Apartamento 707 – Capítulos 23 e 24

Boa tarde pessoal! Vindo mais cedo repostar AP, fic HUNHAN da Kah para todos. Como não sei se dará tempo de postar no sábado, hoje teremos uma att dupla. Caps 23 e 24 para todos.

Segurem-se! Boa leitura!

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo 23: Se torne um ídolo!

 

“PORQUE UMA GRAVADORA LIGOU PRA MIM HOJE!” – Chanyeol disse animado e as palavras ecoaram nas mentes de Luhan e Sehun por um tempo. – “Heeeey, me ouviram???”

 

“I-ISSO… Isso é sério?” – Sehun falou incrédulo.

 

“CLARO QUE É! Eles querem conversar com a gente na segunda-feira pela manhã!”

 

“Meu Deus!” – Luhan comemorou. – “Que ótima notícia!”

 

“Sim!” – Sehun bradou alegre. – “Mesmo que eles não tenham fechado nada com a gente, só de ligarem e quererem conversar… Já é motivo de alegria!”

 

“Exatamente!” – Chanyeol concordou animado. – “Estou esperando vocês aqui!”

 

× × × ×

 

A comemoração foi mais um encontro de boas energias para que a reunião de segunda-feira surtisse um bom efeito. E também para comemorar e continuar a torcida com Luhan no programa de dança.

 

Foi algo simples e entre os sete amigos que a cada dia que passava ficavam mais e mais unidos.  Mas será que a vida ficaria pra sempre assim?

 

× × × ×

Segunda-feira, 14 de outubro de 2013.

 

Nervosismo, taquicardia, mãos suadas. Sintomas em comum em qualquer um daqueles sete rapazes que esperavam na sala em frente ao escritório do presidente da gravadora, Koong ChungHo.

 

Os dez minutos de espera pareceram milênios a cada segundo que os rapazes fitavam seus relógios para marcarem a passagem de tempo. Uns tamborilavam com os dedos nas pernas ou nos objetos; outros ficavam balançando as pernas e alguns lambiam os lábios infinitas vezes em sinal de ansiedade e nervoso.

 

“Vai ficar sem lábio inferior se continuar o mordendo e lambendo tanto assim, Sehun.” – Luhan dizia rindo e disfarçadamente acariciando o pescoço do namorado, que não disse nada, apenas sorriu soltando demoradamente o ar por suas narinas.

 

No final dos dez minutos a secretária de Koong ChungHo chamou os rapazes para entrarem. O nervoso apenas aumentou. Um buraco negro parecia surgir dentro das entranhas dos sete meninos e ficava a devorar todos os órgãos, deixando um vazio gelado em seus corpos.

 

Um a um foi entrando na sala, sendo Luhan o ultimo a passar pela porta e se curvar antes de se sentar, e quando o fez, percebeu o olhar curioso do presidente para si.

 

“Boa tarde, rapazes.” – O presidente, um homem de aproximadamente 50 anos e de traços marcantes e severos, disse.

 

Os sete responderam juntos, as vozes trêmulas de nervoso.

 

“Bem… Vou direto ao ponto, ok? Nossa empresa está interessada no trabalho de vocês desde o Festival de Música três meses atrás. Até pensamos em entrar em contato logo na primeira semana, mas depois achamos melhor ficarmos observando vocês. Nesses três meses vimos como ganharam o público mesmo sem ter qualquer CD lançado. Suas músicas são pedidas todos os dias nas rádios e os vídeos das apresentações de vocês ganham milhões de visualizações a cada semana.”

 

Um sorriso orgulhoso ia aparecendo em cada um dos rapazes a cada palavra pronunciada.

 

“Então, decidimos agir antes que alguma outra empresa agisse!” – Riu de canto. – “Queremos que representem a Amazing Music. Se concordarem em assinar um contrato conosco, se mudarão imediatamente para um dormitório nosso onde ficarão lá durante o começo de suas carreiras, também ficarão aos cuidados de um manager, terão um produtor musical responsável para guiar os passos de vocês, bem como para cuidar do single que deverá ser lançado daqui dois meses, porque queremos levá-los logo para a mídia.”

 

“C-Como é?” – Minseok perguntou estupefato. – “Single, dois meses? Sério?”

 

“Sério.” – Sorriu. – “Só precisam assinar os contratos.” – Disse abrindo uma pasta e passando montinhos de seis folhas.

 

Chanyeol pegou o mesmo e foi passando os montinhos para trás, porém, faltava um.

 

“Tem um problema.” – Sehun falou.

 

“Qual?”

 

“Não tem o contrato do Luhan…”

 

“Ele não é da banda, até onde eu sei.”

 

“Ele é sim!”

 

“O que ele faz, então?”

 

“Ele escreve nossas músicas.”

 

“Nós temos nossos compositores.”

 

“O que?!” – Sehun falou ficando nervoso.

 

“Se-Sehun. Eu realmente não sou da banda.”

 

“M-Mas… Luhan… Tudo que a gente conseguiu foi por sua causa… Todo mundo aqui concorda que você faz parte da The Secret Of The Phoenix como qualquer outro…”

 

“Mas mesmo assim… Eu não sou um integrante.”

 

“Não, eu não aceito!”

 

“Para ele ter um contrato conosco, ele tem que ser parte efetiva da banda. Fazer algo nela.”

 

“ALGO? Essas músicas lindas que as pessoas pedem nas rádios… Todas são escritas pelo Luhan!”

 

“Já disse que temos nossos compositores.”

 

“Não aceito. Não aceito isso. Luhan foi quem montou essa banda, foi quem conseguiu casas de shows para nós, quem nos inscreveu naquele Festival!”

 

“S-Sehun…”

 

“Não, Luhan!”

 

“Sehun… Essa é a nossa oportunidade!” – Minseok falou.

 

“E por isso vai abandonar o Luhan? Foi por causa dele que conseguimos tudo isso!”

 

“E-Eu sei!” – O menor respondeu confuso. – “Mas pense bem…”

 

“Eu não concordo.” – Sehun falou com veemência.

 

“F-Façamos assim… Um teste.” – Luhan foi falando nervoso, se obrigando a pensar em um jeito para que o namorado e os amigos não perdessem aquele contrato. – “Daqui dois meses, aproximadamente, o primeiro single é lançado não é?”

 

“Sim.” – O presidente afirmou.

 

“Então… Esse primeiro single… É lançado com as músicas que eu escrevi… Depois, vocês lançam um single com músicas escritas pelo compositor da empresa… Um single bem atrás do primeiro. E deixem a crítica e o público escolher. Aquele que vender mais ou que for mais elogiado… Vira o compositor oficial da The Secret Of The Phoenix.”

 

“E por que eu aceitaria isso?”

 

“Porque você não quer perder uma banda que está em ascensão mesmo sem gravadora. Quer?”

 

“Hm…” – Fechou as mãos em frente à boca, ficando pensativo por um tempo. – “Eu aceito. Se o CD que for mais bem aceito pelo público for o que tiver suas músicas, você será contratado para ser o compositor da The Secret Of The Phoenix. Nunca fizemos isso aqui… Mas achei essa proposta interessante.”

 

“Feito!” – Luhan comentou e se virou para Sehun. – “Feito, ok?”

 

“Ainda não sei…”

 

“Sehun…”

 

“Quanto tempo esse teste duraria?”

 

“Hm… Dois meses até lançarmos o primeiro single, um mês o promovendo e mais um ou dois meses promovendo o segundo. Acho que uns cinco ou seis meses.”

 

“Cinco.” – Sehun falou determinado.

 

“Certo, certo. Cinco meses.” – O presidente sorriu de canto com a petulância do rapaz.

 

Sehun olhou fundo nos olhos de Luhan e este acenou com a cabeça como que disse, sem usar palavras, para o guitarrista aceitar a proposta.

 

“Aceito.” – Falou suspirando.

 

“ÓTIMO!” – Minseok bradou feliz.

 

“Ah, só mais uma coisa. Poderia fazer um novo contrato?” – Luhan pediu com a voz mansa, porém determinada.

 

“Por quê?”

 

“Porque assim, se daqui cinco meses acontecer de não ser o meu CD o mais querido pelo público… E caso o Sehun ou algum outro queira sair da gravadora… Nenhum deles pague alguma multa contratual.”

 

“Você pensa em tudo garoto.”

 

“Sempre.”

 

“Amanhã venham aqui para lerem o novo contrato. Estará estipulada no contrato essa fase teste de cinco meses. Depois que esses meses acabarem, nós faremos um contrato definitivo.”

 

“Certo.” – Luhan falou e depois todos se curvaram e deixaram a sala.

 

Um silêncio pairou sobre todos na volta da gravadora para a casa, sendo Sehun o mais irritado. Todo mundo sabia o quanto ele era grato a Luhan por todas as conquistas da banda, por isso, não admitia nenhum tratamento que excluísse o chinês dos créditos que a The Secret Of The Phoenix ganhasse.

 

Mesmo que parecesse mimo de Sehun para outros, para ele aquilo era justiça. Ele não sabia dizer onde estaria se Luhan não fosse seu anjo da guarda.

 

× × × ×

 

“Sehun? Saia desse banho e vem jantar…” – Luhan falou encostado na porta do banheiro, mas não obteve resposta. O coreano passou o dia assim, fosse em casa ou no serviço, Sehun estava calado e distante.

 

O chinês apenas suspirou e abriu a porta do banheiro, encontrando o maior com todo o corpo submerso na banheira, exceto pela cabeça.

 

“Faz tempo que está aí, Sehunnie.”

 

“Hm…”

 

“Oh Sehun… O que está pensando, uh?”

 

“Nada…”

 

“Aish…” – Falou bufando e passando as mãos no cabelo castanho escuro do mais novo. – “Fale comigo…”

 

“Eu não quero isso.”

 

“Sehun… Confie em mim. Ok?”

 

“Eu confio!”

 

“Então! Não acha que eu consigo ganhar esse teste e ser o compositor de vocês?”

 

“Eu tenho certeza absoluta que você é capaz disso… Mas eu não confio neles! E se eles sabotarem?”

 

“Sehun…”

 

“E outra, você ouviu que vamos viver em um dormitório sendo cuidados por um manager?”

 

“Ouvi…”

 

“Como vamos ficar juntos? Mesmo se for nosso compositor… Eu não acredito que vá viver com a gente.”

 

“Mas vamos nos ver mais… E outra, eu ainda posso ser um dos managers!” – Disse rindo, para tentar aliviar o clima. – “Sehun… A gente viveu junto desde o começo, mas você sabe que não é sempre assim entre namorados. Vamos nos separar? Vamos, mas isso não significa o fim do namoro.”

 

“Mas como vamos ter nossos momentos?! Eu vou viver em um dormitório com o manager cuidado dos meus passos! Eu só tinha meios de ser seu namorado aqui nesse apartamento, se esqueceu? Porque na rua não podemos demonstrar mais nada!”

 

“Eu sei, eu sei! Eu também penso nisso tudo! Mas, por favor, Sehun não se desespere ainda. Acredite que vamos dar um jeito, ok? Temos cinco meses de teste, caso você realmente não queira continuar, pode sair depois…” – Suspirou. – “Mas é a realização do seu sonho, então… Não seja impulsivo.”

 

“Mas…”

 

“A gente dará um jeito, ok?!” – Sorriu alisando o rosto úmido do mais novo. – “Depois que eu terminar minha participação no programa de dança, eu ataco o fã fanático e marco presença onde quer que você esteja, só para ficarmos mais perto um do outro. Nos dias que tiver um descanso, você foge pra cá e a gente fica junto… Mas só não se entregue ao medo e às inseguranças…” – Luhan pediu, e tudo que Sehun fez foi soltar um riso soprado. – “O que foi?”

 

“Antes era eu quem te dizia para não ter medo…”

 

“Eu aprendi bem.” – Riu. – “Eu passei por um momento em que precisei de ajuda para reencontrar o meu verdadeiro eu, aquele forte… Se agora for o seu momento para isso, eu estarei aqui para te ajudar. Eu sempre estarei com você, Oh Sehun.”

 

“Promete?”

 

“Prometo.”

 

“Eu te amo…” – Puxou o rosto de Luhan para mais perto de si e selou os lábios em calmo e singelo selar.

 

“Eu também te amo.” – Sorriu e beijou a testa do maior. – “Agora saia daí e vem comer. Amanhã será um dia… Cheio para você.” – Sorriu torto.

 

× × × ×

 

“Sehun?”

 

“Desculpa te acordar.”

 

“Ainda preocupado?”

 

“U-Um pouco…” – Respondeu baixinho, e sua resposta fez Luhan ascender o abajur.

 

O mais velho se moveu lentamente na cama, ficando em cima de Sehun, mantendo seu olhar dentro dos olhos do mais novo, como se estivesse vendo sua alma, seus medos, seus sonhos, sua força.

 

“Vai dar tudo certo.” – Falou sorrindo e roçando os lábios pelo rosto de Sehun, em um carinho calmo e singelo.

 

De repente o carinho ficou mais íntimo, e em meio a beijos, toques e lágrimas os dois fizeram amor naquela noite. Amor de um jeito diferente… Mais calmo, mais romântico, mais emocionante. Deixaram seus medos, suas preocupações e seus sentimentos mais aflorados naquela noite de amor com sabor de “até logo”.

 

× × × ×

 

“Pegou tudo que é importante e necessário?” – Luhan perguntou ao ver Sehun pegar uma mala média e uma mochila. – “Pegou o seu copo de morango?”

 

Luhan havia comprado dois copos de morangos, falando que adorava quando um casal dividia as coisas; e como ele e Sehun amavam morangos, decidiu que seria uma bela lembrança. Quando Sehun perguntou o motivo de ter comprado copos, ele disse que quase ninguém dá copo de presente, pois acham algo normal, mas esses copos não eram normais, eram especiais. Eram somente deles.

 

Sehun apenas riu e concordou, achando fofa a maneira como o namorado queria passar que sempre estaria por perto, mesmo que distante.

 

“Sim e peguei o copo.” – Riu.

 

“Ok. Bem, se esquecer de alguma coisa é só me falar que a gente dá um jeito de se ver. Nem é longe daqui mesmo.” – Sorriu e entrelaçou sua mão à de Sehun. – “Boa sorte meu amor.”

 

“Obrigado. Boa sorte no programa de dança, farei de tudo para estar lá te assistindo.”

 

“Eu sei que vai ser difícil estar lá, mas obrigado por tentar.” – Sorriu e selou os lábios do maior. – “Não se preocupe ok? Esses meses passarão rápido.”

 

“Espero que sim.”

 

“Vão sim. E eu voltarei a ser o compositor da The Secret Of The Phoenix.”

 

“Mal vejo a hora disso acontecer.” – Sorriu. – “Eu te ligo de noite.”

 

“Certo.”

 

“Bem… A-Até mais.”

 

“Até. Cuide-se e não arranje problema com o manager, sabe, tente conquistar a amizade dele. Quem sabe ele te ajuda nas fugas do dormitório pra cá?” – Sorriu travesso, e Sehun o acompanhou.

 

“Obrigado por tudo, se cuide também.” – Curvou-se e tocou nos lábios do menor, iniciando um beijo apaixonado.

 

Assim que Sehun saiu, Luhan se encostou à porta de madeira, olhando o apartamento e se sentindo sozinho ao ver aquele vazio.

 

Quis chorar, pois também tinha medo de ser difícil demais e talvez impossível com a distância e os compromissos. Se já era difícil para um ídolo começar um namoro em início de carreira no país deles, imagine um ídolo homossexual?

 

Luhan sabia de muitos casos de celebridade entrando em depressão porque haviam descoberto sobre sua orientação. E com Sehun famoso, seria ainda mais necessário ter cautela, mas ele não ia desistir.

 

Não ia se entregar aos medos e inseguranças. Não de novo. O Luhan forte e determinado havia voltado, e agora ele tinha que ficar presente, ainda mais se Sehun precisasse.

 

“Pode ser difícil, mas não será impossível.” – Falou para si mesmo enquanto segurava as lágrimas, impedindo-as de saírem.

 

O que ele não sabia, era que seria realmente muito difícil.

 

× × × ×

 

Aquela terça-feira foi inédita. Muita coisa havia mudado na vida de Sehun depois que ele e seus amigos assinaram o contrato com a Amazing Music naquela manhã. De repente ele não morava mais no apartamento 707 e nem trabalhava mais dando aula; de repente ele se viu em um dormitório grande com quatro quartos, porém um era só do manager, então ele, Minseok, Yixing e Yifan estavam tirando na sorte quem seria par de quem no quarto – porque Baekhyun e Chanyeol, obviamente, dividiriam um.

 

“Quero um novo jogo.” – Minseok falou emburrado.

 

“Por quê?!” – Yifan perguntou parecendo ofendido.

 

“Não vou aguentar ficar no mesmo quarto que você, ouvindo suas piadinhas!” – Reclamou bufando. – “Yiixiiiiiing, fica comigo?”

 

“Se fosse para ser assim, por que a gente tirou na sorte?”

 

“É, não joga todo nosso trabalho fora, Minseok.” – Sehun comentou rindo e andando até o quarto onde ficaria com Yixing. – “A cama de cima é minha, ok?” – Gritou de dentro do quarto.

 

“Tanto faz.” – Yixing respondeu, dando de ombros, ao entrar no quarto. – “Está melhor?”

 

“Uh?” – Sehun perguntou, se fingindo de desentendido.

 

“Sobre tudo isso… E o Luhan…”

 

“Estou. Ele me fez prometer que ficaria bem e me esforçaria.”

 

“Assim que se fala.” – Yixing riu e bagunçou os cabelos de Sehun.

 

× × × ×

 

Depois de cada um arrumar suas coisas nos novos quartos, todos foram até a sala conhecer o manager que ficaria responsável por eles. Baekhyun, Chanyeol e Sehun se sentaram em um sofá, e Yifan, Minseok e Yixing em outro, todos olhando para o homem do tamanho semelhante ao de Yixing falar.

 

“Olá! Meu nome é Lee Chul e serei o manager de vocês a partir de hoje. Quero que saibam que antes de tudo, eu prezo por um bom relacionamento e uma boa amizade, pois, depois de vocês mesmos, eu serei aquela pessoa com quem mais manterão contato. Espero que possam confiar em mim e que tenhamos um bom relacionamento e um ótimo trabalho juntos.” – Disse se curvando.

 

Os meninos se levantaram logo em seguida e também se curvaram enquanto diziam que era um prazer trabalhar com ele.

 

“Bem, o primeiro dia de vocês já tem trabalho, é um encontro com o produtor musical que ficará encarregado do single.” – Falou sorrindo ao ver os olhares de esperança em cada um, e, por causa dessa esperança ele achou melhor dar um recado importante depois.

 

× × × ×

 

O estúdio era enorme. Andaram alguns corredores até entrarem em uma das salas de lá e encontrarem dois homens de aproximadamente 40 anos cada, sentados em frente à aparelhagem e ao grande vidro da cabine acústica.

 

E vale ressaltar, o estúdio era enorme, e completamente equipado com instrumentos de última geração, bem diferente do que eles estavam acostumados.

 

“M-Meninos… Eu peço muita paciência para lidar com… Um dos produtores.” – Lee Chul comentou com a voz um pouco tensa.

 

“Por quê?” – Sehun perguntou desconfiado, arqueando uma sobrancelha.

 

“B-Bem… Ele é um pouco… Impaciente…” – Comentou reticente.

 

“E o que mais?” – Sehun indagou, ainda mais desconfiado.

 

“Ele… É o pai de um dos meninos que competiram com vocês no festival de música que participaram. E… Parece que não concordou muito com a escolha.”

 

“Ah.” – Sehun murmurou, já se preparando mentalmente para implicâncias e cobranças que certamente viriam.

 

Os garotos se curvaram assim que os dois homens se direcionaram a eles. O mais baixo dos dois foi gentil e lançou um sorriso sincero, como se mostrasse ser admirador do trabalho dos seis jovens que estavam em sua frente.

 

O problema era o senhor que se apresentou como Sun Kwang. O homem de cabelos grisalhos e óculos encarou cada um dos pés à cabeça com expressão de desdém, ficando aproximadamente dois minutos em silêncio enquanto analisava os rapazes.

 

“Mostrem-me o que sabem fazer.” – Disse se sentando na frente do equipamento.

 

Os meninos se olharam e alguns até arriscaram xingar aquele produtor  mentalmente, claro, antes de entrarem na cabine acústica. Um por um foi se arrumando nos instrumentos que lá estavam e em pouco tempo começaram a tocar a música Phoenix.

 

Porém, não conseguiram tocar nem a metade da música e o produtor havia parado o ensaio.

 

“Não, não, não. Tudo errado.”

 

“O que?” – Minseok perguntou confuso.

 

“O que? Olha rapaz, posso te dar uma lista.”

 

“Então nos dê.” – Sehun disse de modo inquisitivo.

 

“O vocal está fraco, as notas dessa música pedem mais extensão; a guitarra do baixinho aí está desafinada e a sua…” – Disse virando para Sehun. – “Sem emoção.”

 

“Como é?”

 

“Não parece que sente a música…” – Falou com um sorrisinho. – “Toquem de novo.”

 

Sehun pensou em responder, mas apenas respirou calmamente, tentando recuperar sua paciência. Ia fazer de tudo para não estrear com uma briga, porém, o produtor Sun Kwang estava firme em seu propósito de testar a banda, principalmente Sehun.

 

× × × ×

 

“Não, não. Vocês não querem estar aqui, por acaso?”

 

“O que foi dessa vez?” – Yifan disse desesperado, por já ser a quarta vez que o produtor parava.

 

“Saiam todos, quero apenas o Sehun tocando.” – Disse com um sorrisinho divertido em seus lábios finos.

 

O guitarrista bufou e contou mentalmente até a maior sequência de números que conseguiu. Olhou pelo vidro o sorriso debochado do produtor e novamente encheu seu diafragma de ar, tentando se controlar.

 

“Toque de novo, com mais emoção.”

 

Sehun quis dizer que a única emoção que sentiria no momento seria ver os olhos daquele produtor saltando do globo e seu rosto ficando vermelho ou roxo enquanto ia o enforcando, mas como não era possível ficou quieto e tocou novamente.

 

Tocou do mesmo jeito de antes, talvez com um pouco mais de raiva – emoção que não tinha relação nenhuma com a música, vale ressaltar.

 

“Está um pouco melhor…” – Ele disse quando Sehun terminou. – “Por hoje é só, mas amanhã nos encontraremos de novo e além de passarmos o som vamos mudar alguns arranjos das músicas e escolher as que entrarão no primeiro single.”

 

“Mudar arranjos?”

 

“Sim.”

 

“Não vamos mudar nada.” – Por incrível que pareça, quem foi contra foi Yifan e não Sehun. – “Nossas músicas ficarão do jeito que mostramos naquele festival, foi assim que conquistamos o público. Foi assim que ganhamos das outras bandas.” – Falou com um toque de maldade e implicância, relembrando ao produtor que haviam vencido a banda de seu filho.

 

O produtor apenas deu um risinho soprado e não respondeu nada. Virou-se e saiu da sala, deixando os meninos, o manager e o outro produtor sozinhos no local.

 

“Concordo em não mudarem arranjo nenhum.” – Eo Shim, o outro produtor, disse sorridente. – “Vamos apenas discutir sobre o single e as músicas que entrarão nele.”

 

“Certo.” – Baekhyun disse um pouco mais calmo. – “Por que ele quem tem mais voz ativa que você?”

 

“Ele é o produtor responsável, eu sou somente o auxiliar… Ele mesmo se ofereceu para ser o produtor de frente do single, disse que queria muito trabalhar com vocês.”

 

“Por trabalhar você quer dizer nos infernizar?” – Sehun comentou irritado, colocando a alça da case em seu ombro e desejando mais do que nunca um banho quente para aliviar o estresse.

 

“Tenham paciência…” – Eo Shim pediu com um sorriso fraco.

 

× × × ×

 

Três semanas se passaram em um piscar de olhos.

 

Sehun e seus amigos estavam tão cansados que tudo que faziam quando chegavam ao dormitório era comer e dormir – bem o guitarrista fazia algo mais: ligar para Luhan todo dia para que ambos conversassem sobre seus compromissos.

 

“Farei de tudo para ir semana que vem ver sua dança, amor.”

 

“Tudo bem Sehun, eu entenderei se você não conseguir ir.”

 

“Eu vou. Já vi que nosso compromisso é apenas uma entrevista em um programa que passa pela manhã, e a tarde é continuação da gravação do clip. Está mais folgado, porque terminamos as gravações dos teasers.”

 

Os teasers foram meios de promoção de cada membro. Começaram com as gravações logo na primeira semana, e na segunda semana dois foram promovidos. Consistiam em dois minutos de seis músicas escolhidas, e nesses breves minutos, cada integrante seria promovido.

 

Os dois primeiros foram Chanyeol e Yixing, depois veio Minseok e Yifan.

 

“Falar nisso, eu adorei o teaser do Yifan, ficou realmente muito bom e a música Dream combinou para ser promovida por ele.”

 

“Também achei, mas prefiro o que o Baek gravou.”

 

“A musica dele será Amentia, não é?”

 

“Sim. Ele gravou de camisa de força dando as notas agudas dele, que o produtor parou de falar que não são boas…”

 

“Ele ainda está pegando muito no pé?”

 

“Quase que todos os dias… Considerando que antes eram todos os dias, estamos em uma situação vantajosa.” – Sehun riu soprado. – “E você, ensaiando muito?”

 

“Demais. Você sabe… Vou apresentar uma versão simplificada de batalha de street dance com o outro competidor.”

 

“E vai ganhar, tenha certeza.”

 

“Espero que sim, amor.”

 

“Eu estou com saudades… Desculpa não ter conseguido te visitar ainda…”

 

“Está tudo bem, eu entendo. Logo, logo você vai conseguir e a gente mata a saudade! Mas agora eu vou desligar porque vou para casa e você sabe como a rua da academia fica isolada às vezes.”

 

“Sei. Quando chegar em casa me avisa?”

 

“Aviso sim. Até mais, amor. Te amo.”

 

“Até, também te amo.” – Disse meio tristonho por conta da saudade.

 

Suspirou e arrastou os pés de maneira preguiçosa para fora do quarto, surpreendendo-se ao ver o manager ali na sala, conversando com Chanyeol, Baekhyun e Yifan na sala. Lee Chul dividia com eles o dormitório, sendo o único que dormia em um quarto sozinho (o que rendeu chantagem de Minseok, que pediu para o mesmo dividir com Yifan o quarto, pois não aguentava os roncos do baixista), mas normalmente naquele horário ele estava se recolhendo para dormir.

 

“Ah, Sehun… Venha cá, venha cá.” – Chamou o guitarrista. – “Estou esperando o Minseok e o Yixing saírem do banho para comentar uma novidade.”

 

“Mudaram o produtor musical?” – Sehun comentou com um risinho.

 

“Não… Ainda não.” – Lee Chul riu sem graça. – “Logo saberão.” – Disse sorrindo e se sentando ao lado do guitarrista, falando dessa vez somente para ele ouvir. – “O que foi, Sehun? Está triste?”

 

“Hm?”

 

“Parece triste. Na verdade, toda noite quando sai do quarto você está triste. Uma vez eu vi que você entra no quarto para telefonar…”

 

“Ah…” – Sehun ficou nervoso. Ele sabia que Lee Chul era um bom manager e amigo da banda, tanto que nessa semana havia descoberto sobre Baekhyun e Chanyeol quando acordou de madrugada e viu os dois se agarrando na cozinha. Não contou para ninguém e muito menos repudiou os dois, até mesmo contou que seu filho mais velho também namorava um homem.

 

Mas Sehun ainda tinha medo de Lee Chul for contra ele e Luhan, ainda mais por saber que Sehun bateu o pé para que o chinês fosse contratado.

 

“Sehun, pode confiar em mim.” – Disse com o timbre tênue passando calma e também força para o rapaz.

 

“Bem… Eu… Namoro.”

 

“Hm… Imaginei que fosse algo assim.”

 

“Mas eu namoro… Um homem. O… Luhan.”

 

“O compositor das músicas que estão trabalhando?”

 

“E-Ele mesmo. Mas eu juro que eu não bati o pé para ele ser nosso compositor por esse motivo… Digo, tem relação também, mas…”

 

“Eu entendo, não pensei que fosse somente por isso.”

 

“Que bom…” – Suspirou aliviado. – “Então… Eu sinto saudade dele. Está difícil de encontrá-lo, ainda mais às escondidas.”

 

“Hmm… Entendo.” – Disse pensativo e depois continuou. – “Eu posso ajudar.”

 

“P-Pode?”

 

“Sim. Eu posso levá-lo até ele. Se quiser ir hoje… Depois que eu der a notícia para vocês.” – Sorriu.

 

“Jura?!” – Disse alegre.

 

“Claro que sim.”

 

“Obrigado, obrigado!” – Sehun disse alto, atraindo a atenção dos outros três colegas de banda.

 

Depois de mais alguns agradecimentos de Sehun para o manager, Yixing e Minseok saíram do banho e foram para a sala logo que ouviram o grito de Chanyeol os chamando, avisando que o manager queria conversar sobre alguma novidade.

 

“Bem… Nós temos uma cantora na Amazing Music que tem o gênero pop, mas que adora fazer alianças com outros gêneros de música. Ela viu o show de vocês no festival e vem acompanhando os ensaios e gravações dos teasers e do clip… Bem… Falando logo o que tenho pra dizer… Ela se interessou e quer fazer alianças com vocês.”

 

“Alianças?” – Sehun perguntou curioso.

 

“Sim, sim. Ela quer duas alianças, uma com a banda toda e… Outra… Com um integrante só.”

 

“Quem?” – Baekhyun quem indagou dessa vez.

 

“O Sehun.”

 

“Eu?!” – Apontou para si mesmo, sua surpresa transbordando de seus olhos. – “Mas por que comigo?”

 

“Ela disse que adorou você cantando e que ama seu estilo de tocar guitarra.”

 

“Quem é essa cantora?” – Minseok indagou sem ter muito interesse no assunto.

 

“Eun Micha.”

 

“QUEEEEE?” – Chanyeol disse surpreso, assustando Baekhyun e Yifan ao seu lado.

 

“Ah não…” – Baekhyun falou rindo. – “Chanyeol vai ter ataques e mais ataques porque a cantora que ele é fã quer gravar com a gente.”

 

“Eu nem tinha me ligado que ela era dessa gravadora… Tudo aconteceu tão rápido que nem deu tempo de pensar muito.”

 

“PENSAR já não é muito seu forte em certos momentos, seja com tempo ou não.”

 

“Amor!” – Chanyeol choramingou e olhou com cara de cachorrinho sem dono, fazendo os demais rirem.

 

“Bem, é por isso que nós a encontraremos amanhã. Ela quer falar dos detalhes. Só quis avisar vocês e informar que o presidente gostou da ideia… Bem, ele sempre gosta das ideias dela já que é o pote de ouro da empresa.” – Falou revirando os olhos, fazendo os meninos ficarem curiosos sobre o assunto, mas decidiram não perguntar nada.

 

“Talvez seja legal, essa experiência.” – Yixing comentou e Minseok deu de ombros ao seu lado.

 

“Veremos.” – Sehun disse e logo encarou o manager nos olhos, pedindo mudamente para irem logo.

 

O mais velho sorriu e acenou, terminando o assunto e pedindo para Sehun colocar um boné para saírem.

 

Foram rápidos, e sempre cautelosos, até descerem à garagem e se dirigirem para um carro que Sehun nunca havia prestado atenção antes. Entraram com pressa e só quando saíram das mediações do prédio onde era o dormitório que Sehun indagou o manager.

 

“Ah, é que minha filha não é muito bem de saúde e por várias vezes precisa parar no hospital, por isso deixaram que eu trouxesse meu carro particular, para que eu pudesse visitá-la nas vezes em que ela precisa ficar internada.”

 

“E-Entendi. S-Sinto muito…”

 

“Tudo bem.” – Sorriu de forma tênue.

 

O caminho foi ao som de músicas aleatórias que tocavam na rádio sintonizada e com conversas sobre a vida de cada um. Sehun se sentiu bem em conversar com o manager, contar sobre ele e Luhan e também em ouvir um pouco mais da vida daquele que estava sendo como um pai nessa nova etapa de sua vida – e da vida de seus amigos.

 

× × × ×

 

Sehun chegou ao prédio onde morou com Luhan e rapidamente tratou de subir às escadas, sempre cabisbaixo e escondendo seu rosto como podia.

 

Parou em frente à porta do apartamento 707, retirando logo as chaves de seu bolso – pois ele ainda tinha – e abrindo a porta com cuidado. No carro, a caminho do apartamento, Luhan havia telefonado e comentado que já estava em casa, mas Sehun não falou que estava indo visitar o namorado, quis fazer uma surpresa.

 

Passou pela sala e pela cozinha, nesta ultima sentindo cheiro do Ramyun que Luhan costumava fazer quando ambos estavam cansados ou com preguiça para cozinharem algo muito elaborado.

 

Sorriu, imaginando o namorado dormindo de cansaço em cima da cama com uma tigela de Ramyun ao lado. Por isso foi lentamente até o quarto e abriu a porta, vendo na verdade o namorado com uma toalha felpuda na cintura e a tigela de Ramyun realmente estava em cima da cama, mas ainda cheia.

 

“Adorei a recepção.” – Sehun sorriu comentando e aumentou ainda mais o sorriso ao ver Luhan se sobressaltar e o encarar surpreso.

 

“S-Sehun?” – Os olhinhos puxados brilharam ao ouvir e ver o namorado parado em frente à porta, encostado com um ombro no batente.

 

Quando a ficha realmente caiu, Luhan correu até o maior, abraçando-o com força e o encarando dentro dos olhos.

 

“Surpresa!” – Comentou risonho.

 

“Como… Como conseguiu vir?”

 

“Fiz o que você falou… Fiz amizade com o manager.”

 

“Sério que deu certo?”

 

“Sim! Me deu o conselho sem realmente acreditar nele?!” – Comentou fingindo estar chocado.

 

“Bem…” – Riu de canto, logo se esquecendo de dar qualquer explicação, pois precisava fazer algo mais urgente.

 

Suas mãos foram até a nuca do namorado, trazendo-o mais para perto com a finalidade de selar os lábios. Um carinho singelo e único foi trocado ao passo que os lábios iam se encaixando em um beijo saudoso e cheio de sentimento.

 

“Senti tanta saudade de você…” – Luhan segredou próximo aos lábios de Sehun, sem dar tempo para ele respondê-lo, porque logo iniciava outro beijo.

 

“Eu… Também senti de você.” – Sehun disse ofegante, logo após terminarem o segundo beijo. – “Não posso ficar muito, porque a agenda começa cedo amanhã.”

 

“Uhhh, está importante.” – Sorriu torto, selando os lábios.

 

“É… Mas confesso que às vezes sinto falta da calmaria que era tocar no The Stones.”

 

“Shiiiu, logo você se acostuma com essa correria. Só não esqueça o namorado anônimo aqui, viu?”

 

“Anônimo? Sabia que tem gente que me pergunta sobre você? Ontem mesmo uma das maquiadoras me perguntou se eu ainda tenho contato com o amigo que escrevia as músicas…”

 

“Oh!”

 

“É… E ela disse que para eu lhe dar o recado que está torcendo por você na competição de dança.” – Riu. – “Já dei o recado, agora eu curtir meu namorado.” – Puxou o menor em um abraço e caminhou com ele até a cama. – “E quero comer seu Ramyun! Ninguém faz um Ramyun tão gostoso quanto o seu!”

 

E durante alguns minutos, os dois ficaram conversando sobre coisas aleatórias (como por exemplo, Luhan querer mudar a aparência e pintar o cabelo de castanho escuro) enquanto Sehun ia filando o Ramyun do namorado.

 

E assim, Sehun recuperou um pouco das energias para as próximas dores de cabeça.

 

× × × ×

 

E dor de cabeça não faltou, logo no dia seguinte. Sun Kwang estava mais irritante que de costume e implicando com todo mundo da banda.

 

“Não é porque uma cantora veterana quis gravar com vocês que significa estarem realmente bons. Melhore nesse acorde, Minseok!”

 

“O acorde dele está ótimo! Será que você tem problema de audição?” – Sehun respondeu, já farto com as implicâncias de Sun Kwang.

 

“Como é?”

 

“É isso que ouviu! Qual é o seu problema? Nós não ficamos treinando com os profissionais da gravadora como muitos artistas, mas isso não significa que somos ignorantes em assunto de musica. Todo mundo aqui toca faz tempo e sabe muito bem identificar onde é o ponto forte e o fraco.”

 

“Não é o que parece… Eu quero que me prove que são realmente bons para…”

 

“Para termos vencido seu filho?” – Sehun perguntou, seu tom de voz firme e provocativo. – “Olha Sr. Sun, ninguém aqui se acha o melhor em tudo, mas todos se esforçaram para aquele festival. Não caímos de paraquedas naquele palco e se ganhamos foi porque merecíamos! Isso significa que naquele dia, contra 17 bandas, nós fomos os melhores! Então pare de trazer para esse estúdio a birra porque seu filho não ganhou e seja profissional!”

 

O homem ficou estático, encarando Sehun com um misto de raiva, de vergonha e de qualquer outro sentimento que não era muito bom para o guitarrista.

 

“S-Seu…” – Respirou fundo e sentiu um puxão em seu braço, olhando intrigado para a pessoa e se perguntando mentalmente o porquê dela estar ali.

 

“Eu concordo, Sr. Sun. Eles são meninos talentosíssimos e todo mundo vem comentando sobre isso… Exceto o senhor.”

 

“M-Mas…” – Bufou e com violência e raiva disse para todos. – “Chega por hoje!” – Virou-se e saiu batendo o pé.

 

“E-Ela… Nos defendeu.” – Chanyeol disse baixinho, fitando por trás do vidro a figura que havia saído em defesa da banda.

 

Era uma coreana muito bonita, de estatura mediana e traços marcantes. Seu cabelo estava em cor castanha, batendo até a cintura e tinha um brilho invejável, seus olhos eram bem pequeninos e continham uma maquiagem singela para aquela hora do dia, seus lábios eram bem definidos e estavam com um batom rosa bebê enfeitando e dando um destaque sem chamar muito a atenção.

 

“Ela é linda…” – Minseok comentou enquanto arrumava suas coisas para sair da cabine acústica.

 

“Você ainda tem namorada, Minseok.” – Sehun disse rindo, saindo da cabine e sentindo o olhar de Eun Micha caindo sobre si.

 

Um a um foi saindo da cabine e logo todos estavam de frente para a cantora que sorria para eles – mas encarava constantemente apenas um: Sehun.

 

“Obrigado… Pelo que disse agora pouco.” – Yixing disse se curvando.

 

“Não precisam agradecer, eu só disse a verdade.” – Sorriu e se virou para Sehun. – “Adorei sua posição e sua resposta.”

 

“Obrigado.”

 

“Bem, vou ser direta. Vocês já sabem as minhas intenções com a banda, não sabem?”

 

“S-S-Sabemos.” – Chanyeol respondeu vidrado na figura à sua frente e por isso ganhou uma cotovelada de Baekhyun, que o encarava irritado.

 

“Que bom! É por esse motivo que vim aqui, quero chamá-los para irem comigo até a cafeteria aqui perto e conversaremos sobre nossos planos.”

 

“Um café e um bolo seriam ótimos agora.” – Yifan comentou, lembrando os companheiros de sua fome.

 

“Não tem problema a gente discutir isso em uma cafeteria?” – Sehun falou indiferente.

 

“Não é nada formal, Sehun. É uma vontade minha e o nosso presidente gostará de conversar sobre isso somente quando já tivermos tudo pronto. Só quero decidir algumas coisas e conhecer melhor vocês.” – Sorriu.

 

“Certo. Então… Vamos.”

 

Os seis meninos e seu manager saíram da sala, sendo seguidos por Eun Micha e o manager dela. Em um piscar de olhos, a cantora apareceu ao lado de Sehun e começou a puxar conversa.

 

“Você foi incrível lá dentro.”

 

“Por quê?”

 

“Muita gente tem medo de expor seus pensamentos aos produtores e outros responsáveis, ainda mais no começo da carreira.”

 

“Não estou aqui para ser escravo da empresa.” – Falou sério.

 

“Acho que virei sua fã.”

 

“Espero que seja pela minha música.” – Sorriu torto.

 

“Então vou reformular a frase, acho que virei mais sua fã ainda.” – Disse diminuindo a velocidade dos passos.

 

“Obrigado.” – Respondeu curto, quase pedindo para que ela voltasse a andar rápido porque estavam se afastando dos outros.

 

“Eu realmente estou ansiosa para gravarmos essas duas canções.”

 

“Por que me escolheu para fazer dueto com você?”

 

“Gostei da sua voz.”

 

“A do Baekhyun é muito melhor.”

 

“Não quero voz aguda como a dele.” – Sorriu torto ao passar pela porta do estúdio.

 

Sehun viu algumas fãs paradas ali com suas inseparáveis câmeras – a maioria era de Eun Micha, mas muitas fãs da The Secret Of Phoenix começavam a surgir e a seguir os integrantes.

 

E uma das fãs da banda comentou que Sehun e Eun Micha estavam andando sozinhos e distantes dos demais integrantes, em um som alto o suficiente para Sehun ouvir e reparar que realmente era verdade, eles estavam distantes dos demais e juntos apenas um do outro.

 

  1. – Sehun pensou, já imaginando que logo, logo teriam comentários sobre ele e Eun Micha estarem juntos. E se perguntou mentalmente se ela queria isso.

 

“Tomara que não.” – Comentou baixinho.

 

“O que?”

 

“Nada, só vamos nos aproximar dos outros.” – Disse aumentando os passos e deixando Eun Micha um pouco para trás, por isso, não conseguiu ver um sorrisinho satisfeito no rosto da cantora.

× × × ×

 

A primeira música proposta por Eun Micha era mais puxada para o rock do que o pop, a segunda uma mescla dos dois estilos, e musicalmente falando, ambas agradaram muito aos rapazes da The Secret Of The Phoenix. O problema para eles, na verdade para Sehun, era saber que uma das músicas teria clip.

 

E o clip era exatamente da música que Eun Micha havia convidado Sehun a participar, e coincidentemente (ou nem tanto) falava de amor.

 

“Você quer que eu grave o clip com você?”

 

“Sim. É uma música de amor e nós dois faremos um dueto, eu quero gravar o clip nesse estilo. Eu sei que estão ocupados com a estreia de vocês e a gravação do clip da música que irão trabalhar, mas eu realmente queria gravar esse MV.”

 

“Entendi.” – Falou sem emoção, olhando para os outros membros da banda.

 

“É só interpretar, Sehun. Acho que não vai ter problema.” – Minseok comentou baixinho, porém Eun Micha ouviu.

 

“Problema?” – Perguntou curiosa e quando viu o rosto nervoso dos meninos sorriu torto. – “Você tem namorada, Sehun-ah?”

 

“Eu sou comprometido, sim.” – Falou sem pensar duas vezes, sem ponderar se devia ou não comentar sobre isso. Percebeu que aquilo pareceu incomodar um pouco a cantora que o fitava intensamente.

 

“Ah sim, entendo.” – Respondeu com a voz em um tom indecifrável. – “Mas é um assunto estritamente profissional, mesmo com músicas para a banda de vocês, um dia vai gravar um MV com outra menina.”

 

“Ela tem razão, Sehun.” – Minseok insistiu.

 

“Ok.” – Sehun falou por fim, se sentindo um pouco contrariado.

 

Sehun quis, realmente, acreditar que aquilo tudo era apenas por interesse profissional e que por isso Luhan não implicaria. Mas algo dizia em seu peito que ele estava apenas querendo se iludir.

 

 

Capítulo 24: Aliança do contra.

 

Os dias passavam cada dia mais corridos. A gravação dos teasers tinha terminado, mas os compromissos não, pois ainda tinha a gravação da música e do MV que Sehun faria participação e ainda a gravação do clip da música Phoenix, fora que os assuntos sobre o show de estreia também eram debatidos com frequência, restando pouco tempo para os rapazes descansarem ou aliviarem a mente da ansiedade.

 

O incrível foi ver que tudo isso aconteceu em um mês de contrato. E, claro, Sehun ficava ainda mais feliz em saber que o primeiro mês se passava – assim ele ficava mais perto de ver Luhan voltar a ser compositor da The Secret Of The Phoenix.

 

Por falar em Luhan e Sehun, os dois conseguiram se encontrar mais duas vezes, sempre com a ajuda do manager Lee Chul que havia virado o anjo da guarda do relacionamento deles.

 

“Obrigado por me ajudar, Sr. Lee” – Sehun disse baixinho ao sair de cabeça baixa do carro.

 

A sorte do coreano era que naquele último mês do outono a temperatura estava baixa, então ele conseguiu usar uma blusa de capuz sem maiores problemas – e, para esconder o rosto, além do capuz, Sehun também usava um boné preto.

 

“Ele vai me xingar se souber que eu vim.”

 

“Não só ele.” – Lee Chul disse com a voz um pouco temerosa.

 

“Não vou lhe colocar em problemas não é?”

 

“Não… Não vai.” – Sorriu tentando passar uma confiança para Sehun que nem ele sabia se tinha. – “Vou ficar esperando no carro.”

 

“Ok. Obrigado mesmo.”

 

“De nada. Agora vá logo e garanta um bom lugar na plateia para assistir ao seu namorado.” – Disse baixinho e sorrindo.

 

Sehun sorriu e saiu correndo, passando por várias pessoas aleatórias e não diminuindo a velocidade de suas pernas. Só parou quando se sentou naquele auditório já conhecido por si e ficou lá, mexendo distraidamente em seu celular enquanto esperava o programa começar.

 

× × × ×

 

Luhan estava se concentrando no camarim reservado aos competidores. Suas mãos suavam e também estavam trêmulas, mas ele respirou fundo, tentando se concentrar.

 

Foi nesse momento que sentiu o celular vibrar em seu bolso e se assustou – estava tão nervoso que nem se lembrava de ter deixado o celular ali. Com as mãos trêmulas pegou o aparelho e viu que se tratava de uma mensagem de Sehun.

 

Sorriu, um sorriso largo e brilhante e isso sem nem ler o conteúdo da mensagem.

 

Lugar de sempre. Boné e capuz preto, acho melhor olhar em direção desse seu admirador secreto. – risos –

Te amo.

 

“Você não fez isso, Sehun.” – Disse baixinho e sorriu mesmo que estivesse chamando o namorado de louco mentalmente.

 

× × × ×

 

Louco!

P.S: Estarei olhando com o maior prazer para esse admirador nada secreto! Te amo mais!

 

Sehun não conseguiu evitar um risinho faceiro em seu rosto enquanto lia a mensagem de Luhan, ficando feliz consigo mesmo por ter conseguido ver seu namorado se apresentar.

 

Ficou se distraindo antes da atração principal com jogos de seu celular, mas desligou assim que ouviu o apresentador comentar sobre a batalha de street dance. Grudou sua atenção no palco, vendo Luhan entrar com uma blusa regata preta e uma calça larga, também preta.

 

 

Os fios haviam mudado, assim como ele tinha visto por foto no dia que Luhan cortou e pintou. As madeixas do chinês estavam escuras e um pouco mais curtas, porém sua franja tampando a testa ainda continuava. E por céus, como aquele visual combinou com o estilo que Luhan trajava para aquela apresentação!

 

A batalha de street dance era entre os dois competidores, que literalmente batalhariam na aérea circular do palco, não podendo ultrapassar dela.

 

O primeiro a iniciar os passos de dança foi Luhan, que estava com o outro competidor atrás, vendo o desempenho do chinês.

 

Sehun fitava o palco quase que sem piscar, se encantando com os movimentos precisos de Luhan e rindo quando o mesmo fez a parte “da provocação” na coreografia: basicamente quando o chinês chamou o outro competidor para a roda como se fosse para ele mostrar o que sabia fazer.

 

O coreano não sabia dizer se era por causa de sua devoção por Luhan ou se era realmente a realidade, – ele preferia acreditar na segunda opção – mas achava o outro competidor muito “fraco” para Luhan, então sorriu ficando um pouco tranquilo – claro que ele não entendia nada de dança, então deixou para ficar realmente calmo depois do resultado.

 

E quando este saiu, um sorriso enorme apareceu em seus lábios. Sim! O chinês estava com o passaporte para a final! E Sehun não conseguia expressar em palavras todo o orgulho e a felicidade que sentia naquele momento.

 

Mas para cortar aquela alegria, o apresentador veio lembrar quem seria a pessoa que competiria com Luhan na final. E Sehun não gostou muito disso, principalmente por ter visto em Luhan uma face de preocupação.

 

“Senhoras e senhores, não percam a grande final do concurso de dança! Os dois melhores dançarinos, nesse palco, daqui algumas semanas! Quem será o vencedor: Dahee ou Luhan?!”

 

× × × ×

 

“Calma Luhan!”

 

“Não consigo, Sehun! Eu vou ter que dançar Time of my life do filme Dirty Dancing com ela!” – Luhan esbravejava ao telefone, já em casa e Sehun no dormitório, pois, logo que terminou o programa o coreano precisou voltar. Baekhyun havia ligado falando que Eun Micha estava o procurando para conversar sobre o clip.

 

“Eu sei que é difícil, eu sei que vocês não se suportam, mas tem algo muito maior em jogo. E é você vencer esse concurso para publicar seu livro!”

 

“Aish!” – Bradou irritado e depois suspirou. – “Vou ignorar, ok?”

 

“Isso!”

 

“Ainda mais porque agora minha dor de cabeça é com outra pessoa, não é?”

 

“H-Hein?”

 

“Por que essa Eun Micha sempre trata dos assuntos profissionais em uma cafeteria.” – Luhan dizia com o tom de voz irritado enquanto olhava a internet e via fotos de Sehun e Eun Micha na internet. – “Tem uma foto sua com ela na cafeteria, que é de hoje. Mas postam rápido essas fotos hein?”

 

No mesmo dia que Sehun havia conhecido Eun Micha a internet ficou cheia de fotos dos dois: eles saindo no estúdio e depois os dois na cafeteria (onde tinha o restante da banda, mas Luhan meio que esqueceu esse fato depois de ter visto as fotos dos dois enquanto conversavam sozinhos). E depois das primeiras, sempre foram aparecendo fotos dos dois juntos.

 

“Eu não sei porque ela sempre marca lá, Luhan. Mas foi bem rápido hoje, um café e eu já estava no dormitório.”

 

“Olha, eu já tenho que aturar a Dahee, faça-me o favor de parar de conquistar mulheres assanhadas, Oh Sehun!”

 

“Adoro te ver com ciuminho.”

 

“Ah! Vá pra merda, Sehun. Estou falando sério!”

 

“Eu também estou. Realmente adoro te ver com ciúme.”

 

“Sehun…”

 

“Eu vou ter que desligar amor, o pessoal está chamando para jantarmos. E sabe… Amanhã vamos começar cedo, de novo.”

 

“Vai ter o que amanhã?”

 

“Vamos terminar a gravação do clip My Heaven.”

 

“Vamos… Na verdade, você vai.”

 

“É, eu e a Eun Micha. E aí eu fico livre!” – Comentou alegre, ouvindo Luhan rir baixinho. – “E depois vamos resolver mais umas coisas do single, logo ele está nas lojas!”

 

“Eu vou ganhar um autografado?” – Pergunto rindo.

 

“Bem que eu queria lhe dar um autografado…”

 

“Tudo bem… Eu compro.”

 

“Falar em comprar, eu já tenho o dia do nosso show.”

 

“Sério?”

 

“Sim. Será dia 14 de dezembro.”

 

“Oh! Que maravilha amor!”

 

“Você vai estar lá para assistir, né?”

 

“Com toda certeza! Na frente do palco ainda.”

 

“Eu te amo.”

 

“Eu também te amo. Agora vamos desligar porque meu dia começa cedo também, indo para o hospital.”

 

“Se cuida, durma bem e tenha um bom dia amanhã.”

 

“Você também e cuidado com essa Eun Micha!”

 

“Luhan…” – Comentou rindo. Mas no dia seguinte ia perceber que Luhan talvez tivesse razão em dizer para ter cuidado.

 

× × × ×

 

“Olá?” – Disse o rapaz de pele alva e lábios fartos ao atender a porta e encarar a figura de uma menina esperando ali.

 

“Oi, boa noite! Me perdoe aparecer assim, mas eu precisava falar com Kim Jongin.”

 

“E você é?”

 

“Lee Dahee.” – Respondeu, e Kyungsoo a olhou intrigado. – “Eu vou competir com o Luhan e queria conhecê-lo mais.”

 

“E por que não pergunta para ele mesmo?”

 

“Ele disse que é tímido e não sabe o que responder. Eu só quero conhecê-lo mais… A nossa dança vai ser de um filme de amor e eu quero estar mais… Conectada com ele.”

 

“Você o conhece suficiente para vir até aqui e perguntar ao Jongin sobre ele?”

 

“Amor?” – Uma voz rouca veio atrás de Kyungsoo.

 

“Ei… Essa moça quer falar com você. Sobre o Luhan.”

 

“Ah… Tudo bem, eu conversei com ela algumas vezes.” – Mentiu, por estar interessado no possível assunto. Kyungsoo ainda olhou desconfiado, mas como estava atrasado para o seu plantão apenas deu de ombros e se despediu dos dois, dizendo para Jongin que o visitaria assim que saísse do serviço e antes de ir para sua própria casa. – “Lee Dahee… Você não é a menina que vai competir junto com o Luhan daqui algumas semanas?” – Jongin perguntou intrigado enquanto se sentava no sofá da sala.

 

“Sou.”

 

“E o que você, realmente, veio fazer aqui?”

 

“Olha, eu venho observando você rondar o Luhan e eu sei o que aconteceu entre você e ele, bem como também sei que o Sehun não te suporta.”

 

“E…?”

 

“E eu não suporto o Luhan. Eu só entrei nessa competição por dois motivos: para vencê-lo e também para perturbar o namoro dos dois, mas não consegui, já que o Sehun foi para a gravadora e eu não posso ficar muito por perto dele…”

 

“Eu ainda não entendo aonde quer chegar.”

 

“Eu quero separar o Luhan e o Sehun.”

 

“Eles estão separados.”

 

“Não, não assim. Eu quero que terminem o namoro de uma vez. Mesmo que estejam separados e seja difícil se verem, eu sei que estão dando um jeito. Eu vi o Sehun na plateia hoje.”

 

“Você estava lá?”

 

“Sim. Imaginei que o Sehun ia dar um jeito de aparecer, e deu.”

 

“E por que está pedindo minha ajuda?”

 

“Porque eu sei que quer o mesmo que eu… O que é uma sacanagem com aquele rapaz que abriu a porta.”

 

“Hey! Eu não quero o Luhan de volta… Eu só o quero longe do Sehun. O meu problema é o Sehun…”

 

“E o meu é o Luhan.”

 

“Vamos supor que eu aceite me unir a você… O que está pensando em fazer?”

 

“Como eu disse, eu não posso fazer muito, porque estou longe do Sehun. Mas você pode… Você e outra pessoa.”

 

“Quem?”

 

“Eun Micha.”

 

 

× × × ×

 

Sehun estava com sono. Muito sono.

 

A cena final do clip era com ele e Eun Micha em uma praça, com o sol nascendo. E além do sono ele estava com frio, pois naquele dia a temperatura estava próxima aos 10 graus.

 

“E hoje acabam nossas gravações.” – Eun Micha falou enquanto caminhavam para o trailer improvisado, onde se maquiariam.

 

“É…”

 

“Mas ainda temos uma música para trabalhar juntos, eu você e a banda… Mesmo que essa não tenha clip, vou gostar quando formos apresentá-la.”

 

“Uhum.”

 

“Está quieto, Sehun. Aconteceu algo?”

 

“Desculpe, estou com sono e frio.”

 

“Ah, claro. Sinto muito por fazê-lo acordar cedo.” – Sorriu e encostou a cabeça no ombro do maior. – “Obrigada por se esforçar nesse videoclip.”

 

“De… Nada.” – Disse constrangido com o momento.

 

Depois da maquiagem, foram direto para o banco onde seria filmada a chamada final, e para desespero de Sehun foi revelada uma cena que ele não imaginava ter.

 

“Bem, você tem razão, Micha. Colocar a cena de beijo com a frase final tocando seria realmente uma boa pedida.”

 

“C-Como é?”

 

“Ah… Foi uma ideia boba que eu dei, mas não achei que iam aceitar, por isso… Não comentei com você.”

 

“Mas foi uma ideia realmente muito boa e decidimos colocar. É apenas um selar e vai ser bom para o clima da música.”

 

“É-É necessário?” – Sehun perguntou.

 

“Sim.”

 

O coreano suspirou fundo e maneou a cabeça concordando. O que ele podia fazer? Luhan ia ter que aceitar que momentos assim iam acontecer, afinal, fazia parte do trabalho dele – mesmo que ele não gostasse.

 

× × × ×

 

Jongin estava em seu horário de lanche no serviço, aproveitando um chocolate quente, em uma lanchonete próxima ao seu estágio, enquanto repassava a conversa da noite anterior.

 

“Eun Micha?”

 

“É uma cantora da mesma gravadora do Sehun… Não sei se você reparou, mas ultimamente está tendo muita foto na internet dos dois e muita gente comenta intrigada se eles estão se apaixonando.”

 

“Ah, é?”

 

“Sim.”

 

“Que interessante… Continue.”

 

“Minha proposta é que a gente consiga convencê-la a nos ajudar.”

 

“Como?”

 

“Enquanto você ronda o Luhan, ela ronda o Sehun… Ambos criando momentos que possam indicar coisas… A mais.”

 

“Ela já não está fazendo isso?”

 

“Está. Mas ela tem que fazer mais… Eu tenho certeza que ainda é pouco.”

 

“Hm, então você quer que ela se junte a você e a mim, para que Luhan e Sehun se separem.”

 

“Você rondando o Luhan e ela o Sehun… Tenho certeza que isso causará brigas entre eles e vai balançar o namoro dos dois.”

 

“E onde você entra na história?”

 

“Eu vi que alguns blogs estão surgindo para o Luhan, alguns para o Sehun e outros surgiram para falar dos dois, são menininhas que gostam da amizade dos dois…” – Falou com desdém. – “Eu me passarei por esse último tipo de fã, criando um blog assim e compartilhando fotos deles. Quando você for sair com o Luhan em local público, eu tirarei foto e colocarei na internet.”

 

“E quem garante que o Sehun irá ver?”

 

“Ainda sou amiga da namorada do Minseok… Eu posso dar um jeito dessas fotos chegarem até o Sehun.”

 

“E quando a Eun Micha ficar rondando o Sehun, vai tirar fotos e colocar na internet também?”

 

“Exatamente.”

 

“E como você vai conseguir chegar ate ela?”

 

“Como eu disse… Eu ainda sou amiga da namorada do Minseok… Ele conta tudo para a namorada dele… Eu já até sei de uma coisa muito importante para colocar o plano em prática.”

 

“Hm… Você não acha que está entregando o Sehun para essa Eun Micha?”

 

“Eu quero que o Sehun termine com o Luhan. Com o Luhan fora, eu me garanto.”

 

“Se é assim… Então eu aceito.”

 

Um sorrisinho maldoso se formou nos lábios carnudos de Jongin no momento que terminou de passar suas memórias em sua mente. Se levantou e pagou o lanche, indo trabalhar mais empolgado ao saber que conseguiria, finalmente, estragar a vida de Sehun.

 

× × × ×

 

“Estou ferrado.” – Sehun comentou desesperado.

 

“Acho que ferrado é pouco para dizer…” – Yifan comentava ao fitar o mesmo ponto que o guitarrista fitava.

 

Na tela do notebook de Baekhyun estava uma página feita por algumas fãs da banda, uma página que já era de conhecimento dos seis rapazes, e que nunca teve nenhum momento irritante… Até agora.

 

“Elas não dormem? Não estudam? Como elas conseguiram aparecer lá àquela hora?!”

 

“Eu não sei… Só sei que elas não colocaram nenhuma legenda na foto, e pelo ângulo não aparece nenhuma câmera ou alguém da produção… E isso não ajuda muito para o seu lado.”

 

“Luhan vai me matar…” – Choramingou.

 

O motivo desse desespero era que alguém havia tirado foto dele e Eun Micha durante a gravação do MV mais cedo, e a foto era justamente do beijo. E pior! Haviam cortado as câmeras e os staff’s deixando parecer que só tinha Sehun e Eun Micha juntos.

 

“A foto original não foi tirada pelas donas desse blog… Foi reblogada.” – Baekhyun comentou clicando no link da página original. – “Um site dedicado a você e o Luhan… E ele é novo.”

 

“Eu não sei se estou muito preocupado no momento sobre quem é o dono do site… Ou pra quem o site é feito…” – Falou, ainda desesperado.

 

“Calma Sehun, o Luhan sabe que você foi gravar o MV bem cedo…” – Chanyeol começou a falar, mas a música do celular de Sehun o impediu de continuar.

 

O guitarrista engoliu em seco ao ver no visor do celular a foto de Luhan.

 

“Ele pode não saber ainda…” – Minseok comentou, tentando amenizar o nervosismo de Sehun.

 

“Tem duas horas que isso foi postado na internet… Espero que ele não tenha visto, realmente.” – Sehun comentou nervoso. Respirou fundo e tentou estabilizar sua voz. – “Olá… Amor.”

 

“Oh… Sehun… QUE MERDA DE FOTO É ESSA?!” – Luhan falou estressado e Sehun contorceu o rosto, entregando para os amigos que o pior havia acontecido.

 

“Foto?”

 

“Sim! A foto que você e Eun Micha estão se beijando! E tem mais! Tem uma foto com ela andando com a cabeça encostada em você!”

 

“A-Ah…”

 

“Ah? É tudo que tem para me dizer antes da minha visita aí para esganar você?!”

 

“Luhan… Essa foto foi a gravação do clip… Eu te disse que ia filmar hoje cedo. Te mandei mensagem quando sai do dormitório e quando cheguei no local da gravação.”

 

“E por que não tem mais nada nem ninguém na foto?”

 

“Porque cortaram! E o motivo de terem feito isso eu não sei, mas eu juro que estou falando a verdade!”

 

“Por que não me contou que ia ter beijo na merda desse clip?”

 

“Eu soube hoje!”

 

“Sehun…”

 

“Eu juro Luhan! Não gostei tanto quanto você… Mas é o meu trabalho agora…”

 

“Se fosse qualquer outra pessoa, eu juro que não ligaria. Mas eu tenho certeza que essa mulher armou isso! Como todos os outros momentos de vocês juntos!”

 

“É-É somente porque a gente está trabalhando junto…”

 

“Ah! Tá… Conta outra, Oh Sehun. Ela sempre está dando um jeito de aparecer em foto com você…”

 

“Se ela estiver provocando… Mesmo… Está conseguindo? Porque você parece acreditar mais nela do que em mim. Eu juro que aquilo foi da gravação do clip, juro!”

 

“Aish…”

 

“Quer que eu dê um jeito de ir aí? Eu falo olhando nos seus olhos se estiver duvidando.” – Disse ao ver o manager saindo de seu quarto.

 

“N-Não precisa…”

 

“Não. Eu quero ir… Vou ver com o Sr. Lee se ele consegue.”

 

“O-Ok… Me ligue avisando caso não consiga vir.” – Luhan desligou, sem deixar Sehun se despedir.

 

“E aí?”

 

“Ele está irritado… Mas acho que é melhor do que eu imaginava.” – Suspirou. – “Senhor Lee, tem como me levar lá?”

 

“Tem sim. Amanhã o nosso compromisso não é tão cedo, então acho que não tem problema.”

 

“Obrigado, sério!”

 

× × × ×

 

Luhan estava concentrado em seu notebook, tentando dar continuidade ao seu novo livro – mesmo que o primeiro ainda não tivesse sido publicado – quando ouviu a porta se abrir. Olhou para o lado e fitou a imagem de Sehun aparecer, como sempre com a blusa de capuz escura.

 

“Ei amor…”

 

“Ei.”

 

“Aish…” – Respondeu nervoso e formando um bico em seus lábios. Se aproximou de Luhan e ficou parado do lado do mesmo, fitando-o de cima.

 

“O que foi?”

 

“Eu vim te visitar… E vai me ignorar?”

 

“Me desculpe…” – Disse entre suspiros. – “Eu só estou irritado… Você não sabe a raiva que eu senti ao ver aquelas fotos!”

 

“Eu imagino… Eu não gostei da ideia de ter beijado a Eun Micha, Luhan. Mas foi apenas um selinho para aquela cena. Eu juro que não teve mais nada…”

 

“Eu confio em você… É só…”

 

“Só?”

 

“Já foi difícil lidar com a Dahee, que agora será minha companheira de dança e eu tenho que fingir que tenho sintonia com ela para me apresentar bem na final… E agora eu tenho que lidar com essa… Coisa… Que pode estar perto de você o tempo todo!”

 

“Luhan…” – Sehun sorriu soprado e puxou o menor para cima. – “Eu te amo.”

 

“Eu também te amo… Mas me irrita… Assim como você se irrita ao saber que o Jongin continua insistindo em ter uma amizade comigo.”

 

“Mas eu não confio nele!”

 

“E eu não confio na Dahee… E nem nessa Eun Micha!”

 

“Eu sei… Olha, eu não queria promover com ela… Mas parece que às vezes nossas vontades não importam muito lá…” – Suspirou. – “Prometo que logo isso acaba, ok?”

 

“Ok…”

 

“Vem cá…” – Puxou o menor para si e o acolheu em um abraço. – “Que saudades do seu calor, do seu cheiro…”

 

“Eu também estou morrendo de saudades… Muitas…” – Levantou o olhar para encarar os olhinhos pequenos de Sehun. – “Eu te amo tanto… Sehun…”

 

“Também te amo, Luhan.” – Foi se aproximando aos poucos até que encostou de leve seus lábios aos do menor, em questão de minutos o carinho foi se intensificando e os dois só se separaram por falta de ar.

 

“V-Você… Tem que voltar logo?” – Luhan sorriu torto ao perguntar.

 

“Bem… Eu não gosto de fazer o Sr. Lee esperar muito…” – Começou a responder, mas sentiu os lábios de Luhan passearam pela pele do seu pescoço. – “Mas ele disse que eu poderia levar o tempo que precisasse.” – Sorriu debochado e pegou Luhan no colo, caminhando com o mesmo para o local onde terminariam de se entender.

 

O local aonde eles ainda encontravam a paz.

 

× × × ×

 

Luhan e Sehun estavam no aconchego da cama que dividiram várias vezes, com os corpos desnudos parcialmente cobertos pelo edredom de Sehun que havia presenciado a primeira noite de amor deles.

 

O mais velho estava com a cabeça deitada no peitoral de Sehun, recebendo um afago nos fios escuros (novo visual super aprovado por Sehun) por parte dele.

 

“Eu ainda não sei se fiz certo em aceitar tudo isso.”

 

“Fez…” – Luhan comentou. – “Me perdoe por deixar mais difícil… É que eu realmente senti uma raiva enorme ao ver aquela foto.”

 

“Você não tem culpa… Eu ficaria do mesmo jeito. É só… Está tudo tão corrido e estressante, sabe? A gente não tem tempo nem pra falar com a família… O Minseok tenta esconder, mas o namoro dele tem uns momentos péssimos… Parece que a namorada dele não aceitou o fato de estar mais tempo na estrada que ele e ainda não ter gravado nenhum CD profissional, sabe? Todos os dias nós vamos gravar alguma parte do clip, resolver alguma pendência do single, dar entrevista e tirar foto…”

 

“Mal começou e já está reclamando, Sehun?” – Luhan disse rindo.

 

“Eu só… Não sei se tudo isso faz parte do meu sonho.” – Fungou e beijou os fios escuros de Luhan. – “Mas vou esperar mais um pouco pra ver…”

 

“Isso.” – Luhan comentou levantando a cabeça e unindo sua testa à do maior. – “Vai conseguir superar. Ninguém disse que seria fácil.”

 

“É…”

 

“E eu estou com você. Às vezes a gente briga por causa desses estresses, mas o importante é que sempre estamos e estaremos juntos.”

 

“Sempre?”

 

“Sempre. Eu prometo.”

 

“Falar em estar junto… Daqui alguns dias nós comemoraremos um ano… Um ano que nos conhecemos.”

 

“Sim… Um ano! Tanta coisa aconteceu…”

 

“Muita coisa… Tudo por causa de uma viagem de ônibus.”

 

“A melhor viagem da minha vida.” – Luhan disse sorrindo e procurando os lábios de Sehun para mais um beijo.

 

“Mais calmo?” – Sehun perguntou sorrindo e entre selinhos depois que o beijo foi findado.

 

“Sim. Mas ainda te quero em alerta com essa Micha!”

 

“Sim Senhor!” – Sehun disse rápido e firme ao mesmo tempo em que levava a mão até a testa como se batesse continência, o que causou uma risada alta por parte de Luhan.

 

“Idiota!”

 

“Sim! O seu idiota!”

 

“E de ninguém mais.”

 

× × × ×

 

Uma semana se passou depois da confusão com a foto entre Sehun e Eun Micha. E para resolver todo o assunto, uma coletiva entre a cantora e a banda The Secret Of The Phoenix foi marcada – graças ao Sr. Lee Chul que novamente agiu como anjo da guarda de Sehun.

 

E agora Sehun estava explicando na frente de muitos repórteres – e fãs – que tudo não havia passado de um mal entendido, pois ele e Eun Micha estavam apenas gravando o novo MV da cantora.

 

“Pedimos perdão pela confusão. Só gostaríamos de dizer que a pessoa que divulgou essa foto teve o intuito de provocar tal confusão e que ela não tem relação nenhuma nem com minha produção e nem com a produção da The Secret Of The Phoenix.” – Eun Micha completava, depois de Sehun ter exposto a situação. – “Eu seria uma pessoa muito sortuda se fosse algo a mais… Mas eu e Sehun não temos nada além de uma relação profissional.” – Comentou sorrindo, fazendo Sehun arregalar os olhos, ficando surpreso com aquela declaração fora de momento.

 

O coreano deu um risinho amarelo e comentou – “Muito brincalhona essa noona.”

 

Certamente a cantora ao seu lado não gostou do comentário e certamente o bufar que ele ouviu foi o dela, mas decidiu ignorar e continuar sorrindo para as câmeras. A coletiva se encerrou com Eun Micha revelando que seu clip seria lançado no dia 27 de novembro e com Baekhyun comentando que no show de estreia a banda teria uma performance com a cantora pop.

 

“Oh, a Dahee veio.” – Minseok disse descendo as escadas do palco improvisado que haviam arrumado.

 

“O que ela faz aqui?”

 

“Ah, às vezes ela me pergunta como estão as coisas, seja diretamente a mim ou com a minha namorada, ela sempre está perguntando de você. E ontem ela me ligou perguntando o que a gente tinha pra fazer, porque ela ia tentar nos encontrar. Disse que estava com saudades.”

 

“Hm. Eu vou evitar mais problema para o meu pescoço e vou logo para o carro.” – Sehun comentou baixinho, fingindo não ter visto a coreana.

 

O que ele não sabia era que Dahee não estava lá para vê-lo.

Apartamento 707 – Capítulo 22

Pessoal! Tive alguns problemas pessoas na semana passada, mas essa semana volto com a repostagem de AP (hunhan) da Kah.

Uma ótima leitura!!!

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

CAPÍTULO 22: Que comece a competição.

 

Sehun não sabe dizer quanto tempo ficou inerte, tentando processar aquela informação.

 

Desde quando Dahee dança? – Sua mente se perguntou várias vezes. Chegou a cogitar a ideia de a menina ter descoberto que Luhan havia sido convidado para participar e por isso ela se inscreveu também.

 

Seus devaneios só deixaram sua mente quando ele ouviu o apresentador perguntar para Luhan algumas coisas. Permitiu-se não pensar na coreana – que às vezes parecia fitá-lo do palco – e ouvir as respostas do namorado.

 

“Você sempre gostou de dançar, Luhan?”

 

“Sim, sempre.”

 

“Dança desde que idade?”

 

“Hm… Acho que desde os meus 16.”

 

“Sofreu algum preconceito por ser um rapaz e dançar?”

 

“Sempre tem algum comentário ali e aqui. Mas eu não levo em consideração. A dança não tem gênero, não é restrita a homem ou mulher, ela serve para quem a sente.”

 

“Além de dançar, você gosta do que mais?”

 

“Escrever.”

 

“Oh! Trouxe algum texto seu?”

 

“N-Não…”

 

“Mas ele não precisava trazer… A música que está tocando na rádio, da banda The Secret Of The Phoenix, é dele.” – A outra apresentadora falou animada, parecendo tiete do Luhan.

 

“Aaah! É verdade! Você é o compositor deles.”

 

“S-Sim…” – Comentou envergonhado, arrancando um risinho baixo de Sehun que via tudo da plateia.

 

“Parece que temos um rapaz multi-talentoso aqui!”

 

“Sim, sim!” – A outra apresentadora comentou, deixando Luhan mais embaraçado ainda.

 

Depois da mini-entrevista, foi a vez de Luhan dançar um pedaço da música que havia ensaiado para apresentar no primeiro programa. Ele foi até o centro do palco e quando a parte escolhida de Lucifer do Shinee começou a tocar, algumas meninas deram gritinhos histéricos.

 

Geobu hal su eobtneun neoeui maryeokeun Lucifer

Geobu hal su eobtneun neoeui mabeobeun Lucifer

Dagaseomyeon neoneun machi cheonsa gadeun eotgullo

Nareul saneun iyura malhago, malhago

 

Luhan se movimentava tão perfeitamente, como se fosse um dos próprios cantores da música. Seus passos eram fiéis e precisos e arrancaram vários suspiros de admiração. E quando ele levou suas mãos até o cós da calça e fez o movimento com a cintura, muitas menininhas gritaram, fazendo Sehun sorrir contido em sua cadeira.

 

“Elas nem sabem o que ele pode fazer com essa cintura, não é?” – Jongin disse próximo ao ouvido do maior, relembrando-o do desagrado de ter o moreno por perto.

 

“Nem você sabe.” – Sehun respondeu cínico. – “Acredite, nem você sabe…” – Um riso torto se fez presente e só aumentou quando ouviu o moreno pigarrear irritado.

 

Sehun voltou a se concentrar nos passos do namorado, lamentando a apresentação não ser completa nesse primeiro programa, e por isso já estar terminando.

 

Depois de Luhan dançar, os apresentadores fizeram perguntas para Danhee, e a única coisa que se fixou na mente de Sehun foi a menina dizer que dançava há quase um ano, mas já era completamente apaixonada pela arte da dança.

 

Sehun só conseguia imaginar a menina dançando por querer competir com Luhan, pois seu interesse só pareceu surgir depois que Sehun elogiou o chinês por dançar tão bem em um dos encontros que a coreana estava presente.

 

“Não pode ser…” – Comentou baixinho, pressentindo que Luhan iria surtar muito por causa de Dahee, e talvez, com razão.

 

Logo que a coreana dançou uma coreografia de um grupo feminino que Sehun não conhecia, os apresentadores sortearam o tema da dança da semana que vem que seria Smooth Criminal do Michael Jackson e a dupla que iniciaria: Luhan e uma menina chamada Youlin. Do seu lugar da plateia Sehun conseguiu ver Luhan engolir em seco de nervoso e já preparava o discurso para acalmar o namorado quando chegassem em casa.

 

A gravação terminou e Sehun desceu a passos rápidos indo até a porta do estúdio, local onde havia combinado com Luhan para ser ponto de encontro dos dois. Não demorou muito para o chinês aparecer e sem se controlar, Sehun abraçou o corpo menor e o parabenizou várias vezes.

 

“O-Obrigado. Gostou mesmo?”

 

“Claro que sim! E eu tenho certeza que vai arrasar semana que vem!”

 

“Espero que sim e…”

 

“OPPA!” – A voz irritante de Dahee apareceu atrás de Luhan, cortando a fala do mesmo e o fazendo bufar.

 

“O-Oi! Quanto tempo, uh?”

 

“S-Sim…” – Falou abaixando o olhar. – “Eu realmente sinto muito por antes… Espero que os dois tenham me perdoado.”

 

“Não.” – Luhan respondeu, e recebeu um beliscão do namorado. – “Não se… Preocupe com isso.” – Fingiu um sorriso e depois fuzilou o mais novo com o olhar. – “Já passou.”

 

“Exatamente.” – Sehun sorriu. – “Não sabia que dançava…”

 

“Faz pouco tempo que danço…” – Disse sorrindo. – “E estou muito nervosa por isso.”

 

“Imagino. Por que se inscreveu?” – Luhan perguntou de imediato.

 

“Porque… Eu quero vencer minhas inseguranças.”

 

“Hm.” – Sorriu torto. – “Lá dentro você me disse que se inscreveu para ganhar de mim…”

 

“O-O que? Eu… Eu…”

 

“Ah, Deus.” – Sehun reclamou baixinho, mas não conseguindo evitar rir.

 

“Luhan-Sshi… Deve ter entendido errado.”

 

“Não, não entendi errado. Tanto que você disse “e eu ganharei naquele assunto também” depois que eu te respondi que você tinha que ganhar de mim em alguma coisa.” – Levou a mão até o queixo e fingiu ficar pensativo. – “Só não sei de qual assunto estava falando…”

 

“Eu… Eu devia estar nervosa por causa da gravação.”

 

“Ah… Claro que sim…”

 

“B-Bem, nos próximos… Você virá também, Sehun oppa?”

 

“Eu sempre venho para acompanhar o Luhan.” – Sehun sorriu.

 

“Ah… Claro… O Luhan-Sshi.” – Falou desanimada. – “Espero que possa… Torcer um pouco por mim.”

 

“Ahn… Enquanto você não estiver competindo com o Luhan… Sim, vou torcer também.”

 

“Sério?! Se eu passar pra segunda fase, podemos sair pra comemorar?”

 

“O que?!” – Luhan se manifestou.

 

“Eu e vocês, claro. Que assim comemoramos a minha classificação e a do Luhan-Sshi… Se ele passar.”

 

Ele vai passar. E… P-Podemos sim…” – Sehun disse unindo as sobrancelhas e já preparando o terço para salvar sua alma. Luhan o mataria quando chegassem em casa.

 

“Obrigada, oppa!” – Falou sorrindo e Luhan sentiu seu estômago embrulhar.

 

“O que foi isso?” – Luhan perguntou assim que a menina se afastou.

 

“Eu… Só não quero criar clima ruim com ela.”

 

“Você ouviu quando eu disse que ela está visivelmente competindo comigo?”

 

“Ouvi! Mas… Ela nunca vai vencer em nenhuma competição com você…” – Riu, tentando convencer o mais velho.

 

“Oh Sehun! Eu quero te esganar!”

 

“Ela disse por internet que estava arrependida… Talvez ela esteja mesmo. Sabe, tirando quando ela sonha acordada que vai ter algo comigo, ela é legal.”

 

“Eu AINDA quero te esganar.”

 

“Amor…” – Chamou baixinho e com manha. Sehun até ia fazer mais manha, mas uma voz conhecida apareceu.

 

“Luhan!” – Jongin apareceu atrás de Luhan, que se sobressaltou e olhou confuso para o maior.

 

“Jongin?”

 

“E-Ei… Quanto tempo…”

 

“Sim… O que está fazendo por aqui?”

 

“Eu… Vi você na chamada… E… Está famoso hein? Não apareceu nenhum competidor na chamada, mas você apareceu como ‘o rapaz que encantou Seul por uma noite! ’ e eu fiquei curioso para vê-lo dançar…”

 

“E… Por quê?”

 

“Luhan… Eu fiz besteira, eu sei que fiz… Mas… Eu não queria que nossa amizade morresse. Antes da gente namorar… A gente tinha uma amizade… Eu falhei como namorado… Me dê uma chance de fazer certo como amigo?”

 

“Hã…” – Luhan comentou, virando-se para Sehun que o olhava feio. Um sorrisinho travesso se formou em seus lábios e Sehun sabia que o menor ia se vingar ali mesmo por Sehun ter sido amigável com Dahee. – “Quer dizer que você quer ser… Meu amigo, uh?” – Luhan comentou com Jongin, mas olhava dentro dos olhos de Sehun.

 

“Q-Quero…”

 

“E quer que eu te dê um voto de confiança?”

 

“Sim…”

 

“Por que não, né amor? Ele mudou…” – Luhan comentou com deboche e Sehun revirou os olhos.

 

“Sério? Obrigado, Luhan!” – Falou animado e abraçou Luhan, mantendo um sorrisinho provocativo para Sehun.

 

“Ahn, de nada.” – Luhan falou se sentindo incomodado com o abraço e logo tratou de se afastar. – “Agora a gente tem que ir… Até… Mais, eu acho.”

 

“Até!” – Respondeu sorrindo e acenou para Sehun. – “Até mais, Sehunnie.”

 

“Eu posso socá-lo quando?” – Sehun respondeu entre dentes enquanto Jongin caminhava para longe.

 

“Oh! Que maldade! Ele pode ter mudado!”

 

“Você é vingativo, Luhan.” – Respondeu com biquinho enquanto caminhava do lado do chinês, que ria baixinho da provocação surtindo efeito.

 

“Você mereceu. E eu nem falei nada de sair com ele…”

 

“Hey!” – Bradou, e Luhan riu mais ainda.

 

× × × ×

 

Era a quarta semana de programa e Luhan apenas tinha que assistir e ensaiar para a próxima dança que ele apresentaria, já que passou na primeira fase, sendo o primeiro vencedor do programa.

 

A música que ele interpretaria na segunda fase da competição era K-POP e por sorte do rapaz, ele gostava e já sabia boa parte dos passos de “Why So Serious?” do SHINEE. Mas o fato de saber não fazia Luhan ensaiar menos, claro que não.

 

O bom era que até Sehun gostava dessa música e às vezes arriscava uns passos junto com o namorado na sala de dança que o professor não criava obstáculos em ceder.

 

“Se continuar assim… Vai me superar na dança.” – Luhan dizia rindo e caminhando até o namorado, puxando-o pela cintura e iniciando um beijo.

 

“Pode ficar tranquilo que a dança é um campo da música que eu não me atrevo muito.” – Riu. – “Só se for para fazer aquela nossa dança especial.” – Falou baixinho e próximo à pele do menor que se arrepiou.

 

Se Luhan ia ceder ou não, Sehun não ia saber, porque no momento que ele tentou atacar o pescoço do menor seu telefone tocou. Achando que era algo com a banda, o mais novo saiu correndo para pegar o aparelho na bolsa e quando viu um número desconhecido no visor, ficou curioso.

 

“Quem é?”

 

“Não sei.” – Respondendo deslizando o dedo na tela touch screen e levando o aparelho até a orelha. – “Alô?”

 

Uma expressão de pânico, ou algo similar, se formou no rosto de Sehun quando a voz do outro lado respondeu e Luhan, preocupado e intrigado, tirou o celular da mão do maior e deixou no viva-voz.

 

Era Dahee.

 

“Oppa, eu passei! Me ouviu?”

 

“Ouvimos.” – Luhan respondeu irritado.

 

“Ah. Luhan-Sshi…”

 

“Parabéns por ter passado.” – Luhan comentou sem vontade.

 

“Obrigada.”

 

“P-Parabéns, Dahee!”

 

“Obrigada, oppa! Eu tenho certeza que com seu estímulo eu me esforcei mais.”

 

“Hein?” – Sehun perguntou confuso. Não era como se ele estivesse estimulando a menina, pois depois daquele primeiro dia no estúdio só havia falado com ela mais uma vez e dito para ela se esforçar. Porém não via aquilo como um estímulo de verdade.

 

“Oppa… Eu vou poder sair com você?”

 

“Ótimo… Viu o que você fez?” – Luhan sussurrou irritado.

 

“Oppa?”

 

“Ahn…”

 

“Eu e o Sehun podemos sair com você sim. Quer comemorar hoje?”

 

“Pode ser.”

 

“Onde?”

 

“Hm…” – Ela demorou um pouco para responder, mas quando voltou a falar usou toda sua provocação em sua voz. – “No lugar onde eu e o Sehun oppa tivemos nosso primeiro encontro.”

 

“Como é que é?” – Luhan respondeu irritado.

 

“Mc Donald’s! Adoro comer lá!”

 

“Você lembra, oppa!”

 

“É… Você lembra… Oppa?” – Luhan comentou irônico.

 

“Daqui uma hora a gente te encontra na frente do shopping. Tchau Dahee.” – Sehun disse rápido e desligou o celular. – “Amor…”

 

“Essa menina é insuportável!”

 

“Foi você que falou para sairmos agora…”

 

“Porque ela não ia parar, já que você fez o favor de concordar dias atrás!” – Falou mais irritado ainda. – “E você se lembra do encontro, é?”

 

“Lembro. Porque foi graças a ele que ficamos juntos.” – Sorriu, desmanchando o chinês emburrado.

 

“I-Idiota.”

 

“Eu pensei em você o tempo todo naquele encontro, seu bobo. Acha que eu me importei com ele por causa dela?”

 

“H-Hm…”

 

“Relaxa amor. Só vai ter aguentá-la por pouco tempo, ok? E outra, pode mostrar algo muito bom pra ela…”

 

“O que?”

 

“Que ela vai estar comigo e com o meu namorado por perto. Não importa o que ela faça, você sempre estará comigo.”

 

“É, isso é bom.” – Riu.

 

× × × ×

 

Quando Luhan e Sehun chegaram ao shopping, Dahee já estava na porta principal esperando os dois. Trajava um vestido preto, curto e decotado, em cima dele estava um coletinho de renda branca e nas pernas meias listradas em cinza e preto. Nos pés calçava um sapato de salto e seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo.

 

“Qual a idade dela? Catorze?”

 

“Luhan…”

 

“Sabia que você é muito velho para sair com uma menor assim? Ainda bem que não continuou os encontros.”

 

“Você é perverso quando não vai com a cara da pessoa.” – Comentou rindo e conteve o riso quando viu a menina próxima dos dois.

 

Os três se cumprimentaram e andaram lado a lado pelo shopping, quase que sempre em silêncio, e este só era quebrado por Dahee que puxava assunto com Sehun. Na maioria das vezes o assunto era sobre música, o que fazia Luhan se sentir mais irritado ainda.

 

Dahee sabia que Luhan não dominava o tema, e era óbvio que queria excluir o chinês das conversas.

 

“Luhan-Sshi está calado.”

 

“Eu… Não domino muito esse idioma musiques.” – Disse irritado.

 

“Oh, é verdade.” – Um sorrisinho cínico se formou em seus lábios. – “Sehun oppa deve ficar sem ter com quem conversar, né?”

 

“Como?” – Luhan perguntou, levantando uma sobrancelha.

 

“Um músico precisa de alguém que o entenda. Mas o Luhan-Sshi não domina o mesmo ramo que o Sehun oppa…”

 

“Não falta conversa para mim e Luhan, Dahee. Se ele não entende, eu o ensino, é assim com a dança, que eu não sou bom, mas o Luhan me ensina. Eu tenho alguém que me entende e me completa, mesmo com as nossas diferenças.” – Sehun respondeu, deixando a garota desconcertada e Luhan rindo.

 

“Q-Querem ir comer ou andar mais? Podemos ver um filme também se quiserem.”

 

“Eu e o Luhan estamos cansados, acho que se assistirmos algo vamos acabar dormindo no cinema…”

 

“Ah, sei. Bem, então vamos comer?” – Sorriu e envolveu o braço de Sehun, puxando ele para perto de si.

 

Estavam chegando no Mc Donald’s quando duas jovens de aproximadamente 12 anos parou os dois para pedir uma foto e um autógrafo para Sehun, que prontamente atendeu ao pedido.

 

“Oppa… Ela… É sua namorada?” – A desconhecida perguntou, fazendo Dahee rir feliz e Luhan apertar a mão em punho para controlar sua raiva.

 

“Não, é somente uma amiga.” – Sehun sorriu, e Dahee perdeu o sorriso dela.

 

“Então eu posso continuar sonhando com o oppa!” – Ela virou feliz para a amiga dela e nesse momento reparou na presença de Luhan. – “Ah! O oppa que dança!”

 

Luhan ficou confuso sobre estarem falando dele mesmo e fitou a menina meio sem reação, só caindo a ficha quando ela pediu para tirar foto com ele.

 

“Comigo?”

 

“Sim! Você dança tão bem e escreve melhor ainda! As músicas que o Sehun Oppa toca são suas, não são?”

 

“S-Sim…”

 

“Nós estivemos no Festival da KBS e torcemos pela The Secret Of The Phoenix!” – A outra menina disse. – “Eu sou sua fã Luhan oppa! Porque suas músicas são incríveis!”

 

“O-Obrigado…”

 

“Sua dança também é!” – A outra completou.

 

“E a amizade de vocês dois é linda!” – Elas falaram juntas, e Luhan jurou ter visto os olhinhos delas brilharem. – “Podem tirar fotos juntos?”

 

“Ahn…” – Luhan respondeu incerto, mas Sehun já estava com a mão em seu ombro e fazendo o sinal de “v” para a foto. Elas surtaram mais um pouco e depois saíram, deixando Luhan meio confuso.

 

“Está famoso, oppa.” – Dahee falou. – “É por isso que vocês não demonstram mais na rua que namoram?” – A menina disse com um sorriso maldoso no rosto.

 

Ela tinha acertado o ponto fraco dos dois.

 

“As pessoas não podem saber de vocês dois, não é? Deve ser difícil… Namorar um homem. Seria mais fácil se estivesse com uma mulher do seu lado.”

 

“Dahee!” – Sehun respondeu ríspido. – “Se quiser continuar com esse passeio é melhor controlar suas palavras.”

 

“P-Perdoa-me!”

 

“O que eu e Luhan vivemos não interessa ninguém, apenas nós dois. E mesmo que eu não demonstre muito na rua, acredite, eu tenho um apartamento todo só meu e do Luhan, para agirmos como namorados. E eu não quero mulher nenhuma ao meu lado.”

 

“E-Eu sei… Me perdoe!”

 

O lanche correu em um silêncio mortal e depois que terminaram cada um seguiu seu rumo.

 

Sehun e Luhan estavam sentados lado a lado do metrô, e o mais velho estava calado o tempo todo, e Sehun sabia bem o porquê.

 

“Amor, esqueça as palavras da Dahee… Ela só queria te atingir.”

 

“Eu sei…”

 

“Então?”

 

“Mas e se ela tiver razão? E se fosse mais fácil se você namorasse uma menina?”

 

“Se eu namorasse uma menina e fosse famoso, certamente teria que deixar a menina em segredo. Você mesmo comentou um dia que alguns ídolos fazem isso por causa das fãs.” – Sorriu e entrelaçou sua mão à de Luhan, apertando forte para que o chinês não as separasse. – “Vocês sabe que eu só estou evitando contado na rua porque você quer, você se preocupa comigo e com a banda… Eu não ligo para o que as pessoas pensam.”

 

“Mas…”

 

“Sem ‘mas’, Luhan. Não pense nisso. Nós estamos juntos e isso é a coisa mais certa da minha vida.”

 

“Ok, ok…” – Bufou e sorriu. – “Argh, ela conseguiu acertar meu calcanhar de Aquiles!”

 

“Porque você é tonto e deixou a provocação surtir efeito!”

 

“Hey!”

 

“Eu te amo…”

 

“Eu também te amo.” – Sorriu e apertou a mão do maior junto à sua. – “Amo muito.”

 

× × × ×

 

Sexta-feira, 11 de outubro de 2013.

 

As oito semanas iniciais haviam terminado e agora o frio na barriga de Luhan estava cada vez mais forte. E naquela sexta-feira ele e Sehun descobririam que a ansiedade não seria apenas por causa da gravação do programa.

 

Saíram mais cedo para trabalhar, pois quanto mais cedo chegassem, mais cedo sairiam para irem juntos à gravação de mais uma fase do programa. Como na primeira vez, Luhan estava nervoso e ansioso e seus olhinhos escuros quase sempre procuravam os de Sehun na plateia, para que ele o acalmasse via pensamento.

 

Ao lado de Sehun estava Jongin, sorrindo para o menor de vez em quando, e este fingia não ver. Não entendia a aproximação do ex-namorado, e só dava bola para provocar ciúme em Sehun sempre que este deixava Dahee se aproximar – apesar de que, depois do episódio do shopping, Sehun começou a cortar mais a garota.

 

Novamente os passos de Luhan foram precisos e perfeitos, arrancando várias palmas e suspiros encantados da plateia – e claro, orgulho de Sehun.

 

“Tenho certeza que o Luhan vai ganhar de novo.” – Jongin comentou com Sehun, fazendo-se presente mesmo contra a vontade de o rapaz.

 

“Com certeza.” – Respondeu friamente. – “E não precisa fingir que nos damos bem, sem o Luhan estar por perto.”

 

“Que maldade!” – Respondeu irônico.

 

Sehun apenas revirou os olhos e se concentrou na apresentação do namorado que estava terminando. Quando a música parou e Luhan findou seus movimentos no momento certinho, a plateia se levantou animada e eufórica para aplaudir o chinês.

 

Mas ainda não significava que ele havia ganhado. O competidor de Luhan era um rapaz que dançava desde os seis anos de idade. Apesar dele não ser acostumado com K-POP – ele dançaria outra música do SHINEE – Luhan ainda temia o resultado.

 

Do fundo do palco, sentado em um banco enquanto esperava o outro competidor se preparar, o chinês procurou o olhar de Sehun, sentindo-se mais calmo e confiante quando viu o namorado mexer a cabeça em sinal positivo e sorrir em sua direção.

 

“E agora, vamos aos votos.” – Um dos apresentadores falou assim que o outro rapaz terminou sua apresentação.

 

Os dois dançarinos ficaram lado a lado enquanto os apresentadores os parabenizavam e começavam a perguntar para o júri técnico – formado por cinco dançarinos de renome – o voto de cada um.

 

“Luhan.” – A primeira jurada falou, curta, grossa e direta.

 

“Hee-bong.” – O jurado ao lado dela se manifestou, fazendo o coração de Luhan vacilar um pouco.

 

“Os dois foram incríveis. Mas ficarei com Luhan.” – Mais um voto, e mais um suspiro de alívio que pôde ser liberado.

 

“Hee-bong.”

 

“Oh! Estamos empatados!!! O voto de minerva será seu, um dos maiores dançarinos da atualidade, o incrível Joong-hoon.”

 

“Hm…” – Ele murmurou rindo e fazendo um pequeno terror. – “Luhan!” – Respondeu sorrindo e a plateia ficou mais eufórica ainda, contente com o resultado.

 

Luhan levou as mãos até o rosto, controlando as lágrimas de felicidade que ele queria soltar. Respirou fundo e abriu os olhos, libertou seu rosto de suas mãos e fitou Sehun que estava de pé em seu lugar, batendo palmas.

 

Ele havia ganhado mais uma.

 

× × × ×

 

“S-Sehun! O-O telefone…” – Luhan falou com dificuldade devido aos lábios do namorado que tratavam de provocar o pescoço do chinês.

 

“Deixa… A última vez foi a Dahee… Vai que ela é de novo.”

 

“P-Pode ser… Mas também pode ser importante. Eu estou sentindo que deve atender.”

 

“Aish!” – Reclamou como uma criancinha contrariada e se levantou para pegar o celular na cômoda do quarto. – “Hey Chanyeol.”

 

Luhan sorriu e sussurrou baixinho um “eu falei para atender” enquanto o maior apenas revirava os olhos.

 

“Sim, sim ele ganhou. Lanche de comemoração? O Luhan pediu para a gente fazer só quando ele ganhar tudo.”

 

“SE eu ganhar tudo.” – O chinês emendou, mas o mais novo ignorou.

 

“Comemorar ele ter passado para a penúltima fase e outra coisa? Que coisa?” – Sehun comentou curioso e Luhan se levantou da cama para pegar o celular e deixar no viva-voz de novo.

 

“Uma comemoração porque…”

 

“Por quê?” – Luhan e Sehun falaram juntos no telefone.

 

“PORQUE UMA GRAVADORA LIGOU PRA MIM HOJE!”

 

Notas de uma leitora

Dahee chegando com tudo pra tentar estragar o relacionamento de HUNHAN… não sei quem eu odiei mais nessa fic, ela ou o Jongin kkkkkkkk

Apartamento 707 – Capítulo 21

Olá!! Primeiro de tudo, desculpas por não repostar na quarta. A minha vida foi corrida essa semana. Mas hoje temos o cap 21 de AP da Kah para todos xD

Uma ótima leitura!!!

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

CAPÍTULO 21: Uma nova fase.

 

Três semanas se passaram depois da The Secret Of The Phoenix ter participado do festival. Durante as três semanas a música Phoenix tocou nas rádios, sendo que por uma semana fazendo parte do prêmio, e nas outras, por pedido dos ouvintes.

 

Mais felicidade não cabia dentro do peito daqueles rapazes.

 

Para melhorar, eles ganharam mais um dia de show no bar “The Stones”, e nos dois dias que tocavam lá, lotavam a casa. Também foram contratados por mais um bar e foram convidados em duas casas de shows da cidade para abrirem os shows de outras bandas.

 

A banda estava sendo reconhecida de tal forma que parecia um sonho. E eles ainda nem tinham gravado nenhum CD – exceto aquele onde gravaram uma música para tocar na rádio.

 

Se os seis integrantes estavam nas nuvens, Luhan estava dividido. Além de se sentir feliz com o sucesso da banda de seu namorado e seus amigos, ele estava nervoso, pois faltava um pouco mais de uma semana para gravar o primeiro episódio do programa de televisão que participaria.

 

A primeira dança era livre, da escolha do participante que apenas apresentaria alguns minutos com o intuito do público – e dos jurados – conhecer o competidor. E isso, para Sehun, era mais um motivo para Luhan ficar mais calmo e se cobrar menos, já que ele apresentaria algo que já estava acostumado de dançar.

 

“Amor…” – Sehun o chamou. – “Vamos, relaxe. Você já ensaiou demais por hoje.”

 

“Não! Eu quero ensaiar mais.”

 

“Amor…” – Sehun se levantou do chão da sala de dança que Luhan conseguiu emprestado para ensaiar e caminhou até o menor que continuava se movimentando no ritmo da música. – “Você já sabe essa música. Só vamos pra casa…”

 

“Não! Será que você não entende que preciso ensaiar mais? Eu sempre te apoiei, cadê o seu apoio comigo agora?!”

 

“O que?” – Sehun perguntou se afastando do menor.

 

“N-Não… É que…”

 

“Tudo bem. Eu não vou atrapalhar mais.” – Deu um sorriso fraco e não muito feliz. Caminhou até o local que estava e se sentou, retirou o celular do bolso e começou a mexer enquanto Luhan estava estático olhando o maior.

 

“Amor… Me… Perdoe…”

 

“Está tudo bem, Luhan. Sério. Só continue o treino se você sente que precisa de mais ensaio.” – Lançou um mínimo sorriso e depois voltou a se concentrar em seu celular, jogando um jogo qualquer.

 

Luhan até que tentou se concentrar na dança, mas suas palavras injustas para Sehun – que estava apenas preocupado com o esforço excessivo do namorado – não saíam de sua mente e ele não conseguia mais raciocinar em nenhum passo da dança que estava ensaiando. Apenas bufou e desligou a música.

 

“Já terminou?” – Sehun perguntou, ainda fitando o celular.

 

“Sim.”

 

“Bem, vamos embora então.” – O maior se levantou, limpou uma poeira inexistente em suas calças e esticou os braços, ouvindo alguns estalos. Caminhou a passos lentos até a porta da sala de dança que o professor de Luhan cedeu para que o mesmo ensaiasse e não olhou para o namorado que estava emburrado atrás de si.

 

“Sehunnie…”

 

“Sim?”

 

“Está bravo comigo?” – Perguntou se aninhando ao corpo do maior, aproveitando o fato de estar de noite e ter pouca gente naquela rua.

 

“Não.” – Falou simplesmente, fazendo Luhan sentir um aperto no peito.

 

× × × ×

 

Sexta-feira, 09 de agosto de 2013, 08h00min.

 

Os dias passaram silenciosos no apartamento 707.

 

Sehun não foi durante a semana apoiar Luhan nos ensaios, dizendo que não queria atrapalhar. E o menor se sentiu mal durante toda a semana. Já havia pedido desculpas por ter perdido a cabeça, mas tudo que Sehun falava era que estava tudo bem e que ele não precisa se preocupar.

 

Mas Luhan se preocupava.

 

Nunca tinha sido injusto com Sehun e sabia como doía ser tratado daquela maneira, pois no dia do festival brigou com o namorado exatamente por isso. Só não entendia porque Sehun não havia voltado ao normal ainda.

 

Por isso, naquela sexta-feira, Luhan acordou decidido a fazer o namorado voltar ao normal.

 

× × × ×

 

Sexta-feira, 09 de agosto de 2013, 18h00min.

 

Sehun chegou em casa no horário normal. Subiu as escadas com preguiça, como quase sempre fazia, e parou no começo do corredor para procurar suas chaves em sua mochila. Caminhou mais alguns passos e parou em frente à porta de seu apartamento, estranhando ao ouvir barulho de música lá e ver clarão passando pelas frestas da porta. Luhan sempre chegava depois de Sehun.

 

Abriu a porta com cuidado e a fechou atrás de si enquanto tentava raciocinar o que significava a imagem que seus olhos captavam. A mesa estava com uma tigela de costela de porco picante, velas, taças e ao lado um balde improvisado com gelo e uma garrafa.

 

“Champagne?” – Sehun perguntou pra si mesmo, ficando ainda mais confuso.

 

“Ei, amor!” – Luhan apareceu, vindo do quarto com os fios louros molhados, uma blusa xadrez vermelha com as primeiras casas abertas e uma calça branca colada ao corpo.

 

“Luhan… O que está acontecendo?”

 

“Hm? Por quê?” – Sorriu torto e viu o namorado apontar com a cabeça para a região da mesa. – “Oh! Isso? Um agrado especial para o meu namorado.”

 

“Mas tem alguma coisa em especial hoje… Que eu não estou sabendo?”

 

“Não…” – Respondeu temeroso com o jeito do namorado. – “Só queria te agradar… Tem algo errado nisso?” – Falou com um biquinho fofo nos lábios.

 

“N-Não. Não tem.” – Sorriu e se aproximou do menor. – “Obrigado.” – Selou os lábios.

 

Se a intenção de Sehun era dar somente um selinho, Luhan certamente não correspondia a essa vontade, e aprofundou o contato dos lábios. Levou suas mãos até a nuca do maior, trazendo-o mais para perto e prendendo-o no beijo que iniciava.

 

“U-Ual…” – Sehun disse sorrindo, logo após Luhan apartar o ósculo. O menor sorriu de canto e limpou o cantinho da boca que estava úmido, sem quebrar o contato visual com o namorado. – “Você está inspirado hoje, uh?” – Sorriu.

 

“E isso é bom?”

 

“Muito.” – Sorriu novamente enquanto puxava o corpo mais baixo perto do seu e unia os lábios em um novo beijo.

 

Entre conversas, risadas, beijos e champagne, o jantar foi passando em um clima agradável, para a felicidade de Luhan que ia tirando do peito aquela sensação ruim e aquela vontade de chorar que o atormentou durante toda a semana.

 

O chinês recolheu a mesa, colocando a louça suja na pia e voltando para onde estava Sehun, que terminava com a garrafa de champagne enquanto via o menor fitá-lo com os olhos de desejos.

 

Luhan retirou da mão de Sehun a taça com o restinho da bebia que jazia ali e a colocou na mesa, depois sentou-se no colo do maior e começou a rebolar para atiçá-lo.

 

“Lu-Luhan…”

 

“Hm?”

 

“V-Você não precisa fazer isso.”

 

“Fazer o que?”

 

“Eu sei que fez isso tudo com medo de que eu esteja bravo com você… Mas eu não estou…”

 

“Então por que me tratou diferente essa semana toda?”

 

“Porque eu não quero atrapalhar seu treino. Só estava dando um espaço pra você…”

 

“Eu me senti mal… Eu fui injusto demais naquele dia, falei sem pensar.”

 

“Todo mundo fala sem pensar em algum momento. Eu entendo que está nervoso, uh?” – Sorriu e acariciou a bochecha esquerda do chinês, descendo com o dedão até os lábios cheinhos e acariciando a cicatriz que ele tinha ali e que Sehun tanto amava beijar. Luhan apenas fechou os olhos e se deleitou com a sensação prazerosa dos toques singelos de Sehun em seu corpo. – “Por isso… Você não precisa fazer algo forçado.”

 

“Algo forçado?”

 

“É… Eu não quero que transe comigo como se fosse uma obrigação para que eu me sinta “melhor”, sabe? Eu quero que faça amor comigo… E para isso, quero que tenha vontade de fazê-lo.” – Comentou envergonhado, arrancando um riso por parte do mais velho.

 

“Mas eu quero fazer…” – Sussurrou próximo ao ouvido de Sehun. – “Eu até pedi o carro do Chanyeol emprestado… Por livre e espontânea vontade.”

 

“C-Como é?” – Sehun sentiu uma fisgada em seu membro com aquele sussurro e com a imagem dele e Luhan no carro do amigo.

 

“Carro… Do… Chanyeol…” – Luhan comentou pausadamente e com uma pitada de sedução, o que fez o mais novo se arrepiar ainda mais. – “Eu expliquei pra ele que você estava chateado e pedi com toda a manha do mundo que ele me emprestasse o carro para te… Animar…” – Sorriu torto.

 

“Suas atitudes… Às vezes entram em contradição com essa sua… Carinha de anjo.” – Falou ofegante devido as mãos ágeis de Luhan em seu abdômen. O menor apenas riu de maneira pervertida e atacou os lábios perfeitos de Sehun em um beijo afoito.

 

As mãos de Sehun rapidamente foram até o cabelo do mais velho, bagunçando ali enquanto o puxava com necessidade para mais perto, unindo as bocas sempre que ele ameaçava se separar. Já as mãos travessas de Luhan passeavam pelo corpo de Sehun, às vezes arranhando de leve o abdômen branquinho do mesmo.

 

Foi em um piscar de olhos que Luhan desceu do colo do namorado e andou com passos trôpegos – devido ao novo beijo que trocavam – até a porta. Com urgência os dois se separaram e abriram a porta do apartamento, e antes de trancá-la, Luhan pegou os documentos e as chaves do carro de Chanyeol que estavam em cima do balcão.

 

Desceram praticamente correndo até o carro estacionado em frente ao prédio, e Sehun se chamou de avoado várias vezes mentalmente, por não perceber o carro de Chanyeol ali quando chegou em casa.

 

Por ser o único com carteira, Luhan entrou no banco do motorista e deu partida, esperando comandos do namorado.

 

“Não faremos aqui?”

 

“Aqui não tem graça… A rua é vazia de noite.” – Sorriu torto.

 

“Tarado.” – Sehun implicou. – “Eu conheço um lugar bom.”

 

Sehun deu as instruções e em 30 minutos estavam em uma rua próxima a uma boate bem movimentada. A rua em si não estava cheia, era de pouca iluminação e tinha mais carro estacionado do que gente. Mas comparada à pacata rua em frente ao prédio deles, essa era mais emocionante.

 

“Aqui é quase um motel automobilístico.”

 

“Ah… É? E como sabe disso, Oh Sehun?”

 

“Hm… Nós não começamos a namorar desde a minha chegada aqui… Então…”

 

“O que?” – Luhan perguntou levemente irritado, fazendo o maior gargalhar.

 

“Logo na minha primeira semana, Chanyeol e Baekhyun me trouxeram a essa boate. Bem, eu fiquei com um cara aqui e ele quis me trazer para o carro dele… Não rolou nada, mas eu descobri a fama dessa rua e vai ser útil agora.” – Riu e se aproximou do menor, mordendo sua bochecha. – “Ciumento. Você namorou com o Jongin antes de namorar comigo, sabia? Doía pra caramba quando você saía para encontrá-lo.”

 

“D-Desculpe, amor…” – Sussurrou. – “Eu sei que não tinha que ser ciumento com seu passado, mas…” – Respirou fundo. – “Bem, não importa agora.” – Riu torto.

 

“É…” – Correspondeu ao sorriso enquanto se aproximava mais uma vez e roçava seus lábios pela pele macia do namorado. – “Se sentiria mais a vontade se a gente usasse o protetor de para-brisa?”

 

“H-Hm… Acho que sim…” – Olhou ao redor, vendo algumas pessoas indo e vindo.

 

“Ok.” – Sorriu e abriu o compartimento onde Chanyeol guardava o protetor de para-brisa com o desenho de um personagem de anime.

 

“Sinto que esse personagem está me encarando.” – Luhan comentou rindo.

 

“Está te julgando por transar com seu namorado no carro do amigo.” – Sehun comentou implicante e recebeu um tapa na região das nádegas por parte de Luhan. – “Pronto.”

 

Sehun sorriu e se sentou em seu banco, puxando-o para trás e dando mais espaço. Luhan imediatamente se arrumou em cima do colo do maior e nem deu tempo para atacar os lábios finos do mesmo.

 

Um passeio já conhecido foi trilhado pelas mãos afoitas de Sehun que iam abrindo com pressa os botões da camisa xadrez do namorado e também tratavam de arranhar a pele branquinha.

 

“H-Hm!” – Sehun gemeu ao sentir seu lábio inferior ser puxado pelos dentes do menor enquanto ele rebolava em cima de seu membro. – “L-Luhan…” – Sehun segurou firme na cintura do menor e o ajudou a se movimentar em cima de seu colo.

 

Sons de gemidos baixos começaram a preencher o carro enquanto o atrito entre os membros ficava ainda mais viciante.

 

Luhan desceu com seus lábios pela tez branca do namorado, garantindo que ela não ficaria branquinha por muito tempo, pois ele mordia e chupava o local, aumentando a força a cada gemido de deleite do outro.

 

“S-Sehunnie… Acho que no banco traseiro seria melhor.” – Disse enquanto ainda ia se deliciando com a pele do maior.

 

Sehun apenas sorriu e acenou positivamente com a cabeça. De um jeito um pouco trapalhado, os dois trocaram de lugar e agora Luhan estava deitado no banco traseiro do carro com Sehun em cima dele.

 

As mãos ágeis do mais novo rapidamente desabotoaram e desceram o zíper da calça jeans branca do mais velho, e trataram logo de adentrarem a roupa íntima, tocando diretamente na ereção já evidente.

 

“A-Ah!” – Luhan gemeu e logo mordeu seu lábio inferior para controlar os espasmos de seu corpo. Mas todo controle foi em vão ao sentir o dedão de Sehun pressionando sua fenda no momento que os lábios dele capturavam um dos mamilos rosados. – “Aaah… S-Sehun!”

 

Luhan levou suas mãos até os fios escuros do namorado e de jeito necessitado puxou-o mais pra cima, unindo os lábios com pressa, às vezes gemendo em meio ao beijo devido à masturbação que Sehun fazia.

 

O maior puxou a calça e a roupa íntima de Luhan de jeito desastrado devido à falta de espaço, e quando viu o corpo perfeito do namorado à sua frente sentiu mais uma fisgada em seu membro.

 

“Como você… Consegue?”

 

“O-O que?” – Luhan perguntou confuso.

 

“Ser assim… Tão lindo… Tão sedutor… E mexer comigo como se fosse sempre a primeira vez.” – Sehun respondeu fitando o peito de Luhan que subia e depois descia pesadamente devido a respiração descompassada do mais velho.

 

Luhan apenas sorriu, tentando esconder o nervosismo e a vergonha e agradeceu mentalmente por Sehun não estar perto de seu coração, para não senti-lo desregular devido àquela declaração do maior.

 

“Sehunnie…” – Luhan falou roçando sua perna nua à do maior, que ainda estava vestida. – “Não acha que está com roupas demais?” – Disse molhando seus lábios com sua língua rosada.

 

O mais novo apenas sorriu e logo tratou de tirar sua blusa, jogando-a no banco da frente. Sentiu as mãos desesperadas de Luhan abrirem sua calça jeans e descê-la de maneira afobada.

 

“Vai falar que a pressa é por estarmos em local público de novo?” – Sehun sorriu torto e Luhan revirou os olhos.

 

“A pressa… É porque eu te quero logo.” – Disse puxando o maior que se deitou em cima do namorado e prontamente atacou seus lábios cheinhos.

 

Luhan levou suas mãos até as costas do maior, pressionando-o em cima de seu corpo e com isso fazendo os membros se roçarem, para aumentar o prazer de ambos. Desceu por toda a extensão da pele branquinha, arranhando e distribuindo vergões com suas unhas curtas e, quando chegou às nádegas durinhas, as apertou com vontade.

 

“S-Sehun-ah!” – Disse assim que sua boca foi liberta pela semelhante de Sehun.

 

O mais novo segurou as pernas de Luhan e fez com que elas circundassem sua cintura; depois estimulou seu membro um pouco, aproveitando o pré-gozo na lubrificação, e sem demora penetrou a glande no namorado.

 

“A-Ah!”

 

“D-Desculpa…” – Disse distribuindo selares pelo rosto do mais velho. – “Eu também quero muito você… Logo…”

 

Sehun ficou parado por um tempo, enquanto deixava o namorado se acostumar com a invasão. As mãos do maior aproveitavam para distraírem Luhan, apertando e acariciando a pele da cintura e coxas do chinês.

 

“Sehunnie…” – Gemeu arrastado enquanto movia seu quadril em direção à região pélvica do mais novo, dando assim a permissão para que ele se movimentasse.

 

Um novo beijo foi iniciado enquanto os movimentos iniciais eram ditados pelo membro de Sehun dentro do namorado. As línguas se uniam como os corpos estavam unidos, se acariciavam como as mãos de Luhan acariciavam a nuca de Sehun.

 

Com a aproximação dos corpos, Luhan sentia ainda mais prazer, pois seu membro era pressionado pelo abdômen de Sehun e se movimentava no ritmo do vai e vem frenético que o maior ditava com sua penetração.

 

“A-Ah… H-Hm… Luhan…” – Gemeu ao sentir seu pescoço novamente ser mercado pelos dentes ferozes do louro.

 

“Sehun-ah!” – Sussurrou com luxúria perto do ouvido do maior. – “M-Mais…”

 

O maior aumentou a profundidade e a velocidade das estocadas, enquanto começava a também judiar do pescoço quase que imaculado de Luhan. Segurou com força a cintura do chinês e não deu intervalos nas estocadas, nem nas mordidas e chupões que distribuía na pele branquinha.

 

“HMMMM!” – Gemeu, segurando com força o estofado do banco do carro.

 

Desceu com as unhas pelo banco, arranhando e descontando naquele objeto seu prazer que a cada momento ia crescendo mais e mais.

 

“M-Mais rápido…” – Pediu sussurrando próximo ao ouvido do maior e aproveitando para sugar a o lóbulo de sua orelha. – “A-ASSIM!”

 

“Luhan… Ah!” – Gemeu rouco ao sentir o menor comprimir suas paredes internas. – “V-Você… Me enlouquece!” – Disse antes de capturar os lábios do menor.

 

Em meio ao novo beijo, gemidos eram abafados. As mãos de Luhan novamente foram atraídas pelas costas de Sehun, e iniciou uma nova linha de vergões na pele já bem avermelhada.

 

Uma sequencia de selinhos foi iniciada, pois as bocas não queriam se separar. A língua de Sehun passeou pelo contorno da boca perfeitinha de Luhan, sugando o lábio na região da cicatriz.

 

“H-Hm…” – Luhan gemeu de deleite. Adorava a “tara” que seu namorado tinha por sua cicatriz.

 

Os lábios do maior foram descendo por todo o contorno do rosto de Luhan, mordiscando e beijando a pele enquanto ia se afundando ainda mais no corpo do chinês, se deleitando com os espasmos em seu corpo e com os gemidos despudorados do namorado.

 

“A-Aí!” – Luhan gemeu, levando suas mãos até os glúteos do maior e apertando o corpo dele, como se quisesse que ele se enterrasse ainda mais dentro de si.

 

E ele queria.

 

Com uma sequência quase ininterrupta de estocadas no ponto “G”, Luhan se desfez em meio aos corpos e Sehun encontrou o seu ápice no mesmo instante, com ambos gemendo arrastado e em deleite.

 

E quando Sehun se preparava para sair de dentro de Luhan, os dois ouviram um leve baque na lataria do carro.

 

“Q-Que isso?” – Luhan perguntou, saindo forçadamente de seu êxtase.

 

Sehun levantou a cabeça no susto e viu a sombra de duas pessoas no vidro esquerdo do carro. Sorriu imediatamente ao perceber o que estava acontecendo ali.

 

“Oh, um casal de namorados está nos amassos aqui do lado do carro.”

 

“Eles podem nos ver…”

 

“Podem.” – Sorriu. – “Se eles conseguirem se soltar dali.” – Sorriu mais ainda, saindo de dentro do namorado e o puxando para seu colo.

 

“Nossa… Ela tem idade para fazer isso?”

 

“Luhan!” – Sehun falou gargalhando. – “Sério que vai dar uma de protetor da virgindade da menina?”

 

“Oras…” – Bufou, aninhando-se ao corpo do namorado. – “A gente tem que sair daqui.”

 

“Mas se a gente sair, vai deixar na cara que tinha alguém aqui, fazendo coisinhas dentro do carro. E se alguém rastrear a placa e achar o carro do Chanyeol?!”

 

“Que exagero Sehun! E… Se a gente for esperar… Sabe-se lá quando eles vão terminar… Isso.” – Olhou para a janela. – “Meu Deus ele está tocando nos seios dela no meio da rua!”

 

“Luhan… A gente faz coisa pior na rua…”

 

“Foi num beco. Deserto.” – Retrucou.

 

“Não sei qual é a graça de tocar nos seios.”

 

“Que?”

 

“Não tem graça nenhuma.”

 

“Cada um gosta de uma coisa…” – Riu. – “Sério que a gente vai falar disso?”

 

“A gente tem que esperar os dois saírem para irmos embora. Então vamos cuidar do namoro deles, é divertido.”

 

“Sehun…” – Revirou os olhos. – “Eu tenho uma ideia melhor.”

 

“Hm, tem?”

 

“Sim…” – Respondeu contornando a cartilagem da orelha de Sehun com sua língua. – “Que tal… Um segundo round? Comigo ativo e com mais adrenalina já que os dois estão perto?”

 

“Oh!” – Sehun exclamou rindo. – “Adorei a ideia!”

 

De um jeito embolado, trocaram de posições e Sehun ficou sentado no colo de Luhan, com esse dedilhando a lateral do corpo maior que o seu enquanto beijava e sugava de leve um dos mamilos do namorado.

 

“H-Hm…”

 

“Controle-se. Eles estão no maior pega ali, mas ainda podem ouvir.” – Luhan disse de implicância enquanto uma mão sua deslizava pelas costas do namorado, rapidamente parando entre o meio de suas nádegas.

 

“C-Como eu… Me controlo assim?” – Sehun sussurrou ao sentir o dedo de Luhan contornar seu orifício enrugado.

 

“A nossa sorte é que o vidro do carro é um pouco escuro.” – Luhan riu travesso, antes de voltar a dar atenção ao mamilo de Sehun, mordiscando-o de leve.

 

“A-Ah!” – Jogou a cabeça para trás e Luhan logo foi subindo com seus lábios pela extensão de pele, distribuindo beijos e mordidas.

 

Ainda tocava no orifício do maior, às vezes ameaçando uma penetração, quando levou a mão livre até a boca do mesmo e pediu para que ele molhasse seus dedos – o que foi prontamente atendido.

 

Depois de lambuzar os dígitos de Luhan, Sehun não demorou para sentir a violação de um dedo em si, retraindo o corpo e arrepiando-se por inteiro.

 

No desespero de acalmar o gemido preso em sua garganta, se curvou para alcançar os lábios perfeitos de Luhan, iniciando um beijo aflito e necessitado. Enquanto os lábios bailavam juntos e o segundo dedo de Luhan penetrava Sehun, este levou sua mão até os membros que timidamente já estavam eretos, e os masturbava de forma lenta.

 

“A-Ah, Sehun.” – Luhan gemeu ao sentir a pressão da mão do maior em seu membro.

 

“Mais baixo… Ainda tem um casal ali.” – Sehun disse rindo, porém com dificuldade para manter a própria calma, pois sentia o terceiro dígito lhe violar. – “L-Luhan!”

 

“Hm?” – Sorriu vitorioso e depois lambeu o queixo do menor, sugando e mordendo-o às vezes.

 

“J-Já está bom na preparação.”

 

“Oh… Está apressado também?”

 

“E-Estou… E-E m-muito.” – Respondeu, aumentando a velocidade da masturbação conjunta que fazia.

 

Luhan tirou os dedos de dentro do maior e o viu se levantar um pouco, para logo depois ir se sentando no membro túrgido do chinês. Os dois prenderam a respiração e tentaram não libertar os gemidos que queriam explodir de suas gargantas, mas foi ficando cada vez mais difícil.

 

“Luhan!” – Pendeu a cabeça para frente, encostando seus lábios na testa do menor e distribuindo beijos enquanto se acostumava com a invasão.

 

Não demorou para o próprio Sehun começar a subir e descer pelo membro do chinês, enquanto que uma mão de Luhan dava atenção para o pênis do coreano.

 

Novamente o mais novo se curvou, querendo tocar os lábios do namorado com os seus, e quando o fez, iniciou um beijo ardente que foi findado com mordidas e chupões nos lábios carnudos e vermelhos de Luhan.

 

“M-Mais!” – Sussurrou próximo aos lábios abertos de Luhan, aproveitando para puxar o inferior e arrastá-lo por entre seus dentes.

 

Luhan se ajeitou no banco e segurou com força na cintura do namorado enquanto subia com seu quadril e aprofundava as estocadas. Arrancou um gemido alto do mais velho, que fez o casal ao lado sair de seu mundinho e se assustar, olhando em volta para saber de onde tinha vindo o barulho.

 

Mas logo o rapaz se interessou mais nos lábios e seios da menina, esquecendo tudo e todos e fazendo Luhan e Sehun suspirarem aliviados.

 

“C-Controle-se!”

 

“C-Como?!” – Respondeu com dificuldade enquanto ia fazendo o membro de Luhan sumir dentro de si. Em segundos uma parte do membro reaparecia, para sumir de novo em mais um movimento intenso que arrancava suspiros profundos de ambos, ainda mais de Sehun.

 

As mãos de Luhan continuavam firme na cintura alva de Sehun, ajudando na movimentação. Os lábios de Sehun estavam abertos, deixando que gemidos cada vez mais roucos saíssem pelo mesmo, junto com a saliva que escorria pelo canto dos lábios, e que prontamente foi limpa pela língua de Luhan.

 

Um novo beijo foi iniciado, por vontade e também para tentar abafar os gemidos que novamente chamaram a atenção do casal. Se eles olharam ou não pelo vidro pra saber o que estava acontecendo, nem Sehun e muito menos Luhan observaram, pois estavam ocupados demais naquele momento. Não queriam pensar se alguém poderia ver aquela cena por qualquer vidro.

 

Uma mão de Luhan desceu da cintura até o pênis que pingava e clamava por atenção, masturbando na mesma rapidez das estocadas, fazendo com que Sehun gemesse mais e mais em meio ao ósculo.

 

“HMM!” – Sehun gemeu, soltando-se do beijo e liberando mais gemidos de deleite ao sentir Luhan acertar sua próstata. – “A-Aí!”

 

Só foram necessários mais alguns movimentos para que ambos encontrassem o prazer pela segunda vez na noite.

 

Sehun se curvou o suficiente para encostar sua testa na curvatura do pescoço do menor, assim que este se retirou de dentro do outro. Ficaram em silêncio enquanto as respirações se normalizavam e os espasmos findavam de vez.

 

“E-Eles já foram…” – Luhan comentou.

 

“P-Poxa… Pensei que teríamos um terceiro… R-Round.”

 

“Incontrolável.” – Riu e começou a passear com as pontas dos dedos pelas costas suadas de Sehun. – “Vamos embora antes que alguém ache o guitarrista da The Secret Of The Phoenix transando com um homem dentro de um carro.”

 

× × × ×

 

“Vocês o limparam?” – Chanyeol perguntou enquanto Luhan entregava as chaves do carro.

 

“Sim.”

 

“Quantas vezes?”

 

“Três.” – Sehun, que estava ao lado do namorado, respondeu revirando os olhos.

 

“Não tem vestígio nenhum… Do que… Fizeram, não é?”

 

“Não, Chanyeol, não tem.” – Luhan respondendo rindo e riu mais ainda ao ver o maior bufar. – “Obrigado pela ajuda!”

 

“É… De nada… Eu acho.”

 

× × × ×

 

Sexta-feira, 16 de agosto de 2013.

 

Era o dia.

 

Luhan estava nervoso andando de um lado a outro do quarto enquanto esperava Sehun terminar de se arrumar, e assim que o maior disse estar pronto, o chinês grudou no corpo dele, apertando o máximo que conseguia.

 

“Calma, vai dar tudo certo, ok?”

 

“O-Ok.”

 

Sehun sorriu e rapidamente capturou os lábios de Luhan, iniciando um beijo calmo e carinhoso. – “Beijo de boa sorte. Já que não poderei ficar com você antes da apresentação.”

 

“Obrigado, obrigado amor.” – Selou mais uma vez seus lábios aos do namorado. – “Eu te amo.”

 

“Eu também te amo.” – Sorriu. – “Agora vamos.” – Puxou o menor pela mão, fazendo-o sair do apartamento.

 

Caminharam lado a lado, porém sem entrelaçarem as mãos como costumavam fazer. De vez em quando Sehun puxava o menor para um abraço e bagunçava os fios louros, mas nada muito mais íntimo. Afinal, não era somente Sehun que ficava mais conhecido nas ruas, Luhan também ficaria, caso ganhasse o concurso.

 

Separaram-se quando chegaram ao estúdio: Luhan foi para o “camarim” e Sehun para a plateia, sentando em um lugar favorável para ver o palco inteiro e não muito longe deste – realmente não se preocupou com o fato de ser alto e poder atrapalhar alguém. Ele só queria ver Luhan.

 

Enquanto não começava a gravação, o coreano ficou mexendo no celular, vez ou outra parando porque alguma adolescente o reconhecia e pedia uma foto – o que ainda era estranho para Sehun lidar. O fato de não terem um CD ou uma gravadora, para Sehun significava que eles ainda não eram tão famosos, então era estranho tirar fotos ou dar autógrafos (apesar de ser divertido).

 

“Está famosinho, é?” – Sehun ouviu depois que uma adolescente saiu de perto dele. A voz meio rouca vinha por trás, o que fez o coreano se virar e encarar o rosto largo, bronzeado e infelizmente conhecido.

 

“Jongin.”

 

“Oh, não sou famoso, mas ainda sou reconhecido.” – Riu com deboche.

 

“O que faz aqui?”

 

“Vim ver o Luhan.” – Falou simplista. – “Kyungsoo estava vendo a televisão bem na hora da chamada do programa, e mostrou uma foto do Luhan falando que seria um dos competidores.”

 

“E por que motivo você veio vê-lo? Vocês nem possuem contato mais.”

 

“Eu não lhe devo explicações. Só quero que saiba que Luhan é uma pessoa especial, e eu percebi que não quero perder a amizade dele.” – Falou fitando o palco.

 

“Não quer perder a amizade dele?” – Repetiu a frase, usando um tom debochado. – “Você ainda está com o orgulho ferido e quer tê-lo ao seu lado de qualquer jeito?”

 

“Não sei do que está falando.” – Riu torto. – “E acho que deveria maneirar na conversa, ou quer que as meninas descubram que o oppa é gay?” – Sussurrou próximo ao ouvido de Sehun, que precisou se segurar para não socar a cara de Jongin.

 

“O soco que eu te dei meses atrás… Foi pouco.” – Disse antes de se virar e se concentrar no programa que havia começado.

 

× × × ×

 

A atração da competição de dança foi deixada para o final do programa, e Sehun já esperava por isso.

 

O apresentador falou a quantidade de dançarinos inscritos, 16 ao total. Que seriam divididos em duplas e por oito semanas essas duplas se apresentariam. De cada dupla, sairia um vencedor, ficando no total de oito competidores que formariam duplas e se apresentariam em quatro semanas. Dessas novas duplas restariam quatro competidores, que em novamente formariam duas duplas e os vencedores de cada uma delas competiriam na final.

 

O narrador foi chamando um por um, e quando já tinha chamado 14 concorrentes, ele falou o nome que tanto interessava Sehun. O coreano sorriu ao ver o namorado entrar no palco, mas logo sua expressão mudou ao se encontrar com o olhar do mesmo.

 

Luhan estava com um olhar de raiva… Ele parecia realmente nervoso e isso deixou Sehun preocupado.

 

O maior se agitou na cadeira, tentando controlar sua vontade de ir até o palco e perguntar o que tinha acontecido, mas não precisou. Pois logo que o apresentador falou o nome da última pessoa inscrita, Sehun entendeu a raiva do namorado.

 

“E para terminar, nossa última competidora, Lee Dahee!”

 

Notas de uma leitora

Esse cap teve briga, reconciliação com direito a fetiche do carro, Jongin retornando do mundo dos mortos (brincadeira) e a Dahee imbecil xDxD Muitas emoções xD

Apartamento 707 – Capítulo 20

Oi pessoal!

Sabadão!!! Vamos animar com AP??? Repostagem do cap 20 de AP da minha amiga Kah para todos!

Tenham uma boa leitura.

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo vinte: Depois do Festival.

 

 

“A banda vencedora do Primeiro Festival de Música da KBS, o Festival de Julho de 2013 é…” – O apresentador disse abrindo o envelope e sorrindo para a câmera.

 

“Eu juro que se ele enrolar mais um pouco eu vou lá abrir isso!” – Minseok bradou irritado.

 

“Tenho que dizer que eu fiquei muito feliz com a escolha, e você?” – Mostrou para o apresentador ao seu lado, o papel que havia tirado.

 

“Realmente, foi uma boa escolha. Fizeram um ótimo show e envolveram bastante ao público.”

 

“Acha que eles vão gostar da escolha também?”

 

“Por que a gente não descobre?” – Riu. – “Senhoras e senhores, a banda vencedora do Primeiro Festival de Música da KBS é… THE SECRET OF THE PHOENIX!”

 

“O QUE?” – Minseok disse ao se levantar em um pulo. – “É A GENTE MESMO?!”

 

“A GENTE GANHOU!” – Sehun bradou, abraçando Luhan ao seu lado e o enchendo de beijos enquanto o chinês o parabenizava.

 

“MEU DEUS, MEU DEUS, MEU DEUS!” – Yixing dizia enquanto encarava a televisão, vendo a plateia gritar e comemorar o resultado.

 

“EU NÃO CREIO, EU…” – Yifan tentava falar, mas tudo que fez foi focar na televisão e ver a cena das câmeras filmando o corredor branco e largo, à procura da porta que tinha o nome da banda.

 

“ELES ESTÃO VINDO PRA CÁ!” – Chanyeol disse eufórico, se colocando de pé tão rápido quanto Minseok havia feito horas atrás.

 

O barulho característico de porta sendo aberta foi ouvido e não demorou muito para o apresentador entrar alegre e saudar os meninos da banda. Depois de alguns minutos chamou todos para o palco, com todos formando uma reta, cada um do lado do outro, em frente ao público animado. E mesmo assim a ficha ainda tinha caído, porque era perfeito demais, parecia sonho.

 

Até Luhan estava no palco, mesmo que se sentisse meio desconfortável ali. Mas todos, inclusive os apresentadores, falaram que ele tinha que estar presente, uma vez que era o responsável por tudo aqui ao inscrever a The Secret Of The Phoenix no Festival.

 

Os meninos receberam um troféu com o símbolo da clave de Sol, e o cheque com a quantia especificada que ganharam como prêmio.

 

“Gostariam de dizer algumas palavras?” – O apresentador disse, passando o microfone para Baekhyun que apenas sorriu nervoso.

 

“A gente só quer agradecer, agradecer muito ao Luhan por ter nos inscrito, ao público que vibrou com a gente, ao corpo de jurados pela escolha e claro, à KBS por oferecer essa oportunidade! Estamos honrados e muito felizes!” – Passou o microfone e se curvou em agradecimento, sendo seguido pelos demais rapazes.

 

Quando os apresentadores deram os agradecimentos finais, um staff do Festival os chamou para que descessem do palco. Todos voltaram para a salinha que ficaram a maior parte daquele final de semana, pegaram suas coisas e foram comemorar o prêmio que eles ainda não acreditam estar em suas mãos.

 

“NÓÓÓÓS GANHAAAAMOOOS!” – Minseok cantarolava em um ritmo qualquer, com a voz meio trêmula depois de beber doses consideráveis de Soju.

 

Eles foram comemorar a vitória enchendo a cara e comendo Jokbal.

 

“QUEM É A FÊNIX MAIS PODEROSA DO MUNDO?” – Yifan falava passando o braço ao redor do pescoço de Yixing e Minseok ao mesmo tempo, trazendo-os mais para perto.

 

“Acho que eu, minhas amigas e o Yixing somos os únicos sóbrios aqui!” – Eunjung dizia rindo. Todos estavam no restaurante perto da casa de Chanyeol e Baekhyun para comemorarem o prêmio. Todos, menos Dahee que desde o aniversário de Luhan e Sehun evitava aparecer – apesar de às vezes procurar Sehun por internet, pedindo desculpas pelo incidente.

 

“Ei, eu estou sóbrio, Eunjung!” – Luhan comentava com um biquinho insatisfeito. – “Eu tenho que estar, para cuidar dessa pessoa aqui.” – Sorriu ao ver Sehun cantarolar alguma coisa qualquer enquanto mantinha a cabeça deitada em seu ombro. O maior estava com o corpo esticado e deitado no banco, para poder ficar do tamanho de Luhan e assim apoiar sua cabeça no ombro do mesmo.

 

“Vamos embora Sehun?”

 

“N-Não…” – Respondeu de olhos fechados. – “Quero sexo da vitória no banheiro do restaurante…”

 

“Oooooh!” – Minseok respondeu rindo junto com Yifan.

 

“Só se for no seu sonho…” – Luhan respondeu revirando os olhos. – “Venha, vamos embora. Amanhã a gente trabalha cedo.”

 

“Nããão…” – Jogou o peso de seu corpo em seus braços que abraçavam Luhan.

 

“Oh Sehun…”

 

“Ixe, chamou pelo nome completo.” – Chanyeol implicou e como resposta ganhou o dedo do meio de Sehun.

 

Depois de mais algumas manhas, Sehun finalmente se levantou e se despediu de um jeito meio confuso. Caminhou a passos tortos até o metrô e durante toda a viagem ele dizia palavras desconexas para Luhan, este apenas ria baixinho da maneira como seu namorado ficava quando estava dominado pelo efeito do álcool.

 

Quando chegaram em casa, Luhan teve que controlar as mãos travessas de Sehun que queriam passear pelo seu corpo ou desejavam prendê-lo contra a parede para que ambos relembrassem os momentos de algumas noites atrás, quando transaram na escada do prédio em uma madrugada quase que completamente silenciosa.

 

“Pare, Sehun!” – Luhan dizia ao se desvencilhar das mãos afoitas do namorado. Sehun era mais difícil, tarado, teimoso e mimado quando estava bêbado.

 

“Aish!” – Reclamou infando as bochechas, porque ele também era meio infantil bêbado.

 

Luhan apenas riu e caminhou para a porta do apartamento 707 sem demorar em abri-la. Ambos entraram e Luhan tratou de encaminhar Sehun para um banho. Enquanto o maior ficava cantando alguma coisa debaixo do chuveiro, Luhan preparava um chá para os dois tomarem antes de dormir.

 

O chinês terminou a bebida e minutos depois ouviu a porta do banheiro se abrir, revelando Sehun com uma toalha branca enrolada na cintura e os cabelos escuros pingando água que escorria pelo seu rosto perfeito.

 

Luhan mordeu o canto do lábio inferior e seguiu o namorado até quarto, vendo-o se jogar na cama de toalha e tudo.

 

“Amor, você vai molhar a cama…”

 

“Hm…” – Murmurou de olhos fechados. – “Me troca?”

 

“Deixa de ser preguiçoso, Sehun.”

 

“Por favor…” – Abriu os olhos e formou um biquinho em seus lábios. Luhan bufou, mas cedeu. Levou suas mãos ate a toalha branca e soltou o nó, expondo assim o corpo desnudo de Sehun.

 

O mais velho mordeu novamente o lábio inferior ao fitar o corpo bem contornado e alvo à sua frente. Passeou com o olhar pelas coxas brancas, subiu-o para fitar a pélvis; deliciou-se com as marquinhas de seu abdômen, fitou a clavícula que parecia sempre clamar por atenção e marcas e claro, antes de subir para rosto, dispersou-se nos braços levemente definidos. Finalmente terminou seu passeio ao fitar o queixo bem marcado e o lábio pequeno e simétrico, onde um sorrisinho se formava.

 

“Se divertindo com a visão, amor?”

 

“Cala boca.” – Disse bufando, fingindo-se irritado. Ameaçou se afastar para pegar uma roupa para Sehun, mas em um movimento rápido seu pulso foi puxado, o que o fez cair em cima do corpo do namorado. – “S-Sehun!”

 

“Acho que mereço meus parabéns por ter vencido o Festival…” – Sussurrou perto dos lábios de Luhan, que se arrepiou dos pés à cabeça.

 

“Precisa é dormir para sarar desse porre.” – Riu de canto, mas Sehun apenas revirou os olhos e levantou o tronco, fazendo Luhan se sentar em seu colo.

 

“Sabia que eu fico mais tarado quando estou bêbado?” – Disse com seu nariz roçando na pele arrepiada do mais velho.

 

“Pois parece que não aguentaria nem as preliminares. Está tão mole por causa da bebida…” – Falou com tom provocante, bem próximo ao ouvido do maior, aproveitando para lamber a cartilagem.

 

“A-Ah, não provoque Luhan…” – Disse antes de prender a pele alva de Luhan com seus dentes, sugando-a e deixando nela uma marca vermelha. Tudo aconteceu muito rápido depois e Luhan só reparou nos movimentos de Sehun quando este o despia.

 

E naquela noite eles demoraram até pegarem no sono.

 

                                                                                        × × × ×

 

Sehun acordou sem ter vontade de acordar. Mas fora obrigado por Luhan que acendia a luz, batia a porta do armário e do quarto e caminhava pra lá e pra cá, fora as vezes que chamava o namorado para não se atrasar.

 

“Hm… Não vou trabalhar hoje.” – Reclamou com sua voz saindo abafada por sua boca estar tampada pelo travesseiro, já que o rosto de Sehun estava enterrado no mesmo.

 

“Oh Sehun!”

 

“Eu não estou bem, Luhan. Estou com dor de cabeça e vontade de vomitar…”

 

“Quem mandou beber tanto ontem?”

 

“Aish, não grita…” – Pediu com a voz arrastada. – “Eu vou explodir se ouvir qualquer acorde ou vocalize dos meus alunos hoje.” – Disse com um biquinho que desarmou Luhan e o fez rir. – “Você podia ligar lá no seu serviço e dizer que está com crise de enxaqueca de novo, e aí poderia ficar comigo, uh?” – Dizia dedilhando o braço alvo do namorado.

 

“Sehun…”

 

“Por favorzinho, amor…” – Falou com mais manha ainda. – “Eu preciso de cuidados e do seu amor para melhorar.”

 

“Precisa de vergonha na cara, isso sim.”

 

“Aish…” – Uniu os lábios finos em um biquinho e depois enfiou o rosto de volta no travesseiro. Luhan riu e suspirou bem fundo. Era o primeiro dia que a música tocaria na rádio e ele queria ouvir, e ouvir ao lado de Sehun seria melhor ainda.

 

Fora que até ele estava cansado e com o corpo dolorido da correria que havia sido o final de semana, e também, toda a tensão dos dois dias estava sendo materializada em dor de cabeça e nos ombros.

 

“Ok. Eu vou ligar e falar que não vou trabalhar. Mas o senhor trate de fazer o mesmo e rápido, pra dar tempo de arrumarem outro professor ou cancelarem as aulas.”

 

“Feito!” – Disse virando a cabeça com tudo e depois fazendo uma careta de dor, o que causou risos em Luhan. – “Não ria!”

 

× × × ×

 

O dia passou com lentidão e a ressaca foi sendo curada com sopa de broto de feijão feita por Luhan. Os dois praticamente não saíram da cama, tiravam cochilos ou mexiam no notebook, mas sempre estavam com o rádio sintonizado.

 

Foi por volta das 14h00min que o momento mais esperado chegou.

 

A MC da rádio KBS tocou no assunto do Festival do dia anterior, elogiando as bandas e o público que havia dado seu show particular. Depois de alguns minutos comentando os bons resultados do primeiro festival, e garantindo o segundo no ano que vem, a voz da MC anunciou aquilo que Luhan e Sehun mais queriam.

 

Os corações de ambos pularam dentro dos peitos e com nervosismo e ansiedade Sehun ligou para os membros da banda anunciando que a música tocaria agora, depois se arrumou na cama e ficou ouvindo as notas iniciais de Phoenix indicarem que seu sonho estava se realizando de novo.

 

Agora mais gente ouviria sua música.

 

Um sorriso involuntário se formou nos lábios finos de Sehun e ao ver tal cena Luhan se permitiu sorrir também. Sorria de felicidade, de orgulho, de paz, de emoção. Sorria por dividir o sonho de Sehun junto com ele.

 

× × × ×

 

A semana “prêmio” da The Secret Of The Phoenix passou mais rápido do que eles queriam. Mas trouxe muita alegria e surpresa.

 

De acordo com o regulamento, o prêmio era ter a música tocada na programação da rádio durante uma semana, porém, seria uma vez por dia. Entretanto, devido aos pedidos dos ouvintes, a música começou a tocar por mais vezes.

 

“MEU DEUS! Ontem a nossa música tocou quatro vezes!! Três vezes por pedidos dos ouvintes!” – Chanyeol falava exaltado enquanto todos comemoravam o sucesso da música na casa da Sehun e Luhan à base de Kkot Gae Tang e suco de maçã.

 

“Siiim! E ela apareceu como décimo lugar no TOP 10 de hoje!” – Minseok dizia balançando sua colher de maneira onipotente, como se fosse sua espada que o ajudaria a conquistar o mundo.

 

“E… Eu tenho mais uma notícia boa.” – Luhan comentou sorrindo, atraindo a atenção dos amigos.

 

“Que notícia, amor?”

 

“Eu… Me inscrevi para a batalha de dança naquele programa… E… Vou gravar o primeiro episódio semana que vem…” – Disse sorrindo.

 

Sehun sorriu de orelha a orelha e virou seu corpo para o lado, abraçando Luhan e distribuindo selinhos por todo o seu rosto.

 

“Que notícia ótima, Luhan! Tenho certeza que vai ganhar! Tenho certeza! E quando ganhar… Aí sim tudo estará perfeito! Estamos em uma época de felicidade total!” – Disse exalando alegria.

 

Mas talvez, somente talvez, Sehun tenha errado um pouco sobre a época ser somente de felicidade. Muita coisa ainda estava por vir… Logo eles perceberiam isso…

 

Apartamento 707 – Fim da Primeira temporada.

 

Notas de uma leitora

Claro que a banda vencedora seria a dos meninos!! Kah foi má em deixar na expectativa xD

E Sehun bênado tarado é jfdjfdhbfdhhf manhoso!!!

E com esse cap a Kah encerrou a primeira fase da fic. Mas no meio da semana temos o começo da fase 2 (que será mais dramática, já aviso rsrsrss)

Apartamento 707 – Capítulo 19

Oi pessoal!

Cheguei no dia certo!!! Repostagem do cap 19 de AP da minha amiga Kah (aniversariante do dia) para todos!

Tenham uma boa leitura.

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo Dezenove: Festival – segunda parte.

 

Dormir na noite de sábado para domingo foi uma tarefa difícil para todo mundo da The Secret Of The Phoenix, e, quando fala todo mundo da banda, claro que se inclui Luhan, o anjo de guarda – assim chamado por todos.

 

Mesmo que ele falasse para Sehun que este deveria descansar e repor a energia, acabava que os dois ficavam conversando e planejando o dia ou imaginando como seria se a banda ganhasse o festival.

 

“Não é algo que eu quero acima de tudo, sabe? Bem, é legal imaginar a gente ganhando e nossa música tocando nas rádios… Mas a fama, essa fama que o Min tanto quer… Não sei é algo que eu desejo tanto assim.”

 

“Quando eu te conheci você me disse que queria levar sua música para as pessoas, tem jeito melhor de realizar esse sonho?”

 

“Mas eu já o realizo. Todas as sextas-feiras no The Stones.” – Lançou um sorriso singelo. – “Não digo que não quero ganhar e poder, sei lá, ter uma fama, sair um pouco do anonimato. Eu quero. Mas se a gente não ganhar, não é como se eu fosse ficar deprimido… Não é como se isso me impedisse de realizar meu sonho. É claro que… Se uma gravadora contratasse a gente, e a gente fosse famoso… Meu sonho seria… Ampliado, vamos assim dizer… Ser famoso te abre muitas portas. Maaas… Não é como se eu dependesse disso para realizá-lo.”

 

“Não está falando isso com medo de não vencer o Festival, não é?”

 

“Não… Eu acho.” – Riu torto. – “Eu amei a inscrição da banda e se a gente ganhar eu vou amar também… O que eu quero dizer… É que não quero que a fama supere o meu sonho principal. Sabe?”

 

“Eu sei. E sei que não vai superar seu sonho principal de fazer a música com amor e não apenas para… Vender.”

 

“É isso! Você me entende!”

 

“Que bom né? Isso significa que sou um bom namorado!” – Gargalhou.

 

“O melhor de todos! E… Me desculpe por ter me exaltado hoje no beco.”

 

“Ah… Não se preocupe. Todo mundo tem momentos assim… Me desculpe também, por não ter contado.” – Depositou um beijo na bochecha de Sehun e depois sorriu. – “Agora vamos dormir? E digo, ir dormir mesmo, porque acho que é a sexta vez que falo para a gente ir dormir.”

 

“Aish… Eu ainda não estou com sono!”

 

“Sehun…”

 

“Ok!” – Disse com um biquinho nos lábios.

 

× × × ×

 

“Sehun, pelo amor de Deus… É um festival de música e não de moda! Pode fazer o favor de sair desse banheiro?”

 

“Mas eu não acho que o meu visual está bom!” – Gritou de dentro do banheiro, local onde praticamente passou as primeiras horas daquele domingo.

 

Sehun com ansiedade e nervosismo ficava parecendo uma criancinha perdida e medrosa. Achava que tudo não estava bom, que a roupa estava feia ou o cabelo desalinhado, achava defeito até onde não tinha. Luhan precisou expulsá-lo do quarto – com a quinta muda de roupa que ele havia escolhido em mãos – e o trancou no banheiro para que ele não mudasse mais uma vez a escolha.

 

“Sehun, eu vou arrombar essa porta.”

 

“Duvido.”

 

“Argh! Oh Sehun, sai daí!”

 

“Ainda estou me arrumando!”

 

“Não pode ser…” – Reclamou revirando os olhos e jogou as mãos para o alto, inconformado.

 

Luhan se sentou no banco de madeira feito por Sehun e ficou mexendo em seu celular enquanto esperava o namorado achar que estava bom o suficiente para sair do banheiro e eles pegarem o metrô até o local do festival.

 

Enquanto lia alguma mensagem aleatória no seu perfil da página social que fazia parte, ouviu um click denunciando que a porta havia sido destrancada. Levantou a cabeça em alerta e encarou a direção do banheiro, vendo Sehun sair do mesmo.

 

A reação que Luhan teve fez Sehun sorrir e ficar mais seguro quanto sua aparência.

 

O chinês involuntariamente abriu a boca e ficou com o olhar fixado na figura do mais novo, passeando com seus olhos dos pés à cabeça de Sehun, refazendo esse caminho diversas vezes.

 

“Então?”

 

“Meu Deus.” – Suspirou e tentou reordenar seus pensamentos. – “Você… Se superou, amor.” – Respondeu ainda fitando o look do namorado que vestia uma calça jeans preta um pouco desbotada nas coxas (e Luhan julgou ser a calça mais colada que Sehun tinha); um tênis all star preto cano longo e uma blusa branca de tecido bem fino, mangas longas e cavada – muito cavada – no pescoço, mostrando parte considerável da clavícula de Sehun. No final da parte cavada havia um desenho, que fez Luhan sorrir com a coincidência – havia a estampa de uma fênix desenhada em material dourado.

 

Ah, não podia se esquecer dos pormenores tão atrativos quanto todo o restante: Sehun usava pulseiras pretas em um punho, anéis pratas e um marcante delineador de ponta fina nos olhos pequenos.

 

Assim que ouviu o elogio, um sorriso largo foi estampado nos lábios finos de Sehun, fazendo-o ficar com aquela carinha de bebezinho feliz que Luhan sempre amou, mostrando os dentinhos pequeninos e as presinhas afiadas.

 

“Então vamos?” – Sehun disse entusiasmado enquanto entrelaçava sua mão à do menor.

 

Conversaram sobre diversas coisas aleatórias no caminho até o local do festival, e quando lá chegaram encontraram com Baekhyun, Minseok e Chanyeol esperando por eles em frente à entrada das bandas participantes.

 

Quando encontrou os três amigos Luhan ficou quase estupefato como ficou com Sehun. Todos estavam impecáveis com suas vestimentas: Baekhyun usava uma calça branca colada nas coxas bem delineadas; uma blusa vinho com detalhes em preto que também mostrava bastante de seu pescoço branco; nos pés calçava um coturno preto e em seus olhos também havia rastro de um delineador.

 

Chanyeol já vestia uma calça jeans tingida de azul com rasgos nas coxas; uma camiseta preta com o desenho de um crânio com espinhos e rosas em volta e um colete cinza por cima; os fios arrumados em um topete e nos pés coturnos que chamavam a atenção.

 

Minseok também havia apostado no colete. O outro guitarrista havia escolhido uma calça preta um pouco desbotada na região das coxas e das nádegas, blusa branca com um desenho estampado no centro: uma serpente enroscada em um crânio, e por cima uma jaqueta jeans preta. Nos pés estava combinando com Sehun ao usar all star preto.

 

“Vocês querem ganhar o Festival e o coração das menininhas que vão assistir?” – Luhan perguntou rindo e fez o ego de cada um dos meninos inflar.

 

“Os dois.” – Minseok disse rindo.

 

“Oh, vou contar isso para a sua namorada, senhor Min!” – Luhan implicou e riu ao ver a expressão espantada do menor. – “Não vai passar calor com essa jaqueta?”

 

“Ah, eu vou colocar somente no show… Mas achei o look tão legal que tive que colocar. Se eu passar calor eu jogo para o público e…”

 

“Ok, ok… Menos Minseok.” – Baekhyun dizia rindo e Minseok bufou.

 

Não demorou muito para Yifan e Yixing chegarem, também trajados com a intenção de conquistarem mais que o palco. O baixista usava uma calça com material semelhante a couro e em cor preta; nos pés coturnos pretos e em seu tronco uma blusa de manga ¾ em cor vermelha que estava com os primeiros botões abertos, deixando-o com um ar mais sexy ainda, principalmente com os dois cordões que ele usava. Já Yixing estava com uma calça branca, uma camiseta preta lisa e um colete cinza. No pulso algumas pulseiras, nos pés all star vermelho.

 

“Estou me sentindo tão normal.” – Luhan falou com um biquinho e ouviu uma risadinha atrás de si.

 

“Normal? Você está de camisa xadrez e calças jeans brancas… Nunca estaria simplesmente normal com isso.” – Sehun disse enquanto passeava com seu olhar despudorado pelo corpo de Luhan.

 

O mais alto tentou se aproximar do chinês, para trazê-lo em um abraço e um beijo, porém Luhan o interrompeu.

 

“Sehun…”

 

“Argh!” – Reclamou se afastando. – “O mesmo mimimi de sempre… Não podemos demonstrar nos locais que eu me apresento…”

 

“Não brigue comigo… Você sabe porque eu faço isso.”

 

“Quando namorava o Jongin vivia reclamando dele não querer assumir o namoro em público, comigo fica com essa frescura.”

 

“Oh Sehun! Eu só fico assim nos lugares que você se apresenta porque eu penso em você, seu ingrato! Você sabe muito bem disso… Já falei isso mil vezes.”

 

“M-Mas…” – Falou tentando se aproximar.

 

“Sai, Sehun.” – Luhan falou irritado, afastando-se do namorado e indo até onde Minseok e Yifan estavam.

 

“Droga!” – Sehun exclamou irritado e logo depois sentiu uma mão grande em seu ombro. – “Fiz merda, não fiz, Yeollie?”

 

“Fez um pouquinho.” – Suspirou. – “Você sabe que ele gosta de demonstrar em público o que sente por você, mas escolheu não fazer isso nos locais em que tocamos, com medo de você e a banda sofrer represália…”

 

“S-Sei… Eu estou nervoso e me alterei… Eu…” – Bufou irritado.

 

“Calma… Converse com ele daqui alguns minutos. Uh?” – Bateu nas costas do amigo e depois se dirigiu a todo mundo. – “Vamos entrar? Nossos instrumentos já estão lá dentro.”

 

Todos acenaram com a cabeça, concordando com Chanyeol e um por um foi entrando no espaço.

 

× × × ×

 

Os minutos pareciam demorar séculos.

 

Já estava na terceira banda, faltando apenas três para The Secret Of The Phoenix se apresentar, mas os sete garotos tinham a sensação de que ainda faltavam milhares de bandas na frente.

 

Durante a apresentação das primeiras bandas, Chanyeol e Baekhyun ficaram fora da salinha reservada a eles, assistindo perto do palco as apresentações. Minseok, Yifan, Yixing, Luhan e Sehun ficaram dentro da salinha, vendo tudo pela televisão – já que a transmissão era ao vivo. De todos, o único isolado era Sehun, que ficou sentado no sofá fitando a televisão, mas sem prestar muita atenção.

 

Tudo que o mais novo de todos fazia era se levantar e ir até a mesa retangular que estava encostada em uma das paredes, onde pegava alguns biscoitinhos ou frutas para comer – o terceiro meio de tentar controlar sua ansiedade e nervosismo era com a comida (já que o primeiro era o cigarro, e ele não fumava mais, e o segundo era Luhan, mas desde a entrada o chinês não havia trocado uma palavra com o namorado).

 

“Uaaal, lá fora está lotado demais!” – Chanyeol entrou falando animado. – “A energia está muito gostosa também!”

 

“Ah, acho que vou dar uma espiada por lá então.” – Minseok dizia ao se levantar. – “Alguém vem comigo?”

 

“Eu vou.” – Yifan dizia, também se levantando.

 

Quando os dois saíram Chanyeol e Baekhyun sentaram-se onde os amigos estavam. O mais alto olhou para Sehun, isolado e calado no canto de um sofá, e depois virou-se para Luhan.

 

“Ainda está brigado com ele?”

 

“Estou.”

 

“Ele não fez por mal, Luhan. Ele só está nervoso… E bem… Agora está pior ainda. É um dia importante e com toda certeza ele não quer ficar brigado com você.”

 

“Ele nunca foi ingrato comigo…”

 

“Luhan… Por mais que você ache o Sehun perfeito, e vice-versa, ninguém é perfeito. Lembra quando eu fui conversar com você, antes de você assumir que gostava dele?” – Baekhyun perguntou acariciando os fios claros do amigo.

 

“L-Lembro.”

 

“E lembra que eu disse que um dia vocês acordariam estressados e brigariam? É assim… Mesmo que o Sehun seja um namorado incrível, compreensível e tudo mais… Um dia ele vai estar de cabeça quente e vai falar alguma besteira… E não só ele, mas você também.”

 

“E por mais que nervoso e ansioso ele pareça uma criancinha perdida, ele também fica sem pensar direito…” – Chanyeol completou. – “Foi sempre assim…”

 

Luhan apenas suspirou e olhou de canto de olho para Sehun, sentindo o coração se apertar com a carinha entristecida do namorado. Também viu o maior se levantar e caminhar pela milionésima vez até a mesa de comida, enchendo a mão de salgadinhos.

 

O chinês deu um sorriso rápido e torto ao ver a criança perdida e birrenta que namorava se sentar novamente no sofá e mexer no celular de maneira aleatória, se concentrando em alguma muito interessante, pois não viu a aproximação de Luhan.

 

“Pare de ficar comendo tanto, Sehun. Daqui a pouco vai passar mal.” – Falou com o rosto sério enquanto se sentava do lado do coreano e via que o que ele lia no celular eram mensagens antigas que trocou com Luhan.

 

“Hm.” – Sehun murmurou, olhando para Luhan de maneira envergonhada.

 

“Aish.” – Suspirou e levou sua mão até o pescoço do maior, acariciando o local. Os dois ficaram em silêncio por breves dois minutos, até que Sehun falou com sua voz manhosa e arrastada.

 

“P-Perdoa-me.”

 

“Tudo bem.”

 

“Sério… Eu não queria te ofender… Eu só… Odeio ter que esconder o que a gente tem… Como se fosse algum crime.”

 

“Eu te entendo, Sehun.” – Sorriu minimamente. – “Eu também não gosto disso, sabe? Eu sempre quis sair na rua e demonstrar o que eu sinto, andar de mãos dadas sem ter medo de ser julgado… Eu sei que a gente já faz isso… E a gente faz até pior…” – Riu de canto ao se lembrar das coisas que fazem em local público. – “Mas eu queria fazer sem me preocupar de dar merda para algum lado, sabe?” – Suspirou. – “Mas não é assim, infelizmente…”

 

“É…”

 

“E você é uma pessoa que está caminhando para ser conhecido publicamente. A cada semana que passa o público no The Stones aumenta nos dias de sexta-feira, e agora certamente vai aumentar mais, independente do resultado de hoje… Então eu quero ser mais discreto nos locais que você se apresenta, porque você pode não ligar para a opinião alheia como Oh Sehun, mas sendo Oh Sehun, o guitarrista da The Secret Of The Phoenix, vai acabar ligando, porque são essas pessoas que vão ouvir sua música, e futuramente, dando tudo certo, comprar seus CD’s.”

 

“Mas o que eu faço para eles é a minha música. E para isso não deveria importar com quem estou…”

 

“Eu concordo com você… Mas as coisas não são assim, Sehun.” – Falou com pesar enquanto acariciava a nuca de Sehun e este apenas fechava os olhos, ficando quieto em seus pensamentos.

 

“Quem mandou a gente querer ter uma imagem pública, uh?” – Sehun riu de canto.

 

“A gente?”

 

“Você vai ser um grande e famoso escritor, oras.” – Sorriu de jeitinho infantil, fazendo Luhan sorrir também. – “Me perdoe.”

 

“Tudo bem, já passou.” – Puxou o maior pelo pescoço e o beijou. – “Eu te amo, e amo muito saber que não se importa de demonstrar esse amor por mim, mas foi uma escolha minha… Eu não quero atrapalhar sua carreira.”

 

“Eu também te amo.” – Suspirou. – “Mesmo que eu não concorde… Eu mudarei… Mas só quando estivermos em algum local que me apresento.”

 

“Se vocês conseguirem uma gravadora e ficarem famosos, você sabe que vai ser em qualquer local público, não sabe?”

 

“Aish!”

 

“Sehunnie…” – Luhan sorriu e mordeu a bochecha do mais novo. – “Eu queria poder mostrar para o mundo todo que o namorado mais perfeito de todos é o meu namorado… Mas não posso. E mesmo assim, isso não vai mudar nada, não é? Ele vai continuar sendo o namorado mais perfeito do mundo e sendo meu. Quando eu reclamava do Jongin era porque eu sabia que ele ligava mais para a aparência do que para mim… E você é completamente diferente…”

 

Sehun lançou um sorriso fraco para Luhan e deu um breve selar em seus lábios, puxou o menor que ficou com o tronco no colo de Sehun e as pernas no lugar vazio do sofá.

 

“Isso significa que se eu ficar mais conhecido por causa desse festival, minha listinha com fetiches está com os dias contados?” – Reclamou com a voz manhosa.

 

“É, esta.” – Riu se divertindo com o bico nos lábios do mais novo. – “Mas pelo menos a gente realizou esse seu fetiche em vários lugares… No provador, na sala de dança, no parque perto de casa, no beco… N-Na escada do nosso prédio, e eu ainda não acredito que a gente fez isso…” – As maçãs do rosto de Luhan ficaram levemente coradas ao dizer a ultima frase.

 

“Ainda falta no cinema.” – Um bico maior apareceu em seus lábios. – “E num carro…”

 

“Quando a gente tiver um carro, a gente faz.”

 

“O Chanyeol tem um carro.”

 

“Nem vem…” – Luhan disse com os olhos meio abertos de desespero.

 

“Aish.”

 

“Meu birrento.” – Luhan riu e depois puxou Sehun para um beijo apaixonado.

 

Enquanto os dois faziam as pazes, Baekhyun, Chanyeol e Yixing viam a cena com sorrisinhos faceiros nos lábios.

 

“Ainda bem que se entenderam.” – Yixing falou sorrindo e se sentindo mais aliviado, pois estava com medo de Sehun ir se apresentar tenso.

 

“Eles sempre se entendem.” – Baekhyun riu e se aconchegou no colo de Chanyeol. – “É tipo eu e o Channie, a gente sempre se entende. Essas briguinhas são normais, principalmente depois de um ano de namoro.”

 

“É?”

 

“Sim… Até um ano de namoro tudo são flores.”

 

“Depois, os espinhos crescem.” – Chanyeol disse rindo e mordendo a bochecha de Baekhyun. – “Mas o bom é que a gente consegue cortar os espinhos.” – Selou os lábios do menor e sorriu.

 

“Nunca namorei sério, então não sei como é.” – Deu de ombros.

 

“Você é muito preocupado com a música Yixing, devia abrir seu coração para outra paixão.” – Baekhyun dizia implicante, chutando a perna do amigo que apenas bufou.

 

E foi nesse clima agradável que a espera continuou naquela salinha.

 

× × × ×

 

Quando a quinta banda estava na segunda música, um staff veio chamar a The Secret Of The Phoenix para que começassem a arrumar seus equipamentos em dos palcos (eram dois, enquanto uma banda tocava em um a outra se arrumava no outro).

 

Os rapazes levaram suas coisas com mãos trêmulas de nervoso e Luhan – o mais calmo de todos até então – os ajudava a conectar os fios em seus respectivos lugares, e haja fios! Para o teclado de Yixing então… Era fio para dar e vender.

 

“Eu acho que estou nervoso.” – Sehun disse baixinho enquanto conectava o cabo p10 de sua guitarra no amplificador.

 

“Fique calmo meu amor, vai dar tudo certo.”

 

“Eu quero meu beijo da sorte.”

 

“Hm…” – Luhan pensou. – “Vamos para a salinha? Se alguém perguntar algo a gente diz que é porque você esqueceu alguma coisa lá.”

 

“Ok…” – Sorriu antes de caminhar com Luhan para fora do palco.

 

Andaram lado a lado e em silêncio pelo corredor branco e longo onde tinha algumas pessoas aleatórias neles – algumas da produção do Festival e outras das bandas que se apresentavam. Pararam em frente à porta branca que tinha uma plaquinha com o nome da The Secret Of The Phoenix e entraram rapidamente.

 

Como a porta não tinha chave, Sehun encostou Luhan à mesma assim que a fecharam e depois colocou cada mão de um lado do ombro do chinês enquanto ia aproximando lentamente seus lábios dos dele.

 

As mãos do menor puxaram Sehun pela camisa branca para que a distância fosse logo quebrada e isso fez o coreano rir antes de selar seus lábios mais uma vez aos de Luhan.

 

O carinho foi calmo, porém intenso. As línguas se acariciavam em um leve roçar que transpassava todo o sentimento que ambos viviam naquele momento. Todo o apoio que Luhan queria dar a Sehun e toda a confiança que Sehun tinha para com Luhan.

 

O encaixe perfeito dos lábios e o gosto viciante do beijo ainda era uma coisa mágica e inexplicável para ambos, que dos milhares de beijos trocados, sempre queriam mais e mais. Por isso, mais uma vez foi difícil apartar o ósculo, só o fazendo quando o corpo berrou por ar e fôlego.

 

Uma sequencia de selinhos foi dada com eles ainda de olhos fechados. Sehun sorriu ao sentir o último selinho que seu namorado lhe deu e depois puxou-o pelo pescoço, escondendo-o no seu peito.

 

“O que foi?”

 

“Só quero… Ficar mais um pouquinho assim… Você me acalma.”

 

Luhan sorriu, soltando um soprinho quente pelo nariz quando fez isso, que causou cócegas na pele exposta de Sehun. O maior apenas riu junto enquanto ficava a acariciar os fios tingidos de louro-mel.

 

“Nunca me deixe, Luhan.”

 

“Não vou.” – Se afastou e fitou o olhar de Sehun enquanto acariciava sua bochecha. – “Eu nunca fui tão feliz assim… Eu nunca amei ninguém como eu amo você… Não vou te deixar, Sehun.” – Selou os lábios mais uma vez.

 

“Obrigado.”

 

“Mais calmo?”

 

“Sim…” – Sorriu e beijou a testa do menor.

 

“Então vamos… Você tem um Festival para ganhar.” – Riu com confiança. Ele ainda não tinha visto nem metade das bandas inscritas, mas acreditava cegamente que a vencedora seria a The Secret Of The Phoenix.

 

× × × ×

 

Quando um dos apresentadores do festival anunciou que a próxima banda seria a The Secret Of The Phoenix, Luhan abusou da sua posição de “staff” da banda ao ficar na área cercada próxima ao palco – onde os seguranças ficavam.

 

O chinês estava com a máquina profissional que Baekhyun havia ganhado de seus pais e tirava fotos da banda no palco – com maior predominância de Sehun, claro – e sentiu seu coração se agitar de ansiedade ao ouvir o primeiro acorde de Dream.

 

Um sorriso involuntário nasceu nos lábios de Luhan ao ver Sehun sussurrar as primeiras palavras da música juntamente com Chanyeol:

 

You’re my dream…

Come to my reality…

 

Um arrepio transpassou todo seu corpo ao ouvir o agudo de Baekhyun logo depois dessas duas frases serem sussurradas quatro vezes. Durante toda a música o arrepio persistiu, mas o motivo maior era o contato visual que Sehun mantinha com ele e o sorrisinho torto nos lábios do guitarrista.

 

Atrás de Luhan uma plateia de milhares de pessoas vibrando.

 

O chinês também conseguiu ouvir alguns tentando arriscar decorar a música, outros comentavam positivamente sobre o som da banda. E isso tudo fazia Luhan sorrir mais e mais enquanto tirava foto do pessoal no palco.

 

Com Amentia o público foi a loucura – o que era o propósito da música visto que seu nome significava loucura em latim. E o maior responsável pela “insanidade” da plateia era Yixing, que tocava com maestria em seu teclado duplo e ainda fazia efeitos sonoros em seu Ipad. O câmera do festival até focou nos dedos ágeis do chinês e essa imagem foi parar no telão atrás do palco, fazendo as pessoas suspirarem e vibrarem com a perfeição que era Yixing tocar – muitos se perguntavam se era humanamente possível aquela velocidade adquirida pelos dedos longos do tecladista.

 

Foi com Equilibrium que Baekhyun conseguiu ver do palco algumas jovens limpando lágrimas teimosas, e, na hora de tocar Phoenix várias pessoas ficaram de boca aberta nos momentos em que os instrumentos e a voz de Baekhyun reinavam sozinhos.

 

Os solos de cada instrumento arrepiou muita gente, mas com certeza, o dueto entre a guitarra de Sehun e a voz de Baekhyun fez muita gente derramar lágrimas. E, quando o teclado de Yixing se fez presente, puxando a melodia principal que acompanhava a letra escrita por Luhan, a emoção atingiu o seu ápice:

 

Save me from the ashes of my heart

And also make me reborn

My eternal Phoenix

 

Baekhyun começou essa frase calma e lentamente, para dizer o final de forma mais encorpada e quando a bateria entrou ritmizando como os batimentos de um coração, todo mundo aplaudiu. Phoenix era uma das melhores músicas, com toda a certeza.

 

Quando a música terminou e eles se despediram, perceberam que a apresentação tinha sido um sucesso total por conta dos pedidos exaltados da plateia que suplicava por mais musicas.

 

“ELES ADORARAM!” – Minseok falava animado enquanto se jogava no sofá.

 

“SIM! Muita gente pegou algumas letras e começaram a cantar… Pelo menos os refrãos todo mundo cantou!” – Luhan dizia animado tanto quanto.  – “Vocês foram incríveis!”

 

“Eu ainda sinto minhas pernas bambas, mas estou com aquele sentimento gostoso de dever cumprido e bem cumprido, sabem?” – Baekhyun dizia rindo enquanto se sentava no colo do namorado.

 

“Agora é só sentar e esperar.” – Yifan dizia sorridente. – “Ou podemos ir lá fora assistir aos show’s.”

 

“Ah, por enquanto eu quero ficar aqui… E você podia comprar algo para eu comer, né Chanyeol? Minhas pernas ainda estão trêmulas de nervoso e eu quero ficar quietinho até elas melhorarem…” – Baekhyun disse com manha.

 

“Estava agora mesmo pensando em ir às barraquinhas comprar algo.” – O maior riu. – “Vai querer o que?”

 

“Hmmm, bibim nen myon!”

 

“Eu também!” – Sehun disse sorrindo e Chanyeol o olhou com uma sobrancelha arqueada.

 

“Teu namorado é outro.” – O baterista disse e Sehun reclamou, fazendo Luhan rir.

 

“Eu vou, amor.” – Luhan disse sorrindo e beijando a testa de Sehun.

 

Yixing decidiu ir com Chanyeol e Luhan, e os três demoraram um pouco devido às filas nas barraquinhas de comida, e quando voltaram estavam com as mãos bem ocupadas: Chanyeol carregava em uma mão uma sacola com três “marmitinhas”, uma para ele, Baekhyun e Sehun; na outra mão estava carregando uma garrafa média de refrigerante. Luhan também carregava uma sacola com comida, a dele e a de Yifan e duas latinhas de suco, para ele e Sehun. E Yixing trazia a sua comida e a comida de Minseok.

 

“Estou morto de fome!” – Sehun esbravejou ao abrir a tampa de isopor de sua comida e se deliciar com o cheiro do macarrão gelado bem apimentado.

 

“Mas você foi o que mais beliscou as frutas e os salgadinhos ali.” – Yixing dizia com as sobrancelhas arqueadas.

 

“Ihh… Sehun é guloso, sempre tá com fome. Só não engorda de ruim!” – Luhan riu, ainda mais quando ouviu o namorado resmungar baixo ao seu lado.

 

Todos se alimentaram e depois ficaram curtindo a preguiça deitados de um jeito embolado naquela salinha enquanto esperavam o festival terminar. Às vezes Minseok soltava alguns comentários preocupados sobre as bandas que passavam na televisão, mas Yifan tentava sempre acalmá-lo.

 

“Hmm… Essa banda é boa.” – Luhan murmurou para Sehun.

 

“É… Mas acho que essa música ia ficar melhor em RÉ.”

 

“Ahn, verdade, em RÉ ficaria melhor.” – Chanyeol se intrometeu ao ouvir a opinião de Sehun. E os dois começaram a conversar naquele idioma ‘musiquês’ que Luhan nunca entendia, por mais tempo que passasse perto deles.

 

“De qualquer forma… É boa a banda?” – Luhan perguntou depois de alguns minutos de conversa sobre a escala musical.

 

“É amor, ela é boa.” – Sehun riu e quando viu o namorado revirar os olhos se aproximou para morder a bochecha macia.

 

E assim as horas foram passando, até que a última banda terminou sua última música.

 

“Ai meu Deus, é agora!” – Yifan disse, começando a ficar desesperado.

 

“Não sei se eu quero ver…” – Baekhyun fechou um olho e deixou o outro meio aberto enquanto fitava pela televisão os dois apresentadores falarem que logo, logo o resultado seria divulgado.

 

Os dois apresentadores ficaram jogando conversas e piadinhas por aproximadamente 20 minutos até que um deles recebeu um envelope azul e deu um sorrisinho de canto.

 

“E o resultado chegou!” – Ele disse com euforia. – “Antes de tudo queremos agradecer a presença de todos no primeiro Festival de Música da KBS! A energia foi incrível e estamos muito felizes com a recepção…”

 

“Ah, pare de blá blá!” – Sehun disse nervoso, levando a cabeça de um dedo até a boca para mordiscar de ansiedade.

 

“Calma meu amor…” – Luhan levou a mão até o pescoço do maior e ficou acariciando ali.

 

“…Depois desses agradecimentos, quero terminar dizendo que todas as bandas foram incríveis! Temos certezas que muitas sairão daqui com mais fãs ainda e mais apoio… Infelizmente somente uma será a vencedora de hoje, MAAAS, aquelas que não conseguirem hoje saibam que esse é apenas o primeiro festival de muitos que virão!”

 

“Pelo amor de Deus, será que ele quer que eu abra esse envelope?!” – Chanyeol bradava olhando firme para a televisão.

 

“Enfim… Sem mais delongas!”

 

“ALELUIA!” – Minseok e Yifan falaram juntos.

 

“A banda vencedora do Primeiro Festival de Música da KBS, o Festival de Julho de 2013 é…”

 

Notas de uma leitora

A briguinha light dos dois fez meu ❤ doer T___T ainda bem que foi the flash e a Kah acabou bem no ápice rsrsrs torturadora!!!

Apartamento 707 – Capítulo 18

Oi pessoal!

Peço desculpas por não ter repostado ontem. Fiquei ocupada arrumando a minha shortfic xD

Mas hoje repostarei o capítulo 18 de AP!!!

Tenham uma boa leitura.

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo Dezoito: Festival – Primeira parte.

 

“COMO É QUE É?” – Chanyeol e Yifan berravam juntos, ambos com as mãos espalmadas na mesa de madeira do apartamento de Luhan e Sehun.

 

“O Luhan inscreveu a gente no Festival de Música da KBS…” – Sehun falava sorridente, ele ainda estava em estado de euforia por mais uma vez seu namorado ser seu anjo da guarda.

 

“Luhan, eu quero beijar você!” – Minseok dizia se levantando e indo até o chinês, mas acabou ficando no vácuo porque Sehun puxou o namorado para perto de si, envolvendo-o em um abraço e escondendo-o do amigo.

 

“Cai fora, Min!”

 

“Eu só estava brincando, Sehun! Não tenho interesse em beijar homens… Mas que o Luhan merece uns beijos, presentes e juras eternas de amor… Merece.”

 

“É, merece. Mas eu faço isso por você e por todos os outros.” – Disse emburrado, fazendo Luhan rir baixinho no abraço apertado.

 

“Ciumento.” – Minseok bradou enquanto voltava para o banco de madeira.

 

“Ok… Quer dizer que nós iremos tocar ao vivo para milhares de pessoas… Passaremos na televisão e se ganharmos teremos nossa música tocando uma semana inteira na rádio?!” – Yixing repetia, como se assim fosse acreditar mais em suas palavras.

 

“Isso!” – Luhan dizia sorrindo. – “Enquanto esperávamos vocês chegarem, nós vimos o e-mail. Eles avisaram que só poderão nos informar de quantas músicas serão permitidas quando já tiverem o número certo de bandas inscritas. Tudo que falaram foi que somente uma música será escolhida para tocar na rádio.”

 

“Hmm…” – Chanyeol dizia tentando se recompor para pensar em uma música. – “Apenas uma música…”

 

“Acho que a música Phoenix é a melhor para ir para a rádio, se a gente ganhar.” – Yifan dizia concentrado. – “É uma das mais belas que o Luhan escreveu e diz muito sobre a gente.”

 

“Realmente!” – Minseok dizia empolgado. – “E as linhas da guitarra são perfeitas! Eu e Sehun “duelamos” em várias partes da música!”

 

“Eu adoro meu show particular também.” – Chanyeol disse sorridente. – “O bom é que todo mundo mostra seu talento de maneira particular nessa música.”

 

“E a letra é perfeita.” – Sehun falava com um sorriso orgulhoso e bobo nos lábios.

 

“Bem, por enquanto é tudo que podemos decidir…” – Baekhyun dizia. – “Mal vejo a hora para eles nos passarem mais informações!”

 

“No e-mail dizia que as inscrições vão até dia 08 de julho… Até lá a gente não vai saber muito.” – Luhan falava pensativo. – “Tomara que os dias passem rápido!”

 

“Já pararam pra pensar no que isso significa? Se a gente vencer, a gente vai parar na rádio, na televisão ou até nos jornais!” – Chanyeol dizia empolgado, seu maior e mais brilhante sorriso enfeitando seu rosto.

 

“AH! Falando em jornais!” – Yixing dizia alto, assustando Yifan ao seu lado. O jovem chinês tirou uma folha de jornal dobrada de dentro de sua mochila e passou para Luhan. – “Você saiu no jornal!”

 

“Oh!” – Luhan pegou o jornal com animação e sentiu o queixo de Sehun se encostar em seu ombro para que ambos lessem a matéria sobre a apresentação de dança da noite passada.

 

“Amor! Elogiaram bastante a apresentação e você!”

 

“Sim…” – Disse sorrindo, ainda fitando com alegria o periódico em suas mãos.

 

“O Luhan conquistou os palcos também.” – Chanyeol falava sorridente.

 

“É… Mas eu prefiro ficar fora do palco, escrevendo as músicas para vocês cantarem e arrasarem em cima dele!” – Sorriu e fez os amigos sorrirem também.

 

“Iremos brilhar nos palcos, você vai ver! E você vai brilhar com a gente, amor!”

 

× × × ×

 

O dia 10 de julho havia chegado, trazendo com ele mais um e-mail importante para os meninos, com as informações finais.

 

Ao todo 18 bandas foram inscritas e cada uma contaria com aproximadamente 30 minutos de apresentação. O festival duraria das dez da manhã até às seis da tarde e o resultado sairia alguns minutos depois das 18h00min.

 

Quatro jurados avaliariam as bandas, decidindo qual seria a grande vencedora, mas nenhum nome seria revelado antes do dia 14 de julho. No dia anterior ao Festival, todas as bandas teriam que comparecer ao local para passagem de som, entrega das listas de músicas e sorteio da ordem de apresentação.

 

“Nesse tempo de apresentação, daria para a gente tocar…” – Sehun falou, calculando mentalmente o tempo de cada canção. – “Phoenix, Equilibrium, Dream e Amentia.”

 

“Hm…” – Chanyeol murmurou enquanto pensava. – “Eu gostei da escolha!”

 

“É, eu também. Três músicas escritas pelo Luhan e uma pelo Sehun e pelo Chanyeol…” – Minseok dizia, também pensativo. – “E sempre que as tocamos no The Stones o público vibra… Gostam muito dessas músicas!”

 

“Decidido então?” – Yifan falou sorrindo.

 

“Por mim está ótimo. Cada uma nos faz mostrar nossa versatilidade musical. Adorei a escolha.” – Yixing dizia sorridente e empolgado.

 

“E eu amo cantá-las. Principalmente Phoenix e Amentia!”

 

“Ótimo, agora vamos escolher a ordem de cada uma.” – Luhan palpitava. – “Acho que Phoenix tinha que ficar para o final.”

 

“Concordo.” – Minseok disse enquanto batucava o compasso da música na mesa.

 

“Que tal Dream ser a primeira?” – Sehun perguntava.

 

“Pensei nisso também, e Amentia a segunda.”

 

“Então, Dream, Amentia, Equilibrium e Phoenix?” – Yifan perguntou empolgado.

 

“Por mim está ótimo!” – Luhan dizia sorridente.

 

“Então, fechou?” – Chanyeol falou extremamente animado.

 

“Sim!” – Os outros se manifestaram.

 

E a ansiedade ia tomando conta de cada um presente naquela sala.

 

× × × ×

 

Sábado, 13 de julho de 2013.

 

Aquele sábado começou cedo para Sehun. O sol havia acabado de nascer quando o coreano saltou da cama e começou a andar pelo quarto, sala e cozinha, e em uma dessas andanças viu que apenas trinta minutos passaram.

 

Bufou irritado e impaciente e voltou para cama, sorrindo ao ver Luhan deitado ali, ainda na mesma posição que fez ao dormir de conchinha com Sehun.

 

Puxou a fina colcha e voltou a deitar, abraçando o corpo menor junto ao seu e se inebriando com o doce aroma que vinha da pele macia do mais velho – sentiu seu coração pulsar mais forte e de maneira incontrolável, como fazia sempre que seu corpo se juntava ao de Luhan.

 

Ele não conseguia entender como o amor que sentia pelo outro parecia não ter limite, crescia cada vez mais. De tudo que ele tinha para agradecer no mundo, ele com toda certeza agradecia mais pelo fato de Luhan aparecer em sua vida.

 

“Eu te amo tanto…” – Sussurrou roçando seus lábios naqueles fios de tonalidade louro-mel.

 

“Eu também amo muito você…” – Luhan falou, abrindo os olhos e se virando lentamente para o lado do namorado, e com esse movimento seus lábios roçaram aos do outro.

 

“Desculpa te acordar.”

 

“Tudo bem…” – Coçou os olhos e virou para o relógio. – “Ansioso?” – Perguntou sorrindo ao ver que os ponteiros mostravam ser quase seis horas da manhã.

 

“S-Sim… Hoje a gente vai ensaiar… Conhecer o palco… Passar o dia lá. Meio que está caindo a ficha que amanhã é o dia que vamos tocar para milhares de pessoas.”

 

“Amanhã nem vai dormir então.” – Sorriu. – “Vem cá.” – Puxou o namorado o fazendo se deitar em seu peitoral enquanto suas mãos acariciavam seu cabelo agora escuro. – “Tem que descansar porque a gente vai passar o dia todo de hoje no local do festival…”

 

“Obrigado, Luhan.” – Disse e depois começou a distribuir beijos pelo peitoral do mais velho, subindo até os lábios dele. Distribuiu uma sequência de selinhos calmos e apaixonados, onde ele tentava passar para o chinês tudo que ele sentia naquele momento. – “Obrigado por ser tão perfeito e por tudo de bom que trouxe na minha vida.”

 

Luhan sentiu seu nariz arder e seus olhos marejarem, mas não chorou. Apenas sorriu e selou demoradamente os lábios perfeitamente desenhados que se encontravam à sua frente enquanto sua mão acariciava os fios escuros de Sehun.

 

“Vem… Descanse mais um pouco.” – Disse sorrindo e deitando o mais novo. E Sehun não demorou a dormir depois que sentiu o conforto que vinha de seu namorado.

 

 

 

 

A banda tomou café perto do local onde seria o festival e depois seguiu para o mesmo assim que deu o horário marcado para o ensaio. Cada banda descobriu que teria um espaço pequeno para ficar, com televisão e sofás, no estilo de um camarim, onde esperariam as outras bandas terminarem de ensaiar.

 

Porque os ensaios não poderiam ser vistos, apenas pela equipe da rádio KBS que ajudaria no momento dos shows. Mas uma banda não poderia ver a outra ensaiar. Assim como, ninguém que fosse competir, poderia descobrir quem formaria o corpo de jurados que escolheria os vencedores do festival.

 

“Espero que a gente não comece e nem encerre o festival.” – Minseok dizia enquanto bufava de tédio pela longa espera. Já fazia um tempo que a The Secret Of The Phoenix havia chegado, mas ainda não tinha sido chamada para a passagem de som, o que os deixava com falta do que fazer.

 

“Por quê?” – Luhan perguntou curioso.

 

“Porque as pessoas ainda estarão chegando enquanto tocar a primeira e segunda banda, e algumas já foram embora na última banda.” – Respondeu com um biquinho que o fez parecer uma criança mimada, e Luhan apenas riu daquela cena.

 

“Aaaaah!” – Chanyeol esbravejou ao jogar a cabeça com tudo para trás e encostá-la no apoio do sofá. – “Que tédio!”

 

“Sacanagem a gente não poder ver o ensaio… Não é como se fôssemos sabotar a apresentação alheia.” – Yixing dizia inconformado.

 

“Bem, todo cuidado é pouco.” – Yifan respondeu dando de ombros.

 

Almoçaram a comida separada pela produção, e, depois de jogarem mais conversa fora, finalmente foram chamados para o ensaio, que correu tranquilo e bem satisfatório. Alguns dos membros da produção soltavam murmurinhos admirados ao ouvir o som da guitarra de Minseok duelando com a de Sehun, e outros elogiavam baixinho a letra e a melodia, e tudo isso fazia Luhan sorrir esperançoso – mesmo que não significasse nada no resultado final que seria no dia seguinte.

 

Assim que terminaram o ensaio e recolheram os instrumentos, a banda descobriu que o seu número de apresentação era o “6”, fazendo Minseok vibrar baixinho dizendo que era uma boa ordem, pois já estaria lotado o local.

 

Luhan apenas sorriu e os chamou para irem embora descansar, afinal, o dia de amanhã era um dia importante que exigiria muita disposição.

 

Os sete caminhavam com as diversas malas de equipamentos em mãos quando Luhan sem querer esbarrou os pedais do teclado de Yixing no corpo de um rapaz que passava apressado ao seu lado.

 

Curvando-se diversas vezes, Luhan pedia desculpa seguidamente, até ouvir o homem lhe chamar, sorrindo.

 

“Esse é seu nome, não é? Luhan?”

 

“S-Sim…” – Falou confuso.

 

“Ah, não se assuste. Sou da produção de um programa de variedades… Desde o mês passado nós estamos interessados em você.” – Dizia feliz. – “Que sorte te encontrar por aqui!” – O rapaz com seu nome, Lee JaeHoon, escrito em um crachá da KBS olhava de maneira animada para Luhan, que apenas arqueou a sobrancelha ao ouvir aquelas palavras.

 

“Ahn, desculpe… Mas… Não estou entendendo…”

 

“Oh! Desculpe, desculpe.” – Sorriu e se curvou. – “Sou Lee JaeHoon, produtor de um programa de variedades da KBS… Nós cobrimos a apresentação de dança cultural que a sua academia fez no mês passado, e, desde aquele dia começamos a bolar algo em mente relacionado a dança, e claro, queríamos que você participasse. Entraríamos em contato mais pra frente, porém, já que nos encontramos por aqui… Achei melhor aproveitar a oportunidade!” – Respondeu ainda mais animado.

 

“Programa de variedades… Dança? Comigo?”

 

“Sim, sim. Vai ser uma batalha de dança… Com pessoas que praticam dança, mas não são, digamos, profissionais, entende? Aquele que vencer ganhará um valor em dinheiro. Tenho certeza que será divertido e assim poderemos conhecer vários talentos reprimidos por aí.”

 

“É-É interessante.”

 

“Fico feliz que goste!” – Sorriu. – “Aqui, esse é meu cartão. Poderia me dar seu telefone? Assim, quando a gente estiver com tudo pronto para essa atração, entraremos em contato para sabermos sua resposta! E você já me dando ele pouparia trabalho da gente te caçar pela cidade…” – Perguntava remexendo no bolso traseiro de sua calça, a procura de um papel. Assim que encontrou uma folha dobrada qualquer, pegou a caneta no bolso de sua jaqueta e passou para Luhan.

 

“Ahn… O-Ok…” – Respondeu meio sem jeito, ainda não acreditando na cena que se desenrolava em sua frente.

 

Com as mãos trêmulas de nervoso Luhan anotou o seus números de contato no papel levemente amassado e o devolveu ao produtor que olhava para o rapaz como se ele fosse um pote de ouro, e bem, talvez, na mente daquele homem, Luhan representasse exatamente isso – caso conseguisse trazer a tão esperada audiência para o programa.

 

“Obrigado, Luhan! Logo entraremos em contato. Enquanto isso, peço encarecidamente que você pense com carinho em tudo que lhe falei.”

 

“P-Pensarei.”

 

“Bem, tenho que ir ajudar o pessoal lá dentro. Foi um prazer…” – Pela primeira vez se dirigiu para todos que estavam ali, atrás de Luhan, e todos se curvaram logo depois que o produtor sorriu e os cumprimentou.

 

“Wow.” – Chanyeol disse assim que Lee JaeHoon saiu apressado. – “Que… Estranho.” – Riu soprado.

 

“Isso aconteceu mesmo?” – Luhan perguntou olhando para o local onde o produtor estava minutos atrás. O chinês ainda estava estupefato com aquilo tudo.

 

“Aconteceu.” – Minseok respondeu, seu tom de voz um pouco estranho. – “Como são as coisas, não? Luhan nunca quis o mundo dos palcos, dos shows, do reconhecimento… Acabou que para ele veio com facilidade, enquanto a gente… Bem… Não sabemos se virá mesmo se ganharmos esse festival…”

 

“Minseok!” – Yifan o repreendeu e o menor pulou com o susto por causa do tom usado pelo mais alto de todos.

 

Segundos depois de ter sua atenção chamada, Minseok olhou para Luhan que o olhava meio confuso e surpreso, e até mesmo… Culpado?

 

“Oh! Não quis dizer isso como se… Como se eu te culpasse ou algo assim. Não quis parecer rude… Me perdoe, Luhan… Não medi minhas palavras!”

 

“T-Tudo bem, Min…” – Sorriu fraco.

 

“Bem…” – Sehun interveio assim que sentiu que Luhan ainda estava deslocado depois da frase de Minseok. – “A gente teve um dia cansativo, já está escurecendo, estamos famintos e amanhã será mais cansativo ainda… Acho melhor irmos para nossas casas e descansarmos.”

 

“Realmente.” – Chanyeol concordou. – “Amanhã é o grande dia!” – Bradou com sua voz rouca e alegre. – “Eu vou levar seus equipamentos no meu carro agora e amanhã eu venho com tudo, ok, Sehun?” – Perguntou para o rapaz que apenas acenou com a cabeça, concordando.

 

Todos, exceto Chanyeol e Baekhyun, seguiram o mesmo rumo até o metrô, para pegarem a linha que saía de Yeouido e depois, cada um seguiu seu rumo.

 

Durante toda a viagem Luhan se manteve quieto e pensativo e mesmo agora, quando ele e Sehun caminhavam tranquilos pelas ruas próximas ao prédio que moravam, ele continuava na dele. Andava fitando seus pés e só respondendo Sehun com murmúrios, quando este puxava assunto.

 

Cansado daquele silêncio, Sehun bufou e virou o rosto, encontrando-se com o breu de um beco.

 

Um beco.

 

Sem pensar duas vezes puxou Luhan pelo pulso e caminhou com ele para o fundo do beco que não tinha nada além dos dois rapazes ali.

 

“Mas que… Que droga está fazendo?” – Luhan disse ríspido por ter sido acordado de seu mundo pessoal de uma maneira meio bruta. – “Por que me trouxe para esse beco?!” – Perguntou firmemente, apertando os olhos para ver a expressão de Sehun através da escassa claridade proveniente da luz do poste alguns metros de distância e também da lua.

 

“Eu estava pensando… Em te provocar até me contar o que aconteceu.” – Sorriu torto.

 

“Sehun…” – Luhan respondeu e logo depois soltou o ar por suas narinas de maneira pesada. – “Só vamos para casa, ok?”

 

“Luhan… Você está estranho. Não gosto quando fica assim.”

 

“Todo mundo tem momentos assim, uh?”

 

“Não vai me falar?”

 

“Não.” – Respondeu virando o rosto. – “Até mesmo porque, você deve saber.”

 

“Sei… Mas quero que você me diga.”

 

“Sehun, a gente quase nunca briga… Mas se insistir nisso… A gente vai brigar.”

 

“Porra, Luhan!” – Esbravejou, começando a se irritar. – “Que merda! Você fica estranho por causa do comentário idiota do Minseok e nem quer me deixar conversar com você!”

 

“O que quer conversar… Sobre isso?”

 

“Quero pedir para que pare de pensar besteiras, porque eu sei que está pensando!”

 

“Mas…” – Suspirou. – “Você não pensa como o Minseok?”

 

“O que? Claro que não… E outra, o Min só falou besteira, não significa que ele pensa algo assim…”

 

“Você realmente não se sentiu… Como se eu roubasse o seu sonho?” – Perguntou temeroso.

 

“Mas… Claro que não!”

 

“Mas… Eu realmente nunca quis… Tudo isso… Vocês que estão lutando pelos palcos e shows…”

 

“E virá.” – Sehun sorriu. – “Luhan… Eu nunca pensei isso. Eu fiquei, de verdade, feliz. Muito feliz que seu talento tenha sido reconhecido. Mais um talento seu reconhecido, na verdade…”

 

“Hm…”

 

“Eu acho que deveria aceitar. Você tem condições de vencer, seja lá como for a disputa de dança. E outra, vencendo e ganhando o prêmio, pode usar o dinheiro para publicar seu primeiro livro, que está pronto já, não é?”

 

“E-Está…” – Respondeu surpreso. – “Eu… Não tinha pensado nisso.”

 

“Eu estou pensando nisso desde que o Yixing dividiu o dinheiro que a gente pode ganhar caso sejamos a banda vencedora do Festival.” – Sorriu. – “Dividimos um valor que vai ficar guardado para conseguirmos gravar nosso disco, um valor para Yixing, Minseok e Yifan trocarem os instrumentos deles… E eu ia pedir um valor para poder te ajudar no livro, já que não aceitou pedir ajuda aos meus pais e –”. – Sehun não conseguiu terminar a frase, pois logo viu seus lábios serem envolvidos pelos macios de Luhan em uma sequencia de selares.

 

“Eu te amo… Eu te amo…” – Luhan sussurrava nos momentos em que seus lábios se separavam dos de Sehun.

 

“Eu também te amo muito…” – Sehun respondeu sorrindo e no mesmo tempo que levou sua mão até a cintura do outro, apertando o local com vontade e desejo. Concomitantemente, encostou o corpo do mais baixo no muro de concreto enquanto ia desbravando uma das aventuras mais gostosas para si: os lábios cheinhos de Luhan.

 

O mais novo ia mordiscando a carne rósea do lábio inferior do outro, às vezes a arrastando por seus dentes; também ia deslizando a língua pelo local, deixando-o mais molhado.

 

Sentiu Luhan levar as mãos até sua nuca, para assim unir ainda mais as bocas simetricamente perfeitas uma para a outra, e, deslizando a língua pelos lábios unidos, o coreano pediu passagem para aprofundar o contato.

 

Luhan não demorou em dar a tão pretendida permissão, e em questão de segundos a língua do mais novo roçava e acariciava a do menor, enquanto redescobria todos os lugares dentro daquela boca tão querida. Em um encontro excitante, as línguas bailavam juntas, a mesma melodia sensual recheada de desejo que aquele beijo compartilhava.

 

Às vezes Luhan sugava a língua de Sehun, fazendo um barulhinho molhado ser trilha sonora naquele beco escuro; outras vezes o coreano sugava os lábios do mais velho, causando um arrepio já conhecido pelo corpo de Luhan. E em todo tempo eles queriam prolongar aquele momento e aquela sensação, porém o ar se fez faltoso.

 

“Aqui…?” – Luhan perguntou com a respiração entrecortada assim que seus lábios foram libertos pelos de Sehun.

 

O mais novo apenas sorriu e olhou em volta, vendo que poucas pessoas passavam por ali e as que passariam com toda certeza não entraria naquele beco – só se fossem para fazer o mesmo que estava em sua mente.

 

“Aqui.” – Sorriu e imediatamente levou seus lábios ao pescoço cheiroso e um pouco suado devido à noite quente e ao calor que os corpos se encontravam naquele momento.

 

“A gente só piora na insanidade…” – Disse sorrindo, mas não se preocupou exatamente com sua sanidade. A cada dia Luhan ficava menos amedrontado com as ideias insanas de seu namorado – que só tinha a cara de inocente.

 

O maior sorriu torto e novamente causou um encontro entre sua boca e à de Luhan. Dessa vez o ósculo se fazia mais necessitado, com as línguas brigando por espaço enquanto roçavam-se uma à outra; Sehun raspava de leve seus dentes pela língua molhada e gostosa de Luhan e este sugava a semelhante Sehun, e os dois iam perdendo mais ainda a sanidade.

 

Enquanto os lábios dançavam aquela melodia repleta de luxúria, as mãos faziam seu trabalho, copiando a coreografia sensual compartilhada no beijo. Os dedos finos e longos de Sehun adentravam pela camisa do namorado, marcando e arranhando a lateral de seu corpo enquanto que Luhan ia com mais ânsia, desafivelando o cinto marrom que o maior usava.

 

“Apressadinho.” – Sehun disse rindo, seus lábios roçando aos de Luhan devido à aproximação.

 

“Preciso te lembrar que estamos em um local público?” – Respondeu com o timbre irritado enquanto direcionava seus lábios até o pescoço do outro.

 

“Sempre usa essa desculpa para a sua pressa.” – Disse para implicar.

 

“Fique quieto, Sehun.” – Disse enquanto puxava o maior pela camisa de algodão e o fazia trocar de lugar, ficando encostado no muro.

 

O chinês começou a distribuir beijos por toda a extensão de pele exposta, e se alegrou ao ouvir os gemidos contidos de Sehun cada vez que este sentia sua pele ser presa pelos dentes do namorado.

 

Sehun tombou o pescoço para o lado, deixando mais espaço para Luhan se divertir marcando a pele branca com roxos e vermelhidões. As mãos apressadas de Luhan terminavam de abri a calça jeans que o maior usava, e em um segundo as mesmas já estavam por dentro da roupa do coreano, uma arranhava a coxa branca e a outra tocava por cima do tecido o membro que começava a ficar duro.

 

“Luhan!” – Gemeu necessitado o nome do mais velho enquanto sentia-o pressionar a fenda levemente molhada.

 

“Hm?” – Balbuciou enquanto subiu com seus lábios pelo queixo oval do mais novo, sugando com vontade a região.

 

Sehun até tentou expressar alguma frase, mas apenas conseguiu levar suas mãos até a cintura do menor, puxando-o mais para perto de si e tratando logo de abrir o zíper da calça que o mesmo usava.

 

Novamente os lábios se encontraram, de novo por iniciativa de Luhan, que levou suas mãos até o pescoço do outro, trazendo-o para si. As unhas curtas do mais velho arranhavam com vontade a nuca do maior, e as de Sehun arranhavam a lateral do corpo do menor, enquanto as línguas se acariciavam naquele contato viciante. Luhan ainda fez questão de se movimentar de forma provocante na frente de Sehun, fazendo-o arfar em meio ao beijo ao sentir o membro ereto do menor ir de encontro ao seu.

 

“V-Você me enlouquece demais!” – Sehun disse esbaforido. Trocou de lugar com Luhan, deixando-o novamente encostado à parede, levou suas mãos pra dentro da calça jeans dele, que não era tão colada ao corpo, apalpando com vontade as nádegas durinhas e salientes do mesmo, ouvindo-o suspirar pesadamente.

 

“S-Sehun…” – Luhan chamou com a voz arrastada e recheada de desejo, puxando a sua cintura do maior para ir de encontro a sua, o incitando a fazer movimentos de vai e vem em seu membro. – “S-Sehun…” – Gemeu novamente o chamando, sabendo que aquilo causava mais arrepios no coreano.

 

Entre suspiros e nomes sendo chamados de formas provocantes, Sehun foi descendo a calça do chinês, juntamente com sua roupa íntima, e não demorou muito para ficar do mesmo jeito, pois Luhan rapidamente puxou a vestimenta que o maior usava da cintura para baixo. O menor levou uma mão até o membro túrgido de Sehun, tocando-o com lentidão, às vezes passando a unha curta na extensão pulsante.

 

Para descontar, Sehun levou dois dedos até sua própria boca, lambuzando-os de saliva e levando-os até o orifício enrugado do menor no mesmo momento em que levou outra mão até seu pênis teso. Penetrou os dois dígitos de uma vez, pedindo desculpas baixinho e no pé do ouvido; circundou todo o membro do outro com a mão livre e começou a movimentá-lo em um vai e vem lento, no mesmo compasso de seus dedos dentro de Luhan.

 

Naquela masturbação recíproca, os gemidos e suspiros só aumentavam, enquanto que a respiração parecia ficar falha devido às altas doses de endorfina que os corpos começavam a produzir naquele momento.

 

Luhan levou sua boca à do maior e começou a sussurrar juras de amor, fazendo-o ficar mais excitado ainda, e, para piorar a perda de sanidade, o chinês sugou o lábio fino de Sehun, mordeu e arrastou-o entre seus dentes, ao mesmo tempo em que esfregava seu dedão na glande molhada do maior.

 

“A-Ah!” – Sehun gemeu ao sentir seu lábio inferior ser liberto dos dentes do menor. – “Luhan…” – Retirou seus dedos de dentro do outro e o virou de frente para o muro. Segurou seu membro, e posicionou a glande inchada na entrada do mais velho, roçando-a ali e provocando-o demasiadamente.

 

“Sehun…” – Gemeu manhoso e revirou os olhos ao ouvir uma risadinha infantil e arteira vir atrás de si. Ele até xingaria o mais novo, se no segundo seguinte ele não estivesse ocupado em gemer um pouco mais alto ao sentir o membro de Sehun o invadir com calma. – “H-Hmm!”

 

Sehun esperou algum tempo depois de ter se colocado por inteiro dentro de Luhan, e, quando sentiu que podia, começou a se movimentar lentamente, segurando com firmeza na cintura do chinês e retirando seu membro, para depois invadi-lo por completo de novo. Os quadris se chocavam no ritmo de uma melodia existente apenas para eles e por eles, uma melodia sensual e envolvente que fazia com que o encaixe dos corpos fosse perfeito.

 

“M-Mais…” – Luhan pediu, encostando sua testa no braço que lhe dava apoio entre a cabeça e o muro. – “Mais, Hunnie…” – Jogou seu corpo para trás, ansiando por contato.

 

Sehun atendeu prontamente ao pedido do mais velho, aumentando o ritmo que ditava dentro dele. A cadeia de gemidos que ambos soltavam foi aumentando o volume também, e os dois se assustaram e se calaram ao ouvir que pessoas passavam perto do beco.

 

O coreano parou seus movimentos dentro de Luhan, e este prendeu sua respiração.

 

“Esse barulho foi você?” – Uma voz feminina perguntou.

 

“Não.” – Outra voz, dessa vez masculina, respondeu. – “Nem ouvi nada.”

 

“Hm… Pareceu… Gemidos…”

 

Aquele momento era horrível, não somente pelo medo de serem descobertos – mesmo que não acreditassem muito nisso, ou seria uma grande falta de sorte dos dois – como também pelo fato de que ambos queriam continuar o que faziam.

 

Mas também era excitante, pelo fato de estarem correndo riscos de serem descobertos e aquela adrenalina enlouquecia-os mais ainda.

 

Sehun se movimentou, debruçando seu corpo pra frente e mordendo a orelha de Luhan, que gemeu – de prazer e também de raiva por ter sido pego desprevenido.

 

“S-Sehun!” – Chamou-o em tom de bronca, o mais baixo que podia.

 

“É excitante não é?” – Falou arrastado, descendo seus lábios pelo pescoço do menor e levando uma mão até seu membro, apertando-o com vontade.

 

“A-Ah!”

 

“Aí! Ouviu?”

 

“Não… Aish. Vamos embora, estou ficando com fome.” – A voz masculina se manifestou de novo e depois, Luhan e Sehun perceberam que o casal já estava longe.

 

“Foi por pouco, uh?” – Sehun disse travesso perto do ouvido do menor, aproveitando logo depois para morder novamente a cartilagem dali, sentindo o menor se arrepiar sob suas mãos que apertavam com força e luxúria a carne da cintura de Luhan.

 

Os movimentos foram reiniciados na mesma velocidade de antes, fazendo Luhan se segurar para controlar os gemidos que queria sair, mas todo o esforço foi em vão quando sentiu a mão longa de Sehun voltar a tocar seu membro pulsante. O maior o tocava no mesmo ritmo que o estocava, causando arrepios difíceis de serem controlados, e os gemidos saíam, mesmo que ele não quisesse.

 

“Vire seu rosto, pra mim… Luhan…” – Sehun pediu e sorriu ao ver o rapaz virar o rosto para o lado esquerdo, encontrando-se com o semelhante do coreano a centímetros de distância.

 

O mais velho passou sua mão pelo pescoço de Sehun, trazendo-o mais para perto e iniciando um beijo ardente enquanto que as estocadas ficavam cada vez mais rápidas e intensas.

 

Luhan também ajudava no momento, jogando seu corpo para trás tentando aumentar e prolongar o contato, gemendo contra os lábios finos de Sehun cada vez que seu ponto máximo era tocado de modo forte pela glande do mais novo.

 

“AH!” – Gemeu voltando sua testa para o braço encostado na parede, suspirando pertinho do muro de concreto. – “M-MAIS!”

 

Sehun segurou firme com uma na cintura do mais velho, não dando intervalos entre uma estocada e outra, e, com a outra mão estimulava ainda mais o membro que pingava de prazer.

 

Com isso, não demorou muito para Luhan se desfazer na mão de Sehun, e este se desfazer dentro do mais velho, assim que sentiu o interior dele comprimir seu membro. Mais algumas estocadas foram dadas até que o maior retirou-se por completo de dentro do outro, virando-o para si e selando os lábios de forma carinhosa.

 

“Até quando a gente vai viver esses hormônios exaltados?” – Luhan perguntou rindo.

 

“Não sei… Mas acredito que até mais um bom tempo… Você provoca isso tudo em mim, o que eu posso fazer?” – Riu despudorado e lambeu os lábios macios do namorado.

 

Ambos se arrumaram e saíram com cautela do beco, entrelaçaram os dedos e em rápidos minutos estavam no conforto do apartamento 707. Tomaram um banho, jantaram e depois adormeceram, ansiosos para o desfecho de toda essa história do Festival de Musica.

 

Notas de uma leitora 

E o sonho do Festival começa. Fora o Luhan que começará algo importante também xD

Nem comento o momento no beco rsrsrsrrsrsrs

Apartamento 707 – Capítulo 17

Quarta-feira! Repostagem de AP!!!

Capítulo 17 para todos!!! Tenham uma boa leitura.

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo Dezessete: Yeouido Park.

 

Luhan se remexeu na cama na manhã daquele sábado, dia 15 de junho, o que o fez acordar. Pegou o celular embaixo do travesseiro e olhou no visor, constatando que ainda eram sete e meia da manhã, o que o fez bufar um pouco irritado. Era cedo, ele não teria aula de dança porque o professor havia dado folga para todo mundo naquele sábado, e ele estava cansado. Muito cansado.

 

Além de dançar,  ele e Sehun tiveram uma noite de sexo muito intensa, e com certeza entraria para a lista das noites mais intensas que tiveram.

 

“Acho que eu te provoquei pra valer ontem, uh?” – Sussurrava enquanto passeava com o dedão pela bochecha de Sehun, bem no local onde ele tinha uma cicatriz.

 

“Hmm… Provocou.” – Sehun respondeu sorrindo e com os olhos fechados, pegando o namorado de surpresa ao fazer isso. – “Bom dia.” – Abriu os olhos e puxou Luhan mais para perto. – “Que horas são?”

 

“Sete e meia.”

 

“Nossa, por que tão cedo, Hannie?”

 

“Acabei acordando… Sem querer.” – Riu. – “Não queria acordar tão cedo, estou cansado…”

 

“Imagino. Ontem você dançou tantas músicas, fazendo movimentos tão intensos e complicados…” – Falava colando seu rosto ao do menor. – “E quando chegamos em casa… Fizemos amor várias vezes…” – Sorriu de maneira pervertida.

 

“Pois é, estou quebrado. Você estava… Selvagem ontem.” – Gargalhou.

 

“Culpa sua que me provocou com aquelas danças!” – Riu alto, juntamente com o namorado. – “Mas eu não fui o único selvagem, ok? Não se esqueça de que você foi ativo também na noite passada… E também foi bem… Intenso!” – Disse e depois mordeu a bochecha macia do namorado.

 

“É…” – Luhan disse, com seu tom de voz entregando que ele estava pensativo enquanto olhava um ponto fixo do teto do quarto.

 

“Amor?”

 

“Hm?” – Respondeu sem encarar Sehun.

 

“O que foi? Falei alguma coisa errada? Você não gostou de ontem? Eu te machuquei?” – Perguntou assim que virou o namorado e ficou o encarando em seus olhos.

 

“Sehun… Acalme-se!” – Luhan dizia rindo das perguntas que vinham uma atrás da outra e também da carinha desesperada do namorado. – “Eu gostei de ontem, e não me machucou, até porque, não fizemos nada sadomasoquista!” – Riu e acariciou o rosto do namorado. – “Foi intenso demais, e eu amei.” – Selou com carinho os lábios perfeitos do namorado. – “Eu só…”

 

“Só?” – Perguntou ansioso e preocupado.

 

“Fico pensando… Quando te conheci… Se me falassem “Luhan, você vai apresentar uma coreografia sexy para milhares de pessoas” eu não ia acreditar, sabe? Ou se me falassem “Luhan, você vai transar em um provador” eu com toda certeza ia arregalar os olhos e corar e falar que aquilo era um absurdo…” – Falou e viu um sorrisinho nascer nos lábios do namorado. – “Eu mudei…”

 

“Pelo que seu pai falou… Você voltou a ser o Luhan cheio de determinação… Aquele Luhan cabisbaixo e sem esperança em si, que não acreditava que podia fazer certas coisas, que se achava digno de pena… Não era você.” – Sorriu e selou os lábios do namorado. – “Você é essa pessoa forte, determinada, que se esforça para ter o que quer, que sabe ser fofo e sexy quando tem que ser…”

 

“Eu não imaginava ser tão pervertido assim…” – Riu debochado.

 

“Bem, nessa parte eu tenho um pouco mais de mérito!” – Lançou um sorriso pervertido para o outro.

 

“Hm…” – Suspirou. – “Eu não quero voltar àquela fase de antes… Não quero deixar esse Luhan verdadeiro morrer…”

 

“Por que ele morreria?”

 

“Não… Sei…”

 

“Não pense nessas coisas, amor.”

 

“Obrigado por trazer de volta o meu eu verdadeiro…”

 

“Não tenho todo o mérito, Luhan.” – Sorriu e acariciou o rosto do chinês. – “Você já queria voltar a ser como era… Você mesmo não queria continuar dependente dos outros… Eu só vim mostrar quais as suas verdadeiras vontades e te apoiar na sua mudança.”

 

“Então… Sempre esteja por perto me apoiando. Haja o que houver!”

 

“Sempre, nem precisa pedir.” – Sorriu e lambeu os lábios cheinhos do namorado. – “Agora vamos dormir mais um pouquinho, uh? Está cedo demais…” – Falou com um biquinho enquanto enroscava o corpo de Luhan junto ao seu.

 

O chinês apenas sorriu e fechou os olhos, se aninhando na paz daquele abraço.

 

“Luhan…”

 

“Uh?”

 

“Por que você não apresentou Mona Lisa?” – Perguntou com os olhos fechados.

 

“O professor achou que ia ficar bem extenso, então ele cortou algumas apresentações. Eu tive duas cortadas, Mona Lisa e When The Door Closes.”

 

“Hm…” – Murmurou pesado, entregando que já estava mais dormindo do que acordado. – “Luhan…”

 

“Uhm?”

 

“Pinta meu cabelo hoje?”

 

Luhan ia perguntar que tipo de pedido desconexo era aquele, mas aí a ficha caiu e ele percebeu que Sehun já estava no mundo dos sonhos. O mais velho sorriu e fechou os olhos novamente, aproveitando o resto daquela manhã nos braços do namorado.

 

× × × ×

 

“Sehun, pare de se mexer!” – Luhan ditava para o namorado que estava sentado com uma cadeira no meio da sala. O mais velho riu ao ouvir o bufar contrariado do outro. – “Estou quase terminando.”

 

“Estou ansioso.”

 

“Vai ficar lindo. Já disse que você combina com esse tom de castanho escuro.” – Sorriu. – “Fora que seu cabelo já estava estranho com a raiz aparecendo daquele jeito.” – Acabou que no fim Sehun acordou e pediu para que Luhan o ajudasse a escolher uma cor para seu cabelo e que o ajudasse a pintar, sem se lembrar de ter pedido aquilo enquanto dormia.

 

“Sim. E eu quero mudar… Cansei de ficar com a mesma cara, sabe? Não sirvo para ficar na inércia, preciso de mudanças e surpresas… A mesmice de sempre é chato.” – Riu empolgado.

 

“É… Mudar é legal…” – Disse e por fim completou. – “Pronto. Agora é só esperar 30 minutos.”

 

“Hm…” – Puxou o menor pela mão e o fez se sentar em seu colo. – “Vamos começar a assistir o episódio daquele seriado que você gosta para passar o tempo?”

 

“Once Upon a Time?”

 

“Sim.” – Sorriu e selou seus lábios ao do mais velho.

 

“Vamos sim…”

 

“Está pensando em certas coisas de novo?”

 

“Não.” – Olhou-o surpreso.

 

“Eu te conheço…”

 

“É que… E se nossa vida um dia ficar chata?”

 

“O que?”

 

“Você disse que a inércia, a mesmice de sempre… É chato. E se a nossa vida ficar chata?”

 

“Mas eu não me referi ao nosso relacionamento.”

 

“Eu sei… Mas pensa… A gente faz a mesma coisa todo o dia. Acorda, vai trabalhar, volta de noite, janta, namora antes de dormir, dorme. E repete o ciclo no dia seguinte e no outro, e outro…” – Suspirou. – “E se um dia você se cansar, por não ter coisas surpreendentes ou diferentes?”

 

“Luhan…” – Sorriu. – “A cada dia que você acorda e me vê ao seu lado. O que sente?”

 

“Sinto que sou a pessoa mais sortuda do mundo… Que eu tenho o namorado mais perfeito e toda vez que eu abro meus olhos e te vejo dormindo ao meu lado…” – Sorriu, entendendo o que Sehun queria dizer. – “…Eu sinto como se sempre fosse a primeira vez que te vejo dormindo comigo. Meu coração pula no peito de alegria e ansiedade… Sempre como se fosse a primeira vez.”

 

“Eu também. Cada dia é um dia novo para gente nesse relacionamento, e eu sei que nunca o deixaremos na mesmice. E nem a inércia da vida vai afetá-lo.” – Sorriu e mordeu o queixo do namorado. – “De mais a mais, eu falei que não gosto de ficar muito tempo do mesmo jeito na aparência.”

 

“Você fica lindo de qualquer jeito… É tão injusto!”

 

“Olha quem fala!” – Dizia rindo e cutucando Luhan, fazendo cócegas nele.

 

“NÃO! Não, não, não… Cócegas não, Sehun!” – Falava com dificuldade entre suas risadas. – “P-Pare! Vai… Me sujar com tinta!” – Riu mais até que conseguiu se soltar dos braços do namorado.

 

× × × ×

 

“E pronto!” – Luhan dizia após desligar o secador e terminar de secar o cabelo de nova coloração do namorado. – “Hmm…” – Murmurou assim que se posicionou na frente do mais novo e começou a analisá-lo com a nova cor de cabelo. O canto esquerdo de sua boca se levantou em um risinho enquanto seus olhos gravavam a nova aparência de Sehun.

 

“Hmm… O que?” – O mais novo perguntou levemente preocupado. – “Está bom? Está estranho? Você pintou certinho, né? Você sabe pintar, não sabe Luhan?”

 

“Claro que sei pintar cabelo, Sehun! Aprendi para pintar o cabelo da minha mãe quando eu morava com ela… Por acaso está duvidando de mim, Oh Sehun?!” – Disse levantando sua sobrancelha esquerda de modo ameaçador, mesmo que por dentro estivesse com vontade de rir do desespero do namorado.

 

“Claro que não, amor!” – Falou com um biquinho. – “O-O que está olhando e rindo? Ficou bom?”

 

“Bom… Não seria exatamente a palavra.”

 

“Por quê?!” – Perguntou se levantando abruptamente e indo até o banheiro para visualizar seu reflexo.

 

Ao ver sua imagem no espelho, Sehun ficou aliviado e sorriu – primeiro por estar satisfeito com o novo visual, segundo, por ter se desesperado à toa.

 

“Estava zoando comigo, Luhan! Que feio…”

 

“Não estava! Bom realmente não é a palavra certa…” – Caminhava lentamente até o namorado. O chinês abraçou o outro pela cintura e um novo risinho se formou em seus lábios perfeitos. – “A palavra certa é: perfeito. Bem, irresistível e sexy também se encaixariam para descrever…”

 

“Hm, é?”

 

“Sim… Você fica muito sexy com os cabelos escuros, Sehun… Além de parecer mais sério! Também fica com cara de mais velho, o que não precisava muito, afinal, com essa sua altura já parece mais velho! Um mais velho com cara de bebê…”

 

“Eu não tenho cara de bebê…” – Reclamou.

 

“Tem, principalmente com o cabelo loiro.” – Luhan disse dando de ombros, sem se importar e dar muito crédito à reclamação do outro. – “Mas com os cabelos escuros… Parece ter mais cara de maduro e sério…” – Levou o dedo até sua boca. – “Se bem que loiro você também estava muito sexy…”

 

“Sou irresistível de qualquer jeito.” – Disse gargalhando e levando um tapinha na cabeça.

 

“Convencido!”

 

× × × ×

 

Depois de ter pintado o cabelo de Sehun, o mais velho sugeriu de irem passear pelas ruas da cidade. Sempre que podiam curtiam um passeio aos finais de semana, renovando os pontos para se divertirem.

 

Naquele sábado o destino escolhido era Yeouido Park, um dos locais preferidos por Luhan, mesmo quando não era primavera. Luhan amava tanto passear por Yeouido que na semana de seu aniversário pediu de presente para ir ao Cherry Blossom Festival, e ficou parecendo uma criancinha no meio daquelas cerejeiras bonitas que embelezavam as ruas.

 

Aquela tarde estava quente, mas mesmo assim agradável de caminhar e sentir o frescor da brisa em seus rostos. Luhan vestia uma bermuda azul, uma camisa branca lisa e um par de all star preto, enquanto que Sehun estava com um tênis bege de cano longo, calça jeans clara e uma blusa também bege e bem clarinha. Os dois conseguiram lugares para se sentarem durante a viagem de metrô que duraria aproximadamente meia-hora.

 

Quando passaram pela saída 3 caminharam mais alguns minutos até chegarem ao destino pretendido, onde algumas fotos eram tiradas, muitas com os dois tentando achar o melhor ângulo para que ambos saíssem juntos na mesma foto. Em algumas aparecia somente a metade do rosto de Luhan, em outras Sehun não aparecia até que finalmente eles conseguiam ter a foto pretendida.

 

O local preferido do casal para fotos, depois de uma dificuldade para escolher, era a lagoa ecológica, e foi lá o cenário para a maioria das fotos daquela tarde. E as fotografias preferidas de Luhan eram as que Sehun estava beijando ou mordendo sua bochecha, ou quando eles tentavam tirar fotos com os lábios unidos – claro que tiveram que realizar várias tentativas antes de terem êxito.

 

“Lembra a foto que tiramos ali?” – Luhan apontava sorridente.

 

“Como esquecer? É uma das minhas preferidas. Nós dois com uma cerejeira atrás…” – Sorriu e puxou Luhan para perto, abraçando-o por trás e andando assim com ele. – “Acho que quero um sorvete, Hannie.”

 

“É uma boa ideia!” – Sorriu. – “Tem uma sorveteria muito boa perto da KBS, se eu me lembro bem.”

 

“Tem mesmo!” – Sehun falou animado e começou a puxar namorado para seguir o caminho com ele. O ritmo dos passos foi aumentado para que chegassem mais rápido, até o momento que Sehun sentiu o corpo do menor brecar no meio do caminho, o obrigando a se virar para ele e perguntar. – “O que foi, Luhan?”

 

O chinês olhava para um canto aleatório à sua esquerda e pareceu estar bem concentrado olhando ali. Sehun até virou seu olhar, tentando encontrar algo que pudesse prender a atenção do namorado, mas não viu nada além de pessoas passeando pela calçada em frente ao edifício da rádio KBS.

 

“Amor?” – Chamou-o novamente, dessa vez apertando sua mão e puxando seu braço para que ele despertasse.

 

“Uhm?” – Luhan respondeu com o susto.

 

“O que viu?”

 

“Ah, acho que vi alguém familiar…” – Sorriu.  – “Posso pedir um favor?”

 

“O que?”

 

“Pode ir primeiro e depois eu vou?”

 

“Por quê?”

 

“Depois eu te explico.”

 

“Luhan…” – Disse com o tom de voz mais irritado, mostrando não gostar daquilo.

 

“Calma, amor. Eu não farei nada demais. Logo estarei com você na sorveteria, uh?”

 

“Quem você viu?”

 

“Sehun… Depois eu te explico, ok?” – Sorriu e acariciou o rosto do mais novo. – “Ande, não fique nervoso ou emburrado! A sorveteria é logo ali, vá indo pra lá e peça meu sorvete de menta com chocolate, uh?”

 

“Ok…” – Disse sem ânimo e se virou para a sorveteria.

 

 

 

Sehun não soube calcular com exatidão o tempo que ficou esperando Luhan aparecer na sorveteria, mas estava inquieto na mesa enquanto tomava seu sorvete de chiclete e olhava a rua procurando por indícios do namorado.

 

“Cheguei.” – Luhan entrou sorrindo enquanto que Sehun o fitava de cara fechada. – “Ih, ainda está bravo?”

 

“Ficarei até me falar o que aconteceu…” – Bufou. – “Você demorou. Seu sorvete estava começando a derreter…”

 

“Sehunnie…” – Sorriu.

 

“O que?” – Disse encarando a rua ainda de maneira irritada.

 

“Eu tenho uma surpresa.”

 

“Hm?” – Virou minimamente o rosto e encarou o namorado confuso. – “Que surpresa?”

 

“Só vou entregar se eu ganhar um beijo.”

 

“Não merece um beijo até que me conte o que foi fazer. E por que eu não pude ir com você?”

 

“Aish. Menino mimado!” – Disse retorcendo os lábios e se curvando na mesa para ficar próximo ao rosto de Sehun. – “Está desconfiando de mim, Sehun?”

 

“Claro que não! Mas eu não gosto que fique de segredinhos comigo… Assim como você também não gosta.”

 

“Meu beijo, e eu conto.” – Sorriu de modo travesso.

 

“Aish!” – Reclamou virando os olhos e selando rapidamente os lábios do namorado. A intenção de Sehun era ficar somente com um selinho, porém Luhan provocou-o e sugou seu lábio inferior, pedindo logo para aprofundar mais o contato. E não demorou para Sehun ceder aos encantos do namorado.

 

“Acho que um dia seremos apedrejados na rua.” – Luhan dizia limpando seus lábios molhados e sorrindo ao ouvir no fundo alguns murmurinhos incomodados de duas senhoras que estavam em uma mesa próxima.

 

“Não ligo, e você?” – O mais novo falava, já voltando ao seu habitual e esquecendo um pouquinho da birra que estava tendo com o namorado.

 

“Não também.” – Riu e deu mais um selinho nos lábios de Sehun. – “Menos bravo?”

 

“Hm…” – Murmurou. Sehun fez um biquinho involuntário e falou com a voz ressentida, mas não mais irritada. – “O que foi fazer?”

 

“Isso.” – Pegou sua fiel mochila bege e a abriu, entregando para Sehun um envelope.

 

O coreano pegou o papel encarando Luhan e tentando descobrir o que aquilo todo significava, mas ele não conseguiu. Pensando que só teria as respostas abrindo o envelope e não tentando identificar alguma coisa no olhar do chinês, Sehun pegou o papel pardo e o abriu.

 

Uma sobrancelha se levantou, entregando sua curiosidade e o fato dele ainda estar perdido com os acontecimentos.

 

Foi quando ele retirou do envelope um papel retangular, feito de material firme e consistente que tinha os seguintes dizeres em letras coloridas:

 

Parabéns! Sua banda foi efetivamente inscrita no Primeiro Festival Musical da KBS. Uma mensagem será enviada para o e-mail cadastrado informando algumas regras e passando dados importantes!

Boa sorte e sucesso!

 

“O… O que é isso, Luhan?”

 

“Quando eu fiquei em transe era porque eu estava lendo um anúncio colado no vidro da rádio.” – Sorriu. – “Eu imaginei que você não tinha lido o mesmo que eu, então eu quis fazer essa surpresa. O festival ocorrerá no dia 14 de julho e terá competição de bandas! A banda vencedora ganha um valor em dinheiro e a chance de ter sua música tocada na rádio KBS por uma semana!” – Dizia eufórico. – “O palco já começou a ser montado no parque… Era aquela armação de ferro que a gente passou perto, lembra?”

 

Sehun olhava estático para o namorado, permitindo que seus lábios se partissem em uma forma de espanto enquanto seus olhos piscavam diversas vezes de maneira lenta, como se ele quisesse processar todas as informações que Luhan lhe deu.

 

“Sehun?” – Luhan perguntou dando um meio sorriso por conta das reações do namorado. – “Oiii?” – Batia de leve no alto da cabeça do mais novo, simulando estar batendo em uma porta.

 

“Eu… Ainda não acredito…”

 

“Pois acredite! A The Secret Of The Phoenix foi vai tocar para um público enoooorme! Vai passar na televisão, porque esse festival terá transmissão ao vivo, e se ganhar, poderá ter sua música tocando na rádio por uma semana!” – Falava, novamente empolgado. – “Vocês se apresentarão no Primeiro Festival de Música da KBS!”

 

Notas de uma leitora

Cap super fofinho xD e agora que as coisas para a banda começam para valer xDxD

Apartamento 707 – Capítulo 16

Pessoal! Sabadão com AP!!!

Capítulo 16 para todos!!! Tenham uma boa leitura.

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo Dezesseis: Dance!

 

“Dança é uma forma de expressar tudo o que você está sentindo, sem precisar dizer nenhuma palavra.”

 

 

“Isso é loucura! É loucura!” – Luhan repetia a frase desde que ele e Sehun passaram a esquina da Faculdade onde Luhan tinha aulas de dança. – “Ainda dá pra desistir, vamos embora!”

 

“Mas é claro que não!” – Sehun disse com um sorrisinho tentador. – “Luhan, não vai ter ninguém aí! Você disse para seu professor que queria praticar antes da aula de hoje, e vai praticar! Mas também fará outra coisinha que seu professor não saberá!”

 

“Espero que ele não saiba… Nem ele nem ninguém! Ou serei expulso!” – Falou com temor na voz.

 

“Luhan. São sete horas da manhã de sábado! Não tem ninguém aqui.”

 

“Apenas dois loucos depravados!”

 

“Ah amor… Você vai gostar!” – Sorriu enquanto subiam as escadas até a sala de ensaio do grupo de dança.

 

“Como você me convenceu a fazer isso mesmo?”

 

“Ahn, acho que foi quando eu comecei a te provocar hoje na cama… Sabe, no momento que desci, fiquei escondido embaixo das cobertas e                te dei uma alegria logo pela manhã.” – Riu torto.

 

“O-Ok. Lembrei.” – Respondeu envergonhado, entrou na sala e ouviu Sehun trancar a porta, de soslaio viu o namorado ir até a outra, e última porta, e trancá-la também.

 

“Pronto. Ninguém entrará aqui!” – Sehun sorriu e foi até a mochila de Luhan retirando de lá o celular do mesmo. Conectou o aparelho nas caixinhas de som que tinham ali e começou a selecionar as pastas de músicas, logo encontrando a que continha as músicas que Luhan dançaria na apresentação.

 

Luhan ainda estava temendo aquela ideia, mas tinha que confirmar para si mesmo que achava aquilo tudo muito empolgante, e, ao ver Sehun arriscar uns passos da coreografia de Mirotic (já que ele havia decorado de tanto ver o namorado ensaiar) enquanto andava para sua direção foi incrivelmente excitante.

 

A música já estava na terceira estrofe quando Sehun finalmente se aproximou do namorado e o segurou pela cintura, unindo os corpos e cantando baixinho e arrastado bem próximo dos lábios do outro: “Sarangeun mwoda? mwoda! imi sushigeo red ocean… Nan, breakin my rules again aljanha jiruhangeol?”

 

O chinês lambeu os lábios e mordeu o cantinho esquerdo do lábio inferior enquanto sentia o atrito entre os corpos. Imediatamente Luhan começou a se movimentar na sincronia com a música e em harmonia com os movimentos de Sehun.

 

Com um contato visual extremamente inquebrável, ambos duelavam e conquistavam um ao outro com aqueles movimentos sexys e sedutores, naquela conversa muda onde expressavam tudo o que queriam: o desejo que sentiam um pelo outro.

 

I got you… Under my skin…

 

A mão de Luhan foi lentamente até a pele de Sehun, tocando com as pontas dos dedos os gominhos tímidos do abdômen levemente definido do coreano enquanto que o mais novo roçava o nariz e os lábios pela pele que começava a ficar úmida devido ao suor.

 

“Perdeu o medo?” – Sehun sussurrou com aquela voz rouca em um tom perigosamente excitante para Luhan.

 

“Estou perdendo…” – Respondeu sorrindo. – “Talvez deva fazer mais para que eu o perca por completo.” – Mordeu o queixo do namorado e foi trilhando um curto caminho até a boca do mesmo.

 

“Neon nareul wonhae neon naege… Ppajyeo neon nage michyeo” – Sehun cantarolou junto com a música.

 

“Eu não quero escapar!” – Luhan sorriu e levou a mão até a nuca do namorado, puxando-o mais para perto unindo os lábios em um beijo que já se iniciou impuro.

 

As mãos de Luhan logo ficaram mais selvagens nos toques por baixo da camiseta que o maior usava e arranhavam a pele alva e macia; as línguas brigavam por dominação enquanto os lábios ficavam vermelhos e molhados.

 

E tudo aquilo era o início ainda…

 

Do beon ui kiseu, ttogeopge tajyeobeoril… Geot gateun ne shimjangeul

 

Quando as bocas se separaram, Sehun puxou a camiseta preta regata que Luhan usava naquele dia quente, e a mistura de tecidos se fez presente no chão assim que o chinês livrava o mais novo da camiseta branca que usava e a jogava ao lado da sua.

 

Luhan passeou com os dedos por toda a espinha dorsal de Sehun, causando arrepios a cada toque que seus dedos faziam na pele suada do mais novo. O coreano, por sua vez, levava a boca até a pele clarinha da bochecha do mais velho, lambendo, mordendo e descendo com os lábios por caminhos invisíveis.

 

A música no celular havia terminado, e em precipitação Luhan sorriu ao saber qual era a próxima.

 

Yo, amigos

Haha, this is how we do it

MBLAQ, let’s GO…

 

Um risinho satisfeito adornou os lábios de Sehun e ele parou o que estava fazendo para olhar profundamente dentro dos olhos do namorado.

 

“Hm… Oh Yeah?” – Perguntou com a voz arrastada.

 

“Sim…”

 

“Dessa vez não sentirei peso na consciência por querer agarrar você depois de vê-lo dançar essa música…” – Sorriu de maneira despudorada.

 

“Não. Dessa vez você vai ter que me agarrar…” – Lambeu os lábios do mais novo e se afastou um pouco.

 

Os movimentos novamente eram impecáveis e completamente sedutores. Luhan dançava de uma maneira como se ele tivesse vindo ao mundo dançando – e mais especificamente, dançando aquela música –, porque ele se movimentava com tanta naturalidade e perfeição que prendia a atenção de Sehun.

 

Não precisava ser gênio para saber que aquela era uma das músicas que Luhan mais gostava de dançar – e que Sehun mais gostava de assistir.

 

E o passo mais esperado pelo coreano veio.

 

Luhan dançava o refrão conseguindo caminhar até Sehun, e com um sorriso altamente pervertido nos lábios bem desenhados – bem diferente do Luhan de meses atrás que dançou a maior parte do tempo de olhos fechados e que transmitia para Sehun a vontade de sair correndo de vergonha.

 

Oh yeah, oh yeah

Oh yeah, yeah, yeah

 

O chinês finalmente se aproximou, roçando seu corpo ao do namorado e cantando sem cortar o contato visual: “Nareul bomyeo miso jitneun geu eolgureul saranghae neol”

 

Um sorriso voltou a se formar nos lábios do coreano, mas dessa vez mais ameno e fofo devido à declaração que Luhan havia feito.

 

“Eu também amo seu sorriso e amo você…” – Disse baixo antes de capturar os lábios de Luhan e levá-lo com desejo até o espelho que ia do teto até o chão da sala de prática. Luhan arfou e soltou um gemidinho ao sentir seu corpo quente em contato com o espelho, mas aquilo só o fez se excitar mais e o incentivou a levar suas mãos até o membro ainda discretamente desperto do namorado.

 

“L-Luhan!” – Sehun disse ao soltar os lábios do namorado e gemer um pouco mais alto ao sentir a mão do chinês lhe tocando com maestria por cima da bermuda folgada que ele usava naquele dia.

 

“Oh yeah, I’m feelin’ good!” – Luhan respondeu rindo e em conjunto com a música, o que fez Sehun gargalhar e voltar a se divertir com os lábios cheinhos do seu namorado.

 

As línguas disputavam território nas cavidades alheias como se fosse a primeira vez que desbravavam aquele lugar viciante; as mãos passeavam sem pudor pelos corpos um do outro, com pressa e necessidade puxavam o resto das roupas que impediam contatos mais íntimos.

 

Sehun investiu seu corpo contra o de Luhan que gemeu mais uma vez ao sentir seu corpo colar no vidro gelado daquele grande espelho. O coreano desceu com seus lábios pelo pescoço do namorado e distribuiu beijos por toda a extensão de pele que a boca encontrava.

 

(I can’t stop, I can’t breathe baby)

Oh yeah, oh yeah

Oh yeah, yeah, yeah

 

“S-Sehun!” – Luhan arfou ao sentir o namorado prender entre os dentes um de seus mamilos rosados.

 

Os gemidos angustiantes e apressados de Luhan começaram a ficar mais altos e a sorte dele era que ainda tinha música para camuflar o som da luxúria que eles cometiam.

 

E a nova música fez Sehun sorrir.

 

1, 2, 3

 

Ni nuneul bomyon

Nan Trouble Maker

Ni gyote somyeon

Nan Trouble Maker

 

“Acho que eu vou ficar com ciúmes quando você for apresentar essa música…” – Sehun disse baixinho, a voz aveludada e rouca entrando pelos ouvidos de Luhan e demorando para chegar até o cérebro, porque a mente do chinês estava em êxtase com as mordidas que o namorado distribuía em seu abdômen.

 

“B-Bobo…” – Falou com dificuldade. – “Nesse exato momento quem está mais perto de ser um causador de problemas junto comigo… Nessa sala…” – Dizia enquanto levava a mão até o queixo de Sehun e o puxava para cima. – “É você!” – Sorriu torto no mesmo momento que esticou o braço magro do coreano em sua direção e começou a distribuir beijos, quase como ele fazia na coreografia daquela dança.

 

“Você gosta de me provocar, não é?”

 

Luhan sorriu e respondeu cantando a parte da música que estava tocando: “Bosonal su opdorok… Ni ipsureul tto humchigo… Molli daranaboryo” – Ao terminar de falar o chinês de fato roubou os lábios de Sehun em um novo beijo ardente.

 

O mais velho ainda trocou de lugar com o namorado, encostando-o no espelho vertical e quando os lábios se soltaram, Luhan desceu com beijos impudicos por toda a extensão do tronco de Sehun.

 

Mordidas e chupões excitados eram distribuídos naquela pele branquinha e marcada pelo suor, e os beijos eram tão molhados que chegavam a ser estalados. Um caminho de saliva foi feito ao redor do umbigo de Sehun, local onde Luhan circulava com sua língua enquanto encarava a face do namorado, que refletia deleite.

 

Descendo com os lábios perfeitos, Luhan chegou até o baixo-ventre, para a alegria do coreano. Sorriu torto ao ver a glande vermelha que demonstrava a necessidade em forma do pré-gozo que escorria de sua fenda.

 

Sem pensar mais de uma vez, o chinês abocanhou o membro rígido enfiando-o por inteiro em sua boca, sentindo a glande tocar no fundo de sua garganta. Não tardou em ditar um movimento rápido no membro necessitado o que fez com que Sehun gemesse e suspirasse profundamente.

 

“L-Luhan!” – Disse e depois mordeu o lábio inferior tentando, em vão, controlar seus calafrios prazerosos.

 

O mais velho soltou o membro e deixou sua língua talentosa trabalhar ao redor da extensão e também circundar a glande molhada. Com o intuito de enlouquecer ainda mais o namorado, Luhan sugou com vontade a glande e abocanhou novamente o falo enrijecido, fazendo um movimento de vai e vem enlouquecedor.

 

Arrepios tomavam conta do corpo do maior e ele sentia que não ia aguentar por muito tempo, então levou sua mão até a cabeça de Luhan e com o maior carinho que pôde o afastou de seu membro – mesmo que quisesse enlouquecidamente que o menor continuasse.

 

Puxou Luhan para cima e uniu os lábios, sentindo seu próprio gosto em meio à saliva e o gosto natural e viciante do chinês.

 

“S-Sehun…” – Chamou-o com a voz arrastada e recheada de luxúria enquanto trocava de lugar com o mais novo.

 

Luhan encostou a testa molhada, com alguns fios colocados nela, no vidro do espelho e espalmou suas mãos no mesmo momento que rebolava e atiçava Sehun. Este apenas lambeu seus lábios finos e segurou com firmeza a cintura de Luhan, que até ficou com as marcas vermelhas dos dedos possessivos do mais novo.

 

Levou uma mão até seu membro túrgido e provocou o menor passando toda a extensão no meio de suas nádegas, se divertindo (mesmo que aquela provocação o enlouquecesse também) quando ouvia os murmúrios exaltados e apressados do namorado.

 

Depois de um tempinho naquela provocação penetrou-o com vontade, vendo Luhan arquear as costas e apertar seus dedos na superfície lisa do espelho. Ditou movimentos lentos no início, indo com tanta calma que fazia Luhan o xingar.

 

“A-Adoro… D-Deixar você irritado assim…”

 

“I-Idiota!” – Disse jogando seu quadril para trás à procura de maior profundidade.

 

Sehun sorriu e voltou a segurar com força a cintura alheia e no mesmo momento aumentou a velocidade e profundidade de suas investidas em Luhan, fazendo-o aumentar com os gemidos e suspiros prolongados.

 

Naquele momento, a música mudou.

 

Enquanto tocava a introdução Sehun sorriu de maneira pervertida e sabia que Luhan, com a cabeça baixa enquanto se escorava com as mãos espalmadas no espelho, também sorria da mesma forma.

 

I’m gonna be a bad boy I gotta be a bad boy

I’m gonna be a bad bad boy I gotta be a bad boy

I’m gonna be a bad boy I gotta be a bad bad boy

I’m gonna be a bad bad boy I gotta be a bad boy

 

“E-Eu ainda não acredito… Que vai dançar essa… Essa música.” – Dizia enquanto estocava cada vez mais fundo dentro de Luhan, vendo o corpo menor se movimentar bruscamente devido à força aplicada nas investidas.

 

“I gotta be a bad boy…” – Falou suspirando e com voz sedutora.

 

“T-Tem que ser… Somente pra mim…” – Riu e se curvou, aproximando-se da pele suada de Luhan e distribuindo mordidas da extensão do pescoço ao ombro dele.

 

“S-Sehun! AH!” – Gemeu e jogou a cabeça para o lado, deixando mais extensão de pele para o coreano se divertir. Luhan estava perdendo a sanidade por completo e gemia cada vez mais alto ao sentir sua pele ser judiada pelos dentes do namorado e seu ponto “G” ser atingindo várias vezes e praticamente sem interrupção.

 

“Sabe… A próxima parte dessa música… É… B-Bem pervertida… E… Como você… Vai dançá-la…” – Sehun saiu de dentro de Luhan – que soltou um gemido sôfrego e descontente – e se apoiou no vidro vertical, empinando a parte traseira.  Cantou a parte que se referiu com uma voz completamente despudorada. – “Ddeollineun ne mom ane dolgo ineun… Naui magic stick. Deo isang neomeogalsu eobneun hangyel neukkin… Body shake.”

 

“Pervertido!” – Sorriu e caminhou com um pouco de dificuldade por causa das sensações sentidas outrora devido às investidas de Sehun.

 

Luhan estimulou mais ainda seu pênis e espalhou o pré-gozo na glande rosada, segurou firmemente a cintura do mais novo e sem delongas penetrou-o, se deleitando com o gemido arrastado que ecoou pela sala de dança.

 

I make it rainizm the rainizm

Neon ije ppajyeo beoryeosseo

I`m gonna be crazy now yes crazy now

Neon ije beoseonal su eobseo

 

Sehun jogava ainda mais sua parte traseira para trás e Luhan fazia questão de ir cada vez mais rápido e mais fundo dentro do namorado.

 

Curvou-se mais pra frente, tocando com os lábios as costas com gotículas de suor.

 

“M-Mais… L-Luhan!”

 

Luhan atendeu prontamente aos pedidos sôfregos do namorado e aumentou o ritmo de suas estocadas, às vezes remexendo sua região pélvica de forma circular, o que fazia seu sexo desbravar todo o interior do outro – e o que o enlouquecia por completo.

 

Os quadris se chocavam com intensidade causando um barulho que personificava a luxúria que cometiam; os gemidos de ambos se misturavam à batida dançante e sexy da música e os corpos molhados de suor eram a visão da sensualidade.

 

Com movimentos fortes e certeiros, Luhan tocou a próstata de Sehun e o fez se retorcer e soltar o gemido mais alto até agora.

 

“A-Aí! M-MAIS!”

 

Luhan só estocava naquele ponto e Sehun sentia seu corpo se repuxar todo de prazer; seu baixo-ventre se contraía e formigava tanto que ele sentia que ia se desfazer a qualquer momento. O prazer tomava conta de seu corpo e o fazia querer gritar a cada vez que sentia seu ponto máximo ser atingindo com vontade pelo sexo do chinês.

 

Mais um gemido saiu da boca de Sehun, mas esse foi de descontentamento ao sentir seu interior ficar vazio no momento que Luhan saiu de dentro dele.

 

Sem dar tempo para Sehun reclamar, Luhan o puxou e o virou. Tomou impulso e circundou o corpo alheio com suas pernas presas na cintura; seus braços envolvendo o pescoço do namorado.

 

“Senti saudade de seus beijos…” – Disse, dando explicação para aquele ato repentino. Luhan capturou os lábios do mais novo e em segundos as línguas já se enroscavam uma à outra; as mãos do chinês passeavam agitadas pelo cabelo de Sehun, bagunçando-o por completo, e este trocou de lugar, mais uma vez, ao colar o corpo de Luhan contra o vidro.

 

Uma mão de Sehun estava na cintura marcada de Luhan – e rapidamente desceu até uma nádega durinha do chinês, a outra uniu os membros que suplicavam por atenção. Em beijo ardente onde as línguas brigavam por território ainda fora das bocas, e em uma masturbação frenética que desprendia os gemidos de suas gargantas, os dois foram se aproximando de seu ápice.

 

A música já havia mudado no celular de Luhan, fazendo sair pelas caixinhas de som a melodia de Mona Lisa do Mblaq que encobria os gemidos que ambos soltavam naquela sala de prática.

 

Saranghae, saranghae, saranghanda

Taeyangboda teugeopge wonhanda

Neon gajilsueomneun, MONA RIJA gataseo, durieowo!

 

“Se-Sehun…” – Luhan gemia rente aos lábios molhados e inchados do namorado que continuava a masturbar freneticamente os membros unidos.

 

Os movimentos de Sehun foram aumentando ao passo que ele descia com seus lábios pelo queixo de Luhan, trilhando com mordidinhas toda a linha do maxilar do chinês, e este arranhava as costas do coreano com vontade, descontando seu prazer nele.

 

Oh, oh (oh oh oh…) Oh, oh (oh oh oh…)

Oh, Baby say yes! Baby say yes!

 

“A-Ah… H-Hm… Luhan…” – Gemeu ao sentir o mais velho lamber e sugar o lóbulo de sua orelha esquerda, e, quando Luhan parou de provocá-lo ali, seguiu com beijos até os lábios de Sehun, iniciando um novo beijo que amenizava os gemidos e arfares que denunciavam que ambos chegariam ao ápice.

 

E realmente não tardou para que aquela masturbação e aquele beijo erótico fizessem com que ambos se desfizessem ao mesmo tempo com respingos de gozo sujando os dois abdomens unidos.

 

Calafrios e espasmos tomavam conta dos corpos de ambos que se contraíam com deleite e prazer. Assim que esses arrepios diminuíram, Sehun se sentou no chão, trazendo Luhan para seu colo e foi distribuindo beijos por todo o rosto suado do namorado.

 

A música ainda tocava ao fundo e agora ela se misturava às risadas baixinhas que ambos soltavam enquanto ficavam naquele carinho singelo.

 

“É melhor a gente arrumar tudo…” – Luhan disse enquanto curtia o carinho dos toques singelos de Sehun em seu rosto.

 

“Sim… É melhor.” – Sorriu e ajudou Luhan a se levantar, levantando-se logo em seguida. Os dois se limparam com uma toalhinha que Sehun colocou na mochila de Luhan e depois se vestiram.

 

Luhan certificou que estava tudo normal e abriu as portas da sala de dança, depois caminhou até o chão e se sentou, jogando seu corpo e o esticando todo logo em seguida.

 

“Cansei.” – Bufou manhosamente.

 

“Que isso, você é um jovem dançarino e já cansou!” – Sehun disse sorrindo. – “Arrume energias porque hoje é um dos últimos ensaios e seu professor vai cobrar.”

 

“Eu sei!” – Esbravejou e chutou de leve o braço de Sehun que apenas sorriu. – “Ele vai dizer a ordem das músicas hoje também…”

 

“Ah é, tem a música romântica também, que não tava nessa pasta.” – Riu. – “Vai ser muito bonito ver você dançar essa música… Bem, será muito bonito ver todas…” – Sorriu e selou rapidamente os lábios do namorado.

 

Não demorou muito para que o professor chegasse e logo depois dele os outros alunos. A aula correu tranquilamente bem sem ninguém ao menos desconfiar que tipo de prática que Luhan havia feito ali.

 

× × × ×

 

 

Sexta-feira, 14 de junho de 2013.

 

“Ai meu Deus, ai meu Deus!” – Luhan dizia andando de um lado ao outro no camarim que foi reversado para os dançarinos da noite. – “Ai meu Deus, ai meu Deus!”

 

“Luhan…”

 

“Sehun… A gente está no Teatro Nacional de Seul!”

 

“Eu sei… Eu li o nome ali na entrada. Está escrito “Bem vindos à noite patrocinada pela Companhia Nacional de Dança, Governo de Seul e Teatro Nacional de Seul” na placa. Tem fotos do seu grupo de dança… Sabe, eu não pensava que ia ter essa magnitude toda…”

 

“Cala a boca que não tá ajudando!” – Falou desesperado, o que arrancou um risinho baixo do mais novo.

 

“Fica calmo, Luhan.”

 

“Calmo?! Você viu ontem como foi a apresentação infanto-juvenil! Foi… Incrível!” – Suspirou. – “Essas apresentações possuem a finalidade de mostrar para o público o projeto de dança com a aliança do governo.” – A voz foi tomando mais tons de nervosismo. – “Isso é muito mais do que eu imaginava!”

 

“Luhan…” – Puxou o menor pelos ombros e o segurou de maneira firme. – “Calma! Existem mais dançarinos com você, ou seja, você não vai estar sozinho, entendeu?”

 

“U-Uhum…”

 

“E ainda, eu vou estar na primeira fileira te apoiando e babando em você e ainda torcendo muito!” – Sorriu. – “Relaxe! Você vai dançar aquilo que já sabe dançar. Não vai dar errado!”

 

“Mas tem muita gente! Gente importante e…”

 

“E daí? Você sabe o nome dessas pessoas?”

 

“Não…”

 

“Então não são tão importantes assim!” – Disse rindo e levou um tapa leve no ombro.

 

“S-Sehun… Eu quero ir embora…” – Falou com manha e formou um biquinho nos lábios.

 

“Nem pense!”

 

“Já pensei! Olha, eu nem quero ser profissional na dança. Entrei só para ser um passatempo!”

 

“Não faça isso!” – Revirou os olhos. – “Mesmo que seja um passatempo, é um passatempo que você faz muito bem e não deve esconder isso por causa de medos! Vai dar tudo certo! Acredite em mim, ok?”

 

“O-Ok…” – Disse baixinho. – “Me dá um beijo para eu me acalmar?”

 

“Tudo bem ser aqui?” – Olhou em volta para os companheiros da Academia de Dança.

 

“Claro! Eles sabem sobre a gente… Eu só evito muito contato quando estamos nas aulas porque… Primeiro eu estou na aula, segundo, não quero ninguém dizendo que somos péssimos exemplos para criancinhas. Mas não tem crianças aqui porque a apresentação infanto-juvenil foi ontem!” – Começou a falar com manha. – “E eu preciso de seu beijo para me acalmar…”

 

Sehun sorriu e levou sua mão até a nuca do menor, puxando-o mais pra perto enquanto sussurrava um “Vem cá” e unia os lábios com carinho e demora. Trocaram uma sequência de selinhos calmos e carinhosos até que Luhan ouviu a voz do professor – era o momento de Sehun sair do camarim e correr para a poltrona para se sentar no lugar que seus amigos de banda guardavam para ele.

 

“Boa sorte e sucesso!” – Sehun sussurrou contra os lábios bem contornados de Luhan antes de deixar mais um selinho e sair.

 

O teatro era grande e isso rendeu a Sehun uma corrida de alguns minutos e alguns degraus até que ele chegasse aonde sentaria: a primeira fila, cadeira do centro com uma visão privilegiada do palco.

 

“E aí, ele está vivo lá atrás?” – Chanyeol perguntou depois de passear com os olhos pelo folheto de apresentação.

 

“Ainda está. Mas acho que será a alma dele que vai dançar para gente.”

 

“Nossa, que namorado insensível!” – Baekhyun disse aos risos.

 

“Que folheto é esse?”

 

“Ah, é sobre a apresentação de hoje. Está falando desde quando esse projeto existe, sobre a carreira do professor do Luhan – e é uma carreira bem renomada hein? – e também trazendo que a apresentação de hoje é: ‘Tudo que a dança tem para dizer’.” – Olhou com curiosidade. – “Tudo que a dança tem para dizer?”

 

“Ah, eu sei mais ou menos o que isso significa. Eu ouvi o professor do Luhan falando no último ensaio que eu fui.”

 

“O que significa, então?”

 

“Ele disse que cada apresentação tem um tema: Amor, dor, sofrimento, alegria, sedução… Ele vai iniciar a apresentação com uma frase e depois virá o Luhan com mais alguns dançarinos apresentar uma música alegre, que é para dizer o que eles estão sentindo no momento.”

 

“E qual é essa música? E o que vem depois?”

 

“Eu não sei. Não compareci aos últimos ensaios porque eram fechados aos alunos.” – Mordeu o lábio inferior. – “Mas o Luhan disse que se dedicou muito para as músicas, principalmente essa primeira.”

 

“Hm…” – Chanyeol murmurou ansioso.

 

“Pelo que eu sei, o Luhan ficou com a parte de dançar KPOP, mas ele também dançará músicas que não são pop.”

 

“Como assim, ele ficou com a parte?”

 

“Channie, você não leu o folheto?” – Baekhyun perguntou revirando os olhos.

 

“Todo não…”

 

“Ele diz aqui que o grupo de dança é grande e que ele dividiu, trazendo vários tipos de dança. Porque a dança passa mensagens em suas diversas formas: o pop, o tango, o balé…”

 

“É, é isso que ele vai fazer.”

 

“Legal!” – Disse se arrumando na cadeira.

 

Não demorou muito para a voz do professor aparecer, juntamente com sua imagem no centro do palco falando em um microfone sem fio. Ele se apresentou e apresentou o grupo, falou da felicidade de ter apoio para aquele projeto e disse que a noite de hoje era especial.

 

“…A dança ela tem um poder incrível para o nosso corpo e nossa alma. E a gente quer mostrar que é mais feliz aquele que dança, seja qual tipo de melodia for, o importante é dançar. Nós mostraremos isso hoje com os diversos tipos de ritmos nessa apresentação: do clássico ao pop. Também mostraremos todos os sentimentos que a dança pode revelar: o amor, a dor, a agonia, a felicidade… Porque a dança é uma forma de expressar tudo o que você está sentindo, sem precisar dizer nenhuma palavra! E a primeira coisa que queremos expressar é a alegria! Alegria de estarmos juntos nessa noite mostrando o trabalho do nosso projeto. Para isso, nossa companhia trouxe para vocês uma releitura da música Alegría do Cirque du Soleil! Espero que possam aproveitar o espetáculo dessa noite!” – Terminou sua frase e saiu ao som de aplausos.

 

“Meu Deus! Cirque Du Soleil?!” – Baekhyun sussurrou encantando para Chanyeol.

 

“Sim!” – Chanyeol respondeu com os olhos vidrados no palco que recebeu uma iluminação azulada. Um grupo, de aproximadamente dez pessoas, apareceu.

 

As pessoas que estavam no palco vestiam roupas brancas com detalhes brilhantes, logo que entraram iniciaram passos singelos e calmos, no ritmo da melodia que tocada. Algumas mulheres traziam em mãos fitas com cores claras feitas de cetim e presas no estilete de madeira – material bem similar ao que as ginastas usam – que rodavam em forma espiral ao redor de seus corpos.

 

Aquela dança exigia da flexibilidade dos dançarinos, e nem Sehun sabia que Luhan podia ser tão flexível assim. Logo as palavras do namorado falando que ia dar o seu melhor na primeira música fizeram sentido, assim que o coreano via o outro dançando com uma menina de cabelos negros e ambos esparcando no chão enquanto uma sequência de bailarinos pulavam seus corpos.

 

Em um momento da música as dançarinas tocaram as fitas por panos brancos transparentes – exceto a moça de cabelos negros que dançava com Luhan, que continuava com a fita – e enquanto alguns bailavam a melodia da música, os panos iam criando formas ondulares no palco, seguindo os movimentos daquelas que os coordenavam.

 

“Meu… Deus…” – Baekhyun comentava encantado.

 

“Ele é perfeito… Não é?” – Sehun dizia sem tirar os olhos do palco, precisamente, sem tirar os olhos de Luhan que agora estava dançando com as mãos unidas às da menina, mas, de repente, dois se separaram e a garota foi parar do outro lado do palco.

 

Os outros oito dançarinos ficaram deitados no chão, levantando os braços – e às vezes os tecidos transparentes – e pernas ao redor de Luhan e da menina que o acompanhava. Os movimentos dos bailarinos, inexplicavelmente, iam se transformando em algo que lembrava vento. Parecia mágica.

 

Sehun viu a menina tomar impulsão com o corpo e correr delicadamente a curta distância até Luhan, e em questão de segundos o chinês havia pegado o corpo pequeno da bailarina e a levantado no ar. A fita na mão da dançarina voltou a brincar, se movimento em espiral ao redor do corpo de ambos, os dançarinos se levantaram e com os tecidos transparentes dançavam em círculos perto de Luhan e sua companheira.

 

Quando a música terminou palmas foram ouvidas e Sehun sentiu seus olhos marejados de tanto orgulho. Ver Luhan dançar era uma emoção e alegria incomparável para Sehun.

 

Os movimentos de Luhan chegavam perto da perfeição e os olhinhos pequenos do coreano os capturavam com exatidão, seguindo e gravando tudo na memória. O coração de Sehun batia no ritmo que Luhan e seu corpo ditavam, de tão intenso era para o mais novo ver seu namorado dançando e ver o quanto ele se entregava para aquilo que gostava.

 

Era a primeira dança ainda, mas Luhan já havia demonstrado todo o esforço que havia desprendido para aquela apresentação, além de mostrar que era realmente muito bom na dança.

 

Depois que aquele grupo se retirou, as luzes se apagaram e quando voltaram assumiram a tonalidade vermelha. A voz do professor ecoava de algum lugar e recitava uma frase de amor, logo em seguida um casal apareceu e começou a dançar um tango bem envolvente no palco.

 

As três apresentações que seguiram depois da introdução com a música Alegría foram de ritmos diferentes que falavam sobre o amor, e nenhuma teve participação de Luhan. Mas quando o professor falou “Com o amor vem a sedução” o coração de Sehun deu uma batida forte contra o peito, sofrendo em antecipação por imaginar que veria Luhan em cena de novo.

 

E ele estava certo.

 

Ao fundo começou a tocar a introdução de Trouble Maker e Sehun começou a sorrir torto. O sorriso do coreano só aumentou ao ver Luhan entrar vestido uma calça preta colada, tênis preto com detalhes em vinho; uma camisa social preta e por cima um terno de camurça em vinho; o cabelo louro-mel levemente bagunçado e um sorriso demasiadamente sedutor em seus lábios.

 

“Meu… Deus…” – Sehun disse baixinho e olhando de maneira possessiva para a figura de Luhan no centro do palco fazendo aquela coreografia sensual com a companheira de dança que Sehun havia esquecido o nome (porque naquele momento Sehun havia esquecido praticamente tudo e só se focava em olhar Luhan).

 

Murmúrios exaltados e admirados com a coreografia eram ouvidos e Sehun pôde identificar alguns sendo de seus amigos: Chanyeol, Yifan e Baekhyun, que diziam “Meu… Deus!”; “Olha onde está a mão dele!”, “Como ela consegue dançar em cima daquele salto?!” – este último foi dito por Baekhyun e fez Sehun dar uma risadinha.

 

Na parte que Luhan foi trilhando um caminho do braço até a boca da sua companheira em um quase beijo, Sehun conseguiu ouvir risinhos quase contidos atrás de si e alguns suspiros de umas meninas – o que o fez entender o que Luhan passava enquanto ficava na plateia nos shows da The Secret Of The Phoenix.

 

Quando a música terminou o palco voltou a ficar escuro. A voz do professor-narrador se fez presente falando mais alguma frase sobre amor e sedução, e, quando a luz voltou – em um tom meio roxo – Sehun viu Luhan e mais alguns rapazes em posição, todos vestidos de preto – e a camisa de Luhan um pouco rasgada na região do abdômen.

 

O coreano sentiu um repuxo em seu baixo-ventre só de imaginar qual música poderia ser, e quando as batidas iniciais sugiram, fizeram o contrair de seu corpo piorar e ele precisou cruzar as pernas para tentar se controlar.

 

Yo, amigos

Haha, this is how we do it

MBLAQ, let’s GO…

 

Um risinho pervertido se formou nos lábios de Sehun enquanto ele fitava com desejo para o namorado em cima do palco, e ele sabia que Luhan tinha visto aquele sorriso, bem como sabia que Luhan estava dançando olhando para ele.

 

Aquela dança era única e exclusivamente para Sehun.

 

Os movimentos do mais velho sempre foram perfeitos, pelo menos aos olhos de Sehun, mas naquele momento parecia que Luhan havia acabado de ultrapassar a perfeição. Seus passos estavam mais sedutores e precisos e ele se encontrava em completa sintonia com a música – e com seu lado mais sedutor.

 

“S-Sehun… Eu não imaginava esse lado… Do Luhan…” – Chanyeol dizia próximo ao ouvido do amigo, sem tirar os olhos do palco, pois Luhan – e os outros dançarinos – estavam no refrão, fazendo um movimento sexy com o abdômen em conjunto com o quadril.

 

“É… Eu convivo com esse lado dele… Acha que eu sou tarado por quê?” – Disse rindo, mas também não tirando seu olhar da apresentação.

 

Oh, não, não coloque a mão no quadril e o mexa desse jeito! Sehun pensou quando Luhan fez o passo mordendo seu lábio inferior e olhando com sedução para Sehun.

 

Quando Oh Yeah terminou Luhan só voltou para o palco duas músicas depois, para dançar Mirotic. Novamente arrancou suspiros da plateia – principalmente, óbvio, de Sehun.

 

“Senhoras e senhores.” – A voz do narrador se fazia presente logo depois que Mirotic terminou e as cortinas se fecharam. – “Para terminar a parte sedução, uma apresentação de tirar o fôlego. Nossos dançarinos vão mostrar que não estão para brincadeira e que levam a sério o assunto conquista, charme, sedução… E por que não… Luxúria?”

 

Mais uma batida sôfrega em antecipação feita pelo coração de Sehun e ele viu as cortinhas em cor vinho serem abertas.

 

Um minipalco em meia lua com camadas que formavam degraus estava ali no palco do teatro e em cada camada existiam duas barras verticais em cada extremidade, com exceção da primeira camada – ou primeiro degrau – que tinha apenas uma barra ali. Ao lado de cada cano de dança existia a sombra de um dançarino e quando a música começou a tocar as luzes ficaram mais fortes, revelando quem era quem.

 

E revelou que um deles era Luhan, vestido com uma calça preta de tecido molenga, uma camisa regata branca rente ao corpo, luvas pretas e suspensório largado na cintura.

 

E Luhan não era qualquer dançarino. Mas o dançarino que estava na primeira camada, ao lado do pole solitário.

 

“Não, não, não… Ele não vai fazer isso. Ele devia ter me avisado disso!” – Sehun disse baixinho enquanto contorcia o folheto da apresentação em suas mãos suadas.

 

“Ele… Vai dançar pole dance?!” – A voz rouca de Chanyeol preencheu a mente de Sehun, mas este não conseguiu respondê-lo porque estava hipnotizado com a imagem à sua frente.

 

Lentamente, um a um dos dançarinos foi iniciando seus movimentos até que a sequência corporal chegou naquele que estava na primeira camada – Luhan. Ele segurou na barra e a circundou, depois começou a fazer movimentos eróticos com o quadril, o que durou apenas alguns minutos, mas para Sehun foi uma eternidade.

 

Ele já estava suando frio naquele lugar e não parava quieto na poltrona.

 

Todos os dançarinos se deitaram no chão e começaram a dançar com movimentos sensuais, movimentando o quadril pra cima e pra baixo e depois se impulsionaram, ficando com uma mão no chão e outra na barra para novamente fazerem aqueles movimentos de luxúria com o quadril. Com uma sincronia perfeita, todos os dançarinos se levantaram e novamente giraram na barra de ferro, ficaram de frente ao pole e remexerem os corpos com perfeita sedução, enquanto subiam, desciam e se esfregavam na barra.

 

E então, a música – de fato – começou.

 

I’m gonna be a bad boy I gotta be a bad boy

I’m gonna be a bad bad boy I gotta be a bad boy

I’m gonna be a bad boy I gotta be a bad bad boy

I’m gonna be a bad bad boy I gotta be a bad boy

 

Sehun precisou de muita força de vontade durante todo o momento que Luhan fazia a apresentação daquela música, trocou a perna cruzada e descansou suas mãos nervosas em seu colo, enquanto seus dedos se entrelaçavam e brincavam entre si.

 

Mas, por mais excitado que estivesse ao ver aqueles movimentos eróticos, Sehun também sentia seu orgulho aumentar a cada passo que o mais velho dançava com precisão e perfeita sincronia com os outros dançarinos. A cada movimento sexy que ele fazia com o quadril, ou quando os outros bailarinos ficavam sem dançar e ele dava seu show particular, a cada passinho correto do seu pé ou de sua mão, tudo, exatamente tudo que Luhan fazia era cheio de paixão e contagiava a todos que viam.

 

E aquilo enchia o coração de Sehun com mais orgulho e amor.

 

Os olhos do coreano passeavam pelo palco e seguiam as nuances que o corpo de Luhan fazia ao dançar, ele parecia se destacar mais que os outros dançarinos – ou talvez fosse somente a visão apaixonada de Sehun que idolatrava tudo que Luhan fazia. Fosse o que fosse, Luhan era bom e muito bom em dançar, e Sehun… Sehun era o fã numero um de Luhan.

 

Sehun lambeu seus lábios no mesmo momento que Luhan foi curvando seu corpo para trás de maneira lenta, e ele até ficou apreensivo, pois sempre que o namorado dançava essa parte lhe dava a sensação que ele iria cair – mesmo que ele soubesse que não ia e que o passo era exatamente desse jeito.

 

Inovando, Luhan foi descendo com o corpo para trás – e os dançarinos levando suas mãos até o abdômen e tórax de Luhan como se eles estivessem controlando o corpo do chinês – até o final da musica, a terminando deitado com as costas no chão. O chinês se levantou e depois se curvou, agradecendo as palmas e os barulhos frenéticos de excitação da plateia.

 

“Sobreviveu?” – Sehun escutou a voz de Yifan perguntando do seu lado.

 

“Aish.” – Retrucou e ignorou o amigo, se concentrando nas próximas apresentações, que infelizmente não eram de Luhan, pois ele só voltou ao palco umas três músicas depois.

 

O loiro dançava uma música folclórica da China em um mix de músicas tradicionais asiáticas. Essa apresentação durou uns cinco minutos aproximadamente, mas a parte de Luhan foi bem rápida, durando menos que dois minutos – para a tristeza de Sehun, que amou ver o namorado vestido naquelas roupas tradicionais.

 

Quando as danças tradicionais terminaram o palco ficou escuro e as cortinas se fecharam, o professor apareceu, com um terno branco e um sorriso de trabalho feito nos lábios. – “Eu queria agradecer a apresentação de vocês nessa noite, meus queridos alunos. Espero que todos nós tenhamos conseguido mostrar para vocês que a música está presente em todos os momentos. Nós passamos por momentos românticos com nosso balé interpretando “She”, “My Heart Will Go On”, “You Are Not Alone”… Passamos pelos momentos de sedução com nossos dançarinos arrasando no pole dance; momentos de tristeza e agonia, e também de celebração. Para fechar essa noite, nós queremos deixar uma mensagem de esperança. Porque a dança está presente em todos os momentos de nossa vida… Dançar é sorrir, sentir, chorar, amar, sofrer… Dançar é viver! Muito obrigado pela presença de todos!” – Disse e se retirou.  A cortina abriu logo em seguida e revelou todos os dançarinos ali, alguns vestidos de branco e outros de azuis, mas sempre nesses tons claros e suaves.

 

Quando a música iniciou a dançarina da ponta da direita começou a se mexer devagar e com leveza. Seus passos eram tão singelos que ela lembrava uma borboleta bailando no ar.

 

Assim que ela terminou, parou. Ficou quieta e o segundo dançarino se mexeu, na mesma ternura da primeira. E assim um por um ia com seus movimentos graciosos ao dançarem uma música linda que sempre trazia emoção onde tocasse: We Are The World.

 

As fitas de cetim voltaram, juntamente com os panos transparentes que bailavam no ar como se estivessem sendo carregados por uma brisa calma. Os sorrisos das dançarinas pareciam de anjos ou fadas que dançavam felizes celebrando a paz em algum lugar celestial.

 

E no meio de toda essa esperança e paz… Lá estava o anjo. Bem, para Sehun era o anjo, o seu anjo.

 

Luhan estava vestido de branco dançando de maneira pura e inocente – o que se contradizia com suas danças anteriores e mostrava a versatilidade de Luhan.

 

Seus movimentos eram únicos e ele conseguia misturar todos os tipos de dança que foram apresentadas naquela noite em uma só, sem quebrar a sincronia e a harmonia. Luhan era perfeito, e Sehun se convencia cada vez mais disso.

 

Os olhos do coreano brilhavam e de repente ele sentiu um líquido quente e envergonhado correr sua face. Levou a mão até seu rosto, secando de maneira tímida a lágrima que marcava seu rosto com o orgulho que ele sentia de seu pequeno chinês.

 

Era impossível não se emocionar, era impossível não se apaixonar mais ainda por Luhan.

 

Quando a música terminou, a primeira pessoa a ficar de pé e aplaudir foi Sehun. Seus olhos marejados brilhavam e pousavam em Luhan, que de cima do palco pôde ver a emoção estampada na face de seu namorado.

 

Ver o sorriso orgulhoso brotar nos lábios perfeitos de Sehun fez Luhan sorrir mais do que já sorria e sentir no seu íntimo que havia feito um serviço bem feito, e aquela sensação de ser admirado por quem ele mais admirava e amava era insubstituível e inenarrável.

 

Todos os dançarinos saíram do palco, e Sehun começou a correr entre a multidão que se arrumava para ir embora. Ele tinha que encontrar Luhan no camarim e dar os parabéns, ele precisava disso.

 

Depois de alguns minutos – e um tempo de procura por Luhan no meio de todos os que se apresentaram – Sehun encontrou o namorado recebendo os parabéns do professor.

 

“Eu confesso que temi muito a apresentação de hoje. Nós ousamos e eu fiquei com medo de não ser bem aceito, mas foi! Eu estou muito feliz e orgulho de todos vocês e principalmente de você, Luhan! Eu sabia que dar a missão de tantas coreografias para você não ia ser uma decepção, pelo contrário! Estou muito feliz que ousamos de maneira certa e mais feliz ainda em ver o nosso trabalho sendo bem aceito!” – Sorria e abraçava o chinês. – “Estão até falando de aumentar o projeto e ter mais turmas!”

 

“Sério?!”

 

“Sim! Foi um sucesso!” – Dizia eufórico e poderia falar mais, porém um engravatado importante da Companhia Nacional de Dança o chamou.

 

“Luhan!” – Sehun chamou o namorado assim que o viu desocupado.

 

“Sehun!” – Sorriu e correu para os braços do mais novo. – “E… Ai?”

 

“Você… Você… Eu não tenho nem palavras para descrever o quão incrível e emocionante foi! Eu… Amei… Foi mágico… Foi sexy… Foi ousado… Foi fofo… Foi tudo!” – Dizia empolgado e lançando um sorriso enorme para o namorado. – “Você foi incrível, foi perfeito! Sou seu fã numero um!”

 

“S-Sehun…” – Disse sorrindo e sentindo suas bochechas um pouco coradas. – “Fico tão feliz que tenha gostado!”

 

“Eu amei… Amei!” – Selou rapidamente os lábios do menor. – “Se você um dia quiser seguir carreira nesse ramo… Com certeza vai ter bons resultados!”

 

“Ahn, é?” – Sorriu travesso. – “Quem sabe eu vire um K-Idol?” – Riu.

 

“Teria sucesso nisso!” – Sorriu também e depois mordeu os lábios do namorado. – “Apesar de que eu teria muito ciúmes se você dançasse… Certas… Coreografias, sabe?”

 

“Oh! Acho que senti seu ciúme lá do palco!”

 

“Algumas menininhas gritaram eufóricas e falavam que queriam dançar com você… Quase levantei e falei que eu já dancei com você uma dança que elas nunca dançariam…” – Riu travesso.

 

“Depois fala que EU sou ciumento.” – Gargalhou e beijou Sehun com calma, sem se importar com as pessoas ao redor. – “Vou pegar minhas coisas, vem comigo?”

 

“Vou! Depois iremos jantar com o pessoal. Todos adoraram suas apresentações!” – Sehun falava empolgado enquanto caminhava de mãos dadas com o namorado até a salinha onde ele havia guardado suas coisas.

 

× × × ×

 

O relógio digital de Sehun marcava meia-noite em ponto quando ele e Luhan terminaram de subir a escada que os levava até o sétimo andar. Nesse mesmo momento o mais velho virou Sehun para si e pulou em sua cintura, logo prendendo suas pernas ali e seus braços ao redor do pescoço do outro.

 

Um beijo despudorado se iniciou e Sehun caminhou com dificuldade até a porta do apartamento 707, e com mais dificuldade pegou a chave em seu bolso traseiro para abrir a porta e não fazer certas coisas no corredor – não que alguém fosse ver naquele horário, pois dos três apartamentos que tinham naquele andar, sem contar o deles, apenas dois tinham moradores, e um era um casal de idosos que dormia às sete horas da noite. O outro era de um casal recém-casado que veio do interior e toda sexta-feira viajava para a cidade natal deles, passando o fim de semana lá.

 

Quando finalmente conseguiu abrir a porta, Sehun entrou desesperado e a fechou com um empurrão feito pelo pé, o que ocasionou uma batida um tanto violenta, mas os dois não ligaram.

 

Caminhou com Luhan até a mesa de madeira e o fez sentar na mesma, enquanto descia com seus lábios por todo o pescoço do namorado.

 

“H-Hm…” – Luhan gemeu ao sentir a pele de seu pescoço ser prendida entre os dentes de Sehun. – “Acho que alguém ficou bem alegre na apresentação hoje.”

 

“Você acha?” – Sehun sussurrou com luxúria e também desespero no ouvido do chinês. – “Luhan… Eu tive que cruzar minhas pernas diversas vezes, fora que eu suava frio! Aquela sua apresentação com pole dance foi… Fatal. Dê graças aos céus por eu ter me controlado e não ter subido no palco e te feito meu ali mesmo!” – Riu torto.

 

“Uh…” – Sorriu e lambeu os lábios do maior, para depois sussurrar com provocação perto do ouvido dele. – “I’m gonna be a bad boy. I gotta be a bad boy…”

 

Com um sorriso depravado nos lábios Sehun pegou Luhan no colo e o levou até o quarto, para findar, entrelaçado a ele aos lençóis macios, a noite que Sehun e Luhan inverteram os papéis: a noite onde era o chinês no palco e o coreano na plateia sendo o fã numero um.

 

Porque naquele relacionamento ambos se apoiavam e um era fã do outro… E seria sempre assim, não seria?

 

 

Inspiração para a apresentação do Luhan: Bi Rain – Rainism   http://www.youtube.com/watch?v=CLRVSBbkZlo

 

Notas de uma leitora

O que falar desse cap? Eu fico sem palavras com ele. Luhan e dança é uma coisa tão linda que… sou suspeita para falar. E as músicas que a Kah escolheu dfsjjfdjfdjgfkgkfd matam xDxD 

ps: Sehun e seus fetiches por lugares incomuns xD

Apartamento 707 – Capítulo 15

Pessoal! Hoje eu vim na data certa rsrsrsrrs 

Capítulo 15 para todos!!! Tenham uma boa leitura.

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo quinze: Festa surpresa.

 

Sábado, 06 de abril de 2013.

 

Naquela manhã de sábado uma coisa quase rara aconteceu. O despertador do celular de Sehun tocou às 07h00min, fazendo Luhan acordar e se virar para o lado encarando o coreano que esfregava os olhos com manha.

 

“Você está doente?” – Luhan perguntou com a voz meio molenga por causa do sono.

 

“Não…” – Riu torto, se virando para o namorado e o puxando para mais perto com a finalidade de selar os lábios. – “Coloquei para despertar porque não queria perder algo especial hoje.”

 

“O que tem de especial hoje?”

 

“O que tem todo sábado desde que você entrou nas aulas de dança.” – Sorriu. – “Mas que incrivelmente você vem faltando demais ultimamente.” – Encarou o mais velho.

 

“A-Ah…”

 

“Ia faltar hoje de novo?”

 

“N-Não… Eu acho…”

 

“Por que está faltando assim, Luhan?”

 

“P-Porque estou me cansando muito… Aí não… Tenho animação para ir.” – Disse encarando o teto e mordendo o lábio inferior de maneira apreensiva.

 

“Está mentindo.”

 

“N-Não estou!”

 

“Luhan…”

 

“Aish…” – Suspirou forte e fechou os olhos antes de começar a falar. – “Tem uns dois meses que o professor anunciou que em junho faremos uma apresentação aberta ao público e… Ele quer que eu dance… Ele disse que eu tenho muito talento e quer que eu faça apresentações em dupla e em conjunto… M-Mas… Eu não me sinto bem em um palco… Com todo mundo me vendo! Eu vou tropeçar em meus próprios pés e cair… Vai ser ridículo, Sehun. Ridículo!”

 

“Lu… Han…” – Falou incrédulo e segurando a vontade de rir da carinha de criança desesperada. Mesmo amando um Luhan mais maduro e seguro de sim, Sehun também amava quando ele parecia uma criancinha perdida. – “Não acredito nisso!”

 

“O que?” – Perguntou emburrado, ainda sem encarar o namorado.

 

“Luhan! Pare de besteira!”

 

“Eu não sirvo para ficar em cima dos palcos, Sehun.”

 

“Nunca saberá enquanto não tentar! Você dança muito bem, Luhan. Muito bem mesmo! Se o seu professor falou isso é porque você vai se sair bem… Ele não te colocaria lá para te fazer pagar vergonha… Nem para que você estragasse o trabalho dele. Ele confia em você, então pare de fugir!”

 

“Mas… Mesmo que eu saiba… Eu fico nervoso e acabo errando!”

 

“Não olhe para a plateia, ou se quiser olhar, olhe somente pra mim. Vou estar lá com a minha cara de bobo babão que sempre fico quando está dançando.”

 

“M-Mas…”

 

“Por favor… Por favor… Por mim, vai?”

 

“Sehun…” – Falou manhosamente.

 

“Pelo meu aniversário, por favor!”

 

“Aish! Colocar como pedido de presente de aniversário? Sério?”

 

“Sim!”- Sorriu. – “Hm? Por favor? Quero te ver dançar nessa apresentação.”

 

“O-Ok. Vou me esforçar…”

 

“Eba!” – Avançou no namorado e distribuiu beijos em seu rosto. – “Agora vamos nos arrumar para a sua aula. Vou com você te ver ensaiar!”

 

Ambos se levantaram e tomaram um banho juntos, comeram algo rápido e caminharam apressados até o metrô porque de todos os locais que Luhan frequentava a faculdade de artes, onde ele fazia o projeto gratuito de dança, era o mais distante de sua casa.

 

O metrô estava relativamente vazio, o que permitiu que ambos fossem sentados, um do lado do outro. Enquanto esperavam para chegarem no respectivo destino, Sehun esticou as longas pernas na frente do corpo e desceu o tronco, ficando em tamanho confortável para colocar sua cabeça no ombro do mais velho e assim tirar um cochilo.

 

Quando chegaram na estação desejada, caminharam por mais ou menos dez minutos e durante todo o percurso estavam de mãos dadas, separando-as somente quando passaram os portões da faculdade, pois, como o projeto de aulas gratuitas de dança tinha alunos de todas as idades, eles se preveniam. Não queriam ser acusados de darem maus exemplos para os mais novos.

 

Durante todo o ensaio Sehun ficou sentadinho no cantinho da sala, observando o namorado se movimentar de forma perfeita e sedutora, e, algumas vezes Luhan o fitava pelo espelho, com aqueles olhos provocantes e sorriso despudorado, o que fazia o coreano sorrir torto e lamber os lábios.

 

Luhan o enlouquecia de todas as formas, mas dançando era uma das principais.

 

Depois da aula de dança do mais velho, ambos seguiram para um trailer que vendia comidas na calçada e depois do almoço, enquanto Luhan se dedicava ao término do primeiro livro que escrevia, Sehun estava no quarto vendo televisão e mandando torpedo para Chanyeol.

 

O aniversário do Luhan está chegando – eu sei que o meu é antes, mas ignore isso – e eu quero fazer uma festa surpresa para ele, o que acha?

 

Chanyeol lia a mensagem em tom alto e com um sorriso nos lábios, fazendo Baekhyun rir alto ao seu lado.

 

“Eu sabia que ele ia ter a mesma ideia que o Luhan! Esses dois se completam.” – Baekhyun falava ainda rindo.

 

“E olhe que o Luhan mandou a mensagem ontem falando de fazer uma festa surpresa para o Sehun, e hoje é o Sehun que manda!” – Também ria.

 

“Sim! E eu acabei de ter uma ideia!”

 

“Ahn… Qual?” – Dizia meio tenso, com receio da ideia do namorado.

 

“Nós vamos fazer uma festa surpresa conjunta!”

 

“O que?”

 

“No primeiro sábado depois do aniversário dos dois, nós juntaremos a festa e pegaremos os dois de surpresa! Vai ser muito mais legal do que fazer uma surpresa em cada aniversário!”

 

“De fato… E mais barato também.”

 

“Sim! A gente vai enrolando eles… Falamos para eles que surpreenderia muito mais se fosse em outro dia, porque no dia do aniversário deles será bem na cara. Eu vou ajudando o Luhan e você o Sehun… Eles nos ajudarão nos dias que antecederem a festa, mas no dia mesmo não, porque não tem como né? Imagina os dois chegando para arrumar a festa deles que teoricamente seria somente de um?”

 

“Sim, sim.”

 

“Quando todo mundo estiver reunido, a gente fala que tem um ensaio para a gente aprender a nova música que você escreveu…”

 

“Mas eu não escrevi…” – Antes de terminar a frase, Chanyeol entendeu o olhar mortal de Baekhyun pra si e completou. – “Aaah! É desculpa…”

 

“É Chanyeol, é desculpa para marcar reunião nesse dia…” – Falou bufando e balançando a cabeça. – “E quando eu estiver com o Luhan, eu falo que marquei essa desculpa para o Sehun não desconfiar e você fala o mesmo para o Sehun.”

 

“Entendi…”

 

“Já até posso imaginar a cara de surpresa dos dois ao descobrirem que a festa é pra ambos!”

 

“Verdade, vai ser muito legal! Esse com certeza é um plano genial, amor!”

 

“Como assim… Esse?” – Perguntou irritado.

 

“D-Digo que esse foi o que você mais se superou! Todos seus planos são bons, Baekkie!” – Falou com biquinho e depois selou os lábios aos do namorado.

 

“Eu sou genial, pode dizer!”

 

“Claro que é!”

 

× × × ×

 

Todos os dias que antecederam o sábado 27 de abril (dia escolhido para a festa HunHan – nome dado por Chanyeol quando se referia à festa como “operação secreta Hunhan”) foram corridos para os integrantes da The Secret Of The Phoenix.

 

Baekhyun estava encarregado de convidar o pessoal do hospital, bem como o primeiro amigo que Luhan teve quando chegou na cidade: Jongdae; Chanyeol de convidar os pais de Sehun e também amigos próximos deles dois da época de escola (principalmente a primeira banda que tiveram); Minseok ficou responsável com a decoração e de contratar os serviços da loja de Bubble Tea, para ceder o serviço por uma noite, Yifan ficou a par dos bolos – um de formato de guitarra e outro de livro e Yixing estava com a missão de conversar com a mãe de Luhan e convidá-la para vir, e, convencê-la a falar com o pai de Luhan na China, para que ele pudesse vir também – com as custas pagas por Sehun, pois ele queria que os pais do namorado estivessem presentes.

 

“Chanyeol, os pais do Sehun confirmaram presença?” – Baekhyun perguntou enquanto estavam indo se deitar.

 

“Sim. O pai do Sehun é um pouco pé atrás com esse relacionamento, mas ele disse que virá sim.”

 

“E os amigos de vocês? Não convidou nenhum caso antigo do Sehun, né?”

 

“Ahn, não… Que eu saiba, não.”

 

“Ótimo.” – Sorriu. – “O Yixing falou com a mãe do Luhan e ela disse que ele só teve uma grande amiga quando morava lá e que irá convidá-la para vir. Parece que ela e Luhan não se falam muito desde que ela se mudou da cidade, antes mesmo do Luhan vir pra cá, mas mesmo assim ele sente muitas saudades dela.”

 

“Legal! Será que vamos conseguir reunir todo mundo?”

 

“Espero que sim. Ah, ela disse também que vai falar com o pai do Luhan na China e contar sobre a proposta de Sehun, de trazer ele e a irmã de Luhan para cá.”

 

“Sehun sempre pensando no Luhan, né?”

 

“É… Tomara que o velho aceite.”

 

“Tomara. O Luhan ficaria muito feliz…”

 

“Sim. E parece que ele lida melhor com o namoro dos dois.”

 

“Verdade. Luhan disse que sempre que conversa com o pai, ele manda um oi para o Sehun e diz que queria conhecê-lo pessoalmente.”

 

“Bem, dando tudo certo… Ele vai conseguir.”

 

“E o Jongdae?”

 

“Ah, ele confirmou! E o Joonmyeon também. Ele ficou bem feliz quando o convidamos!”

 

“É porque ele diz que já tem um carinho especial por todos nós!” – Chanyeol disse sorrindo. – “Estou empolgado! Não vejo a hora de chegar o dia 27! Espero que eles gostem!”

 

“Também espero!” – Baekhyun sorriu. – “Amanhã, quando sairmos com eles para comemorarmos o aniversário do Luhan, eu vou falar que dia 27 teremos ensaio para passarmos a sua nova música. Cada um já sabe que eu vou usar isso como desculpa para nos unirmos no dia, só não sabem que é para a festa surpresa de ambos.”

 

“Uhum! Vai dar tudo certo, amor!”

 

“Espero que sim!” – Respondeu sorrindo e beijando os lábios perfeitos do namorado. – “Boa noite, Channie.”

 

“Boa noite, Baekkie.”

 

× × × ×

 

Sábado, 27 de abril de 2013.

 

Na manhã daquele sábado, Luhan seguiu com Sehun para as aulas de dança – algo que vinha se repetindo sempre, tanto que o coreano até fazia amizade com alguns alunos. Depois que as aulas terminaram, ambos foram para casa e, enquanto Luhan tomava um banho, Sehun preparava um curry para eles comerem.

 

Assim que terminou de almoçar, Luhan foi se dedicar, novamente, ao seu livro e Sehun lavou a louça, indo em seguida para o quarto, tirar algumas notas na guitarra e também saber com Chanyeol como estava toda a preparação.

 

“Está tudo certo, Sehun.” – O coreano respondia e ao fundo podia-se ouvir a voz de Baekhyun falando “não, essas bolas estão erradas Yifan. É mais para a esquerda!”.

 

“Tem certeza?”

 

“Ah sim! O Baek é estressado sabe? Quando as coisas não saem do jeito dele ou no centímetro certo do ângulo exato no quadrante correto que ele imaginou.” – Chanyeol respondeu e fez Sehun gargalhar no telefone.

 

“A desculpa é de que vocês vão ligar quando chegarem em casa, para mim ou para o Luhan, não é?”

 

“Sim, sim. Quando ligarmos falando isso é porque vocês podem vir. Agora eu tenho que ir ajudar o Baek.”

 

“Ok. Ah! E os pais do Luhan?”

 

“Yixing foi buscá-los. O pai dele chegou ontem da China e passou a noite com a mãe dele. Eles continuaram bons amigos, mesmo depois do divórcio, né?”

 

“Sim! O Luhan sempre fala disso com muita felicidade.”

 

“Enfim, vou lá. Teoricamente eu sou o que mais tem fôlego para encher bexigas…”

 

“Ok, ok. Vá lá.” – Dizia rindo. Desligou o celular e se concentrou na guitarra, tentando controlar a ansiedade que estava tomando conta.

 

 

 

 

Quando os relógios marcavam sete horas da noite, Luhan terminou de se arrumar porque uma hora atrás Baekhyun havia ligado falando que já estavam em casa e os dois poderiam ir.

 

O chinês estava impecavelmente belo com sua calça jeans azul; cinto escuro; blusa branca com a estampa de uma caveira e um blazer azul claro por cima com a gola em azul escuro. O cabelo louro-mel estava ondulado e meio bagunçado, deixando um look ainda mais sexy e despojado.

 

“Ual…” – Sehun sorriu ao ver o namorado e o puxou pela cintura. – “Eu sei que Baekhyun disse que depois do ensaio a gente ia sair, mas… To pensando seriamente em voltar pra casa depois do ensaio e…”

 

“E nada. Controle seus hormônios Sehun!” – Luhan dizia rindo.

 

Mas mesmo que tenha dado uma bronca no namorado pelos hormônios incontroláveis, o próprio chinês precisou de controle ao vê-lo vestido com uma calça preta (que realçava suas nádegas durinhas e rebitadas), uma blusa branca com estrelas vermelhas e dizeres em inglês e uma jaqueta branca por cima. Para completar o visual, o coreano ainda estava com delineador nos olhos e pulseiras nos dois pulsos, sendo uma delas uma pulseira vermelha de spikes.

 

Luhan balançou a cabeça assim que sua mente foi invadida por pensamentos impuros, e ainda tentando se controlar, levou a mão à mochila marrom que usava.

 

“Vamos?”

 

“Vamos!” – Sehun sorriu e pegou a carteira e o celular. – “Guarda pra mim?”

 

“Uhum.” – Luhan pegou os objetos do namorado e guardou dentro da mochila que levava. Ambos saíram em direção ao metrô, cada um tentando disfarçar a ansiedade que os invadia.

 

Quando chegaram à casa da família Byun, Baekhyun os recebeu e os levou até o quintal dos fundos, puxando a porta branca de correr que separava uma das salas dessa área de lazer.

 

Assim que a porta branca correu uma música de “parabéns” foi iniciada e vários rostos se fizeram presente na multidão. Mas o mais notável – e engraçado – foi ver a cara de Sehun batendo palmas para Luhan e este batendo palmas para Sehun enquanto os dois falavam ao mesmo tempo “é para você!”

 

Um risinho sapeca foi ouvido perto deles e Baekhyun segurou nas mãos de ambos, levando-os para perto da área coberta da churrasqueira – local onde a mesa dos bolos e comes e bebes havia sido montada. Ao verem dois bolos ali, o casal de namorados sorriu e olhou para os amigos, que riam.

 

“Não acredito que não desconfiei de nada!” – Sehun dizia rindo.

 

“Nem eu!” – Luhan replicou.

 

“Claro, eu sou um gênio para planos e todos nós nos empenhamos para que não desconfiassem!” – Baekhyun dizia rindo. – “Agora vão cumprimentar os convidados! Acredito que se emocionarão com alguns…”

 

Assim que o amigo falou, deu um passo para trás e mostrou com a mão os rostos que estavam presentes. Luhan abriu a boca em perfeito “O” quando viu o rosto de seu pai entre os convidados, e lágrimas começaram a se unir em seus olhinhos puxados.

 

“PAI!” – Disse correndo e abraçando o homem que há muito tempo não via.

 

O velho chinês de expressão forte e marcada, cabelo com fios negros misturando com brancos estava tão emocionado que não soltava o filho do abraço, além de distribuir beijos pelo rosto do mesmo.

 

“Como você está bem, meu filho!”

 

“Pai… Que saudades!”

 

“Muitas… E olha quem veio te conhecer!” – Ele dizia apontando para uma menininha linda que não negava ser irmã de Luhan, pois tinha os mesmos traços angelicais e os mesmos formatos do nariz e da boca.

 

“Su!” – Luhan disse exaltado, feliz com a primeira vez que via sua irmã pessoalmente. Logo se pôs de joelhos para ficar do mesmo tamanho que a menininha e a envolveu em um abraço caloroso.

 

“E a mãe? Não ganha abraços assim?” – Uma voz marcante aparecia atrás de Luhan que o fez se levantar e se virar na mesma hora.

 

“Mãe! Você está ainda mais linda!” – Sorriu e abraçou a mulher.

 

“E você também… E ainda mais feliz! Nunca, nunca te vi tão feliz assim, meu filho…” – Dizia acariciando o rosto do rapaz. – “Acho que devo agradecer a alguém por isso, não?” – Ela sorria e olhava na direção de Sehun que estava abraçando seus pais.

 

“É… Tem…” – Luhan respondeu rindo e olhando abobado para o namorado.

 

“Nunca vai mudar esse jeito bobo apaixonado, Luhan?” – Uma voz conhecida fez os olhos do chinês se abrirem de espanto e ele virou abruptamente para o lado que ela vinha.

 

“SunHee?” – Dizia como se ele não acreditasse que a amiga estivesse mesmo ali.

 

“Presente!”

 

“Meu Deus! Quanto tempo!” – A abraçava fortemente. – “Como você está?”

 

“Bem, e você?”

 

“Muito bem… Nossa… Não acredito!”

 

“É, eu vim!” – Riu. – “E aí, não vai me apresentar o bonitão ali? Eu ainda não dei meu veredicto se aprovo ele ou não!”

 

“Você nunca vai esquecer essa frase que eu dizia, não é?”

 

“Claro que não! Você falava isso toda vez que eu arrumava algum namorado!” – A coreana ria e tentava imitar uma voz masculina. – “Eu tenho que conhecer e saber se ele é bom pra ficar com você, Sunhee!” – Disse, fazendo Luhan rir e puxá-la pelo braço.

 

“Sehunnie?” – Luhan apareceu atrás do namorado que estava cumprimentando alguns amigos da época de escola.

 

“Ei amor!” – Sehun se virou e selou os lábios de Luhan, fazendo o chinês corar. – “Luhan, esses são meus amigos de escola, aquele ali é o Zitao, quem escrevia as músicas na minha banda!” – Sorriu. – “Esse é o Luhan, meu namorado e aquele que roubou o lugar do Zitao, porque escreve infinitamente melhor!” – Gargalhou, e um palavrão direcionado a Sehun saiu dos lábios do amigo de infância.

 

“S-Sehun…” – Luhan falou envergonhado e depois pigarreou e se curvou, dizendo “prazer” para os amigos do mais novo. – “Eu queria te apresentar alguém também…”

 

“Quem?” – Sehun perguntou curioso e pediu licença aos amigos.

 

“SunHee. Minha melhor amiga desde os meus… Catorze anos! Foi a primeira pessoa pra quem eu contei sobre minha sexualidade… Eu contava tudo pra ela! ” – Puxava a menina pelo braço. – “Ela se mudou da minha cidade, mas de alguma forma eles conseguiram entrar em contato com ela.”

 

“Eu fui visitar minha tia e sua mãe me avisou da festa.” – Sorriu. – “Prazer, Sehun.”

 

“Igualmente!” – Se curvou. – “Obrigado por todas as vezes que cuidou meu Hannie!”

 

“Meu Deus… Que inveja Luhan, você encontrou um príncipe.”

 

“Eu sei.” – Luhan dizia sorrindo de maneira boba e mordendo a bochecha do namorado.

 

Mais abraços exclamações de surpresas vieram e logo depois grupinhos se formavam para colocarem a conversa em dia. Sehun ficou um tempo conversando com o pai de Luhan, e descobriu que o sogro era alguém muito fácil de lidar e logo os dois já conversavam como grandes amigos. Já Luhan só teve sorte com a Sra. Oh, que foi muito fofa e educada, enquanto que o Sr. Oh apenas sorriu e desejou feliz aniversário. Não faltou com educação, mas também estava longe de ser carinhoso com o chinês.

 

“Ei, ei pai… Vai ficar com essa cara de poucos amigos a festa toda?” – Sehun dizia enquanto sugava o canudinho de seu segundo copo de Bubble Tea (pois Minseok havia conseguido o aluguel de duas máquinas e dois empregados da loja onde Sehun e Luhan costumavam ir).

 

“Estou normal, filho.”

 

“Eu te conheço, pai. Eu sei que ainda é difícil para você, porque… Bem… Eu só contava para minha mãe das minhas experiências com o mesmo sexo que o meu… Mas eu queria que você tentasse conhecer mais do Luhan… Ele é uma pessoa incrível, pai.”

 

“Não duvido que seja…”

 

“Então? Por favor…”

 

“Você… Você tem certeza de que é ele quem você quer do seu lado?”

 

“Absoluta. Nunca fui de ter muitas certezas do que eu queria nessa vida além da música… Até conhecer o Luhan.” – Sorriu, procurando a figura do namorado entre os convidados e aumentando o sorriso ao vê-lo conversar animadamente com Jongdae. – “Eu o amo mais do que amo a Mandy pai…” – Gargalhou.

 

“É… É amor eterno então!” – O homem riu alto. – “Lembro até hoje do seu ciúme com aquela guitarra. Eu mal conseguia tocar nela!”

 

“Porque na primeira vez que tentou, incrivelmente, você arrebentou as cordas dela, pai. Até hoje eu não sei como conseguiu isso!”

 

“Ei, me respeite. Ainda sou seu pai!” – Sorriu e depois suspirou.

 

“Eu o amo, pai.”

 

“Eu vi nessa uma hora de festa… E bem, eu já sabia. Pelo jeito que você fala dele no telefone e por tudo que fez para trazer o pai dele da China…”

 

“Obrigado por me ceder o dinheiro, pai.”

 

“De nada filho… De nada.” – Suspirou novamente. – “Bem, se você está feliz com ele… Quem sou eu para dizer algo, não é?” – Riu e abraçou o filho, dando tapinhas em suas costas.

 

E logo depois de Luhan conversar com Jongdae, o Sr. Oh apareceu e começou a puxar assunto com o rapaz, e ficaram assim até que a Sra. Oh aparecesse e falasse:

 

“Querido, a festa é dele também e ele tem que dar atenção aos outros convidados.”

 

“Oh, verdade. Desculpe-me, Luhan.”

 

“Está tudo bem, Sr. Oh.” – Sorriu. De fato estava tudo ótimo, somente por poder se aproximar mais dos pais de Sehun, Luhan sentia que havia ganhado a noite.

 

“Tudo bem nada. Se deixar ele fica falando até a amanhã. Ainda mais porque suspeito o assunto…” – Sorriu. – “Sehun me disse que você escreve e gosta muito de ler…”

 

“Era sobre exatamente sobre livros que conversávamos.” – Luhan disse, confirmando as suspeitas da mulher.

 

“Viu! Ficariam até a amanhã!” – A frase da mulher fez o pai de Sehun reclamar baixinho e tudo que Luhan ouviu antes de se afastar foi um “eu gostei dele!” proferido pelo Sr. Oh, o que fez Luhan sorrir com vontade.

 

Mas o sorriso morreu assim que viu DaHee abraçada a Sehun.

 

“M-Mas… O que?”

 

“L-Luhan…” – Baekhyun falava. – “Ela só está dando parabéns. Ela acabou de chegar… Sabe, o Minseok acabou convidando… Porque ele convidou a namorada dele e ela perguntou se podia trazer a banda e…”

 

“T-Tudo bem.” – Luhan disse, mal abrindo a boca.

 

“S-Sério?”

 

“Sim… Elas… Andam com a gente também, seria estranho não… Convidá-las.” – Forçou um sorriso e depois caminhou até o namorado e a menina. – “Ei, DaHee.” – Sorriu, o sorriso mais simpático que conseguia dar.

 

“Olá, Luhan-Sshi.” – A menina sorriu minimamente, murchando ainda mais o sorriso ao ver que Sehun abraçava Luhan pela cintura. – “Ahn, parabéns também!”

 

“Obrigado!” – Sorriu e se virou para Sehun. – “Queria te apresentar a Sra. Kim.”

 

“A velhinha pervertida do óleo afrodisíaco?” – Sehun disse rindo.

 

“É. Mas, por favor, não a chame assim!” – Ria também.

 

“Tenho que agradecê-la pelos… Presentes e conselhos!”

 

“S-Sehun, não comente nossas privacidades aqui!” – Por mais tímido que Luhan fosse, naquele momento sua timidez era totalmente fingida, porque ele amou a cara de DaHee ao ouvir aquela frase de Sehun. – “Ainda mais na frente da DaHee!”

 

“S-Sem problemas… Bem… Eu vou andar…” – Estava claramente perdida em seus pensamentos. – “C-Com licença.”

 

Com um sorriso discreto nos lábios, Luhan envolveu sua mão à de Sehun e o puxou para o lugar onde a Sra. Kim estava sentada.

 

A mulher de corpo miúdo e cabelos tingidos de castanho claro sorriu ao ver os dois se aproximando e a primeira coisa que disse ao ver Sehun foi “Sabia que os óleos seriam de grande ajuda!”

 

“E realmente foram!” – Sehun respondeu rindo e levando um cutucão de seu namorado envergonhado, que só ficou mais e mais envergonhado a cada momento que a conversa entre Sehun e a Sra. Kim se prolongava.

 

Mas mesmo envergonhado, ele estava sorrindo e se divertindo muito com as conversas despudoradas que seu namorado e aquela senhora trocavam.

 

Sehun só conseguiu se afastar da mulher quando disse que ele e Luhan tinham que cortar os bolos. Os dois caminharam de mãos dadas até a mesa e posaram para algumas fotos que Chanyeol e Baekhyun tiravam, também deram um selinho que virou uma foto muito bonita para recordação.

 

“Ok. Agora podem cortar porque eu to louco para prová-los.” – Baekhyun falou fazendo Luhan e Sehun rirem.

 

Os dois começaram a partir juntos e quando terminaram se entreolharam e falaram ao mesmo tempo “o primeiro pedaço vai…”

 

“Já podem trocar os pedaços porque todo mundo aqui já imagina que o do Luhan vai para o Sehun e vice e versa.” – Minseok falou apressado porque queria comer bolo logo.

 

O casal apenas riu e fez a troca de bolos. Depois dedicaram os segundos e terceiros pedaços para seus pais, o quarto pedaço do bolo de Luhan foi para Baekhyun e de Sehun foi para Chanyeol que olharam emocionados para os dois.

 

“Você merece muitos pedaços por me fazer perder o medo de assumir o que eu sentia pelo Sehun… Obrigado por tudo, Baekkie.”

 

“L-Luhan…” – Baekhyun falou emocionado e dando um abraço no amigo.

 

Depois de todos receberem pedaços de bolos, Luhan e Sehun finalmente se sentaram – o coreano em um puff preto e o chinês em seu colo – e conversaram com os amigos mais próximos, agradecendo muito por tudo que fizeram naquela festa.

 

“Ficamos felizes que tenham gostado!” – Chanyeol disse feliz. – “E o Yifan merece um agradecimento bem especial, porque arrumou esses bolos lindos e deliciosos!”

 

“Verdade!” – Luhan comentou. – “Só não sei porque apenas o meu bolo foi recheado com essas camadas coloridas tipo arco-íris, e o do Sehun de chocolate.” – Falou com um falso biquinho. – “Ele tá no lado colorido tanto quanto eu, ok?” – Riu.

 

“E parece que não somos os únicos nesse lado.” – Sehun comentou rindo e olhando na direção de Joonmyeon e Jongdae. – “Eles não se largaram a festa toda e ficam trocando sorrisinhos e toques um com o outro… Sei não hein…”

 

“Daqui a pouco eles somem e vão se agarrar em algum lugar.” – Chanyeol disse rindo.

 

“Se forem apenas para se amassarem em algum lugar tudo bem. Só espero que não transem na casa dos meus pais!” – Baekhyun dizia em um tom infantil.

 

“Poxa, Baek. Eu aqui querendo transar com o Luhan no estúdio dos seus pais!” – Sehun falou com a maior naturalidade, e Luhan se engasgou ao ouvir isso, além de cuspir o refrigerante pra fora da boca (pelo menos não atingiu ninguém).

 

“Sehun!” – Luhan falou com o rosto assumindo vários tons de vermelhos.

 

“Que foi amor? O Chanyeol sabe que eu tenho uma lista de lugares para fazer sexo.”

 

“Ah, é. Ele tem esse fetiche desde a primeira vez dele.”

 

“Já realizaram em algum lugar?” – Baekhyun perguntou, interessado no assunto.

 

“Já!”

 

“Sehun!”

 

“O que está acontecendo?” – Minseok chegou de mãos dadas com Eunjung e atrás deles as amigas de banda dela.

 

“Estamos conversando sobre a vida sexual do Luhan e do Sehun.” – Baekhyun falou, também usando de uma naturalidade absurda para o tema.

 

“B-Baekkie!” – Luhan falou envergonhado e poderia ficar assim em todos os momentos, até ver o rosto de desaprovação de Dahee. Então ele decidiu deixar o assunto se prolongar. – “P-Por favor, não perguntem onde a gente já fez amor… É constrangedor.” – Disse, sabendo que ao falar essa frase despertaria mais da curiosidade dos amigos.

 

“Vocês fizeram em local público?!” – Yifan, que parecia longe daquele mundo minutos atrás, perguntou com demasiada curiosidade.

 

“Ah, meu Deus!” – Luhan disse, enterrando e escondendo seu rosto contra o pescoço do namorado.

 

“Fizeram!” – Chanyeol concluiu.

 

“Fizemos em um provador de uma loja de roupas.” – Sehun respondeu com um sorriso escancarado nos lábios.

 

“Ninguém ouviu?”

 

“Bem, se ouviram… Não se manifestaram!” – Riu debochado.

 

“Vai seguir com a lista de outros locais… Diferentes?”

 

“Claro!” – Sehun disse animadamente. – “Já temos alguns em mente, não é Luhan?”

 

“S-Sim…” – Respondeu nervosamente, mas de canto de olho observou a expressão de Dahee que crispou os lábios em nervoso e isso alegrou Luhan.

 

A coreana se retirou do grupinho, sem ao menos pedir licença, e saiu caminhando rumo à saída do quintal. Seus olhos estavam lacrimejados e ela os fechou e respirou fundo enquanto tentava controlar as lágrimas que queriam rolar por sua face, andando no meio da multidão com os olhos fechados ela acabou por esbarrar em alguém.

 

“D-Desculpa.” – Disse abrindo os olhos e vendo que na verdade havia esbarrado no pai de Luhan.

 

“Tudo bem.” – Sorriu, mas logo o sorriso deu lugar para uma expressão preocupada. – “Está tudo bem com você?”

 

“N-Não… Nada está bem e a culpa é do seu filho!” – Falou de maneira agressiva.

 

“Luhan?” – O velho chinês perguntou com a sobrancelha arqueada em dúvida.

 

“Sim! Ele! Se ele não tivesse aparecido… Eu estaria com o Sehun!”

 

“É mentira.” – A voz inexpressiva de Sehun ecoou atrás de Dahee. – “Eu não contei isso por um pedido de Luhan que disse que você se sentiria muito mal… Mas naquele dia que eu saí com você… Foi somente porque eu estava irritado demais e precisava desesperadamente conhecer alguém que me fizesse esquecer Luhan e o beijo que havíamos trocado e que ele havia interrompido dias antes…” – Respirou fundo. – “Eu realmente queria me apaixonar por alguém… Para esquecer o Luhan porque achava que ele não me correspondia… Ele não apareceu depois e me roubou de você… Eu sempre fui dele, desde o primeiro momento…”

 

“S-Sehun…” – A coreana dizia com as lágrimas correndo livres pelo seu rosto bem desenhado.

 

Em questão de segundos a menina saiu correndo da casa de Baekhyun e o pai de Luhan ficou olhando para o caminho feito por ela com confusão no olhar.

 

“Acho que você exagerou…”

 

“Só assim para ela entender e parar de fantasiar ou culpar o Luhan.” – Suspirou. – “De qualquer forma, seu filho vai ficar mais aliviado…”

 

“Muito ciumento ele?” – Permitiu que o canto esquerdo de sua boca se levantasse em um sorriso torto.

 

“Sim… Mas eu também sou!” – Gargalhou.

 

“Ele é muito feliz com você…” – Disse olhando para o filho que estava sentado no puff onde Sehun estava há minutos atrás. – “Ele me disse que você o apoiou em seu sonho de escrever…”

 

“Sim! Ele está quase terminando o primeiro livro e depois de pronto faremos de tudo para publicá-lo!”

 

“E as músicas de sua banda… Sãos as feitas por ele, não é?”

 

“Uhum! São perfeitas… Ele tem um dom incrível!”

 

“E como tem!” – Sorriu saudosista. – “Desde criança as palavras são amigas dele. Parece que ele nasceu com o dom de ter o carinho das palavras, sabe? Tudo que ele escrevia na escola ganhava prêmio e aparecia no jornalzinho das turmas. Um dia ele fez um texto sobre esportes e a vida e ele emocionou a professora de Educação Física… Ele chegou em casa tão feliz! E quando ele era criança… Eu e a mãe dele ficávamos para contar histórias de ninar… Acredita que ele quem acabava inventando histórias e contando para gente?!”

 

“Sério?” – Perguntou encantado.

 

“Sim! Um dia eu cheguei muito cansado do serviço… Mai Lee também estava cansada e com muita dor de cabeça naquele dia… Então eu fui contar a história para ele. Me deitei junto com ele na cama e comecei a criar uma história, mas em minutos ele já começou a inventar outra história baseada na que contava e aí eu adormeci! Acordei com a mãe dele me cutucando… Quando abri os olhos ele estava lá, com aqueles olhinhos espertos me olhando e rindo enquanto falava “coloquei o papai pra nanar”. Vê se pode?!”

 

“Que gracinha!” – Sehun dizia sorrindo abobado ao imaginar seu namorado como criança.

 

“Ele sempre foi muito esperto e ativo… Mas aí ele foi se entristecendo depois dos 15 anos dele…” – Suspirou. – “Eu comecei a beber e isso trouxe muita tristeza pra casa e resultou no meu divórcio com Mai Lee. E mesmo que ele não me diga… Eu sei que ele começou a se envolver com o médico que cuidou de mim quando eu fiquei internado… E isso foi uma das piores coisas na vida dele… Depois daquilo meu menino alegre e espero havia sumido e no lugar dele um apagado e inseguro Luhan surgiu…” – Voltou a sorrir e também deu leves tapinhas nos ombros de Sehun. – “Mas agora não… Ele voltou a ser feliz! A acreditar nele mesmo e ainda encontrou alguém que o ama de verdade e o apoia! Obrigado por fazer tão bem para ele.”

 

“D-De nada. Ele também me faz muito bem… Então acho que estamos quites.” – Sorriu envergonhado.

 

“O que estão fofocando?” – Luhan apareceu atrás de Sehun e o abraçou pela cintura.

 

“Só conversávamos sobre você colocar seu pai para dormir quando criança.”

 

“Ah, Deus!” – Gargalhou.  Aquela noite com toda a certeza entraria para a lista das mais felizes.

 

× × × ×

 

Depois que os convidados foram embora os meninos da The Secret Of The Phoenix, os amigos dos aniversariantes que iriam seguir viagem no domingo; Luhan e Sehun, os pais de ambos, ficaram arrumando a bagunça – ou deixando menos bagunçado para que arrumassem depois que acordassem (pois em dia de domingo nenhum empregado ia trabalhar na casa dos Byun).

 

A Sra. Byun cedeu quartos e colchões para que todos os meninos – e os pais dos aniversariantes – ficassem ali, ainda mais Sehun, Luhan e seus pais, que queriam curtir mais tempo com os filhos antes de seguirem viagem de volta para suas casas no domingo.

 

Luhan curtiu muito a companhia de sua mãe e principalmente a de seu pai e sua irmã que ele conhecia pela primeira vez. Sehun recebeu de bom grado os mimos de seus pais e as brincadeiras de seus amigos que também partiriam depois de uma madrugada de sono e um café reforçado quando acordassem.

 

Depois de longas conversas madrugada adentro todo mundo se acomodou e deixou o sono chegar findando aquela noite onde vários presentes importantes foram trocados…

 

 

Notas finais: Roupa do Sehun: http://d3j5vwomefv46c.cloudfront.net/photos/large/746539936.jpg?1363632442

 

Roupa do Luhan: http://haendsomeming010186.files.wordpress.com/2013/04/120710-exo-m-kris-lay-and-luhan-the-airport-to-beijing-exo-ec-97-91-ec-86-8c-31486013-577-960.jpg

 

 Notas de uma leitora: planos Baekyeol são os melhores. E a festa foi tão fofaaaaaaaaaaaaaa xD

ps: odeio a Dahee.

Apartamento 707 – Capítulos 13 e 14

Pessoal! Primeiro de tudo, desculpem por não ter repostado esses últimos dias. Foi uma correria aqui!!! Me perdoem!! Para compensar vocês, hoje teremos uma repostagem dupla xD

Capítulos 13 e 14 para todos!!! Tenham uma boa leitura.

Relembrando que por motivos explicados neste link http://www.twitlonger.com/show/n_1s0s1g5 a Kah decidiu deletar a fic no site em que postava xD

 

Capítulo treze: O passado e o presente.

 

Segunda-feira, 18 de março de 2013.

 

 

Um mês e dois dias se completavam naquela manhã de segunda-feira. Um mês e dois dias de namoro. Um mês e dois dias com Luhan não dormindo mais em seu quarto e acordando todo o dia com o sopro quente de Sehun perto de si.

 

Um mês e dois dias com Sehun ouvindo “acorda amor, ou vai se atrasar”; um mês e dois dias que ele havia descoberto ser ninfomaníaco, um mês e dois dias que ele havia descoberto que podia ser muito mais feliz que era.

 

O relacionamento de Luhan e Sehun se aproximava de um “relacionamento perfeito”. Ambos se entendiam como grandes cúmplices, como se sempre estivessem conectados; um cuidava do outro e apoiava o outro e praticamente não havia briguinha no relacionamento deles. Exceto quando Luhan se estressava com a bagunça e o desleixo de Sehun com suas coisas – por esse motivo que o chinês não havia tirado seus pertences do seu quarto, ou ele correria o risco de não achar nada no armário de Sehun, mesmo que ele – Luhan – o arrumasse quase toda semana. E as outras briguinhas eram por causa do sexo.

 

Porque Luhan queria saber como era ser ativo (e falava dessa vontade desde o seu namorado com Jongin, quando reclamava que o moreno não deixava), e Sehun havia prometido que deixaria, mas sempre na hora “H”, o coreano driblava o mais velho e acabava sendo o ativo.

 

“Amor, eu já pedi desculpas! Não deu… Pra controlar quando eu te ouvi gemendo e…”

 

“Idiota! Você tinha dito que essa noite seria eu!” – Falou emburrado.

 

“Desculpa amor!” – Abraçou o menor por trás. – “Hm, me desculpa?” – Foi distribuindo selares pelo pescoço alvo de Luhan.

 

“Não, eu não te desculpo!”– Falou empurrado o corpo do mais novo. – “E… P-Pare seu incontrolável! Acabamos de fazer.”

 

“Sou um adolescente que descobriu a sexualidade. Preciso saciar minhas necessidades!” – Riu de modo zombeteiro.

 

“Vou saciar minha mão na sua cara, isso sim.” – Luhan saiu da cama com o intuito de caminhar até o banheiro para tomar um banho relaxante, mas sentiu um puxão em seu pulso o impedir de continuar e o deitar na cama. – “Não quero de novo, Sehun. Estou de greve até me deixar ser o…” – Luhan foi interrompido por um beijo despudorado que o maior havia iniciado ao mesmo tempo em que levava uma mão ao membro murcho de Luhan – que não demorou muito tempo para voltar a se animar.

 

“Não quer é?” – Riu após apartar o beijo, olhando de modo malicioso para o membro de Luhan.

 

“I-Idiota!”

 

“Não me xingue, amor. Logo eu, que sou um namorado tão perfeito e que vai realizar sua vontade, exatamente agora.” – Sorriu, sentando-se em cima do baixo-ventre de Luhan e rebolando sobre seu membro.

 

“A-Ah!” – Luhan mordeu o lábio inferior com a ação de Sehun. – “S-Sério?”

 

“Uhum.” – O coreano sorriu e lambeu os lábios, como sempre fazia.

 

“Tem certeza disso?”

 

“Por quê?”

 

“Sei lá, tem gente que… Não gosta de ser o passivo…” – Falou corando.

 

“Luhan… O que nós fazemos?”

 

“Hm?”

 

“Nós fazemos amor, Luhan. E eu não me importo se vou ser o ativo ou o passivo… Todas as vezes que prometi e não cumpri, foi porque eu realmente não consigo me controlar, você é tão… Sexy e sedutor, atraente e provocante que eu… Não consigo… Evitar.” – Riu. – “Mas não é porque não quero te deixar ser o ativo. Eu quero fazer amor com você, e fazendo amor eu penso não apenas no meu prazer, mas no seu também.” – Abaixou-se e selou os lábios aos do namorado. – “Eu te amo, e quero virar um, de corpo e alma com você, seja como for.”

 

“S-Sehun…” – Luhan sorriu e imediatamente deitou Sehun na cama, ficando por cima. Envolveu o namorado com um beijo apaixonado onde as bocas se encaixavam perfeitamente e trocavam carinhos únicos e singelos com um explorar calmo das línguas.

 

Assim que os lábios se afastaram, Luhan desceu com beijos pelo queixo do maior, dirigindo-se até seu pescoço, não tão alvo – pois, já tinham algumas marcas ali do round anterior. O chinês prendia a pele com os dentes enquanto se mexia lentamente em cima da intimidade de Sehun, se deleitando com os gemidos arrastados que Sehun soltava ao ser provocado.

 

Os lábios carnudos e rosados desciam a extensão cheirosa e macia de Sehun, marcando sempre que dava vontade no chinês de mostrar para Sehun que ele era seu. Quando chegou aos mamilos, Luhan colocou a língua para fora e começou a passar a pontinha da mesma nos mamilos rosados, deixando-os durinhos e arrepiados.

 

“L-Luhan…” – Sehun se contorcia em cima da cama. Sua boca estava um pouco aberta e por ela saía tanto o ar quanto os gemidos roucos do mais novo; seus olhos estavam fechados com força e sua cabeça enterrada no travesseiro macio que Luhan usava, o que fazia Sehun se inebriar com o cheiro do namorado.

 

O loiro continuava a descer com beijos e mordidas por todo o corpo de Sehun, mas subiu, refazendo o caminho, antes que ele pudesse dar alívio a uma parte que suplicava por atenção.

 

“Tive uma ideia…” – Luhan disse com um sorriso torto e completamente pervertido, o tipo de sorriso que Sehun amava saber que somente ele poderia ver naquele rosto que na maioria das vezes trazia traços calmos.

 

Sem perguntar, Sehun apenas seguiu com os olhos as ações do namorado. Viu que o mesmo se levantava, ficando em cima da cama com o apoio dos joelhos e levava sua mão até o lubrificante que estava perto da cama. Com o objeto em mãos não demorou muito para que o chinês se deitasse na cama e pedisse para Sehun ficar de quatro em cima de si, mas do lado contrario.

 

Sehun logo entendeu o que o outro queria, então ficou de quatro em cima de Luhan, com seu membro na direção do rosto do chinês na clássica posição “69”. O coreano rapidamente levou suas mãos até o membro do namorado e começou a estimulá-lo antes de colocá-lo por inteiro em sua boca, fazendo o mais velho soltar um gemido alto ao sentir a cavidade úmida de Sehun o sugando, e por isso precisou de força de vontade para se concentrar em dar prazer e não só em receber.

 

Diferentemente de Sehun, Luhan demorou em colocar o membro do outro por completo em sua boca. Começou lambendo e sugando a glande inchada e rosada, para depois lamber toda a extensão do membro ereto. Lambendo da base até a glande, Luhan soltou o membro depois de uma sucção lenta que fez um barulho estalado. O chinês abriu o lubrificante e derramou um pouco em seus dedos, e assim que abocanhou o membro túrgido de Sehun, penetrou-o com um dedo lambuzado com o gel.

 

Sehun gemeu contra a pele quente do membro de Luhan, fazendo o chinês se arrepiar. E naquele jogo de prazeres mútuos, o quarto ia sendo preenchido pelo barulho que as bocas faziam nos membros necessitados e pelos murmúrios de prazer que arranhavam suas gargantas.

 

Luhan continuou a trabalhar no membro do namorado, aumentando e diminuindo a velocidade de sua boca por diversas vezes, e, enquanto sua língua brincava com o falo do outro, seu segundo dígito penetrou o orifício de Sehun, obrigando o maior a parar de alegrar Luhan para gemer alto. O mais velho fazia rápidos movimentos com a boca e com os dedos dentro do maior, preparando-o e alargando-o para o que viria a seguir.

 

Ao sentir que o namorado não aguentaria por muito mais tempo, o chinês soltou seu membro e retirou seus dedos e com um pedido mudo Sehun entendeu o que era pra fazer. Saiu de cima de Luhan e deitou-se ao seu lado, puxando-o para cima de si no mesmo momento que um beijo afoito foi iniciado. Em meio às salivas ambos trocavam os seus próprios gostos naquele beijo molhado que ia perdendo a calma e a castidade a cada segundo.

 

Luhan mordeu o lábio inferior de Sehun e foi arrastando a carne com os dentes, o que fez o coreano sorrir ao ver a expressão sexy e sedutora que seu namorado poderia ter.

 

“Vem, Hannie…” – Sehun provocou o chinês ao dizer essas palavras entre sussurros pervertidos pertos o suficiente de seu ouvido. – “Quero te sentir dentro de mim, Luhan.”

 

Os pelos do corpo do chinês se eriçaram com aquela provocação, fazendo-o pegar novamente o lubrificante e despejar grande quantidade em seu membro enrijecido, apoiou-se em seus joelhos e se curvou em cima do corpo do namorado, que encurtou as pernas, deixando-as dobradas ao lado do corpo.

 

Sehun levou suas mãos até a nuca alheia, puxando Luhan para perto de si iniciando um novo beijo enquanto ele sentia a cabeça do pênis do outro lhe violar. Um arrepio percorreu a espinha do coreano e um grito de dor misturado com gemido de prazer quis se libertar de sua garganta assim que sentiu Luhan penetrá-lo com todo o seu membro e ficar parado dentro de si, esperando por confirmação de que ele poderia se movimentar.

 

Não demorou muito para Sehun sussurrar perto dos lábios vermelhos e molhados de Luhan que o mesmo poderia avançar.

 

Com carinho e calma – até inédita para um momento daquele – Luhan fazia movimentos de vai e vem dentro de Sehun e este direcionava sua boca até a curvatura do pescoço alheio, distribuindo beijos e mordidas não muito calmos, pois era como se Sehun descontasse o prazer que surgia dentro de si com seus dentes que marcavam a pele de Luhan.

 

“L-Luhan…” – Sehun gemeu arrastado, novamente próximo ao ouvido do chinês. – “M-Mais rápido…”

 

Atendendo ao pedido do namorado, Luhan colou os corpos o máximo que pôde e aumentou a velocidade, enterrando-se com tudo dentro do coreano, que gemia mais e mais.

 

“S-Sehun…H-HM… É… Tão… Apertadinho… É delicioso!” – Falava ao penetrar Sehun sem dar intervalo em uma estocada e outra.

 

Com a proximidade dos corpos, o membro de Sehun estava sendo prazerosamente friccionado pelo abdômen de Luhan, o que torturava ainda mais o jovem coreano e o fazia suplicar e gemer demasiadamente.

 

“L-LUHAN!” – Gemeu alto ao sentir sua próstata ser atingida pela glande de Luhan. – “A-AÍ! D-De novo!” – E novamente Luhan atendia aos pedidos do namorado, acertando com velocidade aquele ponto.

 

Os dentes de Sehun entraram em ação de novo, e junto deles suas unhas, pois além de morder a extensão do pescoço ao ombro do chinês, o coreano ainda arranhava suas costas alvas, espalhando vergões que, mesmo sem ver, sabia que demorariam a sair.

 

Dentro do quarto os gemidos de ambos competiam com o barulho dos corpos se chocando na movimentação frenética que Luhan ditava dentro de Sehun; a luz da lua que entrava e iluminava o quarto, juntamente com a iluminação proveniente do abajur, ajudava para deixar ainda mais intimo aquele momento dos dois. Os lençóis desarrumados e sujos desde a primeira rodada, agora estavam sendo apertados pela mão de Sehun que não arranhava o corpo do namorado; a colcha azul estava caída no pé da cama, próxima a algumas peças de roupas que foram jogadas ali de maneira impaciente.

 

Tudo estava perfeito, como sempre era quando um pertencia ao outro.

 

Luhan levou uma mão até a semelhante de Sehun que apertava o lençol entre os dedos, entrelaçou-as e as levou até seu coração, fazendo com o que coreano pudesse sentir que ele batia acelerado de tanto prazer e alegria dentro de si.

 

“E-Eu também estou feliz, Luhan…” – Disse ao lançar um sorriso para o namorado.

 

“E-Eu… Te amo tanto…” – Luhan sorria ao dizer essas palavras.

 

A mão de Sehun que estava parada no final da coluna de Luhan – depois de tanto arranhar aquela região – direcionou-se até a nuca do chinês, trazendo-o para outro beijo.

 

O ósculo iniciou-se calmo e tranquilo, mas à medida que os corpos chegavam aos limites, o beijo ia evoluindo, tornando-se mais despudorado a cada segundo. As línguas iam disputando domínio e espaço ao mesmo tempo em que o membro de Luhan saía e entrava em Sehun de maneira frenética e intensa, e com apenas mais uma funda e prazerosa estocada, Sehun se desfez entre os corpos, e Luhan chegou ao ápice dentro do corpo do namorado.

 

O chinês não parou os movimentos de uma vez, mas foi diminuindo-os até que se retirou de dentro de Sehun que gemeu arrastando, dando seu ultimo deleite naquela noite.

 

“Foi… Foi incrível, Sehun.” – Luhan estava deitado ao lado do maior que tentava controlar sua respiração e seus batimentos. Depois de dizer tais palavras, o chinês passou a distribuir diversos selares pelo rosto do maior. – “Obrigado!”

 

“D-De nada.” – Sehun sorriu encabulado. – “F-Foi maravilhoso, Luhan.”

 

“Eu te machuquei?” – Perguntou envergonhado e preocupado, compreendendo na pele toda a preocupação que Sehun tinha com ele.

 

“N-Não… Digo, no começo doeu um pouco… Mas depois… Foi muito, muito bom mesmo!” – Riu e puxou o menor pra perto de si, para beijar sua testa. – “Você sempre é delicioso, Luhan.” – Sorriu. – “E sabe… Estou pensando que não devemos rotular nossa relação.”

 

“Está falando o que eu acho que está falando?”

 

“Sim… Eu acho que…” – Subiu em cima de Luhan e beijou o pescoço do mesmo. – “Vai ser mais legal se entre nós não tiver um ativo e um passivo definido. O que você acha, uh?”

 

“A-Amei!” – Agarrou o maior e rolou com ele pela cama, ficando por cima. – “E olha, a gente pode até fazer mais de uma vez na noite, uh? Uma vez você ativo e outra vez eu serei ativo. O que acha?” – Sorriu maliciosamente.

 

“Ooooh! Eu não sou o único ninfomaníaco desse relacionamento!”

 

“Convivência.” – Luhan falou rindo e depois lambeu os lábios do namorado. – “Agora vamos tomar um banho e dormir? Amanhã temos que acordar cedo.”

 

“Ok.” – Sehun sorriu. – “Sinto que darei a aula em pé amanhã.” – Gargalhou.

 

“Amor, eu te machuquei!”

 

“Estou brincando, estou brincando.” – Mordeu a bochecha de Luhan e o puxou para irem tomar banho.

 

× × × ×

 

Como sempre, Luhan acordou primeiro na terça-feira. Se levantou e foi tomar seu banho, vestiu o uniforme da clínica – uma calça social preta e uma camisa de manga curta em cor verde bebê com a logo do hospital onde trabalha de um lado e a logo da clínica de neurologia, setor onde trabalhava, de outro.

 

Após se arrumar, o chinês foi até a cozinha para começar a preparar o café da manhã e quando tudo estava quase pronto, foi para o quarto acordar Sehun.

 

“Amor…”

 

“Hm.” – Murmurou abraçado ao travesseiro de Luhan, hábito que Sehun adquiriu nesse tempo de namoro com o chinês: ou ele estava abraçado ao corpo magro de Luhan, ou ao seu travesseiro, quando o menor deixava a cama.

 

“Acorde, amor. Vai se atrasar.”

 

“Hm, mais um pouco.”

 

“Já deixei os minutos extras. Tome seu banho e se arrume, ande.”

 

“Não quero.”

 

“Oh Sehun!”

 

“H-Hm?”

 

“Acorde ou vou jogar água gelada em você, e você sabe que eu jogo mesmo!” – Sim, Luhan já jogou uma vez, quando Sehun não acordava por nada.

 

“Aish.” – Sehun reclamou ainda de olhos fechados.

 

Com muita relutância, o mais novo abriu os olhos e se sentou na cama, fitando o rosto de Luhan com uma cara séria.

 

“Bom dia!” – Luhan disse sorrindo.

 

“Sono.”

 

“Sehun!”

 

“Ok. Ok.” – Pendeu a cabeça para o lado do chinês e selou os lábios. – “Bom dia, amor.”

 

“Assim está melhor.” – Sorriu e depois mordeu a bochecha de Sehun. – “Levante e tome seu banho.” – Levantou e segurou a mão do maior, o puxando para que ele não capotasse na cama de novo e voltasse a dormir como já havia feito algumas vezes. – “Vamos, melhore essa cara.”

 

“Só com mais beijinhos…” – Falou com a voz rouca em um tom manhoso que fez Luhan sorrir.

 

O chinês se aproximou e selou os lábios, tratando logo de iniciar um beijo mais intenso. – “Melhor?”

 

“Uhum! Me sinto até mais animado!”

 

“Besta!” – Respondeu rindo. – “Hein, vamos almoçar juntos hoje, né?”

 

“Uhum. Eu, Chanyeol e Baekhyun faremos o programa voluntário hoje pela manhã, porque de tarde eu tenho aula particular com o JiHan.”

 

“Ah é, ele vai repor porque não pôde ir à aula da semana passada né?”

 

“Sim.” – Falou bocejando. – “Eu tenho aula até as 09h30min e de lá vamos para o hospital, descemos ao meio-dia para almoçarmos com você.”

 

“Ok, me dá um toque quando for para a fila que eu desço correndo, como fizemos na semana passada.”

 

“Ok!” – Puxou o menor pela cintura. – “Agora mais um beijinho, para meu dia começar bem.”

 

“Sehun…” – Luhan sorriu, antes de colar seus lábios ao do namorado.

 

Ele amava iniciar seus dias assim.

 

× × × ×

 

Depois que se certificou que Sehun não enrolava mais para se arrumar, Luhan pegou o rumo do trabalho. Colocou os fones de ouvido em suas orelhas e cantarolou baixinho algumas partes da música que ouvia enquanto caminhava para o metrô.

 

O transporte, quase sempre lotado àquela hora do dia, atrasou alguns minutos naquela terça-feira, mas não o suficiente para atrasar Luhan, já que seu trabalho era apenas duas estações da que morava e o hospital ficava do outro lado da rua da estação de metrô.

 

Chegou ao grande hospital distribuindo “bom dia” e sorrisos para quem quisesse, direcionou-se até o elevador e apertou o botão do sétimo andar, o andar da neurologia. E também chamado por Luhan de: o andar do Sr. Byun, porque era o chefe da neurologia, sendo o mais importante entre os quatro médicos que tinham ali.

 

Na extensão do sétimo andar existia um balcão com seis atendentes – metade era homem e a outra metade mulher – que marcavam consultas; existia também uma sala longa de espera e corredores com os quatro consultórios, e uma grande porta de vidro que separava a parte das consultas da parte dos exames – essa última era onde Luhan trabalhava, marcando exames ou conduzindo os pacientes para fazê-los, como por exemplo, o eletroencefalograma.

 

Nessa ala trabalhava Luhan e mais três pessoas, sendo que só havia uma moça entre eles, Yeojin, uma moça com quase trinta anos de idade que se casou cedo demais para fugir de casa, tinha duas filhas gêmeas que às vezes iam buscá-la no hospital e brincavam com Luhan.

 

Yeojin era a amiga mais próxima de Luhan no trabalho e a única com quem o loiro conversava e comentava sobre o namoro, tirando, claro, uma senhora que ficava no atendimento de consultas – a mesma que havia presenteado Luhan com o óleo afrodisíaco.

 

“Luhan, vamos almoçar juntos hoje, ou seu namorado virá?”

 

“Ah, ele vem! Mas se quiser pode se juntar com a gente, noona.”

 

“Não me chame de noona!” – Ditou emburrada. – “Não vou atrapalhar?”

 

“O que?”

 

“Ahn, o casalzinho apaixonado, oras.”

 

“Ah não, não.” – Corou e tossiu. – “Nossos amigos também estarão aqui.”

 

“Hm, então dessa vez eu aceito o convite. Poderei ver o bonitão do seu namorado pessoalmente!”

 

“Noona!” – Falou irritado para implicar.

 

“Ok,ok entendi. Só não me chame mais de noona!”

 

× × × ×

 

Quando o relógio marcou meio-dia em ponto, o celular de Luhan vibrou em seu bolso com a mensagem enviada por Sehun, que já estava na fila com Baekhyun e Chanyeol.

 

Os três coreanos faziam há quase um mês trabalho voluntário na ala infantil – mais precisamente na ala de crianças com câncer. Isso aconteceu depois que uma das alunas de Sehun parou de ir às aulas de música e ele descobriu que o motivo era porque ela estava internada cuidando de um câncer nos ossos. Após visitá-la Sehun sentiu uma vontade imensa de fazer serviço voluntário, levando seu violão e tocando para as crianças, e, na segunda semana ele convidou Baekhyun e Chanyeol que ficaram encantados e retornaram mais dias durantes essa semana.

 

Agora era a terceira semana que eles faziam o voluntariado, e as crianças do local já os amavam, e também amavam o moço com cara de anjo que poucas vezes aparecia: Luhan. Quando tinha uma folga no serviço – quase sempre no resto dos seus horários de almoço ou de lanche – Luhan ia com o namorado e amigos visitar as crianças, e a criatividade imensurável do chinês para histórias rendia alguns minutos de fantasias nas cabecinhas encantadas das crianças que ouviam atentamente às histórias de faz de conta que Luhan lhes contava.

 

“Vamos, Yeojin? O Sehun e os meninos já estão na fila.”

 

“Ah, vamos, vamos.” – Sorriu e se levantou. – “Meninos, eu e o Luhan vamos almoçar, cuidem aqui, ok?” – Falou com os outros responsáveis pelo setor. – “Que sorte que ele chamou agora, no horário que nós dois temos o costume de descer, assim não atrapalhamos o horário dos outros dois.”

 

“Uhum!” – Luhan sorriu e apertou a bochecha da mulher. – “Você parece nossa mãe, sempre cuidando da gente.”

 

“Mãe?” – Falou levemente irritada. – “Me chame de mãe de novo que eu te bato, Luhan!”

 

“Ok, ok. Parei.” – Gargalhou. – “Mas você é mãe!”

 

“Não de marmanjos como vocês! Me respeite, moleque!”

 

“Oh, falou igualzinha uma mãe!”

 

“Luhan…”

 

“Certo, parei.” – Falava segurando o riso.

 

Os restaurantes e lanchonetes ficavam no primeiro andar do hospital e quando Yeojin e Luhan chegaram ao restaurante para os funcionários – que Sehun, Baekhyun e Chanyeol conseguiam permissão para almoçarem lá por causa do serviço voluntário – não demoraram em avistarem Sehun e os outros.

 

“Ei, pessoal.” – Luhan falou parando ao lado deles. – “Essa é Yeojin, trabalha no mesmo setor que eu.”

 

“Prazer.” – A mulher disse sorridente e se curvando.

 

“Esses são: Sehun, Baekhyun e Chanyeol.”

 

“Prazer.” – Os rapazes falaram e também se curvaram.

 

Depois de cada um ser servido, todos caminharam até uma mesa próxima à janela que dava espaço suficiente para todos. Chanyeol e Baekhyun se sentaram um ao lado do outro e de frente para Sehun e Luhan que também estavam um ao lado do outro e Yeojin sentou-se próxima a Luhan, por várias vezes fitando Sehun, Chanyeol e Baehyun.

 

“O que foi, Yeojin?”

 

“Eles são muito bonitos!” – Ela dizia encantada. – “Eu já tenho que viver com uma beleza como a sua cinco dias por semana e aí vejo seu namorado e seus amigos… Me sinto meio deprimida.”

 

“Deprimida?” – Chanyeol perguntou confuso.

 

“Vocês são tão bonitos… Que me fazem querer namorar vocês, mesmo sendo casada. E me fazem pensar que meu maridão é feio demais perto de vocês. E vocês às vezes são tão perfeitos que eu como mulher eu me sinto uma ogra…” – Falava com um biquinho nos lábios.

 

“Yeojin!” – Luhan falou, sem conseguir evitar o riso. – “Você exagera demais.”

 

“Não é exagero! Seu namorado já era bonito por fotos no seu celular, pessoalmente…”

 

“Mas seu marido é bonito também!”

 

“Mas…” – Falou novamente com um biquinho.

 

“Coitadinho do seu marido… Ele te ama tanto. Vem te buscar e sempre está preocupado com você…” – Luhan falava com falso pesar.

 

“Eu o amo também, mesmo ele sendo esquisitinho.” – E todos os quatro rapazes riram naquela mesa, ficando com o ambiente agradável assim por todo o almoço.

 

Quando terminaram o almoço, Luhan ainda tinha alguns minutos de almoço e Yeojin disse para Luhan aproveitar os minutos com Sehun, enquanto que ela subiria para o andar deles.

 

“Vocês ainda farão voluntariado?”

 

“Vamos só dar um beijo nas crianças. Elas só nos deixam sair na hora do almoço e algumas só comem se a gente prometer voltar, mesmo se for apenas para dar tchau.” – Chanyeol dizia animado.

 

“Ah, que bom, vou lá com vocês! Estou com saudade delas.”

 

“Elas falaram de você hoje. Estão com saudades do anjo Luhan.” – Sehun disse sorrindo e beijando a bochecha de Luhan, que sorriu.

 

A ala da oncologia pediátrica ficava no quinto andar e os meninos assim que chegaram caminharam alguns minutos pelos corredores até chegaram em um grande local rodeado por vidros e com várias macas ali. Era onde ficavam as crianças com casos mais graves, algumas carecas, outras com o cabelo crescendo, outras com toucas de crochê; algumas magras e debilitadas, com olhar vazio e distante, outras com olhares esperançosos. De qualquer forma, sempre que entravam ali eles suspiravam e buscavam forças para não se desmancharem em lágrimas.

 

Quando algumas crianças viram Luhan, correram de encontro a ele e o abraçaram forte – ou com o máximo de força que tinham.

 

“Anjo!” – Uma menina de dez anos, Eun Seo, disse. Ela era uma das mais encantadas por Sehun e Luhan, principalmente quando o coreano tocava alguma música para elas e era acompanhado pela voz melodiosa de Luhan.

 

“Eun Seo!” – Luhan ajoelhava e ficava quase do tamanho dela para abraçá-la. – “Como você está, uh? Está comendo e tomando os remédios?”

 

“Estou!” – Abraçava Luhan e beijava levemente sua bochecha.

 

“Isso aí!”

 

“Luhan anjo oppa!” – Uma menininha de sete anos falava. Sang Mi era uma menininha linda que vivia com a toquinha de orelhinhas de urso que Baekhyun havia lhe dado. – “Vai cantar pra gente hoje?”

 

“Hoje não… Mas amanhã de tarde, quando o Sehun aparecer aqui eu canto, pode ser?”

 

“Promete?”

 

“Uhum!” – Luhan falou esticando o dedo mindinho e a menina fez o mesmo, ambos cruzaram os dedos e firmaram aquela promessa.

 

“Baekhyun oppa cantou hoje!” – Sul Li, uma das mais velhas ali e que lutava contra uma leucemia aguda falou sorridente. – “Amanhã vocês poderão vir?”

 

“Infelizmente não.” – Chanyeol disse magoado. Não era sempre que eles conseguiam faltar aos serviços para visitarem as crianças. – “Mas o Sehun conseguirá vir. Ele tem um horário mais flexível que o nosso.”

 

“Mas a gente voltará logo!” – Baekhyun dizia com um menininho de três anos no colo, Ro Woon.

 

“Sehun oppa e anjo oppa virão amanhã!” – Sang Mi dizia com os bracinhos levantados em comemoração.

 

Os meninos beijaram e se despediram de todas as crianças, porque o horário deles estava acabando e também porque o novo oncologista apareceria para aplicar medicação em algumas crianças.

 

“O que será que aconteceu com o doutor Goo?” – Baekhyun perguntava para Chanyeol, enquanto que Luhan tentava se soltar do abraço de Sang Mi.

 

“Pelo que eu ouvi hoje no almoço ele foi transferido para outro hospital.”

 

“Poxa, as crianças gostavam tanto dele.”

 

“Sim.”

 

“Vou ver se meu pai sabe dele e se ele saiu de vez daqui.” – Baekhyun dizia.

 

“Seu pai não é dono do hospital, Baek. Só da ala de neurologia.” – Chanyeol ria.

 

“Mas ele conversava com o doutor Goo. Às vezes eles operavam juntos, quando era caso de uma criança com tumor no cérebro. Só quero notícias! Porque as crianças gostam dele. Estou preocupado ok?”

 

“Esse novo médico pode ser bom, não fique preocupado assim.”

 

“Hunf.”

 

“Eu cuidarei bem das crianças.” – Uma voz suave apareceu e assustou Baekhyun. O moreno de olhos delineados virou-se envergonhado para trás e viu um homem mais ou menos do tamanho de Chanyeol que vestia um jaleco branco com o nome Chae Taesoo.

 

“A-Ah… Q-Que bom.” – Baekhyun disse envergonhado. – “Luhan, Sehun… V-Vamos?” – Chamou os amigos para sair logo dali e não vivenciar mais daquele momento constrangedor.

 

“Lu… Han…?” – O médico disse dirigindo o olhar para dentro da ala e encontrando um rapaz loiro com o rosto delicado e suave que se levantava e atendia ao chamado de Baekhyun. – “Luhan…” – Falou novamente, se aproximando do chinês.

 

Luhan olhou para o homem que se aproximava e sentiu sua garganta secar no mesmo momento que seu coração disparava e suas mãos suavam em frio. Era realmente o homem de seu passado traumático que estava parado à sua frente? O que ele fazia ali? Não havia se mudado para outro país?

 

“T-Taesoo…?”

 

“Luhan…” – Sehun apareceu do lado do chinês. – “Esse é o Taesoo que me falou?” – Sehun perguntou, levemente ignorando o homem vestido de jaleco branco que encarava a ele e a Luhan.

 

“Sim.” – O chinês respondeu ao voltar o olhar para Sehun, que estava com os olhos fulminantes de raiva. – “Sehun, acalme-se.”

 

“Luhan… Como você… Está?”

 

“Como se você se importasse!” – Sehun ditou feroz. – “Vamos embora e ignore esse homem, Luhan.” – Segurou no pulso do mais velho e começou a puxá-lo para a saída.

 

O médico seguiu os dois para fora da ala que estavam, encontrando-os no corredor junto com Baekhyun e Chanyeol. Taesoo puxou o braço de Luhan o impedido de se distanciar, e disse. – “M-Me desculpe, mas… Eu queria conversar com ele.”

 

“Ele não tem nada para falar com você!”

 

“Amor…” – Luhan falou pausadamente e baixo, para não atrair mais atenção ainda dos transeuntes.

 

“Você vai falar com ele?! Ele…”

 

“Eu sei o que ele me fez. Mas nada melhor do que superar isso de uma vez, não?”

 

“Mas…”

 

“Amor, por favor.”

 

“Mas… Aish! Então eu vou ficar também.”

 

“Não, você não vai. Você vai trabalhar.” – Sorriu calmamente. – “Eu vou ficar bem, prometo.”

 

“Me liga quando terminar?” – Perguntou mais baixo somente para Luhan, mas Taesoo ouviu.

 

“Ligo.” – Sorriu. – “Te amo.”

 

“Também te amo.” – Sehun respondeu e direcionou o olhar enraivecido para o médico. – “Cuide-se.”

 

“Pode deixar.” – Luhan disse calmamente e depois acenou para Sehun e seus amigos. – “O que quer falar?” – Voltou para Taesoo com o rosto indiferente.

 

“Eu nem acredito… Nem acredito que você está aqui.”

 

“Eu também levei um choque, confesso.” – De fato havia levado, mas depois, quando ouviu a voz rouca de Sehun o chamando e o livrando de seu mundo de lembranças e surpresas, Luhan percebeu uma coisa: Taesoo era passado.

 

Foi de fato estranho encontrar o médico por quem sofreu tanto tempo parado em sua frente. Não negou que nos segundos iniciais se lembrou de tudo que lhe torturou por muitos anos, mas depois ele simplesmente ficou indiferente.

 

Ao ver Sehun do seu lado e seus amigos confusos encarando o trio por trás, Luhan percebeu que sua vida havia mudado e que não tinha mais motivos para sofrer, por isso, percebeu que não tinha mais que sentir aquele frio e coração acelerado, porque o que estava em sua frente era seu passado e ele estava vivendo agora um lindo presente, ao lado de Sehun.

 

“L-Luhan… Eu passei todos esses anos… Pensando… No quanto eu queria poder ter essa chance.”

 

“Chance? Que chance?”

 

“De… Te reencontrar…”

 

“E pra que queria me reencontrar?”

 

“Pra…” – Suspirou profundamente. – “Pedir perdão.”

 

“Perdão?”

 

“Eu fui horrível com você. Muito horrível… Logo que cheguei ao Japão eu comecei a relembrar… Nossos momentos… E… Eu percebi o quanto tinha sido… Horrível. Eu gostava de você, gostava mesmo Luhan. Mas eu simplesmente não podia continuar com aquilo. E fui covarde ao te falar aquelas coisas… A culpa me corroeu por meses e isso me fez contar para minha esposa sobre a traição. Lógico que ela me largou…” – Suspirou. – “Eu entrei em depressão e fui mandado embora e voltei para a Coréia. Passei por muitos problemas até que uns dois anos atrás eu… Encontrei uma pessoa. Meu psicólogo. Ele me fez contar toda a culpa que eu sentia e me ajudou a superar. Não demorou muito e acabamos juntos, finalmente entendi que tudo que fiz foi por medo de me assumir… Eu fui horrível com você, me perdoe, Luhan.”

 

O chinês ouviu tudo com atenção e suspirou. – “Olha, eu confesso que por um breve momento eu me senti vingado ao saber que você quebrou a cara… Mas… Sabe… Depois desses segundos, passou. Eu demorei muito tempo sofrendo pelas coisas que você me fez, e só agora eu percebo que eu prolonguei o mal que me fez, sabe? Se eu não tivesse corroído por tanto tempo todas aquelas lágrimas, eu teria vivido momentos mais felizes…” – Suspirou novamente. – “Agora eu sei que estou completamente livre do meu passado… Eu me curei disso e estou feliz, e você deveria fazer o mesmo. Não devia ter carregado essa culpa.”

 

“E-E sei… Mas te ver… Me fez querer pedir perdão.”

 

“Hm.” – Coçou a nuca. – “Eu já superei e esqueci isso, mas, se é tão importante assim, ok. Está perdoado.”

 

“De verdade?”

 

“Sim.” – Ficou em silêncio por um tempo, até que voltou a falar. – “Eu reconheço minha parcela de culpa. Eu sabia que você era casado e tinha consciência de que não largaria sua esposa por mim. Mesmo assim me envolvi e depois fiquei remoendo esse sofrimento no lugar de seguir em frente.” – Fungou. – “Então… Eu não vou mais te praguejar mentalmente e remoer isso dentro de mim… Já passou. Custei para aprender, mas alguém muito especial me ensinou e eu realmente quero colocar isso em prática. Não tenho mais tempo pra pensar nisso… Ser feliz com meu presente e minha nova vida não me permitem ficar chorando pelo passado… E de mais a mais… Tudo que eu sofri e todas as burradas que eu fiz são bem vistas por mim, porque me fizeram chegar onde estou e com quem estou.”

 

“Você… Se tornou um sábio homem, Luhan.”

 

“Obrigado. Transforme-se em um também e siga sua vida…” – Bateu de leve no ombro do médico. – “E ah, não faça com essa pessoa o que fez comigo ou com a sua ex-esposa…”

 

“N-Não!”

 

“Bem… Era somente isso?”

 

“A-Acho que sim.”

 

“Ok. Preciso ir.”

 

“Obrigado, Luhan.”

 

“Se cuida.” – O chinês nada mais disse e caminhou até o elevador. Tirou o celular do bolso e discou para Sehun. – “Ei, amor.” Luhan narrou tudo que havia conversado com Taesoo e quando terminou ouviu um risinho feliz do outro lado da linha. – “Por que está rindo?”

 

“Porque estou feliz de ver sua mudança. Estou muito orgulhoso de você, Luhan.”

 

“O-Obrigado.” – Caminhava pelo corredor do andar que trabalhava e sorria, mesmo que Sehun não pudesse ver. – “Um dia eu tinha que mudar, não é? Uma pessoa muito especial me disse que eu devia amadurecer e superar meus traumas e que quase nenhum amor aos dezesseis anos dá certo, então por que sofrer?”

 

“Isso mesmo!” – Riu. – “Bem, eu vou dar a aula agora, mas estarei contando as horas pra chegar em casa e te ter em meus braços.”

 

“Ui! Adoro esse Sehun galanteador! Também vou estar contando as horas, amor. Até lá.”

 

“Até. Te amo!”

 

“Também te amo, agora e pra sempre!”

 

“Pra sempre!”

 

Luhan desligou o celular e caminhou pelo corredor para ir até seu balcão, sem tirar um sorriso orgulhoso e feliz do rosto.  Orgulhoso de si mesmo, de ter vencido os traumas, de não ter recaídas, de se manter firme e forte e de a cada dia saber mais ainda o que queria e o que importava. Importava o dia a dia que ele tinha com Sehun e seus amigos, o dia de hoje onde havia almoçado com seu namorado e seus amigos, brincado com crianças que confiavam e precisavam dele…

 

O que mais importava agora para Luhan era o presente ao lado de Sehun e não mais seus traumas do passado.

 

 

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Capítulo catorze: Mais uma conquista,The Secret Of The Phoenix!

 

Luhan estava correndo para pegar o metrô enquanto tentava xingar o namorado por tê-lo atrasado a sair de casa, mas não conseguia, principalmente ao se lembrar daqueles olhinhos pequenos pedindo desculpas.

 

Sehun estava mais impossível ainda com seu sono eterno e não queria acordar por nada naquela manhã de 26 de março, o que fez Luhan se atrasar e ter a certeza de que tinha perdido, pelo menos, dois metrôs para o serviço.

 

Murmurando alguma prece confusa para que não tivesse perdido um terceiro trem, o chinês atravessou a rua para ir até a estação de metrô, mas antes de entrar de fato na estação percebeu que ao lado dela estava abrindo um novo bar.

 

“The Stones.” – O chinês leu a placa que estava sendo ajustada acima da entrada de vidro. Sem saber bem o porquê, Luhan caminhou mais pra frente do bar e abriu os olhos meio surpreendidos ao ler um cartaz colado no vidro “Teremos shows ao vivo. Se estiver interessado entre em contato.”

 

“Interessado?” – Uma voz aveludada apareceu ao lado de Luhan e este se virou assustado para encarar o dono dela: um rapaz baixinho com o rosto simpático e um sorriso perfeitamente brilhante.

 

“S-Sim! Meus amigos possuem uma banda e tenho certeza que eles ficarão interessados!”

 

“Sou Joonmyeon, o dono do bar… Prazer.” – Sorriu. – “Seus amigos tocam o que?”

 

Luhan explicou o tipo de música da banda de Sehun, quantos integrantes tinha e até falou o nome de cada um. No final da conversa de alguns minutos com o dono do bar, o chinês já havia conseguido pegar o número de Joonmyeon e a confirmação de que o rapaz estava interessado em fazer um teste logo que o bar abrisse: A The Secret Of The Phoenix iria tocar na inauguração, que aconteceria daqui uma semana e se o público aprovasse, eles teriam uma noite de shows durante todas as semanas.

 

Ao virar-se para ir de encontro ao seu rumo e entrar na estação de metrô, Luhan já estava mais do que atrasado, mas naquele exato momento ele não se incomodava mais com isso.

 

× × × ×

 

Assim que saiu do serviço Luhan caminhou desesperadamente para poder pegar logo o trem para casa, pois estava ansioso para contar a novidade pra Sehun.

 

A viagem de metrô durou o tempo de sempre, mas para o impaciente Luhan estava demorada demais e assim que as portas do trem se abriram em sua estação o chinês não evitou em sair correndo e esbarrando em algumas pessoas.

 

Correu o máximo que conseguiu e na mesma velocidade subiu os degraus da escada que o levava até o sétimo andar, pulando alguns degraus às vezes para poder ser mais rápido ainda. Assim que subiu o último enfiou a mão na bolsinha da frente de sua mochila e tirou sua chave de maneira afoita, acelerando os passos para parar em frente ao apartamento 707 e abrir a porta sem gentileza.

 

“Ei amor!” – O chinês ouviu a voz rouca e manhosa de Sehun vindo da cozinha. Acelerou os passos e assim que viu a figura do maior cozinhando um ensopado praticamente pulou em suas costas. – “Ow, também estou com saudades.” – Virou-se sorrindo e abraçando Luhan pela cintura. – “Como está?”

 

“Bem, e você?!”

 

“Bem também, e o serviço?”

 

“Lá no serviço foi tudo normal… Mas… no caminho aconteceu uma novidade!”

 

“Que novidade?”

 

“Sehun… Vai abrir um bar ao lado do metrô…” – Fez uma pausa dramática.

 

“Hm, é? Eu não vi bar nenhum…”

 

“Também, você é meio avoado amor, principalmente quando coloca os fones de ouvido.” – Falou revirando os olhos. – “Mas EU vi e vi também que ele terá show ao vivo durante todas as noites…” – Um sorriso sugestivo surgiu nos lábios do chinês.

 

“Não…” – Sehun começou a sorrir.

 

“Sim! E eu dei o nome da The Secreto f Phoenix!” – Luhan pulou no colo de Sehun, enroscando suas pernas na cintura alheia. – “Vocês irão tocar na inauguração do bar! E se forem bem aceitos, terão um dia reservado pra vocês em toda semana!”

 

“Não acredito!” – Sehun dizia enchendo o rosto do menor de beijos. – “Você é nosso anjo da guarda! Eu, eu… Nem sei o que falar! Obrigado amor, muito obrigado!”

 

“De nada!” – Luhan dizia sorrindo. – “Acho que mereço uns beijos por isso, hein?”

 

“Merece todos os beijos que quiser.” – Sorriu e roçou sua boca à do menor, iniciando um beijo calmo e apaixonado. – “Eu te amo tanto…”

 

“Também te amo, muito, muito.” – Sorriu e mordeu o queixo de Sehun. – “Mas então, e o seu dia, como foi?”

 

“Hm, normal. Tirando que ganhei mais uma admiradora secreta.” – Gargalhou.

 

“Ah não, outra? De qual turma dessa vez?” – Luhan dizia rindo.

 

“Da turma dos alunos de oito a dez anos. Acho que sei quem ela é, ela me olha como se eu fosse um príncipe encantado e morre de vergonha quando o ‘oppa’ vai ensinar alguma coisa pra ela.”

 

“Você tem que parar de ser a primeira paixão das menininhas que dá aula, Sehun.”

 

“Não está com ciúmes de criancinhas, né?” – Riu.

 

“Não!” – Falou com um biquinho em seus lábios. – “Ei, Sehun…”

 

“Sim?” – Dizia colocando o menor no chão e indo cuidar da panela que fervia.

 

“U-Um dia… Um dia…” – Suspirou. – “Um dia vai querer ser pai?”

 

Sehun engasgou com a própria saliva e começou a tossir. Tossia tão forte que o rosto branco ficou meio rosado.

 

“D-Desculpa pela pergunta…”

 

“N-Não tem que pedir desculpa.” – Respirou. – “Um dia eu quero sim.” – Sorriu, fazendo Luhan sorrir também, pois um dos sonhos do chinês era poder adotar um casalzinho, mas nunca falou isso com ninguém. – “Um casal. Um dia eu quero adotar um casal.”

 

“O-O que?” – Agora foi a vez de Luhan engasgar e começar a tossir devido ao susto que levou com a coincidência.

 

“O que foi amor? Não quer um casal?”

 

“Eu sempre quis um casal!”

 

“Sério?”

 

“S-Sim…” – Respondeu envergonhado. – “Sabe… A cada dia me convenço mais que somos destinados um para o outro.”

 

“Com toda a certeza.” – Sehun sorriu e selou seus lábios aos do namorado. – “Agora vá tomar seu banho que o ensopado está quase pronto.”

 

“Okay!”

 

× × × ×

 

No dia seguinte, assim que Luhan voltou do serviço, Sehun convidou o namorado a irem ao shopping, porque o mais novo queria escolher roupas novas para o show.

 

“Não vejo problema em suas roupas.”

 

“Se por acaso a gente tiver uma admiradora que nos acompanhe em todos os shows, vai achar que eu não tenho roupa…” – Falou com um biquinho.

 

“Deixe de exagero, Oh Sehun. Aposto que não está encontrando roupa porque não sabe onde as enfiou! Esse seu guarda-roupa é um buraco negro na nossa casa…”

 

“Amor, amor… Eu quero…”

 

“Ah… Já sei, é aquela jaqueta que você viu na vitrine quando fomos ao shopping final de semana… Agora que vai ter um show arruma a desculpa para comprá-la…” – Riu.

 

“Ahn, talvez…”

 

“Ai, ai. Ok, vamos. Maaaas…”

 

“Mas?”

 

“Vai me pegar uma janta no shopping, porque estou morrendo de fome.”

 

“Feito!” – O mais novo gargalhou e pegou sua chave, saindo de mãos dadas com o namorado.

 

Não enrolaram no shopping, pois Sehun já tinha em mente o que queria comprar e onde procurar. Entrou na loja e foi direto pegar a jaqueta que queria, aproveitando para escolher mais algumas camisas e calças jeans. Luhan também aproveitou para olhar algumas roupas para si e depois ambos caminharam até o vestiário.

 

Caminharam lado a lado até o vestiário e quando o mais velho ia se afastando da cabine escolhida pelo namorado, sentiu uma pressão em seu pulso o puxando para trás. Assustou-se ao ver o namorado o trancando na mesma cabine e sorrindo de forma arteira para si.

 

“S-Sehun?!” – Perguntou surpreso. – “O que está fazendo?”

 

“Me trancando na cabine do provador com meu namorado?”

 

“Mas… Por quê?”

 

“Porque eu quero que você fique pertinho de mim enquanto me troco… E… Porque não vou aguentar para chegar em casa e te fazer meu.” – Falava ao ir se aproximando mais do namorado e prensando o corpo do mesmo contra a parede fria do provador. – “Pelos deuses, camisa xadrez em você devia ser considerado crime! Você fica tão mais lindo assim…” – Mordia a cartilagem da orelha de Luhan depois de falar.

 

“S-Sehun… Vão dar bronca na gente…”

 

“A menina da entrada do vestiário nem está prestando atenção. Aposto que o facebook no celular dela está mais empolgante do que cuidar do que as pessoas fazem no provador…” – Dizia roçando o nariz pelo rosto do menor.

 

“P-por que as pessoas somente trocam de roupa dentro do provador!”

 

“Nós vamos trocar também…”

 

“S-Sehun…”

 

“Ok… Já que você não quer…” – Sorriu de jeito despudorado e ia se afastando do menor enquanto tirava suas roupas e se vestia com as peças escolhidas.

 

Luhan ficou um tempo o fitando estático e incrédulo – talvez, só talvez, um pouco decepcionado também, já que havia começado a ficar excitado com aquela aproximação do namorado. Sehun, por sua vez, fitava o olhar emburrado do menor pelo espelho do provador e ria divertido – ele amava provocar Luhan e depois deixá-lo desejoso.

 

O chinês apenas bufou e começou a se trocar também, retirando sua camisa xadrez e colocando no gancho do provador, vez ou outra roçando seu corpo ao de Sehun e sentindo um arrepio por causa do contato.

 

Era impossível negar que mesmo com todos aqueles meses de namoro, Sehun mexia de um jeito enorme com todos os sentidos e hormônios de Luhan – e o mais velho sentia que seria sempre assim. Era como se Sehun tivesse um ímã que atraísse o mais velho de todas as formas.

 

E com o coreano não era diferente. Enquanto vestia sua calça jeans apertada ficava de relance olhando o corpo alvo e levemente definido do mais velho, o que lhe causava estranhas sensações. Não era a primeira nem a última vez que veria aquele corpo nu ou parcialmente desnudo, mas sempre sentia-se como um adolescente virgem encontrando-se com o prazer carnal pela primeira vez.

 

Luhan o atraía de todas as formas.

 

Principalmente quando ele estava usando aquela calça branca com camisa xadrez em cor vermelho e preto com all star vermelho. Desde que viu o namorado sair de casa sentiu uma vontade enorme de atacá-lo e tirar peça por peça enquanto suas mãos desbravavam mais uma vez o corpo delicioso que ele tinha.

 

Foi por isso que o puxou para o provador.

 

“O que foi?” – Luhan perguntou, trazendo o maior de seus devaneios. O chinês o encarava por meio do grande espelho que tinha na parede frontal do provador enquanto ia abotoando a camisa xadrez em azul e branco que havia escolhido para provar.

 

Porque sim, Luhan amava usar roupas xadrez, o que enlouquecia mais ainda Sehun, que tinha dentro de si uma coisa que lhe dizia que seu namorado combinava muito – e ficava muito mais tentador – com roupa xadrez e com roupa de listras.

 

“Estou fitando o quanto você fica lindo e delicioso com roupa xadrez…”

 

“Ah é?” – Sorriu torto, se aproximando do maior e quase tendo seu reflexo escondido pelas costas largas de Sehun.

 

“É…” – Virou-se, encarando o chinês de perto e levando sua mão até a cintura.

 

“Hm…” – Passeou com o olhar pelo corpo do namorado, sorrindo satisfeito com o que via. – “E você fica incrivelmente mais gostoso usando calça preta colada e jaqueta… Isso devia ser considerado um pecado capital.” – Disse lambendo o lábio inferior do mais novo.

 

“L-Luhan…” – Gemeu baixinho e em deleite o nome do namorado no mesmo momento que suas mãos apalpavam a carne da cintura do chinês.

 

Foi em um piscar de olhos que as partes superiores das roupas de ambos foram parar no chão frio do provador, e na mesma rapidez o chinês levou suas mãos até a nuca do namorado, puxando-o para perto de si e roubando-lhe um beijo necessitado.

 

A língua de Luhan explorava cada cantinho da boca convidativa de Sehun, passeando como se sempre fosse a primeira vez que estivesse ali; os lábios do coreano se encaixavam perfeitamente aos semelhantes do chinês, e iam procurando mais e mais contato, como se para existir precisassem daquele beijo.

 

Em uma altura do beijo, Sehun sugou a língua de Luhan com vontade e desejo, causando no chinês intensos calafrios que fizeram com que a mente ficassem embaralhada. Sem pensar se era certo ou errado, Luhan começou a desafivelar o cinto da calça jeans do mais alto e com pressa desceu o zíper, para poder abaixar aquela peça de roupa o mais rápido que pudesse. Depois, a mão travessa do mais velho foi adentrando a roupa íntima do maior, tocando com vontade e lascívia o membro já rígido.

 

“L-Luhan!” – Jogou a cabeça pra trás ao sentir o contato delicioso da mão eficiente do mais velho.

 

“Vamos logo, Sehun.” – O chinês dizia ao colar suas costas na parede lateral do provador e puxar o namorado pela cintura.

 

“Está apressadinho hoje?”

 

“Estamos em um provador, esqueceu?” – Disse rolando os olhos e fazendo uma careta. – “E você me provocou o suficiente para que eu não espere até chegar em casa!”

 

“Uhh…” – Sehun sorriu e mordeu o queixo do namorado em seguida. – “Amo esse seu lado incontrolável…” – Sorriu com luxúria para o namorado que apenas voltou a rolar os olhos em frustração, mas depois deu um sorrisinho torto e provocante.

 

O coreano levou suas mãos até a calça jeans de Luhan e foi a descendo com pressa, levando junto a boxer preta que ele usava e sorriu novamente ao ver o mais velho puxando a sua roupa íntima também.

 

Luhan uniu os membros e começou a estimulá-los em um vai e vem viciante e alucinante que fez Sehun fechar os olhos com força e se concentrar apenas em gemer o nome do namorado de maneira despudorada.

 

Enquanto movimentava as intimidades, Luhan direcionou sua boca até o pescoço alvo do outro, marcando a pele com manchas que se tornariam roxos bem visíveis. Tudo colaborando para o mais novo perder sua sanidade.

 

O mais velho parou com os movimentos, usando sua mão apenas para espalhar o pré-gozo de Sehun pela glande vermelha e inchada, enquanto subia com beijos até próximo à orelha do namorado e com toda a sedução que tinha sussurrou:

 

“Vai esperar mais?” – Apertava a fenda na glande molhada. – “Me provocou só para ficar gemendo, Oh Sehun?”

 

“M-Mas você… E-Está impossível ultimamente!” – Sorriu de maneira depravada.

 

“Culpa exclusiva sua.” – Sugou o lóbulo da orelha de Sehun. – “Vai ter que assumir a responsabilidade…”

 

“Assumirei com… Prazer.” – Riu e puxou Luhan para se aconchegar em seu colo.

 

O chinês imediatamente cruzou as pernas na cintura do namorado e os braços ao redor do seu pescoço. Um novo beijo foi iniciado enquanto Sehun roçava seu membro pulsante na entrada de Luhan, fazendo o menor se arrepiar mais ainda.

 

Luhan descontou todas as sensações nos lábios perfeitos de Sehun quando sentiu a glande começar a entrar em si, e no momento que toda a extensão rígida estava dentro de seu corpo, o chinês mordeu com força o lábio inferior do coreano e cravou suas unhas nos ombros do mesmo.

 

“S-Sehun…” – Gemeu arrastado ao sentir o outro segurar com firmeza em sua cintura e iniciar investidas contra si.

 

Em questão de minutos os movimentos aumentaram consideravelmente e os gemidos eram abafados pelos beijos que trocavam. A força e a profundidade das estocadas eram tamanhas que o membro de Luhan se movimentava no ritmo das investidas de Sehun, e às vezes era friccionado pela união dos corpos.

 

O mais velho enterrou seu rosto no vão do pescoço de Sehun, sentindo-se embriagado com o perfume que emanava de sua pele e era misturado com o cheiro de suor. Trilhou um caminho imaginário e irregular até o maxilar do namorado com a pontinha de seu nariz, trocando o nariz pelos seus lábios perfeitos que foram deixando rastros de beijos até a boca impecavelmente desenhada.

 

Refez todo o caminho, chegando ao pescoço e deitando sua cabeça lá enquanto ouvia os gemidos arrastados de Sehun se misturarem aos seus. Virou sua cabeça em direção à parede que tinha aquele longo espelho vertical e viu o reflexo dos corpos naquela fusão completa, sentindo as bochechas um pouco quentes por ver tal cena. Mas também sorriu ao ver o quanto parecia certo e completo os corpos unidos e pertencendo um ao outro.

 

Também observou sua expressão de deleite ao sentir Sehun invadi-lo com uma estocada mais profunda, que acertou seu ponto “G”. Era um misto de prazer, luxúria, amor, paixão e desejo somente com aquele ato que seu namorado fazia questão de repetir para arrancar seus gemidos que exteriorizavam todas essas sensações.

 

Sehun saiu de dentro de Luhan e o ajudou a ficar em pé, segurando em sua cintura e colando suas costas em seu peitoral. Novamente penetrou o interior quente do mais velho, vendo pelo espelho a expressão de prazer que ele fazia.

 

“S-Sehun…” – O chinês levou as mãos até o vidro e se apoiou ali enquanto ia de encontro com o quadril do namorado, procurando por mais contato.

 

“Shiiii… Faça menos barulho, Hannie…” – Sehun disse ao colar a lateral de seu rosto ao do namorado.

 

As investidas voltaram ao ritmo intenso de minutos atrás, e Sehun fez questão de piorar o estado de seu namorado ao começar estimular seu membro com movimentos que alternavam entre rápidos demais e lentos demais.

 

“P-Pelos deuses… S-Sehun!” – Luhan jogou o corpo pra trás, procurando tanto apoio quanto mais contato com o corpo do coreano. Sehun, por sua vez, desceu com os lábios milimetricamente desenhados pelo pescoço alvo do outro, deixando um rastro invisível de beijos e mordidas.

 

Com apenas alguns movimentos a mais, Sehun sentiu o líquido quente do namorado melecar sua mão indicando que ele havia chegado ao ápice. O mais novo levou a própria mão suja até sua boca, limpando com a língua qualquer vestígio do prazer de Luhan.

 

“S-Sabe… Luhan…” – Disse enquanto diminuía os movimentos de suas investidas. – “E-Eu não quero te deixar sujo, ou mais sujo, até a gente chegar em casa… E-Então…” – Deu um sorriso sugestivo para o espelho que pôde ser captado pelo menor através do reflexo.

 

Luhan levantou o canto esquerdo de sua boca em um sorriso torto e afastou seu corpo de perto do namorado, gemendo baixinho ao sentir o volume dentro de si sair. Ajoelhou-se na frente da ereção necessitada e a abocanhou, envolvendo todo o falo com sua boca quentinha.

 

Apertava os lábios cheinhos ao redor do membro desperto e movimentava sua boca com velocidade; a língua travessa brincava ao redor da intimidade e ia arrancando mais suspiros arrastados do mais novo. Por isso, não foi preciso muito tempo naquela felação deliciosa para Sehun se desfazer na boca do mais velho.

 

Suados e exaustos, cada um sorriu de forma cúmplice um para o outro e trocaram alguns selares antes de se vestirem e arrumarem tudo, e, no momento que Sehun abriu a porta de madeira do provador, Luhan sentiu a vergonha lhe tomar, e começou a rezar mentalmente para que ninguém tivesse ouvido.

 

Por sorte, a atendente do provador continuava vidrada no celular, vendo alguma coisa interessante no facebook…

 

 

“Somos… Loucos!” – Luhan dizia baixinho enquanto caminhavam para a praça de alimentação do shopping.

 

“Pensar nisso agora não vai adiantar nada, amor.”

 

“Como eu me deixei levar?!”

 

“Porque eu sou irresistível!” – Dizia rindo. – “Amor, nem vem… Você queria também!”

 

“Hm…” – Grunhiu e depois se deixou levar pelas lembranças de minutos atrás, soltando então um sorriso pervertido.

 

“Falei que queria.”

 

“Aish!” – Mostrou a língua para o mais novo e sorriu. – “Foi bom demais…”– Riu envergonhado.

 

“Eu sei. Tenho boas ideias!”

 

“Convencido!” – Torceu os lábios em reprovação.

 

“Tenho mais lugares em mente, Luhan.” – Riu de maneira despudorada.

 

“Céus… Que tipo de lugares?”

 

“Por exemplo… Cinema…”

 

“Sem chance!”

 

“Vai… Só pegar uma sessão vazia… As últimas sessões em dia de semana!” – Abraçava o menos pela cintura e roçava os lábios no pescoço marcado com alguns chupões. – “Por favor… Você gostou, não gostou?”

 

“Gostei…” – Sorriu torto ao se lembrar novamente de como se sentiu excitado ao fazer em um local nada convencional.  – “Hm… Vou pensar no seu caso, Oh Sehun.” – Se virou e selou os lábios do namorado, pouco se importante em estar em local público. – “Agora vamos comer porque estou morrendo de fome e…”

 

“Luhan?!” – Uma voz rouca chamou a atenção do chinês e, consequentemente, de Sehun também.

 

“Jongin?” – O chinês disse com a sobrancelha arqueada em uma leve dúvida, se perguntando mentalmente o motivo do coreano o chamar ao vê-lo.

 

“Vocês… Estão juntos?”

 

“Estamos.” – Foi Sehun quem respondeu, com o típico tom dele de poucos amigos. – “Cadê o seu… Hm… Como foi que você o chamou naquele dia? Ah! Namorado?”

 

“Está me esperando lá fora. Eu vim comprar uma calça branca e o meu… Namorado estava trabalhando e veio me buscar, Sehun.”

 

“Hm. Que bom pra você.” – Sehun disse ao pegar na mão de Luhan e entrelaçar junto à sua. – “Vamos comer?”

 

“Vamos sim.”

 

“Eu sempre soube que você me traía com ele…”

 

“Como é?” – Luhan se voltou para Jongin com fúria nos olhos.

 

“Fez todo drama pra mim… Mas ficava com ele… Aposto que desde que o conheceu!”

 

“Cale a boca, Jongin!” – Luhan se exaltou. – “Não me meça por você! Eu te respeitei durante todo o nosso namoro e nunca fiz nada com Sehun enquanto estávamos juntos! Eu sei ter respeito, se você não sabe o problema não é meu…” – Virou para o namorado. – “Vamos amor, vamos comer que é melhor do que perder tempo tendo alguma indisposição com ele.” – Puxou Sehun e ambos passaram direto ao lado de Jongin, deixando-o abismado com aquela cena. O moreno levou sua mão até o pulso do chinês e o puxou pra si.

 

“L-Luhan…”

 

“O que foi?”

 

“Você… Não sentiu minha falta?”

 

“Como é?” – O mais velho perguntou incrédulo.

 

“Você não sentiu minha falta? Não sofreu depois que terminamos?”

 

“Jongin… Você me traiu e decidiu ficar com o Kyungsoo… Eu pensei que gostasse dele.”

 

“Eu gosto! Eu amo o Kyungsoo…”

 

“Então, por que está me perguntando isso?”

 

“P-Porque…” – Mordeu os lábios em sinal de nervosismo.

 

“Por causa do ego dele.” – Sehun falou sem ânimo enquanto puxava o braço do namorado. – “Deixe-o em paz, Jongin.”

 

“Sente-se ameaçado comigo por perto?” – O moreno perguntou com um sorriso debochado.

 

“Não.”

 

“Ele não tem motivo para se sentir assim.” – Luhan falou irritado com Jongin. – “Tenha dó, Jongin. Pare de perturbar… Lamento chatear o seu ego, mas não, eu não senti sua falta.” – Falou simplista e com o olhar determinado. – “Aliás… Preocupado com seu ego? Eu acho ridículo isso.” – Falou se virando, dando as costas para o moreno e caminhando abraçado a Sehun.

 

Se na época que namoravam, Jongin já achava Luhan mudado, agora então. A ação do menor o pegou de surpresa, e ele não queria afirmar, mas aquilo doeu mais do que ele imaginava. Ver que Luhan havia superado tão bem o término do namoro feriu demais o seu orgulho.

 

Em contrapartida, aquilo só deixou Sehun sorrindo, ainda mais orgulhoso pela evolução do namorado, bem como sorria por saber que era ele quem estava do lado de Luhan vendo suas transformações.

 

Assim como Luhan apoiava Sehun, Sehun apoiava Luhan…

 

× × × ×

 

O dia 2 de abril finalmente havia chegado. Como todos ali trabalhavam, não puderam ensaiar no dia da apresentação (pois era em dia de semana), mas mesmo assim todos estavam confiantes e empenhados a darem o melhor.

 

A ansiedade de todo mundo aumentava a cada minuto que se aproximava das sete horas da noite, fazendo com que muitos pedissem para serem liberados mais cedo dos respectivos trabalhos, só para poderem ir ao bar e começarem a arrumar o palco.

 

Chanyeol, Sehun, Baekhyun e Luhan foram os primeiros, trazendo os instrumentos e aparelhos grandes e pesados no carro do baterista da The Secret Of The Phoenix. Minseok, Yixing e Yifan apareceram logo em seguida e ajudaram com o final da arrumação de fios e instrumentos.

 

“Estão prontos?” – A voz de Joonmyeon apareceu atrás de Chanyeol e Baekhyun que se viraram e viram o sorriso contagiante do dono do bar.

 

“Sim!” – Responderam juntos.

 

“Ótimo. O bar já está enchendo, então já vou anunciar vocês.”

 

“Certo!” – Chanyeol disse animado.

 

Enquanto o dono do The Stones dava as boas-vindas e agradecia a presença de todos naquela inauguração, Sehun puxava Luhan para a lateral do palco que era meio escondida de todos, e se camuflou com o namorado atrás de uma grande caixa de som.

 

“O que foi, Sehunnie?”

 

“Nada…Só…”

 

“Só?”

 

“Estou nervoso.” – Riu com timidez.

 

“Aish. Vocês já tocaram em outros bares e foram ótimos, Sehun. Existem até algumas fanzocas de vocês!” – Riu.

 

“Luhan…” – Disse sorrindo.

 

“Sério. Tem umas meninas ali que em todos os shows aparecem.”

 

“Como você sabe?”

 

“Elas ficam coladas no palco, do meu lado e ficavam falando o quão gostoso o Sehun é…” – Dizia com um timbre irritado enquanto revirava os olhos.

 

“E você não falou para elas que o gostosão do guitarrista era seu?”

 

“Pensei muito em falar. Mas me comportei.” – Disse sorrindo. – “Só não sei até quando vou me comportar.” – Riu torto, murchando o sorriso ao ver Dahee no local. – “Ah, não! Ela veio também?”

 

“Sim. O Minseok convidou a namorada e ela acabou convidando a banda toda…”

 

“Droga…”

 

“Amor… Pare com ciúmes com ela… Ela sabe sobre a gente e só quer ser minha amiga.”

 

“Amiga… Sei.” – Bufou. – “Ela não te olha como uma amiga, Oh Sehun. E a cara emburrada com olhos lacrimejados quando nos vê juntos não é de amiga também…”

 

“Ciumento.” – Sorriu e colou a testa à semelhante do chinês. – “Dá meu beijo de boa sorte? Sabe… Depois que parei de fumar, eu preciso me acalmar com seus beijos…” – Sorriu torto, fazendo o chinês desmanchar a cara carrancuda de ciúme.

 

“Sempre…” – Lançou um sorriso escancarado para o maior antes de levar suas mãos até o rosto dele e o puxar para um beijo tênue e carinhoso. – “Boa sorte. Faça um ótimo show, amor.”

 

“Obrigado!”

 

O coreano subiu no palco e foi se arrumar em seu local favorito e enquanto terminava de conectar os fios à sua guitarra preta, Luhan apertava os passos para ficar bem em frente de Sehun – um pequeno ritual que ele fazia desde o primeiro show da banda. A diferença era que agora ele tinha que dividir espaço com um grupinho de meninas adolescentes que soltavam suspiros toda vez que Sehun tocava.

 

Que garotas irritantes. Luhan pensava ao ouvir mais uma vez as vozes exaltadas elogiarem Sehun e sua nova jaqueta. A vontade do chinês era de dizer para elas o que Sehun fez ao ir até o provador experimentar aquela peça de roupa.

 

E relembrar isso fez um sorrisinho torto e puramente pervertido surgir nos lábios do chinês. Mas ele logo saiu do seu mundo de fantasias – sexuais – para se concentrar nos acordes singelos que saíam dos dedos do namorado enquanto ele entrava em seu mundo particular – e não mais tão exclusivo, porque Sehun garantiu uma vez que agora Luhan fazia parte desse mundinho musical do jovem coreano.

 

Enquanto Sehun vencia seus medos e vergonhas fechando-se em seu universo com a Mandy, Baekhyun limpava a garganta para poder falar nitidamente – e sem nervosismo – ao se apresentar e apresentar a banda.

 

“… Nós somos a The Secret Of The Phoenix e queremos conquistar vocês essa noite!” – Foi a última frase de Baekhyun e que deu o passe livre para Sehun começar a reinar em um solo que indicava a introdução de uma música escrita por Luhan: “Lost and found”, uma música inspirada em Taesoo e em Jongin, onde Luhan dizia no refrão “preciso te perder pra me encontrar…”

 

Um sorriso satisfeito e orgulhoso surgiu nos lábios de Luhan enquanto via o namorado tocar perfeitamente a música que ele havia escrito. A cada dia Luhan escrevia mais e mais músicas, como se a inspiração tivesse lhe abraçado e não soltado mais – e ele esperava que nunca soltasse.

 

Porque Luhan amava escrever, e amava ainda mais escrever para Sehun tocar.

 

Aquele sorriso que carregava orgulho da banda e de si continuou em seus lábios por mais três músicas de sua autoria que a banda tocou. Depois Baekhyun anunciou que cantariam mais quatro músicas de outras bandas famosas e misturaram rock americano com J-ROCK e K-ROCK, como por exemplo, a banda Boohwal.

 

“Nossa última música é uma canção americana… Que eu dedico para alguém muito especial.” – Sehun dizia sorrindo enquanto olhava para Luhan e arrumava o instrumento em seu colo. Alguns gritinhos foram ouvidos, e também alguns murmúrios de reclamação e tristeza pelo guitarrista estar fazendo aquela declaração para alguém.

 

A introdução começou a sair dos dedos de Sehun e Luhan reconheceu de imediato a musica, pois era uma que o coreano tocou direto naquele primeiro mês de namoro, fazendo as adaptações necessárias para adequar ao caso deles dois.

 

Um sorriso bobamente apaixonado se formou nos lábios rosados e perfeitos enquanto seu olhar se encontrava com o do namorado que, juntamente com Chanyeol, começava a cantar a música. As partes referentes a Luhan – com as respectivas mudanças, claro –  iam sendo gravadas na alma do chinês.

 

Maybe it’s her hair, soft golden and wind blown

As we drive through the streets of town

It could be all these things

But I think it’s her smile

Maybe it’s her laugh when she throws back and sighs

 

 

 

Sehun não quebrava o contato visual por nada, e tocava perfeitamente bem, fazendo os olhos de Luhan lacrimejarem.

 

Or her eyebrows when I do something stupid

Maybe it’s her smell, the lotion she wears

 

 

Um sorriso surgiu no lábio de Sehun que automaticamente foi correspondido por Luhan.

 

You know it could be all these things

But I think mostly it is her smile

Cause I love to see her smile back at me

And I know she is happy

 

E o sorriso perfeitamente branco de dentes retinhos e alinhados que se formava sob aqueles lábios cheinhos e rosados aumentava, deixando Sehun ainda mais apaixonado – sem saber que isso era possível.

 

Maybe it’s her touch, the feel of her hands

 

De maneira quase imperceptível, Sehun balançou a cabeça em sinal positivo com essa frase, e Luhan entendeu.

 

Sehun amava entrelaçar seus dedos aos do menor e sentir as mãos unidas.

 

Maybe it’s her eyes gently searching my soul

Still nothing stirs me like when I see those lips roll

and I see her smile

Cause I love to see her smile back at me

And I know she is happy

 

E quando a música terminou o sorriso perfeito de Luhan não saiu de sua face tão perfeita quanto.

 

Aplausos e gritos histéricos se fizeram presente quando a banda se curvou em agradecimento.

 

Enquanto os músicos arrumavam suas fiações e guardavam os instrumentos, muitas pessoas foram até o dono do bar perguntar quando a banda voltaria a tocar, o que fez Joonmyeon sorrir contente e garantir que toda semana teria show da The Secret Of The Phoenix!

 

× × × ×

 

Todos os membros da banda já estavam animados – pela notícia de terem sido contratados por Joonmyeon para tocarem toda sexta-feira e também pelas doses exageradas de bebida alcoólica.

 

Os mais sóbrios eram Chanyeol, Baekhyun, Luhan e Sehun – os dois últimos porque estavam mais preocupados em se agarrarem no cantinho da mesa de madeira que tinha no meio do apartamento 707.

 

Sehun, com Luhan em seu colo, beijava os lábios do namorado de maneira necessitada e quando se separava era para agradecer.

 

“D-De nada… Amor…” – Falou corado e sem jeito por receber tanto carinho e agradecimento.

 

“É sério, Luhan… Você é tipo meu anjo da guarda… Sempre me ajudando nas minhas conquistas…” – Sorriu. – “Eu nunca vou conseguir agradecer tudo que você fez por mim…”

 

Luhan sentiu as bochechas esquentarem e os olhos arderem por causa das lágrimas. Estava visivelmente emocionado, mas também desconcertado e envergonhado porque na mente dele, ele também pensava que nunca conseguiria agradecer tudo o que o maior havia feito por ele.

 

“A gente se completa tanto, que um sempre tá sendo o apoio do outro.” – Sehun disse sorrindo, como se pudesse ler a mente de Luhan e responder justamente o que ele indagava.

 

O chinês apenas levou suas mãos até o rosto do namorado, segurando-o pelas bochechas, e o trouxe para um novo beijo apaixonado, e, quando os lábios se separaram ele sussurrou alto o suficiente para somente ele ouvir.

 

“Eu te amo.”

 

“Eu também te amo, Luhan.” – Deu um selinho. – “Obrigado por tudo.” – Sorriu, sem imaginar que ele ainda teria mais coisas para agradecer para Luhan.

 

Era somente o começo…

 

Notas finais: Música do capítulo foi uma ideia da diwataeyeon em um comentário de caps passados e essa aqui: http://letras.mus.br/stephen-speaks/304250/traducao.html#legenda Obrigada moça. Adorei essa sugestão! *-*

 

Notas de uma leitora

Muitas coisas nesses dois caps: Luhan ativo (djhhgjgtky). Luhan reencontrando aquele que o magoou no passado. O provador dsjhjfdhfdjfdjfd. O reencontro com Jongin. O sucesso da banda xDxD Essa fic é demais xD