa com o desconhecido.

 

“Vou morar lá, e você?”

 

“Também! Vou morar com o meu…” – Calou-se, não era todo mundo que aceitava um relacionamento gay.

 

“Namorado?” – Sehun perguntou com um sorriso torto e arqueando uma sobrancelha.

 

“C-Como sabe?!”

 

“Tenho um amigo que se mudou para Seul e que é gay também. Acho que convivo muito tempo com ele, então aprendi a identificar.” – Falou gozador. E Luhan não conseguiu evitar de ficar incomodado, porque por algum motivo, inexplicado, ele queria que o rapaz soubesse identificar por ser gay também. – “Fora que eu sou casa de esquina.”

 

“Casa de esquina?”

 

“Pego os dois lados.” – Riu depois de terminar a frase.

 

“Autch! Essa foi péssima.” – Luhan respondeu rindo.

 

“Eu sei, esse meu amigo quem me falou essa expressão, bem só podia vir dele algo assim.” – Explicou rindo. – “Mas enfim, eu sou bissexual. Então não precisa ficar envergonhado com isso.”

 

“Ah, o-ok.” – Um silêncio incômodo veio logo depois e Luhan se lembrou de que não haviam se apresentado. – “Ah, meu nome é Luhan, e o seu?”

 

“Sehun.” – Respondeu com um meio sorriso. – “Olha que legal, nossos nomes formam apelidos parecidos.”

 

“Hm?”

 

“Hunnie e Hannie.” – Sorriu novamente, dessa vez seus olhinhos se fecharam ao sorrir. – “Nós temos alguns traços parecidos e apelidos parecidos!”

 

“V-Você acha que somos parecidos?!”

 

“Acho. Você não?” – Perguntou confuso.

 

“Não! Digo… Você é perfeito! Eu sou… Normal e…” – Luhan parou de falar ao perceber o que tinha dito, então corou automaticamente e tampou sua boca com a mão. Tudo que Sehun fez foi rir.

 

“Obrigado por me chamar de perfeito!”

 

“A-Ah, eu vou ao banheiro. Com licença.”

 

“Ok!”

 

Luhan se trancou no cubículo, abriu a torneira e começou a jogar água em seu rosto. “O que você tem na cabeça, Luhan?” – Falou encarando seu reflexo no espelho. – “Chamar um desconhecido de perfeito?” – Bufou e voltou a molhar o rosto e depois retirou um papel toalha para secar. Saiu do banheiro e foi respirando profundamente o curto caminho até sua poltrona, pois não queria deixar sua vergonha visível. Porém, sua vergonha pioraria.

 

Quando estava em pé, próximo ao seu banco, o ônibus derrapou para a esquerda e isso fez Luhan perder o equilíbrio e cair em cima do colo do Sehun, que se assustou com o choque de outro corpo junto ao seu. Luhan estava com o tronco no colo de Sehun e da cintura pra baixo estava uma parte em seu banco e outra parte no chão, precisamente seu joelho que havia encostado com tudo no chão.

 

“Ai, ai, ai!”

 

“Você está bem? Machucou?”

 

“A-Acho que machuquei meu ossinho da cintura. E meu joe…” – Luhan parou de falar ao ver como estava entregue ao colo de Sehun. Levantou lentamente sua cabeça, chegando até encostar com seu nariz no abdômen e depois no peitoral de Sehun, fazendo-o sentir algo muito estranho. O perfume de Sehun era inebriante e fez Luhan fechar os olhos e ficar parado por uns segundos, apenas para se viciar mais com aquele aroma.

 

“Han…” – Sehun ficava cada vez mais sem graça em ter Luhan em seu colo, pois também estava se sentindo estranho.

 

“D-Desculpa!” – Se levantou bruscamente e isso o fez grunhir de dor.

 

“Está doendo muito?”

 

“N-Não. Vai passar logo…” – Massageou um pouco o joelho com uma mão e a cintura com outra. – “Estou acostumado…”

 

“A-Acostumado? Você apanha ou algo assim?”

 

“Não! Eu fazia aula de dança… Me joguei muito no chão e já senti dores piores no joelho…”

 

“Fazia, não faz mais?”

 

“N-Não. Parei pra economizar…”

 

“E ir morar com o namorado?”

 

“A-Aham…” – Luhan começou a fitar seus dedos que repousavam entrelaçados em suas pernas. – “Eu sempre me apaixonei fácil. E me apaixonava muito, muito mesmo, e na maioria das vezes eram paixões à primeira vista e que não eram correspondidas, mas… Com Jongin foi diferente… Começamos a namorar quando ele ainda estava no colegial, o que não faz muito tempo, porque assim como você ele tem dezoito anos. Mas Jongin sempre foi muito… Pra frente, sabe? Dizia que seu futuro não era em uma cidade do interior… Então, há um ano ele se mudou para Seul, em busca de um futuro diferente. E ele está conseguindo. Passou no vestibular e está cursando medicina desde o início desse semestre, está trabalhando, e arrumou algo pra mim também, assim vamos viver juntos lá… Finalmente não vou mais mandar SMS dizendo ‘Boa noite, te amo’… Vou poder dizer pessoalmente! E dessa vez ele não vai me mandar embora! Porque eu vou me esforçar e fazer tudo certinho pra ficarmos juntos!” – Virou para Sehun e este ficou encantado com o brilho nos olhos de Luhan. – “Aish! Desculpa falar essas coisas pra quem eu acabei de conhecer!” – Falou encabulado.

 

Sehun gargalhou e ficou brincando com o seu isqueiro, tentando controlar sua vontade de fumar um cigarro. “Pode falar à vontade! Até porque, temos uma longa viagem pela frente e conversar com você é agradável…”

 

“Obrigado!” – Sorriu verdadeiramente. – “E você?”

 

“Eu… O que?”

 

“Por que vai morar em Seul?”

 

“Aquele meu amigo, o gay, sabe? Ele morava na mesma cidade que eu, mas uns dois anos atrás ele foi embora pra Capital, viver com o namorado que ele conheceu em uma viagem feita pra lá… Ele é um ótimo baterista e está querendo montar uma banda, então me chamou. Ele disse que a banda dele terá dois guitarristas, mas um deles só poderá ser uma pessoa… Eu.” – Sorriu torto.

 

“Wow! Você deve ser muito bom!”

 

“Ah, não sei se sou tão bom assim… Mas espero que nossa banda seja boa. Meu sonho é conquistar o coração das pessoas com minha música, sabe? Eu acho que existem muitos sentimentos que não podem ser passados de qualquer forma, eu mesmo, sou muito melhor transmitindo o que sinto quando estou tocando…” – A forma que Sehun falava demonstrava para Luhan que ele não precisava tocar pra exteriorizar seus sentimentos, era somente falar de música, mesmo em uma conversa casual, que seus sentimentos já transbordavam de seus olhos. E Luhan achou aquilo fascinante. – “Hm, acho que devia avisar seu namorado que vamos demorar.”

 

“Hã?”

 

“O ônibus parou desde o momento que deslizou no asfalto… O motorista certamente vai dirigir com mais cautela e demora agora…” – Falou sorrindo e unindo as sobrancelhas.

 

“Ah… É…” – Luhan ficou sem jeito, porque realmente não tinha percebido. Estava ocupado demais prestando atenção em Sehun. – “Acho que é por causa da neve.”

 

“Sim.” – Sehun tentou olhar pela janela. – “Acho que nossa viagem de sete horas de estrada será mais longa, para sua infelicidade.”

 

“A-Ah… Tudo bem.” – Pigarreou. – “Sehun, além da música, o que gosta de fazer?”

 

“Hm… Dormir.” – Sorriu.

 

“Eu gosto muito disso também!” – Luhan gargalhou. – “Mas também gosto de dançar, escrever, ler, cozinhar e tomar Bubble Tea!”

 

“Sério?!” – Sehun falou com um sorriso escancarado no rosto, deixando-o com mais cara de bebê ainda.

 

“S-Sim, por quê?”

 

“Eu adoro tomar Bubble Tea!”

 

“É a primeira pessoa que eu conheço que compartilha desse gosto comigo!” – Luhan falou feliz.

 

“Acho que devíamos trocar os números de nossos telefones para marcamos de tomar Bubble Tea!” – Sehun falou rindo e brincando, por isso se surpreendeu ao ver Luhan esticando o próprio celular pra ele.

 

“Salve seu número!” – Sehun sorriu e passou o numero para Luhan que logo em seguida deu um toque e com isso o mais novo salvou o número do chinês.

 

Ficaram conversando por toda a viagem, um descobrindo sonhos e gostos do outro. Assim como Luhan, Sehun amava comer hanwoo; tomar bubble tea; andar de bicicleta; ler mangás e assistir filmes de comédia e ambos eram fãs da atriz Sandra Bullock. Foi, sem sombra de dúvida, a melhor viagem feita por Luhan e ele realmente não estava se importando dela demorar, na verdade, ele não queria que ela acabasse tão cedo. Infelizmente o menor estava um pouco cansado, e mesmo que quisesse continuar conversando, acabou cochilando um pouco. E como não tinha controle do corpo pesado enquanto dormia, sua cabeça acabou tombando até o ombro de Sehun, este apenas sorriu e apoiou a bochecha nos fios louros de Luhan.

 

× × × ×

 

“Hey, Luhannie…” – Sehun cutucou o mais velho que estava fazendo barulhos estranhos enquanto dormia.

 

“H-Hm?” – Falou enquanto esfregava os olhos. – “Que foi?”

 

“Você está fazendo uns gemidos estranhos do meu lado… Não está sonhando coisas pervertidas com seu namorado, não é?” – Riu debochadamente.

 

“CL-CLARO QUE NÃO!” – Luhan corou e deu um tapa leve na cabeça do mais alto, que apenas ria e deixava o menor mais e mais envergonhado. – “Eu tenho essa mania estranha quando durmo…” – Falou com um biquinho fofo nos lábios que foi apertado por Sehun.

 

“Não faça essa carinha, é muito fofa!” – Sorria. – “Vem, encoste a cabeça aqui de novo, vamos voltar a dormir. Te acordei porque achei que estava passando mal… E também porque comecei a ficar com medo de estar sendo possuído por alguma coisa!” – Riu alto.

 

“Sehun!” – O mais velho cruzou os braços em frente ao peito e emburrou. Não demorou muito para voltar a cochilar e novamente sua cabeça pendeu pro lado, e Sehun o ajeitou em seu ombro, ficando assim até que a viagem terminasse, o que aconteceu por volta das sete horas da manhã, devido ao incidente com a neve.

 

“É… Chegamos.” – Luhan falou assim que notou as pessoas retirarem suas malas dos compartimentos e começarem a sair do ônibus, bufou um pouco antes de se levantar e pegar suas coisas.

 

“Está desanimado? Não era isso que você queria?” – Sehun perguntou confuso.

 

“Ah, não… N-Não estou desanimado!” – Sorriu sem jeito e coçou a cabeça. Logo os dois já estavam em frente ao ônibus, cada um com sua respectiva mala e um olhando para o outro sem saber o que falar.

 

“B-Bem, sucesso pra você, hyung! Que você seja muito feliz ao lado do seu namorado!” – Sehun dizia sorrindo.

 

“P-Pra você também! Felicidades e sucesso com a sua banda e…” – Luhan não terminou sua fala por ouviu alguém lhe chamar. Virou bruscamente para trás e sorriu ao ver um rapaz de pele morena e cabelo escuro se aproximar enquanto gritava seu nome. O chinês correu para acabar mais rápido com a distância e nisso Sehun sorriu e girou o calcanhar e sumiu em meio à multidão que frequentava a rodoviária.

 

“Como está, Luhan? Fez uma boa viagem?!”

 

“Sim! Estou bem, ainda mais agora!” – Abraçava o moreno de forma intensa. – “Senti tantas saudades!”

 

“Ei, ei, calma, Luhan!” – Jongin acariciava os fios do namorado. – “Estamos na rua!”

 

“E-Eu sei…” – Falou com tom manhoso.

 

“Eu também senti saudades.” – Sorriu e pegou a mala de Luhan. – “Vem…”

 

“Ah! Espera, eu tenho que me despedir do Sehun!” – Virou-se novamente e viu que quase todos os passageiros do ônibus já haviam sumido. – “N-Nya… Ele… Já foi…”

 

“Quem é Sehun?”

 

“Um… Amigo que eu conheci no ônibus.”

 

“Bem, quem sabe um dia vocês se encontram por aí…” – Jongin falou sem acreditar muito na ideia, afinal Seul era grande. – “Vamos?”

 

“Uhum…” – Luhan sorriu e abraçou o braço do namorado.

 

“Luhan…”

 

“Aish!” – Soltou e ficou emburrado por alguns minutos.

 

× × × ×

 

“Chegamos!” – Jongin abriu a porta e sorriu. – “Não é o melhor lugar do mundo, mas dá pra vivermos juntos até você conseguir arrumar um apartamento para viver.”

 

“C-Como é?”

 

“Você… Achou que íamos morar juntos?”

 

“S-sim…”

 

“Luhan, eu te chamei para vir pra Seul porque encontrei um emprego pra você, mas… Eu acho que ainda é muito cedo para vivermos juntos… Sabe? Acabei de conseguir um jeito de sair daquela república, e também tem a faculdade…”

 

“H-Hm…” – Luhan sorriu forçadamente. – “Entendi!”

 

“Segunda nós vamos ao escritório onde arrumei emprego pra você, e enquanto você não recebe seu salário e não tem como se sustentar, a gente divide o apartamento, ok?”

 

“U-Uhum.”

 

“Agora vem cá, eu quero matar a saudade do meu namorado…” – Jongin disse sorridente e Luhan não conseguia resistir àquele sorriso.

 

Jongin e Luhan se entregaram um para o outro naquela tarde, e fizeram isso várias vezes durante aquele final de semana, para matar a saudade que um sentia do outro.

 

Na segunda-feira pela manhã, Jongin levou Luhan até o escritório de advocacia do pai de um amigo dele de faculdade, chamado Kyungsoo – e Luhan não gostou nadinha da amizade deles, mas isso era normal, Luhan era muito ciumento com Jongin. O chinês fez entrevista e ficou acertado que no dia seguinte começaria a trabalhar, o que o deixou muito animado.

 

× × × ×

 

“Luhan, tem quase duas semanas que você veio pra cá e não te vejo procurando por um lugar pra ficar.” – Jongin perguntou com a sobrancelha arqueada.

 

“Ahn, mas estou procurando… Só que… Sabe, as coisas estão tão caras ultimamente…” – O chinês respondia fitando sua comida para fugir do olhar de Jongin. Mas o moreno sabia que o chinês estava enrolando para arrumar um lugar pra morar.

 

“Luhan…” – Jongin suspirou. – “Nós decidimos que teríamos nossa individualidade e independência, não foi? Sabe, somos namorados ainda… E eu quero viver um namoro, e não um quase matrimônio.”

 

“Mas… Não está bom assim?!” – Luhan falou manhoso. – “Eu cozinhando, trabalhando, limpando a casa e cuidando de você!”

 

“Luhan, eu não pedi por isso!” – Jongin começava a se irritar.

 

“M-Mas… Por que você é tão egoísta assim?!” – A voz de Luhan saiu alguns tons acima, e depois dessa fala o silêncio tomou conta do lugar.

 

“Obrigado pela comida.” – Jongin se levantou.

 

“D-Deixa que eu lavo.”

 

“Não…”

 

Naquela noite, ambos dormiram brigados.

 

O dia daquela sexta-feira amanheceu com Jongin sozinho na cama e com um bilhete ao seu lado de Luhan que dizia ter saído mais cedo pra procurar um lugar pra viver, dizia também que não sabia se conseguiria chegar para fazer o almoço, porque certamente iria direto para o serviço. Jongin sorriu ao ler aquele bilhete e pensou que de noite tinha que fazer as pazes com Luhan. Ele não gostada de brigar com o namorado, mas também não gostava quando Luhan não assumia seu posto de ‘mais velho e maduro’ da relação. Amava Luhan, mas às vezes seu jeito inseguro o fazia ficar dependente de Jongin, e o moreno não queria isso. Afinal, Jongin saiu do interior exatamente para buscar sua independência.

 

Já Luhan estava chateado. Ele acreditava que finalmente viveria dividindo seus dias com seu namorado, afinal, namoravam há tanto tempo. Por que não poderiam avançar um passo no relacionamento? Ainda mais depois de toda a distância que viveram. Porém, se Jongin não queria, forçar só pioraria as coisas e mais brigas como as da noite anterior aconteceriam. Então, para salvar seu relacionamento – porque Luhan dizia que não poderia mais viver sem Jongin – ele decidiu escolher logo um lugar pra viver. Mas isso era mais difícil do que ele imaginava.

 

“Por que todos são tão caros!” – Bufou se jogando na cadeira.

 

“Eu tenho um aqui, mas ele não é tão perto do grande centro e é de construção antiga, tem algum problema?” – O consultor de imóveis disse enquanto abria a planta de um prédio. A única coisa que Luhan viu foi que o preço era algo que ele conseguiria arcar, e isso foi o suficiente.

 

“VAMOS VER ESSE!” – Falou animado.

 

O prédio tinha dez andares, e era em estilo ocidental. Ficava em uma área próxima a árvores e um rio, também tinha um parque agradável por perto onde Luhan imaginou que muitas famílias iriam ali para passarem uma tarde feliz de domingo. A única coisa que poderia ser vista como ruim era que o apartamento ficava no sétimo andar, e não tinha elevador. Mas tudo bem, Luhan não era sedentário afinal de contas.

 

Assim que chegaram ao corredor do apartamento 707, o chinês viu que a porta do mesmo estava aberta, e o velho consultor de imóveis em sua frente reclamou.

 

“Quando terminarem… Podemos dar uma olhada?” – Falava enquanto passava pela porta, onde uma case preta de uma guitarra estava encostada.

 

“Sinto muito, mas meu cliente já disse que está interessado no apartamento.” – O outro consultor falou e assim que Luhan viu o outro cliente quase teve um ataque cardíaco. Em sua frente estava nada mais, nada menos que a pessoa que Luhan pensou muito durante esses dias em Seul, mas nunca teve coragem de ligar. Só podia ser destino…

 

8 pensamentos sobre “Apartamento 707 – Capítulo 01

  1. Olha só pq sou a melhor leitora de todo esse mundo… (a-ta) Eu vou recomentar pq o SS ta de brincadeira com minha cara, mds
    HUSAHUASUHSAUHUHASHUSAUH Claro que eu amo esse cap, e eu odeio esse Jogin mds, já sei da história tda HAHAHAH UHASHUASUHASUHAUHSUHAS
    Amo essa MINHA hist, beeeijos ❤

  2. Oiii!!!!
    Eu A.M.O essa fanfic, amo tanto que li e re-li tantas vezes que perdi a conta.
    Fiquei muito puta com essa frescura do SS!!!!
    Mas poder ler ela aqui novamente é um alívio e uma alegria tão grande que meu coração quase sai do tórax de tão forte que bate!!!!
    Eu tinha dito acho que a mais de meses para a karoline que iria estar aqui lendo, comentando e relendo, mas eu estive tão ocupada que não deu!!!!
    Vou agora ler o próximo e comentar, por que eu amo demais essa fic.

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